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CINESIOTERAPIA COLUNA VERTEBRAL: DESVIOS POSTURAIS Postura é o alinhamento das partes do corpo quando se está em pé, sentado ou deitado. É descrita pelas posições das articulações e dos segmentos do corpo e também em termos do equilíbrio entre os músculos que cruzam as articulações. Comprometimentos nas articulações, nos músculos ou nos tecidos conjuntivos podem levar a posturas defeituosas; ou, reciprocamente, as más posturas, podem levar a comprometimentos das articulações, dos músculos e dos tecidos conjuntivos, assim como a sintomas de desconforto e dor. Muitas queixas de base musculoesquelética podem ser atribuídas às sobrecargas que ocorrem em consequência de atividades repetitivas ou mantidas estando em um alinhamento postural habitualmente errado. ESTRUTURA DA COLUNA VERTEBRAL A estrutura da coluna vertebral consiste em 33 vértebras: 7 cervicais, 12 torácicas, 5 lombares, 5 sacrais e 3 ou 4 coccígenas. Articulam-se com a coluna 12 pares de costelas na região torácica, o crânio no topo da coluna na articulação atlanto-occipital e a pelve na articulação sacro-ilíaca. COMPONENTES FUNCIONAIS DA COLUNA VERTEBRAL Em termos funcionais, a coluna vertebral está dividida nos pilares anterior e posterior · O pilar anterior é feito dos corpos vertebrais e discos intervertebrais e é considerado a porção hidráulica da coluna, que sustenta o peso do corpo e absorve choques. O tamanho do disco influencia a quantidade de movimento disponível entre as duas vértebras. · O pilar posterior, ou arco vertebral, é constituído dos processos articulares e facetas articulares, que provêm o mecanismo de deslizamento para o movimento. A orientação das facetas influencia a direção do movimento. Fazem parte também da unidade posterior as alavancas ósseas, os dois processos transversos e o processo espinhoso, local onde os músculos se inserem e funcionam de modo a produzir e controlar os movimentos e prover estabilidade para a coluna vertebral. Movimentos da Coluna Vertebral Plano sagital – Flexão – Extensão Plano coronal – Inclinação à direita – Inclinação à esquerda Plano longitudinal – Rotação ou circundação Amplitude de Movimento da Coluna Vertebral Segmento cervical Flexão Extensão Lateralização: Rotações Segmento torácico Rotação Lateralização Segmento Lombar Flexão – 0º à 90º Extensão – 0º à 35º Inclinação lateral – 0º à 40º HIPERCIFOSE - é o aumento da curvatura torácica, com protusão dos ombros; - pode ser causada por postura relaxada, retração de peitorais ou ainda por patologias; - existem dois tipos de cifose, fisiológica ou patológica; - a cifose é menos comum que a escoliose, mas alguns tipos são mais perigosos, pois são progressivos; - causas: má postura no adolescente, meninas com má postura na fase de formação dos seios, adultos com má postura profissional/ocupacional, ou ainda patologias como a Doença de Scheuermann, causas congênitas como falha na segmentação vertebral, mielomeningocele, traumatismos, tumores, osteoporose, espondilite anquilosante; - tratamento cinesioterápico: existem muitos exercícios para a correção de cifoses e todos eles têm o objetivo básico de alongar peitorais e fortalecer retratores da escápula e músculos das costas; HIPERLORDOSE - é a curvatura fisiológica que se observa no perfil de uma coluna vertebral, nas regiões cervical e lombar; - o uso constante deste termo faz com que se associe a lordose fisiológica ao aumento da curvatura na região lombar, uma cifose patológica (seria então uma hiperlordose ou uma lordose acentuada); - a lordose lombar está diretamente relacionada com a obliquidade pélvica (em torno de 20°) e sendo superior a isto causa o deslocamento do centro de gravidade e alteração de todas outras curvaturas; - a obliquidade ideal da pélvis está associada ao equilíbrio muscular entre as paredes anterior e posterior do tronco (equilíbrio em X); - tratamento: exercícios de "encaixe" de quadril ou de báscula de bacia são ideais para a retificação da coluna lombar pois corrigem a lordose acentuada e diminuem a doe - como princípio básico de tratamento para lordoses acentuadas temos fortalecimento de abdominais e alongamento de paravertebrais lombares (equilíbrio em X); - a base para o tratamento cinesioterápico de lordoses é a Série de Willians (e os alongamentos da cadeia posterior). - com estes procedimentos a pessoa aprende o "encaixe" de coluna, ou seja, aprende a retificação da coluna lombar; ESCOLIOSES - é uma curvatura anormal da coluna, com desvio lateral (da linha média) não fisiológico; - princípios básicos para um bom tratamento: reconhecimento precoce da curvatura anormal, correção de curvaturas existentes, prevenção da evolução das curvaturas e conscientização da boa postura; - principais sinais e sintomas: aparência desagradável com problemas físicos e emocionais, lombalgias e dorsalgias e complicações respiratórias ou cardíacas com o gradeado costal deformado; - por muito tempo o tratamento para escolioses incluiu repouso no leito, tração, exercícios simétricos e assimétricos, coletes de gesso ou até cirurgias; - atualmente os tratamentos são baseados em exercícios que vão evitar a progressão da escoliose ou corrigir uma curvatura já existente; - em muitos casos é necessário o uso do colete de Milwaukee, mas mesmo assim deve-se fazer a cinesioterapia; - os exercícios melhoram a postura, aumentam a flexibilidade e melhoram o tônus em geral, músculos e ligamentos, além de ter o efeito psicológico pois aumentam o bem estar e a auto-estima. Classificação das escolioses Quanto ao formato: em C (curvatura única) ou em S (quando há uma compensação) Quanto à origem: - estrutural: é uma curvatura fixa, que não se retifica com a flexão lateral ou em decúbito ventral, não é corrigida por posicionamentos, e pode apresentar gibas; - giba: é mais aparente na região torácica com a inclinação do tronco para frente, e é decorrente da rotação das vértebras ou assimetria das costelas; - postural (ou adquirida): estas podem ser transitórias ou bastante persistentes, mas não sofrem alterações anatômicas estruturais; elas se retificam através de inclinação lateral ou anterior de tronco ou em decúbito ventral. Quanto à idade: (para cada caso são diagnósticos e prognósticos diferentes) - escoliose infantil: nos 3 primeiros anos de vida; - escoliose juvenil: desenvolve-se entre 4 e 12 anos nas meninas e entre 4 e 14 anos nos meninos; - escoliose do adolescente: após os 12 anos em meninas e após os 14 anos em meninos e antes da maturidade óssea ( 18 a 20 anos); - escoliose do adulto: curvatura que existe após a maturidade. Quanto à graduação: - escoliose leve: menos de 20° (até 10° é considerada normal); - escoliose moderada: 20 a 40 ou 50 °; - escoliose grave: de 40 a 50° para cima; ( de 60 a 70° ou mais podem ocorrer alterações cardiopulmonares importantes e diminuem a expectativa de vida). Curvaturas na escoliose: - curvatura primária: é a primeira que aparece, pode ser difícil de identificá-la posteriormente e ela pode não ser a principal; - curvatura principal: é a maior das curvaturas, com a maior angulação (ver método de Cobb, próxima página); - curvatura secundária (compensatória): é aquela que se desenvolve depois da curvatura principal, na tentativa de manter o alinhamento corporal, produzindo uma escoliose compensada; - curvatura menor: é a menor de todas as curvaturas; - curvatura dupla principal: ocorre quando temos duas curvaturas de igual importância e uma equilibra a outra (geralmente toráxica e lombar); - curvatura ou escoliose compensada ou equilibrada: ela ocorre quando a curvatura principal (maior) tem a mesma angulação das curvaturas compensatórias ou secundárias; apesar das curvaturas o fio de prumo desce verticalmente do occipital; - curvatura ou escoliose descompensada ou desequilibrada: ela ocorre quando a soma dos graus das curvaturas compensatórias não se iguala ao grau de deformidade da curvatura principal; o fio de prumo passa pelo occipital masnão passa pela fenda glútea. Direção das curvaturas; - elas são geralmente identificadas pela convexidade; como exemplo, em uma escoliose em C à Dir., temos a convexidade à Dir. e a concavidade à Esq.. OBS.: a finalidade do tratamento é diminuir o grau das curvaturas e recuperar e manter o alinhamento corporal, fazendo com que a criança chegue à maturidade óssea com boa postura; os exercícios e a conscientização da boa postura são fundamentais e devem ser feitos também com o uso de coletes. Método de Cobb: O ângulo de Cobb é um método preconizado pela Scoliosis in Research Society of North América e foi criada pelo Dr. John Robert Cobb (1903-1967), um ortopedista Norte Americano, sendo atualmente utilizada em todo o mundo para quantificar a angulação frontal da escoliose em uma radiografia de incidência A-P (ântero-posterior). É uma linha traçada no RX perpendicularmente à margem superior da vértebra mais ao alto que mais se inclina para a concavidade; outra linha é traçada na borda mais inferior da vértebra mais distal (em baixo) com maior inclinação para a concavidade; o ângulo formado por estas linhas nos dá a angulação da escoliose. A figura abaixo é um outro exemplo legal de mesnuração do ângulo de Cobb Na figura acima existe escoliose uma destro-convexa primária torácica (convexidade para o lado direito) medindo 52 graus e uma escoliose sinistro-convexa (convexidade para o lado esquerdo) medindo 47 graus. A classificação da Escoliose é feita da seguinte maneira: Escoliose leve: ângulo de Cobb menor que 20º. Escoliose moderada: de 20 a 40º. Escoliose grave: de 40 a 50º ou mais Comprimento dos MMII: - o bom alinhamento da coluna depende da horizontalidade da pélvis e uma pélvis oblíqua pode produzir uma escoliose; - a obliquidade pélvica pode ser devida a uma contratura acima ou abaixo da pélvis, ou decorrente de desigualdade do comprimento de MsIs; - isto pode ser postural ou adquirido, e pode ser por crescimento assimétrico do fêmur ou da tíbia, ou ainda por deformidade pós trauma, patologia em quadril, genu varo ou valgo, etc.. Tratamento: - os objetivos são de aumentar a flexibilidade das estruturas retraídas e alongar o tronco; - o princípio básico para a correção de uma escoliose é dirigido para a curvatura, onde se deve alongar a musculatura do lado encurtado e fortalecer a musculatura do lado flácido; - o início do tratamento baseia-se na etiologia, tipo e localização da curvatura, idade da criança e progressão da deformidade; - fortalecer simetricamente os músculos do tronco usados para controle e estabilidade do tronco. MARCHAS QUADRUPÉDICAS DE KLAPP Klapp preconiza igualmente dois modos de deambulação a partir da posição quadrupédica: a marcha cruzada e a marcha a passo travado. As duas vão gerar inclinações laterais, com efeito entre as cinturas escapular e pélvica e nas flexões laterais da coluna durante a deambulação. O dorso dos pés deve estar no solo e recomenda-se o uso de joelheiras e proteção para as mãos. Os seus exercícios se baseiam no: treinamento e fortalecimento da musculatura do tronco na posição de "gatas“ e joelhos. · Princípios Básicos do método: · Relaxamento dentro da posição inicial; · Sucessão de fases: mobilização, alongamento, fortalecimento, correção (deslocamento dinâmico); · Limite do equilíbrio possível; · Coxa de sustentação; · Ponta do pé (desliza sobre o chão); · Equilíbrio entre a tração cervical e retroversão; · Pequenos grupos; · Comando de voz; · As cinturas voltam obrigatoriamente à horizontal. · Fundamentos da Técnica: · Movimentos em linha reta; · Material para proteger as articulações; · Roupas adequadas; · Intercalar - respiração e relaxamento. · Contraindicações: Limitação de movimento , Hiperfrouxidão ligamentar, Quadro álgico aumentado, Cervicalgia aguda. · POSIÇÃO INICIAL: · Apoio sobre os joelhos e mãos – 4 APOIOS ou GATAS · MMSS: Cotovelos estendidos; Dedos das mãos para frente; Mãos apoiadas em distância biacromial; · TRONCO: Cabeça em extensão axial; Coluna neutra · MMII: Ângulo reto entre coxa e perna; Ponta dos pés em contato com o solo. No exercício de “engatinhar perto do chão" o paciente apoiado nos cotovelos a 90º, os dedos e mãos direcionados para frente, a cabeça erguida, quadril e joelhos a 90º e realizar movimentos de hipercifose torácica e hiperlordose lombar. No exercício de “engatinhar perto do chão" o paciente apoiado nos cotovelos a 90º, os dedos e mãos direcionados para frente, a cabeça erguida, quadril e joelhos a 90º e realizar movimentos de hipercifose torácica e hiperlordose lombar. . Pedir ao paciente para deslizar o tronco e os membros superiores em direção ao lado convexo da escoliose, o que consiste no exercício de “deslizamento lateral”. No exercício “engatinhar lateral”, o paciente fica na posição quadrúpede, com as mãos direcionadas interiormente, levando para frente o membro superior e para trás o membro inferior do lado da concavidade, a cabeça era mantida rodada para o lado da convexidade. No exercício “arco grande”, o paciente também na posição quadrúpede, estende o membro superior e o membro inferior do lado côncavo em diagonal. O joelho e o cotovelo contralateral são mantidos aproximados. No exercício seguinte, “virar o braço”, o paciente novamente na posição de gatas, com membro superior do lado côncavo em extensão e abdução de 90º, realiza uma rotação do tronco acompanhado da cabeça também em direção ao lado da concavidade. No sétimo exercício chamado a “grande curva”, o paciente de gatas realiza uma extensão do membro superior e do inferior do lado da concavidade. PROPRIOCEPÇÃO Receptores: · Receptores Viscerais: · Interoceptores ou Visceroceptores (vísceras ou vasos): fome, sede, prazer sexual ou dor visceral. · Receptores Somáticos: · Exteroceptores (externos): calor, frio, luz, etc. · Proprioceptores (músculos, tendões, fáscias, ligamentos, cápsulas). · Conscientes (percepção da posição do corpo): · Atividade muscular; · Movimento das articulações; · Cinestesia (sentidos de posição e movimento) · Permite sem o auxílio da visão, situar uma parte do corpo ou perceber o seu movimento. · Inconscientes (não despertam nenhuma sensação): · Produz uma regulação reflexa da atividade muscular; · Fibras emergem para o cerebelo: movimentos suaves e precisos. Sensibilidade: · Superficial: · Exteroceptores. · Profunda: · Proprioceptores; · Interoceptores. · Exteroceptores: estão na superfície externa; · Proprioceptores: estão na parte própria (sustentação); · Interoceptores: estão na superfície interna, estão em todas as paredes que fazem o limite entre o meio interno e externo, estão nas mucosas das vísceras. Proprioceptores: · Emitem sinais aos centros superiores que nos transmitem informações sobre a direção, a força e a velocidade dos movi/tos; · Com a lesão emitem “falsas” informações; · Instabilidade funcional: · Incoordenação motora, devendo portanto, a reeducação proprioceptiva ativar os receptores pela coordenação dos reflexos proprioceptivos e reorganização muscular, restabelecendo a estabilidade e o equilíbrio articular. · As informações sobre as modificações micromecânicas da articulação deverão ser rápidas e corretamente transmitidas ao SNC, para que, funcionalmente, sirva para: 1) Proteção da articulação de danos, devido a movimentos excessivos; 2) Determinar um equilíbrio entre as forças agonistas e antagonistas; 3) Participar na elaboração de uma imagem somatossensorial. Reeducação Proprioceptiva: Deverá ser iniciada a partir do momento em que ocorrer: a) Completa cicatrização da lesão, quando observamos a regressão do quadro doloroso; b) ADM completa, para os exercícios abrangerem toda amplitude da articulação; c) Mínimo de força muscular, para que o paciente desenvolva os exercícios com segurança. A técnica consiste em gerar um desequilíbrio calculado, para que ocorra uma contração muscular oposta ao movimento solicitado (reação de defesa). A técnica dos exercícios devem seguir uma ordem, uma progressãoque está relacionada com o grau de dificuldade que se quer impor ao paciente: · Prancha para deslizamento; · Apoio bipodal com descarga do peso corporal; · Apoio bipodal apoiando em uma barra fixa; · Pranchas de Freeman; · Skate; · Espuma; · Saltar; · Balancin; · Caminhar na areia e na espuma; · Caminhar; · Correr. EXERCÍCIOS PENDULARES DE COODMAN: (para mobilidade precoce do ombro) Definição: - São técnicas de automobilização que usam o efeito da gravidade para "separar" o úmero da cavidade glenóide. Eles ajudam a aliviar a dor através de movimentos oscilatórios e pendulares, tracionando a cabeça do úmero pelo peso do braço e pela ação da gravidade, que puxam o braço para baixo pelo próprio posicionamento da técnica. Com esta técnica vamos dar mobilidade precoce às estruturas articulares, alongamento da cápsula e melhora do líquido sinovial; também evitam a abdução exagerada e minimizam a elevaçãoda escápula. Técnica: - serão feitos movimentos de flexão, extensão, abdução e adução na horizontal e circundução; - o arco de movimento (ADM) deve aumentar de acordo com a tolerância do paciente, pois esta técnica NÃO deve causar dor; - é iniciada com um movimento em pêndulo ou balanço do braço, fazendo com que o paciente inicialmente movimente o seu braço para frente e para trás (para dar impulso); - os movimentos pendulares são um impulso ativo (do paciente) ou com auxílio do terapeuta, mas depois eles serão passivos, com os braços pendentes, que fazem os movimentos pendulares; - estes exercícios pendulares de Coodman poderão ser feitos ativamente em uma outra fase; são realizados com o tronco na mesma posição e o braço ativamente balançado nos planos pendulares. - um peso pode ser preso à mão do paciente, com o braço balançando num plano ântero-posterior, lateral e com circundução, livremente (dependendo da fase de evolução do caso); - esta técnica, de início, não exige trabalho muscular nenhum da articulação escápulo-umeral, mas somente um trabalho muscular do tronco em flexão; Posicionamento: - em pé, com flexão do tronco, formando um ângulo reto entre coluna e MMII; se o paciente referir dor lombar ou outra, usar o decúbito ventral; - joelhos ligeiramente fletidos, para diminuir a lombalgia e dores na panturrilha; - a cabeça apoiada na mesa ou no outro braço permite um movimento relaxado e boa concentração nos movimentos. OBS: se o paciente apresentar aumento de dor ou diminuição da ADM, reavaliar o uso da técnica. SÉRIE DE NICHOLAS São exercícios usados para se trabalhar basicamente ISOMETRIA DE QUADRÍCEPS. OBS: Nas Síndromes do Mau Alinhamento Patelar é importante: · alongamento de quadríceps · melhorar a musculatura de quadríceps (através da Série de Nicholas) em mau alinhamento grave pode ser necessária a cirurgia. Os Exercícios de Nicholas permitem o trabalho da musculatura da coxa (principalmente quadríceps), isometricamente, sem sobrecarregar o compartimento fêmuro-patelar. Os exercícios podem ser iniciados sem peso e depois começar com um peso leve (1/3 distal da tíbia); este aumenta progressivamente à medida que o paciente vai suportando melhor os pesos. O peso máximo a ser usado é aquele com o qual o paciente consegue fazer + ou - 50 repetições, fazendo + ou - 25 vezes, dando um intervalo de + ou - 30 segundos e repetindo mais 25 vezes. Esse peso máximo (não precisa de Teste de R.M. porque ainda é isométrico, o peso é pequeno) varia de paciente para paciente. Os exercícios são feitos de maneira pausada, associados ou não à respiração. São contra-indicados os exercícios de extensão do joelho partindo de flexão, ou seja, de 90 graus a 0, pois aumentam a pressão no compartimento fêmuro-patelar, agravando a patologia. Basicamente são 5 exercícios: 1) paciente em decúbito dorsal, fazer 50 repetições de levantamento da perna (flexão de quadril), com o joelho em extensão. 2) paciente em decúbito lateral, contra-lateral ao membro a ser trabalhado, fazer a abdução do quadril, com o joelho em extensão; o joelho oposto deve estar fletido sob o outro, estando totalmente apoiado sobre o divã ou colchonete. 3) paciente em decúbito lateral, homolateral ao membro a ser trabalhado, fazer a adução do quadril, com o joelho em extensão; o joelho oposto deve estar fletido sobre o outro, cruzando-o, estando o pé apoiado sobre o divã ou colchonete. 4) paciente em decúbito ventral, com um travesseiro sob o abdomen, terapeuta apoiando sobre o quadril, evitando o aumento da lordose lombar, fazer a hiperextensão do quadril, com o joelho em extensão. 5) paciente sentado na beira do divã, com o joelho fletido a + ou - 75 a 80 graus, fazer 50 repetições de levantamento e abaixamento da perna (flexão de quadril); a elevação do joelho com relação ao divã deve ser de aproximadamente de 15 a 20 cm. OBS: - extensão total e flexão total de joelhos aumentam a pressão patelar; portanto podemos permitir uma ligeira flexão de joelho; - podemos iniciar a série sem peso nenhum e depois realizar os exercícios com ½ kg e aumentar gradativamente. SÉRIE DE WILLIANS: · Objetivos: - alongar paravertebrais lombares e fortalecer músculos abdominais (reto e oblíquos). - obter um melhor controle do ritmo respiratório (associar exercícios e respiração). - conseguir um bom posicionamento do segmento pélvico e coluna lombar. · Indicações: - Lombalgias - Lombociatalgia - Artroses - Hérnias e/ou protusões discais . · Contraindicações: - Osteoporose - Fraturas recentes - Placas, parafusos, fios · Técnica: - consiste de 10 ou 12 exercícios em média, que devem ser ensinados ao paciente um a um, sendo o primeiro (báscula de bacia) muito difícil para alguns e às vezes até para o terapeuta. - só se deve passar para o próximo exercício depois que o anterior estiver sendo bem executado pelo paciente. - os exercícios serão aplicados em séries, cada série com um número de exercícios, número este que vai ser determinado pelo terapeuta de acordo com a capacidade e evolução do paciente. - só se deve autorizar o paciente a fazer exercícios em casa quando se tiver certeza de que ele já está fazendo corretamente a série. - estes exercícios devem ser progressivos (do mais fácil ao mais difícil). - podem ser necessários alongamentos complementares de paravertebrais lombares e I.T. OBS: - A Série de Willians não é padronizada, portanto cada terapeuta pode adotar sua série, não se esquecendo de respeitar a dificuldade imposta pelos exercícios ao paciente. · Posição de Fawler: posição que devem ser feitos os exercícios da série (paciente em decúbito dorsal, com flexão de quadril a + ou - 45 graus, flexão de joelho a mais ou menos 90 graus, com os pés apoiados no divã ou no colchonete). Exercício 1 · Com as coluna apoiadas sobre uma superfície dura, e com os joelhos fletidos, encolha a barriga e contraia os músculos das nádegas. Permaneça por 5 segundos e relaxe. Repita esse exercícios 10 vezes. Exercício 2 · Deitado na posição inicial, contraia os músculos abdominais, cruze os braços sobre o peito, levante a cabeça e leve o queixo em direção ao peito. Mantenha-se nessa posição durante 5 segundos. Relaxe. Repita esse exercícios 10 vezes. Exercício 3 · Deitado na posição inicial, levante um joelho em direção ao tórax, alternadamente (direito e esquerdo). Ao mesmo tempo, levante a cabeça e os ombros do chão como no exercício 2. Mantenha esta posição durante 5 segundos. Relaxe. Repita esse exercícios 10 vezes. Exercício 4 - Deitado na posição inicial, puxe os dois joelhos em direção ao tórax e, ao mesmo tempo, levante a cabeça e o ombro do chão. Mantenha esta posição durante 5 segundos. Relaxe. Repita esse exercícios 10 vezes. Pode-se colocar uma faixa ou uma corda para que o paciente sustente as pernas sozinho. Exercício 5 - Realização da ponte, fortalecendo a região posterior e alongando a região anterior. Erguer o quadril com as mão no solo. Fazer 6 repetições, cada uma com 20 segundos de duração. Exercício 6 - Paciente sentado tentando encostar as mãos nos dedos dospés. O dorso deve formar um arco e a cabeça deve estar levemente fletida. Pode -se dobrar um pouco joelho e ir estendendo aos poucos. Todos estes exercícios devem ser repetidos 6 vezes, cada repetição durando cerca de 20 a 25 segundos. EXERCÍCIOS DE PEET (Exercícios para Síndrome do Desfiladeiro Cervical) 1- Ficar de pé, segurando pesos de 1 kg em cada mão (sacos de areia, halteres) a- levantar os ombros para cima e para frente e relaxar; b- levantar os ombros para cima e para trás e relaxar; c- levantar os ombros e relaxar. 2- Ficar de pé com os braços abertos e palmas das mãos para baixo. Levantar os pesos até que os dorsos das mãos se encontrem sobre a cabeça com os cotovelos estendidos. Relaxar e repetir. * variante: a partir de braços ao longo do corpo, proceder da mesma forma. Obs: À medida que o paciente for fazendo o exercício com mais facilidade, aumentar o peso. 3- Apoiar-se num canto da sala com os braços abertos na altura dos ombros, mãos espalmadas para frente, apoiadas na parede, cotovelos fletidos, músculos abdominais contraídos. Lentamente, encoste e empurre o tórax contra a parede. Inspire profundamente, volte à posição anterior e expire. Relaxar e repetir. 4- Ficar de pé com os braços ao longo do corpo. a- tentar encostar a orelha no ombro esquerdo, sem levantar o ombro; b- tentar encostar a orelha no ombro direito, sem levantar o ombro. Relaxar e repetir. 5- Deitar em decúbito ventral com as mãos cruzadas nas costas. a- levantar o tórax empurrando o ombro para trás e o queixo para frente; b- inspire profundamente enquanto estiver na posição (a), a seguir expire e volte à posição anterior. Relaxar e repetir. 6- Deitar em decúbito dorsal com os braços ao longo do corpo e um cochim entre as escápulas. a- levantar os pesos até acima da cabeça enquanto inspira profundamente; b- abaixar os braços para a posição inicial enquanto expira. 7- Idem ao anterior, com os braços partindo da abdução. EXERCÍCIOS DE KEGEL A série de Kegel é composta de exercícios para o soalho pélvico; tanto na mulher quanto no homem. É a contração ativa dos músculos pubococcígeos e do esfíncter anal, que vão produzir a melhora do estado de contração e relaxamento do soalho pélvico. É a contração repetida desses músculos (como numa tentativa de interromper a micção ou a defecação) durante 5 a 10 minutos, 3 a 4 vezes por dia, para restabelecer o trofismo e a sua função. Nas mulheres, estes exercícios combatem o vaginismo, que ocorre quando a mulher contrai os músculos da vagina involuntariamente, impedindo a penetração. No homem, os exercícios de kegel também servem para combater a ejaculação precoce e para tratar a disfunção erétil. Técnica: Para fazer os exercícios de Kegel deve-se seguir os seguintes passos: 1. Esvaziar a bexiga; 2. Identificar o músculo pubococcígeo: para isso, tentar interromper o jato de xixi enquanto urina; 3. Voltar a contrair o músculo pubococcígeo depois de urinar para se certificar que sabe contrair o músculo corretamente; 4. Realizar 10 contrações seguidas do músculo; 5. Relaxar por alguns instantes; 6. Retomar o exercício, fazendo, pelo menos, 10 séries de 10 contrações todos os dias. Os exercícios de kegel podem ser realizados em qualquer posição, seja sentado, deitado ou de pé, e podem inclusive ser realizados com o auxílio de bolas de ginástica. No entanto, é mais fácil iniciar estando deitado com as pernas dobradas. PLIOMETRIA A Pliometria é uma forma de treinamento de força com a finalidade de desenvolver potência explosiva em atletas, os exercícios pliométricos acentuam a geração rápida de força principalmente durante a fase excêntrica (alongamento) da ação muscular, e aceleram a transição entre as fases excêntrica e concêntrica (encurtamento), isto aumenta a capacidade do músculo de sustentar uma carga durante a amplitude de movimento, permitindo que o atleta traduza força em potência de maneira mais eficiente. Clinicamente a pliometria é realizada de forma especifica em relação ao treinamento, isto significa que o movimento realizado pelo paciente (atleta) deve corresponder ao máximo possível, aos movimentos realizados durante a competição sem prejudicar o estado de saúde do paciente. A Pliometria foi descrita como uma ação muscular chamada de CICLO ALONGAMENTO ENCURTAMENTO (CAE), que pode ser definido como um fenômeno em que o padrão natural de alongamento do músculo ativo produz a energia que é armazenada na junção musculotendínea, para uso futuro, em uma contração subsequente de encurtamento ou concêntrica do CAE. A Pliometria é descrita como exercícios de alongamento e contração ou treinamento neuromuscular reativo. Basicamente há três fases no exercício pliométrico. A FASE DE PRÉ-CARGA: · Excêntrica refere-se aos momentos iniciais do movimento nos quais os fusos musculares são estimulados e alongados durante a contração excêntrica em movimentos como descer degraus ou agachar absorvendo a força de reação do solo, é ai que ocorre o armazenamento de energia elástica. A FASE DE AMORTIZAÇÃO: · Refere-se ao intervalo entre o fim da contração excêntrica e início da contração concêntrica, reação explosiva que acelera o corpo ou membro ativo na direção desejada, sendo que esta fase deve ser o mais breve possível, pois um longo intervalo pode se perder muita energia elástica. A FASE CONCÊNTRICA: · Representa o efeito cumulativo das fases excêntricas e da amortização durante uma poderosa contração concêntrica. Em relação à frequência desses exercícios, normalmente são efetuadas de uma a três sessões por semana. Conforme aperfeiçoada a condição do atleta as sessões passam a ser mais intensas duas vezes por semana quando realizada pré-temporada, e durante a temporada a realização de uma sessão por semana é adequada para a maioria dos esportes, é importante ressaltar que esses exercícios não devem ser realizados em dias consecutivos. Outro fator importante a ser destacado é a realização de um pré-aquecimento e alongamento. Antes da realização dos exercícios pliométricos, podem realizar assim uma sessão de exercícios mais segura e eficaz. Após a realização do pré-aquecimento e alongamento, é realizada a sessão de Exercícios Pliométricos. Depois de concluída a sessão de exercícios a realização de uma caminhada de 3 a 5 minutos ou exercícios leves para resfriamento são recomendados, o alongamento de 3 a 5 minutos após o treinamento também é indicado. Devemos observar que durante a inatividade de um atleta a flexibilidade se perde muito rapidamente. Por isso, ela tem de ser trabalhada durante toda a temporada. Outro aspecto é que os exercícios de alongamento precisam ser incluídos nos treinos da temporada e até mesmo nos períodos sem competições.
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