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TÉCNICAS RECENTES PARA A MODELAGEM DE PROCESSOS : RECOMENDAÇÕES GERAIS Raquel Teixeira Pereira (IFES) raquelepr@bol.com.br Luciano Lessa Lorenzoni (IFES) ;lllorenzoni@ifes.edu.br João Paulo Soares de Barros (IFES) joaopaulo@cefetes.br Leandro Colombi Resendo (IFES) leandro@cefetes.br Alessandra Fraga Dubke (IFES) afdubke@terra.com.br O objetivo do presente artigo é apresentar, por meio de um enfoque teórico, uma visão geral das etapas e principais metodologias utilizadas na modelagem de processos, de forma a criar uma visão holística da criação de modelos. Contempla a ddefinição de modelagem de processos, apresenta o conceito de modelagem de processo de negócio, segundo a visão BPMN e, apresenta os conceitos básicos sobre as metodologias e conceitos mais difundidos na literatura. Finalmente, uma comparação de diferentes perspectivas é apresentada para demonstrar características e capacidades dos métodos de modelagem de processos de negócio. Pode-se dizer que apesar de divergirem, todas as técnicas apresentadas não possuem características satisfatórias, mas têm o mesmo objetivo: representar processos. Sendo assim, um modelo ideal pode ser obtido combinando as melhores práticas de cada uma das perspectivas discutidas, considerando validação, verificação e procedimentos de modelagem. Palavras-chaves: Modelagem, Processos de Negócio, Técnicas de Modelagem XXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO A Engenharia de Produção e o Desenvolvimento Sustentável: Integrando Tecnologia e Gestão. Salvador, BA, Brasil, 06 a 09 de outubro de 2009 XXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Engenharia de Produção e o Desenvolvimento Sustentável: Integrando Tecnologia e Gestão Salvador, BA, Brasil, 06 a 09 de outubro de 2009 2 1. Introdução Conforme Kovaeif et. al (2004), os processos de negócios cresceram em importância e popularidade nos últimos anos, principalmente com o advento da tecnologia da informação. As empresas precisam construir, reavaliar e criar novos modelos de negócio e, essa renovação é o nível mais alto de uma estratégia que não pode ser controlada através de melhoria contínua, recriando métodos ou reestruturação organizacional. Segundo pesquisa do Grupo de Produção Integrada (2001), a modelagem de processos de negócios tem sido fortemente usada em projetos de melhoria e de reestruturações dentro de organizações. Hoje percebe-se uma ampliação da quantidade de ferramentas disponíveis, sem que contudo haja um método no sentido de informar e guiar a escolha dessas ferramentas. Segundo Smith apud Baldam (2007), todas as técnicas mais contemporâneas têm a gestão por processos como pilar: workflow, ERP, Six Sigma, inovação de processos, custeio baseado em atividades (ABC), análisa da cadeia de valor, gerenciamento da cadeia de suprimentos, etc. Para Vernadat (1996), qualquer método de modelagem deve ter um propósito definindo sua finalidade, isto é, a meta de modelar. Esta finalidade, geralmente tem uma influência direta na definição do método de modelagem. Sendo assim, este estudo fundamenta-se em um procedimento metodológico de abordagem qualitativa baseado em uma pesquisa bibliográfica, que utiliza fontes primárias e secundárias, com o objetivo de apresentar uma atualização sobre o tema proposto, de forma a abordar uma visão geral das etapas e principais metodologias utilizadas na modelagem de processos. Nesse sentido, a pesquisa buscou responder a seguinte questão: qual método utilizar na modelagem de processos? O tema é inovador e, a discussão é relevante uma vez que não existem pesquisas que apontem um método adequado ou guiem à seleção de ferramentas que apoiam a criação dos modelos. O escopo do estudo inclui referencial teórico, metodologia aplicada, diferentes perspectivas em relação às técnicas abordadas, discussão e conclusão. A introdução abordou os objetivos e justificativas da pesquisa desenvolvida. 2. Referencial Teórico Os tópicos aqui discutidos têm o objetivo de nortear a escolha por um método ou ferramenta que se adequade a realidade dos processos e contribuam para o sucesso da modelagem. Além disso, apresentam as principais abordagens acerca do assunto servindo de base para a discussão e conclusão da pesquisa. 2.1. Modelagem de Processos Segundo Curtis (1992), um modelo é uma representação abstrata da realidade que exclui muito do detalhe infinito do mundo. Um processo pode ser elaborado como um ou mais agentes que agem em papéis definidos para ordenar os passos do processo que coletivamente realizam as metas para o qual o processo foi projetado. Vernadat (1996) define modelagem de processos como sendo um conjunto de atividades a serem seguidas para criar um ou mais modelos com o propósito de representação, comunicação, análises, desenhos ou sínteses, tomada de decisão ou controle. XXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Engenharia de Produção e o Desenvolvimento Sustentável: Integrando Tecnologia e Gestão Salvador, BA, Brasil, 06 a 09 de outubro de 2009 3 O mesmo autor cita como objetivos da modelagem de processos: melhor entendimento e representação uniforme da empresa, suportar o projeto de novas partes da organização e, um modelo utilizado para controlar e monitorar as operações da empresa. A modelagem de processos é a fase mais visível do BPM (Business Process Management). De maneira geral, pode-se dizer que esta etapa compreende duas grandes atividades: modelagem do estado atual do processo (As Is) e otimização e modelagem do estado desejado do processo (To Be) (BALDAM et. al, 2007). Segundo o mesmo autor, a preparação do projeto de modelagem envolve as diversas atividades de compreensão de escopo (qual processo será modelado, propósitos, métricas, alinhamento estratégico, prazos), composição de equipe envolvida, definição de documentação necessária, planejamento das reuniões, consulta à documentação do processo, ou o que rege o processo previamente disponível (normas, leis, regulamentos, referências etc.). A equipe do processo deve ser multidisciplinar com o propósito de atuação específica em um dado processo. Ela deve ser composta por um dono do processo, gestor do processo, líder do processo, gerentes de departamento, especialistas no tema e equipe de Tecnologia da Informação. Na etapa seguinte, são realizadas entrevistas e coleta de dados com os especialistas de negócio e facilitadores. As entrevistas podem ser abertas ou dirigidas e pode incluir a criação conjunta da lista e de esquema gráfico de atividades, descrição de informações que comporão o processo, criação de atas de reunião etc. A documentação do processo, inclui a construção do modelo conforme a metodologia definida anteriormente. Nessa fase é comum o uso intensivo de software de apoio à modelagem (BALDAM et. al, 2007). Na validação do processo, deve-se testar o modelo em uma instância real do processo, para verificar se realmente está coerente. 2.2. Business Process Management (BPM) BPM é a disciplina de modelar, automatizar, gerenciar e otimizar processos de negócios através de seu ciclo de vida com o propósito de lhes agregar valor ( KHAN, 2003). Envolve a descoberta, projeto e entrega de processos de negócios. Adicionalmente, o BPM inclui o controle executivo, administrativo e supervisório destes processos (BPMN, 2008). O BPM têm dois papéis importantes: capturar processos existentes que representam as atividades e elementos relacionados e, representar processos novos para avaliar o desempenho (LIN, YANG e PAI, 2002). Um processo de negócio consiste em cinco elementos: tem seus clientes, é composto de atividades, estas atividades são apontadas a criar valor por clientes, atividades são operadas por atores que podem ser humanos ou máquinas e envolve freqüentemente várias unidadesorganizacionais que são responsáveis por um processo (DAVENPORT et. al, 1993). A atividade de planejar o BPM envolve entender o ambiente externo e interno, estabelecer estratégia e objetivos, coordenar a atualização do Manual de Gestão do BPM, selecionar e priorizar processos, gerar diretrizes e especificações, formar equipes de trabalho para processos específicos e planejar e controlar as atividades de implantação (BALDAM et. al, 2007). Envolve ainda, modelar e otimizar processos e, apoiar a implantação de novos XXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Engenharia de Produção e o Desenvolvimento Sustentável: Integrando Tecnologia e Gestão Salvador, BA, Brasil, 06 a 09 de outubro de 2009 4 processos. 2.3.Métodos de Modelagem Cada modelo tem sua própria finalidade e cobre parte ou subconjunto da empresa e pode representar algum aspecto em detalhe da perspectiva dada (SILVA, 2005). Notações de modelagem de processos e representações, normalmente apresentam uma ou mais perspectivas diferentes. Quatro das perspectivas mais comumente representadas são: funcional, comportamental, organizacional e informacional (CURTIS, 1992). Essas notações podem ser avaliadas por até que ponto eles provêem uma construção útil para representar e argumentar vários aspectos de um processo. Dentre as metodologias de modelagem de processo de negócio, pode-se destacar a Business Process Modelling Notation (BPMN) e Event-driven Processes Chain (EPC). O Business Process Management Initiative (BPMI), desenvolveu uma notação de modelagem de processos de negócios padrão, com o intuito de prover uma linguagem que é prontamente compreensível por todos os usuários, analistas que criam os desenhos iniciais dos processos, responsáveis por implementar a tecnologia que executará esses processos, e finalmente, para as pessoas que administrarão e monitorarão esses processos (BPMN, 2008). Assim, a notação BPMN cria uma ponte unificada para a abertura entre o desígnio de processos de negócios e processos de implementação. Outra meta é assegurar que as linguagens projetadas para a execução de processos de negócios podem ser visualizadas como uma notação orientada para negócio. A intenção da BPMN é unificar processos de negócios com notações e pontos de vista diferentes, abordando as melhores práticas dentro da comunidade de modelagem de negócios. Estruturas organizacionais, arranjos funcionais, regras de negócio estão fora da extensão BPMN. Essa metodologia é projetada para permitir todos os tipos de diagramas, porém deve- se ser cauteloso porque se muitos tipos de sub-modelos são combinados, o diagrama pode ficar muito difícil de ser entendido. Assim, recomenda-se que o analista de modelagem escolha um foco para o Diagrama de Processo Empresarial (BPD). Um BPD não é projetado para carregar toda a informação exigida para executar um processo de negócio graficamente. Assim, os elementos gráficos serão apoiados por atributos que proverão a informação adicional. As quatro categorias básicas de elementos gráficos são: objetos, os principais elementos para definir o comportamento de um processo, podem ser eventos, atividades ou gatilhos (gateways); conectores que podem ser por fluxo de sucessão, fluxo de mensagem ou associação; raias que são modos de agrupar elementos primários e, artefatos que são usados para prover informação adicional sobre o processo. O BPMN tem sido intensamente utilizado devido, entre outros fatores, não estar ligado a um fornecedor e ser criado por um conjunto consistente de empresas como Adobe, BEA, Boeing, Borland, Hewlett-Packard, IBM Corporation, SAP, Sun, Unisys, Departmento do Tesouro Americano. Segundo Davis et. al (2007), Event-driven Process Chain (EPC) é o principal modelo da metodologia ARIS, Arquitetura de Sistema de Informação Integrados e, pode ser auxiliado pela ferramenta ARIS Toolset. É um modelo dinâmico que reúne os recursos estáticos do negócio e sua organização para entregar uma sucessão de tarefas ou atividades que adicionam XXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Engenharia de Produção e o Desenvolvimento Sustentável: Integrando Tecnologia e Gestão Salvador, BA, Brasil, 06 a 09 de outubro de 2009 5 valor ao negócio. Essencialmente há quatro tipos de objetos usados na metodologia EPC: eventos, funções, regras e recursos. Basicamente combinamos esses objetos para representar vários enredos de fluxo de processo. Os eventos ativam o começo do processo, mudanças internas de estado ou o resultado final do processo que tem um efeito externo. Eventos representam a pré-condição de cada passo no processo. As funções representam as atividades ou tarefas como parte de um processo de negócio, idealmente com cada um acrescentando um pouco de valor ao negócio. Eles podem ser realizados por pessoas ou por sistemas de informação. Funções são ativadas por um ou mais eventos. Na terminologia ARIS, um evento ativa uma função e uma função cria um ou mais eventos e, assim por diante, produzem uma cadeia de processo de eventos dirigida. Decisões que mudam o fluxo de processo sempre são levadas por funções, mas para representar a lógica de possíveis resultados, é necessário apresentar as regras. As regras mais importantes são: todo modelo tem que ter um evento de começo e um evento de fim; funções e eventos sempre alternam; funções normalmente não deveriam conectar a outra função; funções e eventos só têm uma única conexão de entrada e de partida e; eventos nunca devem conectar a outros eventos. Os eventos que iniciam ou terminam um processo devem ter nomes significativos, pois eles ativam a primeira função do processo ou, é a conclusão do processo inteiro. Ele ainda, pode ser o gatilho para um processo adicional em outro modelo.Para os eventos que conectam uma sucessão de funções, ou seja, que estão no meio do processo, é convencional nomeá-los para refletir o resultado da função prévia. A utilização de eventos entre funções é uma excelente maneira de detectar se uma função foi definida corretamente ou se o fluxo está correto. Além disso, fica visível onde as decisões são tomadas ao longo do processo. A adição de eventos entre funções aumentam o rigor no processo de modelagem, assegurando que os modelos refletem o que realmente acontece. Em contrapartida, os modelos ficam maiores e uma apresentação concisa fica difícil. Processos reais não consistem em passos seqüentes. A necessidade de conter caminhos paralelos, decisões, gatilhos múltiplos são argumentos para usarmos ferramentas de modelagem para representar processos. A cadeia de processo pode ser puxada horizontalmente ou verticalmente.A vantagem de se modelar verticalmente é a facilidade de disposição na folha de papel. Outros métodos que suportam a ação da modelagem de processos são: CIM arquitetura aberta de sistemas (CIMOSA), Métodos Integrados de Definição (IDEF) e Petri Nets. Os objetivos da criação da metodologia CIMOSA foram a elaboração de uma arquitetura de sistema aberto para Manufatura Integrada por Computador (CIM) e a definição de um conjunto de conceitos e regras para o desenvolvimento de sistemas futuros de CIM, criando, desta forma, um padrão. Ela busca definir uma estrutura de modelagem que fosse bastante conhecida e suportasse todas as fases do ciclo de vida dos sistemas de CIM, desde a definição de requisitos, passando pela fase de especificação e de descrição da implementação, chegando até a execução das atividades diárias de operação da organização (VERNADAT, 1996). Esta metodologia incorpora uma abordagem de modelagem dirigida por eventos e baseada em processos, com o objetivo de representar aspectos essenciais em um modelo integrado mas XXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Engenharia de Produção e o Desenvolvimento Sustentável: Integrando Tecnologiae Gestão Salvador, BA, Brasil, 06 a 09 de outubro de 2009 6 complementar (PAIM, 2002). A metodologia dos Métodos Integrados de Definição possuem dois modelos, o de Fluxo de Processo e o Rede de Transição de Estado de Objeto, Process Flow e Object State Transition Network (OSTN), respectivamente. O primeiro representa o conhecimento sobre “como as coisas são feitas” dentro de uma organização, isto é, descreve o que acontece em uma etapa de processo enquanto ela passa por uma seqüência de um processo de produção. O segundo resume as condições, ou seja, os eventos, pelas quais um determinado objeto passa em um processo. Ambos modelos propostos por esta metodologia contêm unidades de informação que permitem a descrição de sistemas (PAIM, 2002). O método Petri Nets é muito popular e poderoso para representar e analisar os sistemas que exibem simultaneidade, paralelismo, sincronização,falta de determinação e compartilhamento de recursos. Este método é composto por uma forma gráfica com dois principais objetos: Locais (representados por círculos) e transições (representada por barras verticais, interconectadas por setas). Os locais podem conter moedas que podem mover de uma local para outro quando uma transição é disparada. Os locais são utilizados para representar os estados e as transições representam as atividades que são desenvolvidas (VERNADAT, 1996). Foi desenvolvida uma linguagem para especificar, visualizar, construir, e documentar artefatos (documentos) de sistemas de softwares, bem como para modelagem de negócio e outros sistemas que não são softwares chamada UML. Ela representa uma coleção das melhores práticas de engenharia que tem sido aprovadas com sucesso na modelagem de sistemas complexos e de grande escala (OMG Unified Modeling Language Specification, 2008). Independente da definição é possível observar que a UML é antes de tudo, uma linguagem de modelagem. E, sendo uma linguagem, apresenta vocabulário e regras próprias que orientam a criação e a leitura de modelos bem formatados, porém, pelo fato de não ser um método, a UML por si só não associa e não relaciona seus modelos com uma metodologia ou processo de desenvolvimento de software, não indicando quais modelos devem ser criados e nem quando criá-los dentro de um projeto de desenvolvimento de software. A criação e o momento da criação dos modelos vai depender da metodologia adotada que além da presença da UML deve também apresentar os principais passos do processo de desenvolvimento, indicando quais artefatos serão produzidos, quem irá produzi-los e de que maneira esses artefatos irão medir e controlar o projeto como um todo (VICENTE, 2004). A principal motivação para sua criação foi a necessidade da existência de uma linguagem padrão que possa, através de uma única semântica e notação, suportar arquiteturas de diversos níveis de complexidade dentro de diversos domínios de desenvolvimento de sistemas. 3. Metodologia A pesquisa realizada pelo presente trabalho foi segundo classificação de Lakatos et. al (2001) pesquisa bibliográfica do tipo descritiva, que tem como objetivo primordial à descrição de fenômenos buscando o estabelecimento de relações entre variáveis. Os instrumentos utilizados foram fontes documentais, livros, artigos científicos, publicações e técnicas com abordagem predominantemente qualitativa. As discussões foram feitas através de analogias com a teoria apresentada. XXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Engenharia de Produção e o Desenvolvimento Sustentável: Integrando Tecnologia e Gestão Salvador, BA, Brasil, 06 a 09 de outubro de 2009 7 4. Diferentes perspectivas em comparação às diferentes técnicas de modelagem LIN, YANG e PAI (2002) apresentam uma seleção de métodos de BPM, identificando conceitos essenciais para definir um processo de negócio. Os métodos de BPM selecionados incluem IDEF0, IDEF1, IDEFlX, IDEF3, RAD, REAL, Dynamic Modeling, Object-Oriented Modeling (OO), AI e MAIS. Os conceitos essenciais englobam: Atividade, também nomeada como tarefa, função, ou operação. É utilizada por IDEF0, RAD, e MAIS; Comportamento, também chamado ação, regras negócios, ou controle. É usado por IDEF1, IDEF3, RAD, Dynamic Modeling, e MAIS; Recurso, mecanismo, ou local, usado por IDEF0, REAL, e AI; Relação, representada através de classe de relação (IDEFl), junções e estrutura de ligações (IDEF3), interação (RAD), dependências, ligações (AI), links objeto (OO) e organização (MAIS); Agente, também nomeado como ator social, ou papel, usado por RAD, REAL, AI, e MAIS; Informação, representada através de mensagem (IDEF1X), mensagem envio (OO), ou infra-estrutura de informação (MAIS); Entidade (IDEFlX) ou classe de entidade (IDEFl), representada através de atributos, ou classe de objeto (00), Objeto representado como objetos de evento (REAL, OO), ou input / outputs (IDEFO), Verificação e validação, usando simulação (AI, MAIS) ou Dynamic Modeling, Procedimento de modelagem proposto por IDEFlX, REAL, Dynamic Modeling,OO, AI, e método MAIS. Depois de analisar esses métodos de modelagem, LIN, YANG e PAI (2002) propõem um resumo baseado nas seis perspectivas: funcional, comportamental, organizacional, informacional, verificação e validação, e procedimento de modelagem, como pode ser observado na Tabela 1. Método Funcional Comportamental Informacional Organizacional Verificação / Validação Procedimento de Modelagem IDEF0 ● ○ X X X X IDEF1 X X Ө Ө X X IDEF2 X Ө Ө Ө X ● IDEF3 X ● X ○ X X RAD ● ● X ● X X REAL Ө X X ● X ● DM X Ө X X Ө ● OO ● ○ ● ● X ● AI Ө X X ● ● ● MAIS ● Ө ● ● ● Ө BPMN ● Ө ○ ● Ө ● EPC Ө Ө ● Ө ● ● Legenda: Ө Suporta; ○ Suporta Fracamente; ● Suporta Fortemente; X Não Suporta. Tabela 1: Diferentes perspectivas de uso em comparação às diferentes técnicas de modelagem. Fonte: Adaptado pelo autor de LIN, YANG e PAI, 2002. XXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Engenharia de Produção e o Desenvolvimento Sustentável: Integrando Tecnologia e Gestão Salvador, BA, Brasil, 06 a 09 de outubro de 2009 8 Pode-se afirmar que os pontos resultantes de uma componente denotam suas contribuições para representar as perspectivas diferentes. Sendo assim, pode-se identificar várias competências de diferentes métodos para fazer o melhor uso de suas forças, e facilitar o método de desenvolvimento de acordo com estes conceitos essenciais e perspectivas de modelagem de processos. Portanto, pode-se dizer que nenhum dos métodos possui várias características satisfatórias para a modelagem de processo de negócio. 5. Discussão O sucesso da modelagem de processos depende do acúmulo de experiências e conhecimentos da equipe envolvida, portanto a seleção do gerente de processo, líderes e auditores, deve ser criteriosa, a fim de selecionar profissionais com expertise. Baldam et. al (2007) em concordância com outros autores, cita alguns fatores críticos de sucesso, como o apoio da alta direção, incluindo a presidência e alto escalão; alinhamento das iniciativas de BPM à estratégia da organização; gerente de BPM com experiência e competências necessárias; uma estrutura de orientação ao BPM que seja clara e objetiva, que inclui o manual de processos; capacitação das pessoas envolvidas, entre outros. É importante limitar o que vai ser modelado e, definir padrões, evita esforços desnecessários. Modelar decisões incorretamente é um dos enganos mais comuns. Tipicamente as pessoas não fazem no modelo o que de fato acontece, mas idealizam uma versão da realidade, conduzindo para problemas durante a implementação, análise ou manutenção. Ao descrever funções é importante não usar descrições ambíguas e longas. É melhor usar um título sucinto ou dividir as funções em várias outras funções separadas. Devemos, atentar paraas tarefas óbvias, pois na maioria das vezes elas não são modeladas. Modelos de processo e definições não podem ser usados se eles não podem ser entendidos. Uma linguagem de modelagem de processo deve permitir avaliação suficiente do processo proposto (CURTIS et. al, 1992). O mesmo autor sugere que se deve focalizar primeiro em definir os processos de negócio, e só então selecionar ferramentas e métodos para apoiar estes processos. Assim, quando integrar pessoas, tarefas, ferramentas, e métodos, um processo bem definido e documentado pode prover uma fundação subjacente para produtividade a longo prazo, qualidade e crescimento. Deve-se documentar as práticas atuais como uma linha de base no qual se pode construir processos novos e, assim comparar melhorias. Atributos mensuráveis podem ser usados para determinar a efetividade dos processos e guiar melhorias subseqüentes. Curtis et. al (1992) propunha quatro perspectivas comuns para modelagem de processo de negócio. Estas quatro perspectivas de modelagem cobrem a essência de processos negócios, tal, como, quando, onde e por quem são executados os elementos de processo e como são executadas as ações relacionadas. Porém, a verificação do modelo, validação e procedimento de modelagem deveriam ser considerados, depois de revisar vários métodos de modelagem de processo de negócio. 6.Conclusão As técnicas, discutidas neste artigo, usadas para modelar e representar variam e, consequentemente, a estrutura e atributos dos modelos construídos com cada uma destas técnicas diferem. XXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Engenharia de Produção e o Desenvolvimento Sustentável: Integrando Tecnologia e Gestão Salvador, BA, Brasil, 06 a 09 de outubro de 2009 9 Apesar de ter apresentado diferentes metodologias, todas têm o mesmo objetivo: diagramar processos. Os critérios de escolha destas metodologias dependem dos objetivos e necessidades da organização. Além disso, para se fazer melhor uso destas metodologias, podem ser adotadas as melhores práticas de diferentes perspectivas, a fim de se chegar a um modelo ideal para representar a meta desejada. Primeiramente, deve-se definir os processos de negócios envolvidos e, depois selecionar metodologias e ferramentas. Com relação a disposição, deve-se modelar verticalmente. Pode-se dizer que a execução da modelagem de processos fidedigna à realidade é difícil por causa de todas as contingências que devem ser consideradas e pelos modelos serem considerados como aproximação abstrata da realidade. Para se ter sucesso é importante também que os objetivos sejam claros e bem difundidos, e que a alta direção da organização esteja envolvida. Deve-se considerar ainda a verificação, validação e procedimento de modelagem além das outras quatro perspectivas propostas por Curtis. Referências BPMN. Business Process Modeling Notation Specification. Needram: Business Process Management Initiative, 2008. 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