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1 GESTÃO DE ESTOQUE: um estudo de caso em um Supermercado de pequeno porte1 Richardy Dias da Silva2 Yhann Alves Vasconcelos3 Géssyca Natanael da Silva Lopes4 RESUMO: PALAVRAS CHAVE: ABSTRACT: KEY WORDS: 1. INTRODUÇÃO Dentro de pequenas e microempresas, existe um departamento que é a base para sua manutenção e desenvolvimento, o estoque. Mediante a competitividade do mercado, o estoque bem gerenciado se faz de suma importância, visto que as imprevisibilidades do mesmo pode comprometer desnecessariamente os recursos da organização. A gerencia e inspeção de estoque são responsáveis por decisões imprescindíveis na empresa, como o tipo de estoque, sua organização, volume e manutenção (FERNANDES; FILHO, 2017). A gestão de estoque visa garantir a máxima disponibilidade de produtos com o menor estoque possível. Para uma administração de estoque eficaz, as empresas devem planejar a demanda, monitorar cuidadosamente o estoque e garantir a qualidade do armazém. Esse gerenciamento permitirá que o negócio ocorra sem interrupções, e possibilita a aquisição de recursos com preços melhores, além de evitar que a organização fique com capital ocioso ou faça investimentos desnecessários em relação ao estoque (ILOS, 2016). 4 Bacharela em Administração, Pós Graduada em Docência do Ensino Superior pela Universidade Estadual de Goiás. E-mail: gessyca.lopes@ueg.com 3 Graduando em Administração pela UEG – Universidade Estadual de Goiás. E-mail: yhannalves2014@hotmail.com 2 Graduando em Administração pela UEG – Universidade Estadual de Goiás. E-mail: richardydias2017@gmail.com 1 Artigo apresentado a Universidade Estadual de Goiás – Campus Sanclerlândia, como requisito para a obtenção de Título de Bacharel em Administração. 2 Nesse cenário, o presente projeto tem como objetivo analisar os desafios e oportunidades da gestão de estoques em um supermercado de pequeno porte, com intuito de identificar estratégias eficazes que possam contribuir com a gestão de estoques. E busca responder o seguinte questionamento: Como a gestão de estoque pode auxiliar na redução de custo da operação, mediante o gerenciamento e controle adequado do estoque? Com finalidade de responder essa questão será utilizado o método qualitativo e quantitativo de pesquisa, incluindo entrevistas com o gestor da empresa estudada e aplicação de questionário. O estudo contribuirá para a compreensão das adversidades e benefícios da gestão de estoques em supermercados e fornecerá subsídios para a melhoria dos processos de gestão de estoques nesse setor. O artigo será dividido em seis tópicos, a introdução, logo a seguir será abordado sobre a gestão de estoque, no item seguinte será tratado sobre alguns sistemas de controle de estoque, em seguida é apresentado a metodologia utilizada, a pesquisa e análise dos resultados e por último as considerações finais. 2. GESTÃO DE ESTOQUE Para Slack, Chambers e Johnston (2018), o estoque é definido como um local para armazenamento de recursos materiais antes de sofrer algum tipo de transformação, e também composto por materiais que já sofreram modificações. O estoque se trata de todos produtos para a venda, ou insumos que sofrerão alterações dentro de uma linha de produção, por se tratar de um supermercado são todos produtos na espera de um consumidor final para serem adquiridos. É quase impossível prever com precisão a demanda futura, por isso é necessário manter um certo nível de estoque para garantir a disponibilidade do produto (POZO, 2015). Embora muitas vezes tal estoque absorva o capital da empresa que poderia ser aplicado em outros investimentos. Assim, é necessário uma política de estoque apropriada para que não haja excesso nem falta de produtos. Uma boa gestão de estoque permitirá que a empresa tenha uma boa gerência de compras, e dessa forma irá otimizar o tempo gasto e economizar recursos (NOGUEIRA, 2012). Segundo Dias (2012), a gestão de estoques não se resume apenas a relatórios informativos sobre a situação do sistema de produção, os quais são 3 analisados periodicamente, além disso, envolve também um controle eficaz dos recursos. Faz necessário e de grande importância a supervisão do gestor e dos responsáveis pelo setor em todo processo. Alguns recursos podem auxiliar durante o monitoramento, como o planejamento, o uso de sistemas ou planilhas para controlar o estoque e saber se os produtos estão em seus devidos lugares, o que contribui para minimizar eventuais perdas ou rupturas no estoque. O estoque é considerado um capital imobilizado, ou seja, são bens que com finalidade de manter a atividade da empresa, o retorno de seu investimento não é iminente, mas se faz necessário para o bom funcionamento de algumas operações dentro das organizações. A gestão de estoque proporciona sinergia entre oferta e procura (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2018). O estoque é uma das principais preocupações do ponto de vista operacional e financeiro, um vez que tanto estoques pequenos como os estoques grandes podem significar riscos para a empresa. Enquanto o primeiro pode levar ao não atendimento da demanda por sua ausência, o segundo pode acarretar o aumento dos custos, tanto no processo de armazenagens, quanto no tempo que ficará estocado sem dar retorno para a organização (CORRÊA; CORRÊA, 2017). A empresa deve se preocupar com a movimentação dos materiais, e com as condições físicas destes no momento de armazenar, e sempre manter o cuidado na preservação da qualidade dos produtos. Em alguns casos pode ter a existência de produtos que merecem uma atenção especial. Por exemplo, os produtos perecíveis, inflamáveis, tóxicos, entre outros. A eficiência do almoxarifado depende da redução das distâncias percorridas pela carga e descarga, do aumento dos materiais armazenados e da melhor utilização da capacidade do espaço físico (VIANA, 2012). Conforme Ballou (2011), controlar o investimento em estoques é uma das atividades mais delicadas da logística. Determinar os seus níveis e sua localização são apenas partes das atribuições da gestão de estoques. Sobre um ponto de vista mais amplo, o objetivo principal é balancear os custos de manutenção, aquisição e faltas do estoques. Os estoques possuem uma série de finalidades, tais como a melhoria do nível de serviço, incentivar economias na produção, proteção contra aumento de preços, segurança contra contingências, etc. Para Gonçalves (2016), a administração de materiais pode ser dividida em três especialidades: (1) gestão de estoque (previsão de demanda, lead-time, entregas just-in-time), a gestão através de técnicas que prevê o consumo e controla 4 os estoques aos níveis das necessidades das pessoas que utilizam os materiais, com um custo baixo, sem comprometimento da qualidade do processo; (2) a gestão de compras (cadastro de fornecedores, negociação), responder as necessidades de compras de diversos departamentos da empresa, assim como a preocupação em atender a reposição dos estoques na quantidade e no tempo solicitado; (3) e a gestão dos centros de distribuição (localização dos centros de distribuição, arranjo físico, equipamentos de movimentação e transporte) que é o controle físico dos materiais armazenados, além do processo anterior que consiste no recebimento, na movimentação, na estocagem e no fornecimento dos materiais conforme as necessidades de cada um dos usuários. Há inúmeras divisões de estoques, dentre eles pode-se apontar: o estoque de matérias-primas, que é um estoque de qualquer item que ainda não tenha passado por alguma transformação, tal estoque auxilia a manutenção das atividades da empresa; existem também o estoque de material semiacabado, produto que já passou por um processo mas não está concluído, esse estoque é todo insumo parado na linha de montagem, a espera de sua utilização no processo; o estoque de produtos acabados, que é o estoque de produtos prontos para uso; e o estoque em trânsito ou no canal de distribuição, que são itens que precisamser transportados (SILVA; STETTINER; CAXITO, 2019). Apresenta ainda: o estoque de segurança, que objetiva evitar a ruptura do estoque, assim existe um volume extra de produtos que é reservada para compensar alguma irregularidade no abastecimento; o estoque de antecipação, utilizado para suprir períodos de maior demanda; e o estoque de proteção, que apresenta como objetivo se proteger de eventualidades mercadológicas referentes às greves, ao aumento de preço, a situações econômicas e políticas no geral, que podem acarretar um ambiente inflacionário e imponderável (SILVA; STETTINER; CAXITO, 2019). Dessa forma, visou identificar gargalos e oportunidades de melhoria no abastecimento de produtos perecíveis, quantificando indicadores de indisponibilidade de produto para o cliente (ruptura e estoque virtual) e identificando suas principais causas. Assim, a questão norteadora da presente pesquisa é: De que forma a gestão logística da cadeia de abastecimento pode reduzir o índice de 5 ruptura e os desperdícios do processo de reabastecimento? (MARTINS,2022 p;16). A ruptura de estoque é um problema enfrentado por empresas quando elas não conseguem manter produtos em estoque para atender à demanda dos clientes. Isso pode ocorrer por vários motivos, como má gestão de estoque, problemas na cadeia de suprimentos, aumento repentino na demanda ou falta de previsão precisa de vendas. As consequências da ruptura de estoque são prejudiciais, pois podem levar à insatisfação dos clientes, perda de vendas, danos à reputação da empresa e impactos financeiros negativos. Para evitar a ruptura de estoque, as empresas costumam adotar estratégias de gestão de estoque mais eficientes, implementar sistemas de previsão de demanda, estabelecer parcerias sólidas com fornecedores e monitorar regularmente os níveis de estoque. Manter um equilíbrio adequado entre a oferta e a demanda é essencial para o sucesso de qualquer negócio, e evitar a ruptura de estoque é fundamental para garantir a satisfação do cliente e o desempenho econômico saudável da empresa. Portanto, a prevenção de perdas deverá atuar na fiscalização de pontos polêmicos como excessos de estoques, recepção de mercadorias rigorosa, qualidade das mercadorias comercializadas, higiene total das instalações, mercadorias e pessoas e correto manuseio dos produtos, para isso a equipe deverá estar apta a exercer este novo trabalho, dentro de um perfil muito mais técnico. Assim prevenir perdas, não é mais uma opção ou um estilo de operação, é a complementação dos resultados obtidos pelo departamento comercial e a garantia de que os resultados finais planejados pela direção. Para isso, sua equipe de prevenção de perdas terá que, capacitada e atualizada para atender o novo perfil da produção. (LAPA, 2010). A gestão de prevenção de perdas é um conjunto de práticas e estratégias adotadas por empresas para minimizar perdas financeiras relacionadas a furtos, danos, vencimentos, entre outros, que afetam o estoque. Existem vários tipos de prevenção de perdas, incluindo: 6 ● Segurança Física: Isso envolve medidas como câmeras de segurança, alarmes, controle de acesso, e vigilância para evitar roubos e furtos. ● Controle de Estoques: Uma gestão rigorosa de estoque, com registros precisos e sistemas de rastreamento, ajudam a evitar perdas por vencimento ou obsolescência de produtos. ● Treinamento de Funcionários: A capacitação dos funcionários é essencial para reconhecer e relatar atividades suspeitas, bem como para garantir que processos de manuseio e armazenamento sejam seguidos corretamente. ● Prevenção de Quebras: Manter os produtos em bom estado e utilizar práticas de manuseio adequadas ajuda a evitar danos físicos aos itens em estoque. ● Auditorias e Inventários: Realizar auditorias regulares e inventários precisos ajuda a identificar discrepâncias e resolver problemas rapidamente. A gestão de prevenção de perdas é fundamental para o gerenciamento de estoque, pois ajuda a manter os níveis de estoque adequados, reduz custos operacionais e melhora a rentabilidade. Ao minimizar perdas, as empresas podem direcionar recursos para o crescimento e a expansão, em vez de compensar perdas financeiras. Além disso, uma gestão eficaz de prevenção de perdas melhora a confiabilidade e a satisfação dos clientes, uma vez que os produtos estão disponíveis quando necessários e em boas condições. 3. SISTEMAS DE CONTROLE DE ESTOQUE Dias (2012) define que as principais funções para controle de estoques são: (a) determinar o que se deve ter em estoque; (b) determinar quando e o quanto comprar; (c) acionar o setor de compras para aquisição; (d) receber, armazenar, distribuir e controlar os materiais estocados; (e) manter inventários periódicos e (f) identificar e retirar os itens obsoletos e danificados do estoque. Tais funções de gerenciamento contribuem com a otimização de recursos, e assim evita o desperdiço e o custo desnecessário. O controle de estoque é um recurso que auxilia na fiscalização, registro, manutenção e coordenação das entradas e saídas das mercadorias. E para que o mesmo seja 7 eficaz diversas ferramentas contribuem para esse gerenciamento do estoque, dentre elas, a curva ABC e os métodos de controles de saída de estoque. 3.1 Curva ABC A curva ABC é um dos sistemas de análise de estoques mais desfrutados pelas organizações, uma vez que é de simples aplicação, funcional, prático e muito eficiente, além de ser adaptável a qualquer segmento. A curva estabelece uma relação entre as demandas e consumo dos estoques e permite um mapeamento do investimento realizado e a quantidade de mercadorias que constitui o estoque (SLACK, BRANDON-JONES, JOHNSTON, 2018). Para Dias (2012), a curva ABC é um importante instrumento de análise e controle de estoque, pois permite que o gestor identifique aqueles itens que justificam atenção especial e tratamento adequados quanto a sua administração. A curva ABC divide os itens em três categorias: A, B e C. Os itens de classe A, são aqueles que possuem maior impacto nos resultados da empresa, seja devido ao seu alto valor de venda, à sua grande quantidade de unidades vendidas ou ao seu papel estratégico na cadeia de suprimentos. Esses itens geralmente representam uma pequena porcentagem do total de itens em estoque, mas têm um grande impacto financeiro (SEABRA, 2018). Os itens B ocupam uma posição intermediária. Embora não tenham o mesmo impacto financeiro dos itens de classe A, eles ainda são importantes para as operações da empresa. Esses itens podem representar uma parcela significativa do estoque e devem ser gerenciados de forma eficiente para garantir um fluxo de produção e vendas contínuo (SEABRA, 2018). Os produtos que se encaixam na classe C são aqueles que possuem menor impacto financeiro ou estratégico. Geralmente, eles representam a maioria dos itens em estoque, mas contribuem com uma parte menor dos resultados da empresa. O gerenciamento desses itens é menos crítico, e estratégias como compra por demanda ou terceirização podem ser adotadas para otimizar seu controle (SEABRA, 2018). 8 3.2 Controle de Saída de Estoque Santos e Pereira (2018), destacam a importância do gerenciamento adequado dos estoques para garantir um equilíbrio entre a disponibilidade dos produtos e os custos associados ao armazenamento. O controle do estoque pode ser efetuado por meio dos métodos de movimentação e avaliação, que são conhecidos como: método PEPS e UEPS. O método PEPS, que significa, primeiro que entra primeiro que sai, é utilizado para gerenciar a movimentação de mercadorias suscetíveis a perdas, seja em qualidade ou em valor monetário. Com essa técnica as empresas podem priorizar a utilização dos itens mais antigos em estoque, evitando a obsolescência e reduzindo perdas financeiras (PAOLESCHI, 2019). Já o método UEPS, que significa, ultimo que entra primeiro que sai, se aplica de melhor forma para os produtos que não tem validade. De acordocom Oliveira e Mendes (2020), o UEPS pode ser vantajoso para empresas que desejam manter a qualidade dos produtos vendidos ou reduzir o risco de obsolescência. No entanto, é importante considerar as particularidades do mercado, como a legislação tributária, para determinar a viabilidade do UEPS em cada caso. Os processos PEPS e UEPS estão cada vez mais presentes dentro das empresas. O PEPS é de uma forma mais simples e eficiente de controlar os custos, principalmente em épocas de alta inflação. De outra forma o UEPS é aplicado em ocasiões específicas, como a gestão de produtos perecíveis ou com a intenção de valorizar produtos com menor tempo de compra (SANTOS; PEREIRA, 2018). Fabrimetal (2016), destaca e defende uma gestão eficiente de estoque com base em estratégias e estudos. A escolha entre PEPS e UEPS deve levar em consideração a parte financeira da empresa e de uma forma que seja capaz de atender a demanda de seus clientes, visando sempre seu lucro e uma alta liquidez. De acordo com Pavan (2020) como uma empresa com produtos alimentícios como um supermercado poderá usar o sistema PVPS ou ERP para controlar o estoque evitando perdas ocasionadas por validade dos produtos? Neste contexto, o objetivo geral é analisar de que forma os sistemas PVPS e ERP podem auxiliar a controlar os produtos no estoque com data de validade evitando perdas. A partir deste, é possível identificar os agentes que causavam o problema de produtos com 9 data de validade, agora conseguimos analisar se segue com os padrões da missão, visão e valores da empresa. A metodologia "Primeiro que Vence, Primeiro que Sai" (FIFO, do inglês "First-In, First-Out") é amplamente utilizada em supermercados e na gestão de estoques de produtos perecíveis. Essa abordagem envolve a venda dos produtos mais antigos em primeiro lugar, garantindo que os itens com datas de validade mais próximas sejam mantidos em estoque por mais tempo. Isso reduz o risco de perdas devido ao vencimento e garante que os produtos sejam vendidos em sua melhor qualidade, mantendo a eficiência no gerenciamento de estoques e atendendo às normas de segurança alimentar. Uma outra metodologia que auxilia o processo de controle dos estoque é o Just in time (JIT), que segundo Fenerich (2016, p. 156)"[...] é uma filosofia avessa à abordagem tradicional da manufatura e contribui em diversos aspectos para as operações realizadas no processo, principalmente no que se refere à satisfação do consumidor e aos custos operacionais.” completa o autor ao dizer que, quando se relaciona o just in time com a gestão de estoques, percebe-se que quanto maior o nível de estoques, mais problemas podem estar sendo mascarados na empresa, enquanto uma menor quantidade de estoques permite à organização visualizar melhor seus pontos negativos e assim, podem buscar soluções. A superioridade da filosofia JIT, se dá tanto no seu aspecto estratégico de flexibilidade da produção e rapidez de atendimento aos clientes, como nos seus objetivos econômico-financeiros de redução de custos, aumento de produtividade, garantia de qualidade, eliminação de desperdícios, entre outros (SOUSA et al, 2017). O Just in time, é uma forma de economizar com estoque, fazendo análises dos produtos com maior procura, deixando o estoque mais enxuto e assim diminuir o capital investido no armazenamento que por muitas vezes podem estar desalinhado com a demanda da organização (FENERICH, 2016). 4. METODOLOGIA A presente pesquisa está dividida em duas etapas, primeira etapa é um levantamento bibliográfico para que possa se ter um compilado de informações, que 10 é suporte da segunda etapa, a pesquisa de campo, de caráter exploratório e de natureza qualitativa. Pesquisa exploratória se resume no estudo de um objeto que está ou será observado, analisado com objetivo de conhecer, perguntas que são feitas para coleta de dados e realização da pesquisa. Pesquisa de campo desta forma ira tratar da forma com que se e feito esse controle, durante o dia a dia dentro da empresa (PEREIRA, 2019). A pesquisa qualitativa busca a coleta de dados para serem analisados e relacionados ao final da pesquisa e assim formular um comparativo. Pesquisa qualitativa é aquela que tem como estratégia principal a análise detalhada, bem como a interpretação aprofundada sobre determinado tema. Os dados coletados são predominantemente descritivos (MARCONI; LAKATO, 2014). A pesquisa é realizada em um supermercado de pequeno porte, com intuito de analisar a gestão dentro do estoque, como é feito o controle de mercadorias de acordo com as sazonalidades, em que há maiores demandas de alguns produtos em detrimento de outros. Por meio da pesquisa de campo serão coletados e analisados os dados através de entrevista e aplicação de questionário. O levantamento de dados ocorreu em duas etapas: primeiro foi feito um visita ao supermercado, com intuito de analisar o local, a distribuição das mercadorias e o estoque da mesma; na segunda etapa foi realizada uma entrevista com o gestor da empresa por meio de um questionário. O questionário e composto por cinco questões fechadas e quinze questões abertas, de maneira que o leitor consiga compreender o método de trabalho do supermercado mesmo que este não tenha visitado o local, detalhando seus produtos, manuseio de estoque e administração. Durante a resolução do questionário visitando a empresa o pesquisador tem um real entendimento do que se trata gestão de estoque, dentre outras funções essenciais que são desenvolvidas dentro de um supermercado seja ele pequeno, médio ou grande, todos devem desenvolver a mesma trajetória colocando em um horizonte suas metas e projetos futuros. 11 ANÁLISE DO RESULTADO DA PESQUISA A pesquisa de campo foi realizada em um supermercado de pequeno porte, denominado, Excelência Supermercado, situado em Campo das Perdizes, Município de Buriti de Goiás-GO. A empresa está ativa há quase três anos, fundada em Fevereiro de 2021. Apresenta como atividade principal o comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios. E conta com dois colaboradores no desempenho de sua função, que são o gerente que também realiza o serviço de caixa, e um outro colaborador fica responsável pelas demais áreas, como por exemplo, a reposição de mercadorias e entrega. O supermercado atualmente só não possui um açougue completo, porém está equipado com vários outros setores em sua instalação, como hortifrúti, padaria, frios, laticínios, produtos de higiene e limpeza, bebidas, produtos alimentícios no geral, brinquedos, artigos de papelarias, dentre outros. Em um dos questionamentos respondidos o proprietário afirmou que os principais desafios enfrentados no gerenciamento de estoque, é imprevisibilidade, variação e picos de demanda, isso em relação tanto aos fornecedores como aos clientes do Supermercado. Quando indagado a respeito da qualidade do estoque da empresa o gestor o considera organizado e moderado. O controle de estoque da empresa é feito diariamente, devido a necessidade de compra semanalmente, o gestor afirma ser mais fácil com um controle frequente. Tal controle ocorre de modo manual, realizado pelo colaborador que faz as reposições e também pelo gerente através da verificação do estoque registrado no sistema usado pela empresa. A empresa conta com um sistema de software, BrSoft Automação, que é utilizado para gerenciar a entrada e saída de mercadoria, os procedimentos de vendas, além de fornecer relatórios que auxiliam no controle de estoque. O método utilizado pela empresa para o gerenciamento do fluxo de mercadorias é a listagem de produtos, o colaborador faz uma vistoria dos produtos em estoque e os produtos expostos, desta forma será capaz efetuar as compras dos produtos de forma adequada com as necessidades da empresa. Quando questionado sobre ruptura de estoque, se o supermercado já havia sofrido com esse fator, o mesmo respondeu que sim, com a imprevisibilidadee 12 variação de demanda por muitas vezes acabou acontecendo a falta de estoque de alguns produtos, algo que as vezes ocorreu por conta de atraso dos fornecedores no reabastecimento dos produtos. Para gerenciar a prevenção de perdas das mercadorias o supermercado realiza promoções periódicas de alguns produtos com intuito de evitar que pereçam, também todos os produtos são inspecionados e armazenados adequadamente para que não estraguem. Em outro ponto importante que foi questionado é em relação ao estoque de segurança, que segundo o proprietário é definido de acordo com o volume de vendas mensal. O software utilizado pela empresa auxilia nesse levantamento através dos relatórios de venda. O gestor da empresa não utiliza o método da curva abc onde os produtos são associados de acordo com a importância de sua receita, além de não conhecer o método o gestor não o utiliza na empresa. O proprietário também não conhece e nem usufrui da metodologia Just in time. O supermercado utiliza como método de movimentação de estoque o PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai) e o PVPS (primeiro que vence, primeiro a sair). Que embora apresentar significados diferentes seguem o mesmo princípio, de priorizar as vendas dos produtos que foram adquiridos primeiros ou os que vencerão primeiro, com intuito de prevenir eventuais perdas dos produtos, principalmente os alimentícios existentes no supermercado. Na visita realizada no supermercado, de modo geral foram acompanhado alguns procedimentos, observando principalmente o estoque. A estrutura do supermercado e favorável de fácil movimentação onde os produtos são encontrados facilmente, produtos bem organizados nas prateleiras, todas bem repartidas dentro do supermercado aproveitando todo espaço, a ordem dos produtos segue um padrão, alimentícios, produtos de limpeza, hortifrúti e utensílios em geral. O estoque observado de forma separada por se tratar do foco desta pesquisa, o estoque possui uma prateleira para organização de caixas (produtos que estão a espera para exposição), assim o controle dos produtos no estoque será mais adequado de forma organizada, observando produtos que entram e que saem do estoque tanto quando são vendidos ou quando são direcionados para exposição. 13 CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS BALLOU, Ronald H. Logística empresarial: transportes, administração de materiais e distribuição física. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2011. CORRÊA, H. L.; CORRÊA, C. A. Administração de Produção e Operações. Manufatura e Serviços: uma abordagem estratégica. 4º ed. São Paulo: Atlas, 2017. DIAS, Marco A. P. Administração de Materiais: princípios, conceitos e gestão. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2012. FABRIMETAL. Sistema de armazenagem. 2016. Disponível em: http://www.sistemadearmazenagem.com.br/sistemas-de-armazenagem-fifo-e-lifo. Acessado em abril de 2023. FENERICH, F. C. 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