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Plano de Negócios Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Me. Kellyn Telles Cunha Revisão Textual: Prof. Me. Claudio Brites Gestão de Pessoas e Habilidades Gerenciais • Gestão de Pessoas; • Gerente x Liderança; • Pipeline de Liderança. • Capacitar o aluno com ferramentas para liderança e trabalho em equipe. OBJETIVO DE APRENDIZADO Gestão de Pessoas e Habilidades Gerenciais Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam- bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Gestão de Pessoase Habilidades Gerenciais Gestão de Pessoas Falar de gestão de pessoas é falar de gente, de mentalidade, de vitalidade, ação e proatividade. Para o novo Recursos Humanos, administrar “com” as pessoas sig- nifica que a organização ouve seus colaboradores e os vê como parceiros internos que colaboram para o crescimento da empresa. Precisamos lembrar que as pessoas passam em média 70% das suas vidas traba- lhando dentro das organizações. De um lado, o trabalho toma considerável tempo das vidas e dos esforços das pessoas que dele dependem para sua subsistência e sucesso pessoal. Separar o trabalho da existência das pessoas é muito difícil, se- não quase impossível, diante da importância e do impacto que ele provoca nelas. Assim, as pessoas dependem das organizações nas quais trabalham para atingirem seus objetivos pessoais e individuais. Crescer na vida e ser bem-sucedido quase sempre significa crescer dentro das organizações. Gerir pessoas significa conhecê-las e identificar seu potencial e suas necessida- des. Portanto, uma avaliação periódica e objetiva é necessária, proporcionando, dessa forma, entre outros, as seguintes possibilidades ao gestor: • Avaliar de forma adequada o empregado em sua respectiva faixa salarial, se- gundo o seu desempenho no cargo, através de pontuação numérica; • Determinar necessidades de treinamento e criar subsídios para seleção de pessoal; • Determinar possíveis promoções de cargos, por mérito no desempenho; • Detectar funcionários ineficientes para possíveis remanejamentos internos; • Detectar problemas de conflitos internos e sua solução (caso à caso); • Aferir progresso e evolução profissional dos colaboradores; • Aferir a absorção de conhecimentos nos treinamentos realizados; • Determinar o nível de motivação e crescimento de pessoas, equipes, seções e departamentos, como um todo; • Produzir formas regulares de avaliação da satisfação, empenho e comprometimento. O que muda, então, na Gestão de Pessoas quando se trata de um hospital, labo- ratório, clínica ou áreas ligadas à saúde, por exemplo? Primeiramente, trabalhamos com vidas e pessoas que dependem de um cuidado diferenciado e, para isso, os gestores têm um papel fundamental. Nas organizações de saúde, essa realidade não é nada diferente. A inabilidade dos gestores e a falta de competências conceituais, técnicas e humanas colaboram para esse processo retardatário no qual a gestão de pessoas ainda se encontra, isso na maioria das organizações, principalmente nas do setor saúde. A gestão de pessoas em organizações de saúde é extremamente importante, precisando trabalhar em conjunto com a direção geral desse tipo de estabelecimento, 8 9 caminhando lado a lado. Somente assim ocorrerá a gestão estratégica de pessoas em saúde e a transformação dos conceitos teóricos existentes em práticas cotidianas satisfatórias. Todavia, mais do que serem bons gestores de pessoas, está o desafio de capacitar as demais lideranças dos estabelecimentos de saúde para também atuarem como gestores de pessoas, para que sejam capazes de lidar com o manejo eficiente e eficaz de seus subordinados, ame- nizando os entraves cotidianos e colaborando, dessa maneira, para a formação de equipes de elevado desempenho, com o objetivo de gerar resultados favoráveis à organização. Ex pl or Interação entre Pessoas e Organização As organizações são e sempre serão constituídas de pessoas. Mesmo investindo em alta tecnologia, elas são um dos capitais mais importantes do ambiente corpo- rativo: o capital intelectual. As organizações são, para seus colaboradores, um meio pelo qual essas podem alcançar muitos e variados objetivos, pessoais e profissionais, com um mínimo de custo, de tempo, de esforço e de conflito, os quais não poderiam ser alcançados apenas através do esforço individual. Sem as organizações, e sem as pessoas que nelas atuam, não haveria área de recursos humanos. O Recursos Humanos (RH) surgiu com o crescimento das or- ganizações e com a complexidade das tarefas organizacionais e, dessa forma, não seria somente um departamento que tem o papel de pagar os salários, mas sim com a função de contratar pessoas mais qualificadas e capacitá-las quando houves- se necessidade. Entendemos o quanto é difícil separar as pessoas das organizações, e vice-versa. As organizações querem que os seus colaboradores deixem os seus problemas par- ticulares em casa e aprendam a separar, e sabemos que isso é uma tarefa difícil. Quando se trata dos lideres, a situação tornar-se mais delicada, pois precisam ter inteligência emocional para ajudar a seus liderados. O Papel do Gestor na Contratação de Pessoas As organizações escolhem as pessoas que desejam como funcionários e as pes- soas escolhem as organizações onde pretendem trabalhar e aplicar seus esforços. Trata-se de uma escolha recíproca que depende de inúmeros fatores e circunstân- cias, mas, para que essa relação seja possível, é necessário que as organizações comuniquem e divulguem as suas oportunidades de trabalho a fim de que as pes- soas saibam como procurá-las para iniciar certo relacionamento. Esse é o papel do recrutamento: divulgar no mercado as oportunidades que a organização pretende oferecer para as pessoas que possuam determinadas características desejadas. 9 UNIDADE Gestão de Pessoase Habilidades Gerenciais Pelo recrutamento, a organização que faz parte do mercado de trabalho sina- liza para determinados candidatos, que fazem parte do mercado de RH, a oferta de oportunidades de emprego. O recrutamento funciona como uma ponte entre o mercado de trabalho e o mercado de RH. A seleção de pessoas funciona como uma espécie de filtro que permite que apenas algumas pessoas possam ingressar na organização: aquelas que apresen- tam características desejadas pela organização. Com as técnicas de seleção são obtidas as informações básicas a respeito do cargo a preencher ou das competências desejadas, o outrolado da moeda é a ob- tenção de informações a respeito dos candidatos que se apresentam. As técnicas de seleção permitem um rastreamento das características pessoais do candidato através de amostras de seu comportamento. Entrevista de seleção constituem a técnica de seleção mais utilizada. Ela pode ser utilizada na triagem inicial dos candidatos ao recrutamento. A entrevista de seleção é um processo de comunicação entre duas ou mais pessoas que interagem entre si, no qual uma das partes está interessada em conhecer melhor a outra. Gerente x Liderança Liderança Ao longo do tempo, verificou-se que o empregado, quando tem confiança e é comprometido com a empresa, obtém mais e melhores resultados do que o empre- gado vigiado e mandado. A liderança, dentro de uma visão moderna, está sendo buscada por um simples fato: o controle de empregados custa caro e, mesmo assim, não obtém a maior produtividade de cada empregado. Ou seja, é duplamente ineficaz: custa mais e não obtém o melhor. Não fosse isso, não se justificaria um Hospital Sara Kubitschek, que possui um corpo técnico de excelente nível e paga salários menores do que esses profissionais poderiam estar ganhando no mercado. Ou ainda, os restaurantes McDonald’s, que atendem em 119 países, têm mais de 30.000 restaurantes de lanches rápidos e servem mais de 47.000.000 de sanduíches por dia, com pessoal atendendo a todos com um sorriso nos lábios. Segundo Benedito Milioni (2013), existem seis definições de liderança, sendo que, para nós, todas são equivalentes: 1. LIDERAR é conectar os seus empregados ao seu negócio. 10 11 2. LIDERAR é obter e manter empregados que ajam e trabalhem como proprietários. 3. LIDERANÇA é a arte de fazer com que os outros tenham vontade de fazer algo que você está convencido que deva ser feito. 4. LIDERANÇA é a arte de mobilizar os outros a batalhar por aspira- ções compartilhadas. 5. LIDERANÇA é a arte de obter resultados desejados, acordados e espera- dos através de empregados engajados. 6. LÍDER é o portador da autoridade legitimada, ou seja, aquele em quem se reconheçam motivos para ser ouvido, acatado e seguido. Segundo Peter Drucker (1998): “A única definição de líder é alguém que possui seguidores. Algumas pessoas são os pensadores, outros profetas. Os dois papéis são importantes e muito necessários. Mas, sem seguidores, não há líderes.” Essa definição de líder de Peter Drucker é inquestionável, para nós. O que resulta dessa definição é que, para haver seguidores, o líder tem que inspirar confiança, já que, sem confiança, ninguém segue ninguém. A confiança é a principal característica que dá suporte à liderança. Alguns de- nominam essa característica principal de credibilidade – o que não muda muito, só o nome. A confiança representa uma condição sem a qual não floresce a liderança. Ou seja, só é líder quem inspira confiança. Essa condição não garante a assunção da liderança, mas garante a base onde ela pode ser construída. Portanto, qualquer que seja a posição de um líder, em qualquer empresa ou situação, a principal característica desse líder – e de quaisquer outros líderes – é a confiança. Para haver um líder, esse tem que inspirar confiança em quem o segue. A confiança, então, tão buscada e desejada, apresenta algumas peculiaridades interessantes, que ajudam na sua formação. Essas são apresentadas a seguir: 1. A confiança requer tempo para ser construída. Não há confiança à primeira vista, o tempo é o adubo que permite crescer a relação de confiança. 2. A confiança é construída um a um. A confiança se constrói nas relações entre duas pessoas. Faça visitas garan- tindo isonomia de tratamento e construa a confiança. 3. A confiança é uma avenida de duas mãos. A confiança precisa de duas pessoas e, necessariamente, ser recíproca. Se não há reciprocidade, há problemas de balanceamento no relacionamento. 11 UNIDADE Gestão de Pessoase Habilidades Gerenciais 4. A confiança implica em apreender e aprender com o outro. Nesse mundo de rápidas mudanças, as pessoas estão aprendendo mais e mais rápido, e a relação de confiança necessita de constante troca de informações, tanto para equiparar os dois lados da relação de confiança, como para apreender as mudanças que ocorrem com cada um dos lados dessa relação. 5. A confiança tem limites. A confiança é conquistada etapa a etapa. A cada etapa, há o controle para verificar se a confiança depositada teve a realização comprometida do ou- tro lado. 6. A confiança exige firmeza. Tornar claro e checar o entendimento do que se espera é básico. Uma vez depositada a confiança, ela tem que ser correspondida. Confiança não correspondida significa abandono da relação. 7. A confiança requer líderes. Para se adquirir confiança, é necessário que a outra parte diga algo como: - Deixa comigo! Isso, acima de tudo, quer dizer que a pessoa informa que tem condições de levar a bom termo a situação. No mínimo, essa pessoa lidera a si própria, ela se compromete com resultados. 8. Confiança significa lisura de procedimentos. O melhor truque para ser um líder é não utilizar truque nenhum. 9. A confiança requer caráter e persistência. A relação de confiança requer que cada lado só prometa aquilo que pode cumprir, portanto, se você prometeu, vá até as últimas consequências para garantir o prometido. Ou de outra forma: só prometa aquilo que você pode cumprir, com folga. Ou ainda mais: mesmo que o outro lado insista, jamais seja desonesto. Você leva muito tempo para ganhar confiança e somente um segundo para perdê-la. 10. A confiança e o ser humano. O ser humano é interessante: julgam os outros pelos seus comportamen- tos, mas, a si próprio, pelas suas atitudes. Aos próprios olhos, nunca ninguém falha, há sempre uma explicação plau- sível, mas as razões pelas quais você deixou alguém a ver navios são exclu- sivamente suas. Não importa se você é incompetente, se você tem falta de 12 13 sorte ou mesmo se você é mentiroso. Assuma o erro, peça desculpas e, se aceita a desculpa, comece de novo a construir a confiança. Em casa, com a família, ou no trabalho. Competências do Líder A liderança sempre demanda conhecimento, não apenas sobre o trabalho que é executado pelos colaboradores, mas conhecimento sobre o capital humano a ser trabalho. A seguir, listamos algumas das competências que um líder precisa para que ele seja capaz de instigar, cativar, motivar, conduzir e, portanto, liderar, colabo- radores e estratégias corporativas. Significado O líder tem uma direção interna própria que independe de outras pessoas e é a luz que o conduz na realização da sua Visão. Visão Os líderes enxergam onde querem chegar, pois só alcançamos o que podemos ver, ou antever. Pesquisa e Mapeamento Os líderes pesquisam, mentalmente e constantemente, o estado atual onde se en- contra sua empresa e aonde essa quer chegar, traça mapas possíveis e analisa prós e contras. O seu plano de ação, passo a passo, é traçado sobre a melhor rota mapeada. Foco O líder mantém o foco na sua visão, por isso corrige cursos, pensa de forma flexível, ultrapassa obstáculos, dirige a sua aventura. Quanto mais claro o foco, mais iluminado. Mudança Só há liderança se houver mudança. Ninguém lidera um conjunto de pessoas para permanecerem no mesmo lugar, sem desafios, sem motivação. A liderança envolve, em si, um sentido de mudança, onde todos se engajam para a realiza- ção, para a ação que leva à realização dessa mudança: uma maior participação no mercado, a consolidação da liderança de mercado, uma mudança de estrutura empresarial etc. Compartilhamento Toda liderança é compartilhada. É impossível, ao líder, qualquer que seja a sua posição, cuidar de tudo e de todos. Os seus seguidores analisarão detalhes, farão escolhas, estabelecerão acordos, a todo o momento, ao longo do dia, com o líder, sem o líder e apesar do líder. Essa delegação, óbvia e necessária, mostra que a liderança é compartilhada, ou como Karl Albrecht afirma,em seu memorável livro A Revolução Nos Serviços: “As formigas estão no poder”. 13 UNIDADE Gestão de Pessoase Habilidades Gerenciais Situacional A liderança depende da situação em que se encontra. Uma equipe de remo tem em seu treinador o líder maior. No entanto, os remadores, quando em competição, estão com as costas voltadas para o alvo, e quem lidera é quem não está remando, aquele que fica na última posição do barco, orientando os remadores, que muitas vezes nem é o técnico. Coragem Já se disse que um líder com coragem é uma maioria, pois carrega consigo os seguidores. Um líder sem coragem perde a confiança dos seus seguidores, deixa de liderar. Visibilidade O líder precisa ser visível, pois ele faz o que diz e diz o que fala, ele é o exemplo a ser seguido. Para colocar-se como exemplo, há que se ter visibilidade. Portanto, sem visibilidade não há liderança. Você ou o seu líder estão praticando essas características da liderança? Os seus seguidores percebem essas características em você, ou no seu líder?Ex pl or Pipeline de Liderança Todo líder começa sua liderança liderando a si próprio. Lidera sua mudança, sua adaptação constante ao que é necessário, ao que ele quer atingir e ao que os seguidores necessitam para alcançar a meta almejada. Tudo parece muito simples na teoria, como se todos os líderes já estivessem preparados para o cargo. Contudo, nas organizações, a situação é bem diferente. Na maioria das vezes, as empresas escolhem bons técnicos que sabem gerenciar processos e com pouca habilidade em liderar pessoas. A pipeline de liderança é uma das ferramentas que vem sendo utilizada no pro- cesso de formação de líderes nas organizações. As organizações têm se tornado cada vez mais horizontais e a falibilidade dos chefes deixou de ser um tabu. Aceitar que o posto superior na hierarquia organizacional não garante supremacia absoluta permitiu que o exercício da liderança se tornasse mais inteligente e eficiente. Ao mesmo tempo, ser líder ficou ainda mais difícil; afinal, ser aquele chefe para quem todos baixavam a cabeça era muito fácil. As experiências dos profissionais nos níveis gerenciais na ordem em que os estudiosos propõem é essencial. Ter “pulado” níveis, para eles, significa inevitável despreparo e, na medida em que envolve práticas de liderança inapropriadas para as fases, pode causar a “obstrução” do pipeline. 14 15 Pipeline é uma tubulação que se desdobra em vários canais diferentes. Isso seria uma metáfora para o que a proposta de Ram Charam e seus colegas prega: a partir de um ponto, gerar desdobramentos, transformações. Atravessar elas ajuda-os a construir força emocional à medida em que assumem tarefas de complexidade e alcance maiores”. O autor e consultor Ram Charam, em parceria com Stephen Drotter e James Noel, afirma que a formação de líderes é algo que se torna cada vez mais complexo a cada dia. Os mercados se transformam em uma velocidade muito rápida e novos desafios vão surgindo no mesmo ritmo. Por muito tempo, vigorou o paradigma da liderança inquestionável, do chefe supremo, alguém que não se podia questionar, apenas obedecer. O líder era uma figura superior a todos os outros agentes da or- ganização e, mais do que respeitado, era temido. Cada transição implica em aprendizado (ou desenvolvimento) de habilidades, administração do tempo e valores diferentes para o cumprimento das funções. Com a definição de cada passagem clara, as organizações podem treinar os profis- sionais especificamente para cada posição de liderança. Entender o Pipeline de Liderança e aplicar sua premissa promove uma série de benefícios para as empresas, segundo os autores: • Favorece a estruturação do treinamento dos líderes; • Garante que trabalhem de forma adequada em cada nível, pois ele delimita as funções; • Simplifica a identificação de quem tem potencial de liderança para cada nível de gestão; e • Facilita o planejamento das sucessões. Nesse sentido, há seis transições fundamentais a que se deve atentar no proces- so de formação da liderança. São elas: Figura 1 – Modelo de pipeline de liderança Fonte: Leadership Pipeline Institute 15 UNIDADE Gestão de Pessoase Habilidades Gerenciais Transição 1: de gerenciar a si mesmo para gerenciar os outros A primeira transição costuma ser de colaborador individual à gerência de primei- ra linha. Ela faz com que os profissionais aprendam a planejar o trabalho, atribuir tarefas, motivar, treinar e mensurar as atividades dos outros. Ou seja, há uma mu- dança de “fazer o trabalho” para “ter o trabalho feito pelos outros”. De acordo com os autores, o grande problema nessa etapa é que essa transição não acompanha uma mudança de comportamentos e valores. Segundo Ram, “es- sas mudanças ocorrerão somente se a alta gerência reforçar a necessidade de alte- rar as crenças e se as pessoas sentirem que têm sucesso em seus novos empregos depois de uma mudança de valor”. Transição 2: de gerenciar os outros para gerenciar gerentes A maior diferença entre a segunda e a primeira transição é que nessa última os profissionais precisam se desapegar completamente das tarefas individuais. Em contrapartida, é necessário dominar habilidades de seleção para determinar os que vão passar pela “transição 1”, atribuir trabalho gerencial a eles, mensurar seu progresso como líderes e orientá-los. Esse também é o ponto em que os gerentes devem começar a pensar além de sua função e se preocupar com questões estratégicas que sustentam o negócio como um todo. Na prática, muitas empresas promovem a esses cargos funcionários que não passaram pela transição 1. Isso pode fazer com que eles não aprendam a valorizar o trabalho gerencial. Como resultado, responsabilizam os gerentes de linha de fren- te pelo trabalho técnico e promovem funcionários de acordo com potencial técnico, e não habilidades de liderança. Transição 3: de gerenciar gerentes para gerenciar uma função Essa transição envolve desafios que exigem desenvolvimento de habilidades de comunicação. Além disso, chefes operacionais precisam gerenciar algumas áreas com as quais não têm familiaridade, por isso precisam se esforçar para entendê-las e valorizá-las. Ser bem-sucedido nessa passagem de liderança também requer o que os autores chamam de “maior maturidade gerencial”. Em partes, isso significa adotar uma perspectiva ampla e de longo prazo, especialmente aplicada à sua própria função. Transição 4: de gerente operacional a gerente de negócios Para qualquer organização, essa passagem é crucial porque os gerentes de ne- gócios são responsáveis pelos resultados financeiros. Nessa posição de liderança, os profissionais possuem autonomia significativa, o que pode ser um benefício ou uma desvantagem para cada indivíduo – e cabe à empresa avaliar isso individual- mente ao ocupar o cargo. 16 17 Aqui é necessário que haja grande aumento nas habilidades, na administra- ção do tempo e nos valores de trabalho. Os gerentes de negócios não só têm de aprender a comandar funções diferentes, como também precisam se tornar capazes de trabalhar com uma variedade maior de pessoas. Portanto, precisam se tornar mais perceptivos em relação às questões de diversidade e serem aptos a se comunicarem efetivamente. Transição 5: de gerente de negócios a gerente de grupo Enquanto um gerente de negócios valoriza o sucesso de seu próprio negócio, um gerente de grupo valoriza o sucesso dos negócios dos outros – inspira e apoia os que se reportam a ele. A distinção é importante porque algumas pessoas só se sentem satisfeitas quando recebem a maior parte do mérito. Entre as habilidades a se desenvolver nessa transição: de avaliação de estraté- gias, desenvolvimento e avaliação de gerentes de negócios. Além disso, nesse nível, o líder deve ter uma perspectiva global – pensar em termos amplos e conseguir considerar complexidades ao administrar múltiplos negócios. Transição 6: de gerente de grupo a administrador de empresa A transição para asexta passagem é muito mais focada em valores do que em habilidades, porque esses líderes (CEOs, por exemplo) precisam definir uma dire- ção e desenvolver mecanismos operacionais para que conheçam e conduzam um desempenho que esteja em sintonia com a estratégia de longo prazo. Nesse nível, há uma mudança de foco de responsabilidade e do pensamento estratégico ao visionário e a transição completa de uma perspectiva operacional à global. Líderes empresariais precisam abandonar preocupações com “partes” (como produtos e consumidores individuais) e focar no todo. CEOs que chegam nessa passagem, tendo pulado uma ou mais das outras, po- dem prejudicar o desempenho de subordinados diretos e de indivíduos ao longo de toda a cadeia. Esses problemas na transição 6 se dão, em sua maioria, por conta de duas ra- zões: é difícil desenvolver um CEO e os líderes não costumam ser conscientes de que esse nível requer uma mudança de valores significativa. A liderança e o Coaching A resposta da área de RH para a mudança e incorporação de atitudes vem sobre a forma de “treinamento” constante, onde a sala de aula é transferida para o teatro da vida e o professor é o líder, que prepara o líder de amanhã. Nascia aí o “coach”, ou o líder como orientador e indicador de caminhos para a construção da liderança de amanhã. A construção do líder de amanhã é a segunda maior e mais importante tarefa de um líder. 17 UNIDADE Gestão de Pessoase Habilidades Gerenciais Coaching não é um processo novo, embora seja pouco disseminado nas orga- nizações. Uma das razões disso é o fato de ter sido transposto da casa para a em- presa sem os filtros ou as adaptações necessárias. Pior, com as mesmas limitações com que é feito em casa. Gerentes podem confundir o papel de coach com o de pai, tratando o outro profissional como o seu filho. O contexto psicoemocional é di- ferente, agravado pela situação de poder estabelecida, o que causa problemas para os dois lados. A outra razão é que os benefícios do processo não ficam claros para todos. Por que as pessoas deveriam dedicar-se ao desenvolvimento dos outros? Porque coaching é liderança refinada. Coach é líder, mas nem todo líder é coach. Para ser coach, não precisa ser chefe do cliente, embora gerentes, chefes e supervi- sores sejam os coaches mais prováveis, em função da liderança que se espera que eles exerçam junto aos outros, e não sobre os outros. Os coaches ganham uma escola prática de liderança e autoconhecimento que nenhuma formação acadêmica dá, os clientes ganham suporte ao seu desenvol- vimento e a organização ganha uma extraordinária rede de formação contínua e compromisso com resultados. É, portanto, um método destinado a “ajudar a aprender” em vez de “ensinar” (WHITMORE, 2003), e até mesmo reaprender o que foi aprendido pela chamada aprendizagem com base na experiência. Para isso, o coach deve deixar claro que o conhecimento não está nele, mas em seus coachees, e sua função é assegurar, através de um processo de apoio e incentivo, que os participantes são capazes de procurar e conseguir as respostas para si mesmos. O trabalho de coaching pode ser feito de forma individual ou em pequenos gru- pos, que podem reunir pares ou pessoas de diferentes níveis hierárquicos. No entan- to, recomenda-se que haja um espaço de livre acesso para coaching individual, no caso de algum participante sentir tal necessidade. O coaching em grupo é indicado no caso de atender à necessidade de um determinado número de pessoas e também quando houver limitação de investimento financeiro (WUNDERLICH, 2013). Com base no capítulo sobre pipeline liderança e o coaching, é possível construir um programa de autodesenvolvimento, conforme a tabela a seguir: Tabela 1 – Ciclo de Desenvolvimento de Líderes Liderando a Si Mesmo Liderando Pessoas Liderando Negócios Liderando Mudanças Quem eu sou hoje? Qual é o significado de liderar pessoas? Como funcionam as equipes para alcançar? Como liderar as mudanças? • Quais competências e habilidades são necessárias para atingir o sucesso? • Qual é o meu estilo de liderança? • Quais os resultados que tenho alcançado? • O que preciso desenvolver? • Como atrair, reter e motivar equipes? • Como estabelecer um ambiente de confiança? • Como avaliar, dar e receber feedback das equipes? • Estratégias • Gestão de Resultados • Como gerenciar as mudanças? • Como romper as culturas organizacionais? 18 19 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Leitura O Que é Inteligência Emocional e como ela pode te ajudar a ser um Profissional Melhor https://bit.ly/2Pk0Maz Matriz de Einsenhower: A ferramenta para priorizar melhor suas tarefas diárias https://bit.ly/2qibH92 5 Maneiras de Aumentar sua Produtividade e se Conhecer Melhor ao Mesmo Tempo https://bit.ly/2QuwNwX Comunicação interpessoal: Dicas para melhorar suas relações corporativas https://bit.ly/2VUMXRw Desvendando o C-Level: CEO e os outros cargos do alto escalão executivo https://bit.ly/2VVgD0B 6 Habilidades que o Mercado exige e o Videogame Ensina https://bit.ly/2EArreK 19 UNIDADE Gestão de Pessoase Habilidades Gerenciais Referências CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos huma- nos nas organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1999. DRUCKER, P. O Melhor de Peter Drucker sobre Administração. São Paulo: Pioneira, 1998. DUTRA, Joel Souza. Administração de carreira. São Paulo: Editora Atlas, 1996. DUTRA, Joel Souza. Gestão de Pessoas, Modelos, Processos, Tendências e Perspectivas. São Paulo: Editora Atlas, 2011. FLEURY, M. T. (Org.). As Pessoas na Organização. São Paulo: Gente, 2002. FOGUEL, Sergio; SOUZA, Carlos Cesar. Desenvolvimento Organizacional. São Paulo: Editora Atlas, 2000. FRANÇA, Ana Cristina. Práticas de Recursos Humanos. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2009. MILIONI, Benedito. Liderança Prática: agindo nas 20 situações críticas para o líder ético. São Paulo: Editora Qualitymark, 2013. RAM, Charan; DROTHER, Stephen; NOEL, James. Pipeline de liderança: o desen- volvimento de líderes como diferencial competitivo. 2. ed. São Paulo: Campus, 2012. WHITMORE, John. Coaching para performance. Rio de Janeiro: Editora Qualitymark, 2006. WUNDERLICH, Marcos, Manual de Treinamento e Desenvolvimento Proces- sos e Operações. São Paulo: Pearson 2013. 20
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