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AULA 4 - 11/03/2024 INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA Estudos epidemiológicos: Pressupõe-se que que a doença humana não ocorre ao acaso. Existem fatores determinantes que podem ser identificados através da investigação sistemática, em diferentes populações/subgrupos, períodos e lugares. TIPOS DE ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS: A) OBSERVACIONAIS: A.1) Estudos descritivos (ANÁLISE DE DADOS) A.2) Estudos analíticos (TESTAR HIPÓTESES): Ecológico ou de Correlação Transversal ou de Prevalência Casos e controles ou Caso-referência Coorte ou Longitudinal (Follow-up) B) EXPERIMENTAIS: Ensaios clínicos randomizados Ensaios de campo Ensaios comunitários A) OBSERVACIONAIS: A.1) Estudos descritivos (ANÁLISE DE DADOS): É o primeiro passo em uma investigação epidemiológica Consiste na simples descrição do estado de saúde de uma comunidade a partir de dados rotineiramente coletados (dados secundários) ou coletados diariamente por questionários específicos (dados primários) A.2) Estudos analíticos (TESTAR HIPÓTESES): ECOLÓGICO OU DE CORRELAÇÃO: Possuem um papel fundamental quando a variável de interesse é, por definição, uma medida de grupo ao invés de uma medida individual. Estes estudos permitem obter respostas rápidas. Esses estudos referem-se a populações como um todo ao invés de indivíduos, não sendo possível relacionar uma exposição à ocorrência de uma doença na mesma pessoa. TRANSVERSAL OU PREVALÊNCIA: Investigação das associações entre a doença ou outro desfecho e prováveis fatores de risco, sendo estes últimos geralmente coletados simultaneamente à doença. Medem a prevalência da doença. Limitações: Não é adequado para doenças raras CASOS CONTROLE: Esse tipo de delineamento é mais apropriado para doenças raras, com baixa incidência ou períodos de latência prolongados Este estudo inclui pessoas com a doença (ou outra variável de desfecho) e um grupo controle (grupo de comparação ou referência) composto por pessoas não afetadas pela doença ou variável de desfecho. Estudos de caso-controle podem ser retrospectivos, já que geralmente o investigador está olhando para o passado, a partir da doença para uma possível causa e ambos já aconteceram. Mas podem ser prospectivos, quando os dados são continuamente coletados no decorrer do tempo. É longitudinal, diferente de estudos transversais (há um acompanhamento). COORTE: Estudo que parte de indivíduos sadios, os quais são classificados em um ou mais grupos com base na presença, ausência ou diferentes graus de exposição a algum fator, e são acompanhados por um período específico de tempo para avaliar o desenvolvimento da doença/desfecho em cada grupo. As variáveis de interesse são especificadas e medidas, e a coorte inteira acompanhada com o objetivo de ver se o surgimento de novos casos de doença/desfecho difere entre os grupos, conforme a presença ou não de exposição. Requer longos períodos de acompanhamento (doença pode surgir após exposição prolongada) Podem ser RETROSPECTIVOS ou PROSPECTIVOS B) EXPERIMENTAIS ENSAIOS CLÍNICO RANDOMIZADOS: É um estudo no qual os sujeitos são os pacientes. É padrão-outro para estudos de intervenção. O principal objetivo do ensaio clínico é testar o possível efeito (eficácia) de uma intervenção terapêutica ou preventiva sobre a doença ou outro desfecho. Os indivíduos são alocados aleatoriamente para grupos chamados de estudo (ou experimental) e controle, de modo a serem submetidos (exposto) e não submetidos (não exposto) a uma intervenção em saúde. Randomização (ou aleatorização): Para assegurar que os grupos comparados sejam equivalentes, os pacientes são alocados de forma aleatória, ou seja, ao acaso. Mascaramento ou cegamento: os ensaios clínicos devem ser preferencialmente duplo-cegos, ou seja, os pacientes e os observadores que coletam os dados não devem saber que tipo de intervenção é realizada em cada participante. ENSAIOS DE CAMPO: Neste estudo, o objetivo é pesquisar um grupo com características próprias, como por exemplo estrutura social, características socioeconômicas, culturais, dentre outras, de forma que o objeto investigado seja a interação dos componentes do próprio grupo. A pesquisa é realizada através da coleta de dados diretamente com as pessoas investigadas; Maior tendência a se utilizar instrumentos de coleta (questionários, formulários, entrevistas, juntamente com documentos e referências literárias que irão contribuir para a reflexão do pesquisador). A diferença básica com os ensaios clínicos refere-se à população na qual o estudo é conduzido. Aqui, os estudos envolvem indivíduos que são livres da doença, mas que presumivelmente estão sob o risco (residem/estão no mesmo contexto). ENSAIOS COMUNITÁRIOS: Os grupos de tratamento são comunidades ao invés de indivíduos. Se trabalha com bairros, áreas geográficas, indústrias, corporações e NÃO trabalha com pessoas (individualizados);. Particularmente apropriado para doenças que tenham suas origens nas condições sociais e que possam ser facilmente influenciadas por intervenções dirigidas ao comportamento do grupo ou do indivíduo. São muito usados quando estamos trabalhando com doenças endêmicas! O uso desse tipo de estudo é crescente em saúde coletiva. Quando aplicados os mesmos princípios do ensaio clínico, é chamado de ensaio comunitário controlado randomizado (ECCR).
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