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CURSO DE NIVELAMENTO
ESCRITA 
ACADÊMICA 
PARA QUESTÕES 
DISCURSIVAS
Elaine Hoff mann
Luana Ewald
Raquel da Silva Yee
2
1. APRESENTAÇÃO 
Escrever faz parte do dia a dia das pessoas, de suas múltiplas atividades, como no 
trabalho, na universidade, na vida social em geral. A escrita cumpre funções comunicativas 
importantes, e escrever adequadamente à esfera social, como no âmbito acadêmico, 
mercado de trabalho, enfim, é essencial para interação e inserção no mundo.
Sabemos que a escrita de textos adequados e relevantes é uma conquista, uma 
aquisição, que requer esforço, supõe orientação e prática constante, como diz Antunes 
(2003). Para escrever bem, antes de tudo, é preciso ler e refletir sobre determinado tema, 
aprender a pensá-lo para aprender também a organizar esses pensamentos. A leitura é, 
sem dúvida, a base para a boa escrita.
 
Por isso, a UNIASSELVI busca desenvolver, nos estudantes, competências e 
habilidades de leitura e escrita para um desempenho satisfatório no Ensino Superior e 
nos mais diversos contextos em que a escrita se faz necessária. Nesse sentido, o modelo 
de ensino da UNIASSELVI prevê várias atividades de produção textual, dentre as quais 
nos deparamos com diferentes gêneros textuais. Só para citar alguns exemplos, podemos 
lembrar da produção de: papers/artigos científicos, relatórios, projetos e avaliações 
discursivas.
O foco deste e-book recai, mais especificamente, à redação de respostas nas 
avaliações discursivas da UNIASSELVI, embora contenha algumas dicas que podem ser 
valiosas para o desenvolvimento da sua habilidade escrita de forma global. Este material 
foi criado para você compreender melhor como organizar as suas ideias por escrito, como 
argumentar de forma objetiva, clara e assertiva nas questões discursivas da UNIASSELVI. 
Assim, a partir desta apresentação, em outras três partes diferentes deste material, 
vamos (I) explicar alguns elementos importantes sobre como responder avaliações 
discursivas, destacando aspectos de objetividade, clareza e originalidade; (II) apresentar 
questões comentadas para contribuir com sua compreensão sobre elementos essenciais 
na hora de responder sua avaliação, observando o que o comando da questão solicita; 
e (III) introduzir algumas dicas adicionais para o aprimoramento das suas habilidades 
escritas. 
3
2. COMO ESCREVER A 
RESPOSTA DA PROVA 
DISCURSIVA? 
Fique atento à leitura!
Enunciado da questão
Textos motivadores
Comando da questão
Fique atento à escrita!
Organização das ideias
Estratégias argumentativas 
Resposta objetiva, clara e assertiva
Originalidade
Vocabulário e gramática
A UNIASSELVI possui parâmetros avaliativos para atribuição das notas às respostas 
da avaliação discursiva. Nesses parâmetros, procuramos levar em conta a apropriação 
conceitual da disciplina, o posicionamento do acadêmico diante dos conceitos mobilizados 
e o próprio percurso de aprendizagem a partir da originalidade na escrita. Vamos explorar 
cada um desses elementos para você construir sua resposta de forma autêntica e com 
segurança.
4
2.1 OBJETIVIDADE, CLAREZA E 
ASSERTIVIDADE NA RESPOSTA
A resposta atribuída a cada questão do tipo dissertativa precisa atender ao 
comando da questão, contemplar o assunto do ponto de vista científico e demonstrar 
sua aprendizagem sobre o conteúdo. Para isso, é importante que você, estudante, ocupe-
se de alguns passos relacionados à pré-escrita, demonstrando adequação ao tema 
e sendo capaz de estabelecer uma progressão de ideias. É fundamental que haja um 
entendimento, em primeiro lugar, daquilo que é solicitado no enunciado. 
Quando se trata de uma questão de prova de alguma disciplina que você está 
cursando, é comum que se faça uma consulta no livro da disciplina, sempre que possível. 
Nesse momento, é preciso que você busque ler e compreender o conteúdo em questão, 
bem como, se assim deseja, ler outros textos sobre o mesmo tema. O cuidado para 
não acabar apenas replicando o texto lido é importante! Por isso, selecionamos 
algumas dicas:
- Leia atentamente a questão e destaque o tema principal.
- Em algumas questões – especialmente questões do modelo ENADE –, é comum 
encontrar textos motivadores que podem trazer subsídios a uma reflexão para sua 
resposta ou mesmo ter o enunciado extraído de tais textos motivadores. Sublinhe os 
pontos mais relevantes e coerentes com o enunciado. 
- Pergunte-se qual é o foco da resposta e o que pode deixar de ser mencionado, 
tornando a resposta clara e objetiva. 
- Você possui conhecimento de leituras anteriores que podem subsidiar suas respostas? 
É hora de estabelecer relações refletindo sua compreensão própria do conteúdo, 
fazendo intersecções que você encontra e que, a partir da disciplina estudada, pode 
defender.
Para deixar mais claro o que estamos abordando, vamos exemplificar a partir de 
uma questão ENADE.
5
(ENADE 2021) 
Texto I
Uma cidade é considerada inteligente quando: i) nela se utiliza a tecnologia 
para melhorar a sua infraestrutura e seus serviços, tornando os setores de administração, 
educação, saúde, segurança pública, moradia e transporte mais inteligentes, 
interconectados e eficientes, beneficiando toda a população; e ii) está comprometida 
com o meio ambiente e com sua herança histórica e cultural. 
AQUINO, A. L. L. et al. Cidades inteligentes, um novo paradigma da sociedade do 
conhecimento. Blucher education Proceedings, v. 1, n. 1, p. 165-178, 2015 (adaptado). 
Texto II 
A evolução para uma cidade mais inteligente, mais integrada, mais inovadora 
pressupõe uma visão holística e sistêmica do espaço urbano e a integração efetiva dos 
vários atores e setores. Para tal, é necessário ir além dos investimentos em inovação 
tecnológica e inovar também na gestão, no planejamento, no modelo de governança e 
no desenvolvimento de políticas públicas. 
CAMPOS, C. C. et al. Cidades inteligentes e mobilidade urbana. Cadernos FGV Projetos, 
n. 24, 2014 (adaptado). 
A partir do conceito de cidade inteligente exposto nos textos, faça o que se 
pede nos itens a seguir. 
a) Explique de que modo as cidades inteligentes podem contribuir para a melhoria das 
questões relacionadas ao desenvolvimento sustentável. (valor: 5,0 pontos) 
b) Apresente uma proposta de intervenção urbana que pode gerar impacto social e 
contribuir para a melhoria da vida em comunidade. (valor: 5,0 pontos)
Como você notou, temos dois textos motivadores. 
1. Leia-os com atenção e identifique o tema abordado. 
2. Observe que ambos os textos motivadores tratam sobre cidades inteligentes, como 
destacamos em negrito e sublinhado. 
3. Em seguida, podemos destacar aspectos que definem características de uma cidade 
inteligente. 
6
Feito isso, supõe-se que você compreendeu o conceito de cidade inteligente. 
 
O próximo passo é ler o enunciado com atenção. Veja que é solicitado que a sua 
resposta, como destacamos, deve ser construída a partir do conceito, exposto nos 
textos, de cidade inteligente. 
No item A, seria possível dissertar que as cidades inteligentes podem diminuir 
os impactos ambientais a partir do uso de recursos tecnológicos. Tais recursos teriam a 
finalidade de modernizar infraestruturas e oferta de serviços, bem como criar produtos 
sustentáveis, que levem em conta a não produção de resíduos de difícil degradação ou a 
contaminação do meio-ambiente durante sua produção. 
No item B, pede-se para discorrer sobre como as cidades inteligentes podem 
contribuir para o desenvolvimento sustentável. Nesse sentido, seria possível pensar, por 
exemplo, em aplicativos de compartilhamento de transporte (caronas). Já existem alguns 
e talvez você até já tenha utilizado e pode mencionar como exemplo. Aplicativos para 
oferta de serviços (babá, petsitter, acompanhamento de idosos...), doação de produtos, 
alimentos etc., também podem ser mencionados. 
De toda forma, o que se espera é que exista, por parte do respondente, uma 
reflexão própria, que seja coerente com os conceitos apresentadose com o enunciado 
da questão. Entendido isso, como você notou, fomos destacando os aspectos mais 
relevantes dos textos motivadores e palavras-chave que nos levam a compreender o que 
se pede no enunciado. Junte a isso o desenvolvimento de um raciocínio lógico relacionado 
ao tema e, certamente, você será capaz de desenvolver uma boa resposta. Note, ainda, 
que os textos motivadores não trazem a resposta daquilo que é solicitado no enunciado, 
mas dão um subsídio importante para a compreensão dos conceitos necessários. A 
partir desses conceitos, utilizando o seu entendimento sobre eles, o seu conhecimento 
de mundo, demonstrando exemplos que você conhece, ou pensando em soluções para 
problemas relacionados ao tema, você desenvolverá sua resposta dissertativa, com 
autoria própria, isto é, sem que sejam realizadas cópias deliberadas dos textos, enunciado 
da questão ou outras fontes de leitura.
Quando é mencionada uma proposta de intervenção, também é válido pensar 
em quais órgãos do governo têm autoridade para atuar quanto ao tema em questão e 
quais ações poderiam ser desenvolvidas por esses órgãos governamentais. Isso pode 
ser depreendido a partir de palavras que destacamos, como governança, administração e 
políticas públicas. Enfim, o caminho é a compreensão e a reflexão. 
7
Quando se trata de provas realizadas durante as disciplinas cursadas na graduação, 
a atividade de responder uma questão dissertativa, certamente, é estratégica. Afinal, 
como vimos, é necessário planejar o conteúdo a ser escrito de acordo com os conceitos 
mobilizados na disciplina, ao mesmo tempo em que a sua própria voz não esteja “apagada”, 
configurando a autoria própria. Nesse planejamento, dentre as estratégias de escrita 
que você pode adotar, a citação (na forma direta ou como paráfrase), talvez, seja uma 
possibilidade, desde que alinhada à sua discussão, à sua forma de interpretar o texto que 
usa como fonte. A sua singularidade, que se constitui a partir de vivências locais, situadas 
na sua história de vida, de onde você é e com as relações sociais que você constrói, 
configuram uma interação particular com o texto, configuram percepções próprias que 
devem ser levadas a cabo no momento de discutir, dissertar e debater.
Você, estudante, enquanto autor da resposta dissertativa, desempenha papel 
único na atribuição de sentido ao conteúdo da disciplina. São esses aspectos que 
conferem a sua autoria. Por isso, “parafrasear não significa necessariamente repetir” 
(Souza, 2003, p. 66), uma vez que você precisa se posicionar diante do que apresenta. 
Dentro da estratégia de citação, lembre-se também de seguir as normativas ABNT para 
citação direta e indireta (paráfrase). Não recomendamos o uso de citações diretas longas 
(com mais de três linhas) na resposta dissertativa, uma vez que o espaço de resposta é 
limitado e você não pode perder a vez de apresentar a sua interpretação. Ademais, se 
utilizar o recurso de citação, utilize-o como voz de autoridade, buscando por textos que 
tenham rigor científico-acadêmico e não informativo.
DICAS
Para compreender melhor sobre a necessidade de apresentar originalidade na sua escrita, 
verifique o material Plágio e Originalidade produzido pela equipe de revisão do Núcleo de 
Educação a Distância da UNIASSELVI:
https://trilhaaprendizagem.uniasselvi.com.br/LET38_
morfologia_da_lingua_portuguesa/materiais/16.e-
book_-_plagio_e_originalidad__1_.pdf 
Nesse material, você entenderá que existem diferentes tipos de plágio e observará a 
diferença entre a citação e o plágio.
https://trilhaaprendizagem.uniasselvi.com.br/LET38_morfologia_da_lingua_portuguesa/materiais/16.e-book_-_plagio_e_originalidad__1_.pdf
https://trilhaaprendizagem.uniasselvi.com.br/LET38_morfologia_da_lingua_portuguesa/materiais/16.e-book_-_plagio_e_originalidad__1_.pdf
https://trilhaaprendizagem.uniasselvi.com.br/LET38_morfologia_da_lingua_portuguesa/materiais/16.e-book_-_plagio_e_originalidad__1_.pdf
8
DICAS
Recomendamos que você assista ao vídeo a seguir para complementar suas reflexões. 
Tipos de argumento para redação | Argumento por citação de autoridade - 
Brasil Escola
https://www.youtube.com/watch?v=87_nbcz1qQ8 
Nesse vídeo, disponível no Canal Brasil Escola da plataforma Youtube, o professor Guga 
Valente apresenta a citação de autoridade como uma estratégia argumentativa que 
pode ser utilizada em avaliações.
2.2 ORIGINALIDADE 
Para a elaboração de uma resposta dissertativa, é natural que o estudante 
parta de algum discurso já dito, pois consulta os conteúdos disponibilizados dentro da 
disciplina, como livro didático, Trilha de Aprendizagem, Objetos de Estudos, Enquetes, 
Leituras Complementares etc. Por isso, de fato, quando você, estudante, escreve sua 
resposta dissertativa, apresenta algo que já está dito em outro momento, mas também 
produzindo conhecimento sobre essa informação. Logo, isso não significa que você 
possa simplesmente copiar algum texto e apropriar-se desse texto como sendo seu, ou 
que possa construir uma resposta apenas de citações diretas. No processo dialógico de 
aprendizagem, a produção da resposta parte de uma organização própria, na qual você 
demonstra a maneira particular que tem de ler, compreender e gerar conhecimento a 
partir do que lhe é apresentado nos materiais que tem à sua disposição. 
Nesses termos, a originalidade a qual se procura, nesse tipo de avaliação, tem 
relação com o seu processo de aprendizagem em buscar pelos conteúdos explicitados 
na disciplina, mas a partir de suas próprias frases, a partir de sua competência linguística. 
Afinal, como pressupõem teorias relacionadas aos estudos da linguagem, todo falante 
de uma língua dispõe de um sistema de regras que lhe permite criar um conjunto infinito 
de frases, de modo que podem ser diferentes daquelas que já ouviu e leu, demonstrando 
sua apropriação conceitual, sua interpretação do conteúdo com o qual teve contato.
https://www.youtube.com/watch?v=87_nbcz1qQ8
9
Nos dois quadros a seguir, observe os exemplos que apresentamos de reposta 
mecanizada (que reflete uma apropriação autoral indevida) e de resposta original (que 
demonstra seu próprio percurso argumentativo e, por conseguinte, de aprendizagem):
Quadro 1 – Questão dissertativa: o que é uma resposta mecanizada e por que não tiro nota 10 
quando copio ou reescrevo uma resposta que encontrei no livro, internet ou outros materiais?
QUESTÃO DISCURSIVA: Há muitos substantivos cujo emprego, mesmo na língua 
padrão, apresenta oscilação de gênero. Em muitos casos, pode-se recomendar a 
adoção de um dos dois gêneros (masculino ou feminino). Em outros, consideram-se 
aceitáveis ambos os usos. Dessa forma, analise o fragmento a seguir:
Numa feira, uma pessoa interessada em comprar um queijo pergunta ao vendedor:
 
- Quantas gramas tem esse queijo?
O vendedor, brincando, responde:
- Nenhuma, ele é feito de leite.
 
Considerando o gênero dos substantivos, explique a brincadeira que o vendedor fez 
com o comprador.
 
Gabarito da UNIASSELVI: *O 
comprador usa a palavra grama no 
feminino (quantas gramas) que indica 
a planta, o capim, *ao invés de dizer 
quantos gramas (masculino), indicando, 
portanto, o peso. *O vendedor, então, 
brinca, dizendo que seu queijo é feito com 
leite e não com grama (capim).
Exemplo de resposta mecanizada: 
A palavra grama é usada pelo comprador 
no feminino (quantas gramas), indicando 
a planta, o capim. Por outro lado, quantos 
gramas (masculino), indica o peso. O 
comerciante, então, brinca, dizendo que 
seu queijo é feito com leite e não com 
grama (capim).
10
Explicação: Observe que o exemplo de resposta mecanizada apresenta exatamente 
a mesma sistematização do gabarito de respostas da UNIASSELVI, perdendo sua 
originalidade. Ademais, as construções sentenciais são muito próximas, ocorrendo 
apenas algumas inversões de posições das expressões na sentença (como a mudança 
de voz ativa para passiva em “O comprador usa a palavra grama no feminino (quantas 
gramas)”/“A palavra grama é usadapelo comprador no feminino (quantas gramas)”). 
A substituição de palavras equivalentes ou sinônimos também reflete a apropriação 
do texto como se fosse seu, mesmo não sendo, caracterizando o que a UNIASSELVI 
denomina “resposta mecanizada”. Esse tipo de resposta tem baixa ou nenhuma 
pontuação justamente porque a apropriação de um texto de outra autoria acaba 
deixando o avaliador com pouca materialidade de análise sobre a aprendizagem do 
conteúdo por parte do estudante. Lembre-se de que, como já destacamos, a produção 
do texto acadêmico (como a resposta de uma questão dissertativa) é avaliada a partir 
da reflexão própria do estudante, da sua propriedade conceitual adquirida na disciplina, 
do seu posicionamento acadêmico diante dos conceitos mobilizados, e do próprio 
percurso de aprendizagem a partir da originalidade na escrita.
Agora, observe como é possível responder a mesma questão corretamente, sem 
reproduzir o gabarito de respostas da UNIASSELVI, e contemplar todos os argumentos 
esperados:
 
11
QUESTÃO DISCURSIVA: Há muitos substantivos cujo emprego, mesmo na língua 
padrão, apresenta oscilação de gênero. Em muitos casos, pode-se recomendar a 
adoção de um dos dois gêneros (masculino ou feminino). Em outros, consideram-se 
aceitáveis ambos os usos. Dessa forma, analise o fragmento a seguir:
Numa feira, uma pessoa interessada em comprar um queijo pergunta ao vendedor:
 
- Quantas gramas tem esse queijo?
O vendedor, brincando, responde:
- Nenhuma, ele é feito de leite.
 
Considerando o gênero dos substantivos, explique a brincadeira que o vendedor fez 
com o comprador.
Gabarito da UNIASSELVI: *O 
comprador usa a palavra grama no 
feminino (quantas gramas) que indica 
a planta, o capim, *ao invés de dizer 
quantos gramas (masculino), indicando, 
portanto, o peso. *O vendedor, então, 
brinca, dizendo que seu queijo é feito com 
leite e não com grama (capim).
Exemplo de resposta original: 
A brincadeira do vendedor consiste 
em evidenciar a ambiguidade que a 
palavra “gramas” assume, embora essa 
ambiguidade possa ser desfeita na norma 
padrão da língua. Os substantivos, na 
língua portuguesa, possuem dois gêneros 
gramaticais: feminino e masculino. No 
fragmento textual apresentado na 
questão, existe um efeito de humor 
causado pelos diferentes significados que 
a palavra grama assume, a depender do seu 
gênero gramatical. Em “Quantas gramas”, 
o comprador emprega o determinante 
“quantas” flexionado para o feminino. 
No feminino, gramas, dentro da norma 
padrão da língua, assume o significado 
relacionado ao gramado, à planta que, 
convencionalmente, encontramos em 
nossos quintais. Como sua intenção era 
de utilizar gramas no sentido de peso 
(quilogramas), a gramática tradicional 
prescreveria o seguinte uso: “quantos 
gramas [...]”. 1
1 As diferentes cores, nas respostas, foram usadas justamente para destacar em quais pontos a resposta 
original apresenta os argumentos esperados no gabarito de respostas, sem reproduzi-los de forma mecanizada.
Quadro 2 – Questão dissertativa: uma resposta original, com autoria própria, contempla todos os 
argumentos esperados sem copiá-los ou reproduzi-los parcialmente.
12
Explicação: Observe que, no exemplo de resposta escrita com originalidade, há uma 
sistematização própria, uma organização que não copia o gabarito de respostas (ou 
algum texto da internet ou livro didático). Nessa sistematização, a resposta original 
apresenta os conceitos trabalhados na disciplina quanto aos gêneros gramaticais e os 
aplica à análise do fragmento textual que serviu de base para a resolução da questão. 
Há, também, clareza na apresentação das ideias e um posicionamento próprio (que, 
diferente do gabarito, apresenta, na sua arguição, a diferença de usos linguísticos com 
base na norma padrão da língua portuguesa). Nesse caso, podemos identificar uma 
resposta que atende a todos os critérios avaliativos, demonstrando a aprendizagem 
acadêmica.
Em suma, podemos dizer que escrever a resposta dissertativa corresponde, de 
certo modo, a apresentar algo que já foi dito na disciplina, mas utilizando palavras, frases 
e organização textual diferentes. É imprescindível observar que esse processo não 
corresponde à mera substituição de termos por outros semelhantes, como sinônimos ou 
palavras equivalentes. O processo de responder uma questão dissertativa consiste em 
reformular, de maneira própria, o conteúdo expresso no material utilizado como fonte, 
organizando suas ideais em construções frasais que são diferentes daquelas usadas no 
texto que serviu de fonte de estudos. Esse processo demonstra o raciocínio do estudante 
em relação ao conteúdo estudado. É justamente esse raciocínio que passa a ser avaliado 
pela equipe pedagógica. Não havendo demonstração de raciocínio próprio, portanto, a 
pontuação em termos de nota fica igualmente pouco expressiva.
2.3 VOCABULÁRIO E GRAMÁTICA 
ADEQUADOS À NORMA PADRÃO DA 
LÍNGUA PORTUGUESA
Ao responder uma questão dissertativa, procure utilizar uma linguagem formal, 
clara e direta. A linguagem e o estilo devem obedecer à norma padrão da língua. Evite 
a interferência da oralidade na produção escrita, frases incompletas, redundância e o uso 
de clichês - expressões muito empregadas que, em geral, reproduzem ideias prontas e 
podem passar a impressão de falta de originalidade e desvalorizar a sua resposta.
13
Como os linguistas advertem, escrever, obviamente, não é a mesma coisa que falar! 
Para o processo de escrita, especialmente o mais planejado, precisamos obedecer “a um 
sistema particular de regras que não coincide com a fala em muitos pontos essenciais”, 
como a organização textual, construção e articulação de sentenças mais complexas, 
acentuação gráfica das palavras, ortografia padrão etc. (Faraco; Tezza, 2010, p. 12).
Dentre as características do texto escrito, para a produção da sua resposta 
discursiva, queremos chamar a atenção para como se organiza o conteúdo textual. 
Diferentemente de uma conversa informal, no texto escrito, como visto anteriormente, 
é preciso mais objetividade. Para isso, você deve manter o foco e ser fiel ao assunto 
presente no comando da questão, sem repentinas mudanças de tópicos. A sua 
organização textual também deve evitar repetir informações e manter a clareza na 
condução do tratamento do assunto, isto é, o leitor deve poder entender “perfeitamente 
o que está escrito, contando apenas com o que está escrito” (Faraco; Tezza, 2010, p. 
21, grifo dos autores). Você não deve presumir que o seu leitor, também avaliador das 
suas respostas, recuperará conteúdos da disciplina, uma vez que ele precisa observar se 
você sabe dissertar sobre tais conteúdos e se você consegue organizar textualmente os 
debates propostos pelos comandos das questões.
Diante disso, sempre revise a sua resposta dissertativa e observe se todas as 
sentenças estão completas, se não há informações pela metade, se não há repetições de 
informações (basta dar a informação uma vez!). Verifique se o texto está de acordo com 
as normas de pontuação, ortografia, etc.
DICAS
Você já sentiu dificuldade para realizar a revisão do seu próprio texto? Esse sentimento 
pode ser bastante comum. Por isso, a professora Dra. Luciana Moraes, em seu canal de 
Youtube “lu.dissertese”, fala sobre a importância de realizarmos a revisão dos nossos 
textos que passarão por algum tipo de avaliação, apresentando sugestões para a 
correção textual no seu dia a dia.
https://www.youtube.com/watch?v=r2SRjXkMvp4 
https://www.youtube.com/watch?v=r2SRjXkMvp4
14
Além das dicas de revisão, a Dra. Luciana Moraes também fala sobre o uso da vírgula de 
uma forma descomplicada, partindo do conhecimento intuitivo sobre a língua que todo 
o falante possui. Assista ao vídeo se quiser dicas sobre o processo de pontuação, para 
deixar seu texto mais claro:
https://www.youtube.com/watch?v=32bfPTvP8zo
3. QUESTÕES 
DISSERTATIVAS 
COMENTADAS
Para que você compreenda melhor as orientações discutidas até este momento, 
procuramos apresentar,aqui, possíveis resoluções de avaliações discursivas. Para isso, 
reunimos quatro questões comentadas, de diferentes áreas do conhecimento, com 
explicações contextualizadas sobre o conteúdo e a estrutura das questões, além de 
sugestões de resposta. 
 
QUESTÃO 1
Acesse o vídeo sobre a Questão Comentada da disciplina de Antropologia para assistir à expli-
cação do professor Marcio José Cubiak.
QUESTÃO DISCURSIVA - ANTROPOLOGIA 
https://www.youtube.com/watch?v=32bfPTvP8zo
https://youtu.be/bSc5B3VEEEc
15
QUESTÃO 2
Acesse o vídeo sobre a Questão Comentada da disciplina de Comunicação e Linguagem para 
assistir à explicação da professora Raquel da Silva Yee.
QUESTÃO COMENTADA - EBOOK - COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM
QUESTÃO 3
Acesse o vídeo sobre a Questão Comentada da disciplina de Computação Forense e Testes 
de Invasão para assistir à explicação da professora Simone Erbs da Costa.
QUESTÃO DISCURSIVA - COMPUTAÇÃO FORENSE E TESTES DE INVASÃO
https://youtu.be/lGqKoQWDGcE
https://youtu.be/3ascFONWsPI
16
QUESTÃO 4
Acesse o vídeo sobre a Questão Comentada da disciplina de Gestão Financeira para assistir à 
explicação do professor Fernando Eduardo Cardoso.
QUESTÃO DISCURSIVA COMENTADA - GESTÃO FINANCEIRA
4. SAIBA MAIS: DICAS DE 
ESCRITA
Nesta parte do material, optamos por dedicar um espaço para algumas dicas de 
escrita a fim de auxiliar quanto à coesão e coerência da sua produção textual, seja nas 
avaliações discursivas, na produção de papers ou outras atividades textuais das quais 
você precisa se engajar. Também deixaremos algumas dicas que abrangem a coerência 
no campo acadêmico em si, como a postura de escrita que evita inserção de clichês e 
opiniões (sem amparo acadêmico) nas repostas de questões dissertativas.
Primeiramente, reflita: você sabe o que esperamos de um texto em 
termos de coesão e coerência? 
A coerência é uma propriedade textual caracterizada pela unidade de significado, 
pela relação harmoniosa entre os fatos e argumentos apresentados no texto. Ou seja, 
um texto só é coerente quando ele “faz sentido”. Por isso, ao elaborar um texto, observe 
a sua relevância e credibilidade, a organização, o encadeamento das ideias apresentadas, 
a progressão dessas ideias, se ele é claro, de modo a não deixar dúvidas. 
https://youtu.be/29Sqj3yfNUA
17
Atente-se, portanto, à coerência externa, ligada à relação pertinente entre fatos, 
informações, conceitos, etc., compatíveis com a realidade. Observe, ainda, a coerência 
interna do texto, que pressupõe a continuidade, a não contradição e a articulação dos 
argumentos (ligada à coesão).
Enquanto a coerência está relacionada à unidade de significado do texto, ao plano 
do conteúdo, a coesão está ligada ao plano gramatical, aos recursos da língua usados 
para “costurar” o texto, articular suas partes. Um texto é coeso se suas partes não 
estão soltas, fragmentadas, mas ligadas, articuladas, formando, junto com a coerência, a 
unidade de sentido textual. 
A coesão ocorre com o uso adequado dos conectivos (preposições, conjunções 
e expressões de ligação), como veremos adiante. O uso adequado dos elementos de 
coesão favorece a coerência, a organização das ideias.
 
4.1 O QUE É COESÃO E QUAL SUA 
IMPORTÂNCIA NA ESCRITA?
 
Coesão, como o próprio nome sugere, remete à ideia de conexão. Nesse sentido, 
podemos afirmar que usar recursos de coesão é uma forma de relacionar diferentes 
partes do nosso texto, evitando redundâncias e repetições. Assim, compreendemos que 
o conhecimento de recursos de coesão adequados nos auxiliará na construção de um 
bom texto. 
Observe a seguinte sentença: *Os substantivos possuam dois gêneros, de fêmea 
e macho, há substantivos que nunca flexionam em gênero (como a criança, a casa, o 
hospital etc.).
É bem provável que essa sentença tenha parecido estranha para você de alguma 
forma, não é mesmo?
Em primeiro lugar, vamos destacar os termos “fêmea e macho”, que se tornam 
incoerentes nessa afirmação. Quando falamos de gêneros, nos estudos formais da 
língua, nos referimos a gêneros gramaticais (feminino e masculino). Os termos “fêmea e 
macho” não são usados como gêneros gramaticais, mas como gêneros biológicos. 
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Se ajustarmos essa coerência textual, será que a sentença poderá ser avaliada 
como uma boa sentença? Observe: * Os substantivos possuam dois gêneros, feminino 
e masculino, há substantivos que nunca flexionam em gênero (como a criança, a casa, o 
hospital etc.).
Sem dúvidas, a sentença já melhorou, mas, no aspecto da coesão, ainda falta 
alguma coisa, não é mesmo? Você já conseguiu identificar o que está faltando? Acertou 
se observou a ausência de um elemento de conexão: Embora os substantivos possuam 
dois gêneros, feminino e masculino, há substantivos que nunca flexionam em gênero 
(como a criança, a casa, o hospital etc.).
Você percebeu como já conhece aspectos da coerência e da coesão muito 
naturalmente? Pois, então, vamos explorar esse seu conhecimento para que você possa 
refletir sobre ele e fazer uso dele para melhorar suas habilidades de produção textual, 
inclusive no desempenho da sua avaliação discursiva.
Há diferentes tipos/categorias de procedimentos em relação à coesão, dentre os 
quais estão a coesão referencial, repetição, coesão sequencial etc. Não se preocupe com 
essa nomenclatura, pois vamos demonstrando a você como a conexão textual ocorre.
Sem alguns recursos de coesão, o texto, às vezes, pode ficar bastante repetitivo, 
tirando sua objetividade e desinteressando o leitor. Observe esse fenômeno no 
fragmento a seguir:
As palavras podem mudar de classe gramatical, dependendo do seu 
emprego na frase. Quando as palavras podem mudar de classe gramatical, 
dependendo do seu emprego na frase, pode ocorrer a substantivação, que consiste 
em atribuir funções de substantivo a outra palavra, que pode ser um verbo, um adjetivo 
ou um advérbio. 
Fonte: adaptado do banco de questão do Núcleo de Educação a Distância UNIASSELVI.
Veja que, com um recurso de coesão referencial, podemos retomar algo já 
mencionado no texto sem que precisemos fazer a repetição:
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As palavras podem mudar de classe gramatical, dependendo do seu 
emprego na frase. Quando as palavras podem mudar de classe gramatical, 
dependendo do seu emprego na frase, pode ocorrer a substantivação, que consiste 
em atribuir funções de substantivo a outra palavra, que pode ser um verbo, um adjetivo 
ou um advérbio. 
Fonte: adaptado do banco de questão do Núcleo de Educação a Distância UNIASSELVI.
 Em 1963, Labov publica seu célebre trabalho sobre a comunidade da ilha de Martha’s 
Vineyard, no litoral de Massachusetts, em que sublinha o papel decisivo dos fatores 
sociais na explicação da variação linguística, isto é, da diversidade linguística observada. 
Nesse texto, o autor relaciona fatores como idade [...].
Fonte: ALKMIN, T. M. Sociolinguística: parte 1. In: MUSSALIM, F.; BENTES, A. C. (org.). 
Introdução à linguística: domínios e fronteiras. v. 1. São Paulo: Cortez, 2001. p. 32.
As palavras podem mudar de classe gramatical, dependendo do seu 
emprego na frase. Quando as palavras podem mudar de classe gramatical, 
dependendo do seu emprego na frase, pode ocorrer a substantivação, que consiste 
em atribuir funções de substantivo a outra palavra, que pode ser um verbo, um adjetivo 
ou um advérbio. 
Existem diferentes formas de evitar repetições textuais desnecessárias, como 
a partir de pronomes (esse, aquele, ele, etc.), garantindo o que chamamos de coesão 
referencial. Essa coesão ocorre por meio de dois mecanismos básicos:
a) Substituição: implica a substituição de uma palavra ou fragmento textual por 
outras palavras gramaticais, como pronomes pessoais, possessivos, demonstrativos, 
indefi nidos, interrogativos, verbos, advérbios de lugar e tempo, e numerais. 
b) Reiteração: quando um elemento textual é retomado por meio de sinônimos, 
hiperônimos, hipônimos, nomes genéricos.
No exemplo anterior, você observou a substituição de todo um fragmento textual 
pela referência dada emum pronome (esse). Observe, no exemplo a seguir, que, para não 
repetir o nome Labov, utilizou-se um termo equivalente (“o autor”), fazendo-se uso do 
mecanismo de reiteração:
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Bagno (2011), na obra Gramática do Português Brasileiro, faz uma crítica à organização 
das palavras em classes gramaticais. O autor defende que as palavras podem 
exercer diferentes funções, conforme o contexto em que são aplicadas. Diante desse 
entendimento, o linguista alerta sobre a necessidade de uma nova perspectiva quanto 
ao ensino do português brasileiro. 
 
Fonte: as autoras.
Os bancos estão abrindo vagas para estágios; os hotéis, para recepcionistas. 
(Os bancos estão abrindo vagas para estágios; os hotéis estão abrindo vagas para 
recepcionistas.)
 
Fonte: KRIECK, L. E.; HOCHSPUNG, V. Língua portuguesa: sintaxe – da frase ao texto. 
Indaial: UNIASSELVI, 2022. p. 201.
Essa reiteração pode se dar a partir de uma característica do termo referente 
(ex.: gato – felino; feminino – gênero etc.), ou, quando se trata de pessoas, podemos nos 
referir à função social que exercem. Quando citamos um autor, em nosso texto, é comum 
fazermos pelo sobrenome, mas, para não o repetir, podemos pensar justamente nas 
funções que ele exerce e que sejam relevantes ao texto (como engenheiro, juiz, filósofo, 
linguista, educador etc.). Observe: 
Nesse excerto, o sobrenome do autor é retomado duas vezes, substituindo-o por 
funções sociais exercidas por ele. Como você pode notar, não se trata apenas de localizar 
sinônimos dicionarizados para as palavras que não se quer repetir, mas também analisar 
o que pode funcionar como “sinônimo” no contexto enunciativo em questão. 
Outro recurso textual que você pode utilizar para manter a objetividade no seu 
texto é a omissão de um termo facilmente identificável (o que chamamos de coesão por 
elipse). Observe:
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Nesse exemplo, omite-se a composição verbal “estão abrindo” e o termo “vagas”, 
uma vez que sua repetição é desnecessária ao entendimento do texto. 
É claro que devemos evitar repetições desnecessárias em nosso texto, mas como 
o professor Dr. Ernani Terra (2022, on-line) ressalta, em seu blog, “A repetição intencional 
de um mesmo item lexical também pode favorecer a coesão textual por enfatizar uma 
ideia, mantendo-a em foco. Nesse caso, a repetição confere ênfase e força argumentativa 
ao enunciado, visando conseguir a adesão do leitor ou do ouvinte”. No excerto a seguir, 
temos um exemplo: 
- Várias pessoas ao redor do mundo vão para a cama com fome todos os dias. E a fome 
mata mais que muita doença grave. 
Fonte: COESÃO textual: tipos e exemplos. Clube do Português: Língua Portuguesa, 
Literatura e Alfabetização. 13 out. 2021. Disponível em: https://www.clubedoportugues.
com.br/coesao-textual/. Acesso em: 23 jan. 2023.
Veja que a repetição da palavra “fome” é proposital, com a intenção de reforçar o 
problema em questão. Sendo assim, é interessante planejar o que queremos dizer em 
nosso texto, qual ou quais ideias queremos passar e como, o que queremos enfatizar. 
Nesse sentido, a repetição pode demonstrar um descuido com a escrita, mas também 
pode funcionar de maneira eficaz para enfatizar determinada ideia ou, ainda, demonstrar 
certo estilo de escrita. 
Existem outros elementos utilizados para a coesão textual que não foram 
mencionados aqui, como os operadores argumentativos que, por meio de recursos 
linguísticos, como conjunções, por exemplo, possibilitam a ligação entre termos de uma 
frase, entre orações ou mesmo entre frases ou parágrafos. 
Vejamos alguns exemplos: 
- Compareceu à festa, embora não simpatizasse com algumas pessoas ali presentes. 
- Não obteve êxito na sua apresentação, logo o trabalho precisou ser reescrito. 
- Ela gostaria de ir à praia, mas a previsão para o fim de semana é de chuva. 
- José não veio porque está doente. 
 
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Nesses exemplos, pode-se observar que as conjunções destacadas ligam orações, 
cada uma delas trazendo um sentido específi co para a frase em que se insere. A conjunção 
“embora” passa a ideia de conceção; “logo”, de conclusão; “mas”, de adversidade; e “porque”, 
de explicação. Ou seja, temos diferentes tipos de conjunções, nomeadas de acordo com 
a função que exercem: concessivas, conclusivas, adversativas, explicativas, aditivas, 
etc. Porém, não vamos nos ater a essas nomenclaturas. Aqui, ressaltamos, apenas, a 
importância de conhecer esse recurso e lançar mão dele de forma adequada ao sentido 
da mensagem que se deseja passar. 
Ademais, na fi gura a seguir, sugerimos que observe os termos utilizados como 
operadores argumentativos e organizacionais para sua produção textual: 
Figura – Operadores argumentativos
Fonte: Marcuschi (2008, p. 118).
ATENÇÃO! MUDANÇAS NESSAS PALAVRAS PODEM ALTERAR O SENTIDO! 
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Quadro 3 – Construções textuais para evitar na hora de elaborar seus argumentos
4.2 ERROS MAIS COMUNS PARA EVITAR 
NA ESCRITA/ERROS DE ESCRITA
Neste ponto da sua leitura, você já deve saber o que esperamos de um texto em 
termos de coesão e coerência, certo!? A coerência, como vimos, está ligada ao aspecto 
lógico do conteúdo, estabelecendo relações sintático-semânticas que unem as partes de 
um texto. Um texto é coerente quando não há contradição entre suas partes. A coesão 
é complementação disso, sendo responsável, mais precisamente, pela ligação textual, de 
natureza gramatical, entre as partes do texto (sentença, parágrafo...). 
Quando falamos sobre coerência, esperamos que você compreenda que, ao 
responder questões de uma avaliação discursiva da UNIASSELVI, você deve, além de 
escrever com clareza, objetividade, originalidade, apresentar uma relação lógica do 
conteúdo, evitando clichês, generalizações, redundâncias, incoerências, etc. Para que 
você compreenda melhor, preparamos um quadro com os tópicos a seguir:
Clichês: expressões muito empregadas que reproduzem ideias prontas, 
desvalorizam o texto por configurar ausência de reflexão sobre o tema proposto no 
comando da questão. Exemplos: “ter direito a um lugar ao sol”, “colocar os pingos nos 
is”, “isso é uma vergonha”...
Generalização/preconceito/estereótipo: raciocínio que pode conduzir ao 
radicalismo, a reproduções de estereótipos e afirmações preconceituosas. Afirmar 
que “pessoas com sotaque carregado fazem mal uso da língua”, por exemplo, 
revela uma visão preconceituosa, pois se ampara em um olhar purista, que ignora o 
tratamento científico dado ao estudo da língua e o fato de que uma língua varia e 
muda com o passar do tempo. Existem, ainda, estereótipos culturais, raciais, sexistas, 
sociais, etc., tais como a ideia de que "o povo brasileiro é malandro" e a de valoração 
negativa às religiões de matrizes africanas (só para citar alguns exemplos).
Redundância: repetição de palavras e de pormenores já ditos no texto, que revela 
falta de concisão e objetividade na resposta. 
Fuga do tema: ausência de desenvolvimento do tema proposto no comando da 
questão (fuga total) ou abordagem incompleta do assunto (fuga parcial) que indica 
falta de especificidade nas respostas.
 Incoerência: falta de sentido, de lógica. Ausência de conexão entre ideias, 
conceitos e fatos, entre as partes do texto.
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Imprecisão sintática: dificuldade de organização textual, falha na progressão 
de ideias, frases mal estruturadas, incompletude de ideias, falta de pontuação, de 
divisão dos parágrafos, etc. 
Vocabulário impreciso: termos mal-empregados, coloquialismo, marcas de 
oralidade, uso de gírias, grafia e acentuação incorreta das palavras.
Cópia integral ou parcial: falta de sistematização autoral na resposta; cópia 
deliberada de textos de outras autorias, sem o reconhecimento da fonte consultada; 
ou ainda, resposta construída, basicamente, com citações diretas, demonstrando 
pouca ou nenhuma reflexão do estudante respondente.
FONTE: as autoras.
Antes de encerrarmos este e-book, queremos deixar uma sugestão de leitura de 
um material muito especial da Parábola Editorial, cujo propósito é auxiliar, justamente,em importantes aspectos da escrita, mas que não foram tratados aqui, como o uso dos 
termos “onde”, “cujo”, “o qual”, a concordância dos verbos impessoais “haver/ ter/ fazer”, o 
uso do “porquê”, etc.
DICA DE LEITURA
No livro “Falsas Elegâncias”, de Marcos Bagno (distribuído de forma on-line pela Parábola 
Editorial), você encontrará um conteúdo muito interessante sobre casos de hipercorreção 
em textos escritos, com dicas para uma produção escrita mais clara, além de exercícios 
para a sua correção textual.
Fonte: BAGNO, M. Falsas elegâncias: como evitar a hipercorreção na escrita formal. 
São Paulo: Parábola, 2020. Disponível em: https://www.parabolaeditorial.com.br/
Custom.asp?IDLoja=34487&arq=ebook.htm
DESEJAMOS A VOCÊ MUITO SUCESSO NAS SUAS AVALIAÇÕES DENTRO E 
FORA DA UNIASSELVI!
https://www.parabolaeditorial.com.br/Custom.asp?IDLoja=34487&arq=ebook.htm
https://www.parabolaeditorial.com.br/Custom.asp?IDLoja=34487&arq=ebook.htm
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5. REFERÊNCIAS
ALKMIN, T. M. Sociolinguística: parte 1. In: MUSSALIM, F.; BENTES, A. C. (org.). 
Introdução à linguística: domínios e fronteiras. v. 1. São Paulo: Cortez, 2001.
ANTUNES, I. Aula de português: encontro e interação. São Paulo: Parábola Editorial, 
2003. 
BAGNO, M. Gramática Pedagógica do Português Brasileiro. São Paulo: Parábola 
Editorial, 2011.
COESÃO textual: tipos e exemplos. Clube do Português: Língua Portuguesa, 
Literatura e Alfabetização. 13 out. 2021. Disponível em: https://www.
clubedoportugues.com.br/coesao-textual/. Acesso em: 23 jan. 2023.
FARACO, C. A.; TEZZA, C. Oficina de texto. 8. ed. Petrópolis: Vozes, 2010.
KRIECK, L. E.; HOCHSPUNG, V. Língua portuguesa: sintaxe – da frase ao texto. Indaial: 
UNIASSELVI, 2022.
MARCUSCHI, L. A. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São 
Paulo: Parábola Editorial, 2008. 
SOUZA, O. de. O texto nas atividades escolares, produção de conhecimentos e autoria. 
In: SOUZA, O. de; BOHN, H. (org.). Escrita e cidadania. Florianópolis: Insular, 2003. p. 
55-74.
TERRA, E. Coesão (elipse, repetição e conexão). Blog do Ernani Terra: um espaço para 
falar de língua e literatura. Disponível em: bit.ly/3EDCMt4. Acesso em: 22 nov. 2022.
https://www.clubedoportugues.com.br/coesao-textual/
https://www.clubedoportugues.com.br/coesao-textual/

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