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Prof. Me. Carlos Guimarães UNIDADE I Administração Estratégica A disciplina Administração Estratégica tem como base o livro-texto feito pelo professor: Flávio Celso Müller Martin. Contou com os professores colaboradores: Fábio Gomes da Silva; e Sandra Castilho. Apresentação Esta disciplina trata do processo estratégico para a formulação das estratégias organizacionais, a partir de ferramentas e dos métodos de análise dos ambientes, e das informações relevantes que afetam o negócio. Trata, também, da implementação das estratégias, por meio da definição dos objetivos estratégicos e dos respectivos indicadores de desempenho, das metas e dos planos de ação, bem como do controle e do aprendizado do processo estratégico. Vamos discutir os aspectos importantes como os níveis de decisão, a estratégia versus a estrutura, a análise de ambiente competitivo, a Matriz BCG, a formulação de estratégias, os Campos e as Armas da competição, e o Balanced Scorecard, entre outros. Cada unidade tem, em seu início, a apresentação de um caso de empresa real com a descrição de estratégias. Vale a pena se aprofundar nestes e em outros exemplos do livro-texto. Vamos ver com está dividida a matéria! Apresentação Esta disciplina trabalha, em três unidades, os seguintes assuntos: Unidade I: Evolução Histórica; O Processo de Administração Estratégica; Níveis de decisão estratégica; Análise dos Ambientes Externo e Interno integrando tudo na análise SWOT. Unidade II: Formulação de Estratégia Empresariais em vários níveis; Campos e Armas da Competição. Unidade III: Implantação apresentando o Balanced ScoreCard (BSC); Aprendizado Estratégico. Apresentação Case IBM: Fundada em 1911, através da fusão de três empresas, o nome original da IBM era CTR (Computing Tabulating Recording Company) e fabricava os registradores mecânicos de tempo para as máquinas industriais, os instrumentos de aferição de peso, os relógios e as máquinas de cartões perfurados para a tabulação (precursores dos computadores); Na década de 1960, a IBM passa a ser o maior fabricante de computadores de grande porte do mundo e, também, passa a fabricar as máquinas de escrever elétricas; Em 1981, lança o primeiro modelo de computador pessoal feito em massa, o PC-XT, e passa a ser uma das maiores empresas do mundo; Lança vários modelos, inclusive de computadores portáteis (que pesavam 15 kg), com grande sucesso. Introdução Você consegue perceber a dinâmica competitiva de organizações no mercado? Lembra da diferença de tempo de 21 anos da IBM, que sai de maior fabricante de computadores de grande porte para a fabricante de PCs. Concorrência. Turnaround. 1. Entendendo o que é a Administração Estratégica Na Grécia Antiga, período histórico compreendido entre os séculos XV e III a.C., a palavra “estratégia” significava “a arte de ser general” liderando os exércitos e derrotando os inimigos. Se a Grécia Antiga criou o conceito da estratégia, coincidentemente, no mesmo período histórico, por volta do ano de 500 a.C., um general e um filósofo chinês, chamado Sun Tzu, escreveu um livro impactante até hoje: A Arte da Guerra, onde desenvolve várias técnicas estratégicas para derrotar um exército adversário. Tzu (2006) considera o conhecimento como o recurso mais importante, pois permite que o general consiga calcular os fatores vitoriosos na batalha. 1.1 Evolução Histórica da Estratégia Sun Tzu: “Conhece teu inimigo e conhece-te a ti mesmo; se tiveres cem combates a travar, cem vezes serás vitorioso”; “Se ignoras teu inimigo e conheces a ti mesmo, tuas chances de perder e de ganhar serão idênticas”; Se ignoras, ao mesmo tempo, teu inimigo e a ti mesmo, só contarás teus combates por tuas derrotas”. (TZU, 2006, p. 23) “Segue esse princípio. Não deixes escapar nenhuma oportunidade. (TZU, 2006, p. 36) 1.1 Evolução Histórica da Estratégia Algumas décadas depois, o famoso samurai japonês Musashi escreveu suas ideias sobre a guerra e a estratégia: [...] o estudo do Caminho da Estratégia é o estudo de como vencer o homem. Através da vitória alcançada, cruzando as espadas com outra pessoa ou enfrentando as batalhas repletas de gente, conseguimos alcançar a fama para nós próprios e para os nossos senhores. Esta é a virtude da estratégia. (MUSASHI, 2000, p. 41) 1.1 Evolução Histórica da Estratégia Em 1832, um general prussiano chamado Carl Von Clausewitz, publicou o livro Da Guerra, conteúdo obrigatório para os estudantes de teoria militar em todo o mundo. Para nós, o que nos interessa é o conjunto de contribuições que ele deu para que possamos compreender a estratégia. [...] o estrategista deve definir, portanto, uma meta para todo o aspecto operativo da guerra, que deverá estar de acordo com o seu propósito. Em outras palavras, ele esboçará o plano de guerra, e o propósito determinará uma série de ações pretendidas para atingi-lo [...]. (CLAUSEWITZ, 2010, p. 199) 1.1 Evolução Histórica da Estratégia Sun Tzu descreve, de maneira direta, utilizando o linguajar da época, o que se pode interpretar como conceitos e aplicações das seguintes análises. Assinale a incorreta: a) Conhece teu inimigo. b) Conhece a ti mesmo. c) Uso do tempo como vantagem. d) Conhece o terreno da batalha. e) Ganhará todas as batalhas quem se conhecer. Interatividade Sun Tzu descreve, de maneira direta, utilizando o linguajar da época, o que se pode interpretar como conceitos e aplicações das seguintes análises. Assinale a incorreta: a) Conhece teu inimigo. b) Conhece a ti mesmo. c) Uso do tempo como vantagem. d) Conhece o terreno da batalha. e) Ganhará todas as batalhas quem se conhecer. Resposta Você, provavelmente, conhece a história do Ford Modelo T, que, em 1913, foi o primeiro produto feito em linha de montagem de manufatura, seguindo os ditames da administração científica de Taylor. O sucesso de Henry Ford foi enorme e ele dizia que você poderia escolher qualquer cor para o Ford T, desde que fosse a cor preta, pois a padronização era total. 1.1 Evolução Histórica da Estratégia Linha de produção da Ford, em 1913. Henry Ford e o Ford Modelo T. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Ford_assembly_line_- _1913.jpg#/media/File:Ford_assembly_line_-_1913.jpg; e https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Ford_1921.jpg#/media/File:Ford_1921.jpg No Brasil, as Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo (IRFM) foi a maior organização empresarial da América Latina. Baseado em São Paulo, o grupo chegou a ter 350 empresas de vários ramos, como: têxtil, químico, bancário e alimentício. Surgiu em 1891 e faliu na década de 1980. O principal motivo foi a concorrência. Enquanto não tinha concorrente, vendia tudo o que fabricava. Ou seja, não tinha uma vantagem competitiva sustentável. 1.1 Evolução Histórica da Estratégia Vamos voltar aos militares por um instante. O maior conflito armado do século passado, a II Guerra Mundial (1939-1945), além das tragédias humanas e econômicas, criou uma circunstância inusitada após o seu término: a desmobilização da maioria dos combatentes. Imagine haver milhares de oficiais experientes em estratégia militar perdendo o emprego nas forças armadas, ao mesmo tempo em que a Europa precisava de reconstrução e os EUA se consolidavam como a maior potência econômica. 1.1 Evolução Histórica da Estratégia Uma boa parte do alto oficialato americano foi contratada por grandes conglomerados industriais americanos em altos cargos (inclusive na General Motors). E isso não era, necessariamente, uma ação de agradecimento ou de Relações Públicas: a visão estratégica destes ex-oficiais poderia contribuir muito para o crescimento das empresas. Tenha em mente que um dos aspectos da estratégia é a gestão de recursos. Sob o ponto de vista de características pessoais, haja a disciplina eo respeito à hierarquia. O nosso ponto é que esta circunstância fortuita trouxe para muitas organizações a aplicação prática de conceitos estratégicos. Isto atraiu, naturalmente, a curiosidade da Academia. 1.1 Evolução Histórica da Estratégia Peter Drucker, considerado o maior gênio da Administração, escreveu mais de 30 livros de rigor intelectual e, ao mesmo tempo, de fácil compreensão. Drucker também desenvolveu, na década de 1950, a APO (Administração por Objetivos), em que os gestores e os subordinados estabelecem os objetivos comuns, e definem as suas áreas de responsabilidade com o foco nos resultados. Assim, todos perseguem os objetivos desdobrados em metas verificáveis e controláveis. Uma de suas contribuições à estratégia foi o livro The Practice of Management, de 1954, onde defende que o negócio é determinado pelo cliente e pelas suas necessidades. Sua definição de estratégia é: “Estratégia é a análise de situação atual e de mudanças, se necessárias. Incorpora-se a esta análise os recursos disponíveis e os que precisam ser adquiridos”. (DRUCKER, 1954, p. 22) 1.1 Evolução Histórica da Estratégia A Matriz Produto/Mercado de Ansoff: Igor Ansoff (1965), executivo de topo da empresa americana de aviões militares Lockheed Corporation, era, também, um acadêmico brilhante que observou e mapeou as distintas realidades das grandes empresas, e percebeu o valor da estratégia como um meio de fazer as empresas crescerem. 1.1 Evolução Histórica da Estratégia Matriz Produto/Mercado de Ansoff. Fonte: Adaptado de: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Matriz_Ansoff.png#/media/File:Matriz_Ansoff.png Produtos Existentes Novos M e rc a d o s E x is te n te s Penetração de Mercado Desenvolvimento de Produtos N o v o s Desenvolvimento de Mercado Diversificação É a determinação de metas e objetivos de longo prazo de uma empresa, e a adoção das linhas de ação e a aplicação dos recursos necessários para alcançar essas metas. (CHANDLER, 1962, p. 23) 1.1 Evolução Histórica da Estratégia George Steiner (apud MINTZBERG; LAMPEL, 2000) define, em 1969, o modelo de planejamento estratégico como uma sequência de etapas: Fixação de objetivo; Auditoria externa; Auditoria interna; Avaliação da estratégia; Operacionalização da estratégia; Programação do processo: desenvolvimento de cronogramas com feedback e controle. 1.1 Evolução Histórica da Estratégia Schneider (2013) comenta que a década de 1960 viu surgir duas das mais famosas empresas de consultoria ligadas à estratégia: Boston Consulting Group (BCG); e McKinsey & Company (GE). Ambas desenvolveram os métodos de análise de mercado que são, largamente, utilizados até hoje: a Matriz BCG e a Matriz GE (também chamada de Matriz McKinsey), entre outros. 1.1 Evolução Histórica da Estratégia Boston Consulting Group – Matriz BCG: Estrela, ponto de interrogação, vaca leiteira e abacaxi. As metáforas por trás da nomenclatura ajudam a entender. 1.1 Evolução Histórica da Estratégia Quadrantes da Matriz BCG. Fonte: Adaptado de: https://www.google.com.br/search?q=Matriz +BCG+imagem&rlz=1C2EXJR_enBR880BR 881&sxsrf=ALeKk03Yp1f3h6AdVoef- t9bReGgCRqj8Q:1607257448693&source=l nms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwjWtqr KrLntAhWbK7kGHX6wD2AQ_AUoAXoECB EQAw&biw=1920&bih=937#imgrc=71ExdgT yVWyOuM BCG PARTICIPAÇÃO RELATIVA DE MERCADO ALTA BAIXA C R E S C IM E N T O D O M E R C A D O A L T O Estrela Interrogação B A IX O Vaca leiteira Abacaxi Vamos ver o significado dos nomes sugestivos: Estrela: Alto crescimento de mercado com alta participação relativa de mercado. Ou seja, dentro deste quadrante entram os produtos que são “Estrelas” do filme de Hollywood: lideram um mercado que cresce mais do que o PIB. Ponto de interrogação: Alto crescimento de mercado com alta participação relativa. Produtos que não são líderes de um mercado que cresce bastante. 1.1 Evolução Histórica da Estratégia Quadrantes da Matriz BCG. Fonte: Adaptado de: https://www.google.com.br/s earch?q=Matriz+BCG+imag em&rlz=1C2EXJR_enBR88 0BR881&sxsrf=ALeKk03Yp 1f3h6AdVoef- t9bReGgCRqj8Q:16072574 48693&source=lnms&tbm=i sch&sa=X&ved=2ahUKEwj WtqrKrLntAhWbK7kGHX6w D2AQ_AUoAXoECBEQAw &biw=1920&bih=937#imgrc =71ExdgTyVWyOuM BCG PARTICIPAÇÃO RELATIVA DE MERCADO ALTA BAIXA C R E S C IM E N T O D O M E R C A D O A L T O Estrela Interrogação B A IX O Vaca leiteira Abacaxi Vaca leiteira: Toda organização deveria ter, ao menos, uma. São produtos líderes, cujo mercado apresenta baixa taxa de crescimento, portanto não atrai novos players. Abacaxi: Produtos que não são líderes e cujo mercado apresenta baixa taxa de crescimento. A metáfora do abacaxi é esta: vale a pena descascar este abacaxi? A primeira coisa a avaliar é a rentabilidade. 1.1 Evolução Histórica da Estratégia – Período de 1950 a 1980 Quadrantes da Matriz BCG. Fonte: Adaptado de: https://www.google.com.br/s earch?q=Matriz+BCG+imag em&rlz=1C2EXJR_enBR88 0BR881&sxsrf=ALeKk03Yp 1f3h6AdVoef- t9bReGgCRqj8Q:16072574 48693&source=lnms&tbm=i sch&sa=X&ved=2ahUKEwj WtqrKrLntAhWbK7kGHX6w D2AQ_AUoAXoECBEQAw &biw=1920&bih=937#imgrc =71ExdgTyVWyOuM BCG PARTICIPAÇÃO RELATIVA DE MERCADO ALTA BAIXA C R E S C IM E N T O D O M E R C A D O A L T O Estrela Interrogação B A IX O Vaca leiteira Abacaxi George Steiner (apud MINTZBERG; LAMPEL, 2000) define, em 1969, o modelo de planejamento estratégico como uma sequência de etapas, conforme segue a seguir. Assinale a alternativa verdadeira: a) Fixação de objetivo. b) Auditoria externa. c) Auditoria interna. d) Avaliação da estratégia. e) Todas são etapas. Interatividade George Steiner (apud MINTZBERG; LAMPEL, 2000) define, em 1969, o modelo de planejamento estratégico como uma sequência de etapas, conforme segue a seguir. Assinale a alternativa verdadeira: a) Fixação de objetivo. b) Auditoria externa. c) Auditoria interna. d) Avaliação da estratégia. e) Todas são etapas. Resposta A Matriz GE (ou McKinsey) é uma ferramenta de análise de Unidades de Negócio e foi criada, originalmente, pela Consultoria McKinsey para atender à empresa General Eletric. Os dados de análise levam em consideração: Nível de atratividade do ramo de atividade; Força competitiva da Unidade de Negócio. 1.1 Evolução Histórica da Estratégia Matriz GE/McKinsey. Fonte: Adaptado de: Ghemawat (2002, p. 48). Investimento cauteloso Investimento seguro Investimento prioritário Colheita Investimento cauteloso Investimento seguro Zona de perigo Colheita Investimento cauteloso Baixa Média Alta B a ix a M é d ia A lt a A tr a ti v id a d e d a I n d ú s tr ia Força da Unidade de Negócio Matriz GE: 1.1 Evolução Histórica da Estratégia Matriz GE/McKinsey. Fonte: Adaptado de: Ghemawat (2002, p. 48). Investimento cauteloso Investimento seguro Investimento prioritário Colheita Investimento cauteloso Investimento seguro Zona de perigo Colheita Investimento cauteloso Baixa Média Alta B a ix a M é d ia A lt a A tr a ti v id a d e d a I n d ú s tr ia Força da Unidade de Negócio A análise da Matriz pronta consiste em entender o significado da posição em cada um dos nove quadrantes. Cada Unidade de Negócio estará posicionada em um destes quadrantes: 1.1 Evolução Histórica da Estratégia Investimento prioritário A Unidade de Negócio que estiver neste quadrante deve ter uma atenção especial com os investimentos prioritários. É o melhor dos casos possíveis. Investimento seguro Vale a pena realizar os investimentos, pois as perspectivas de crescimento e de rentabilidade são promissoras. Investimento cauteloso As Unidades de Negócio neste quadrantemerecem algum investimento, se for possível, pois estão em ordem de prioridade 3. Há riscos de investimento que devem ser analisados. Colheita Só vale a pena manter se houver a geração de lucros satisfatórios e o investimento deve ser focado, basicamente, em manter a operação funcionando. Caso contrário, vale a pena se retirar do ramo de atividade. Zona de perigo É recomendável parar de investir nesta Unidade de Negócio e se retirar do ramo de atividade, pois não há perspectivas futuras positivas. Michael Porter e a estratégia: Suas contribuições são inestimáveis: Modelo das Cinco Forças Competitivas, Modelo das Estratégias Genéricas e Vantagens Competitivas das Nações; A primeira, o Modelo das Cinco Forças Competitivas, postula que não são somente os concorrentes que afetam a competitividade de uma organização. 1.1 Evolução Histórica da Estratégia – Período de 1950 a 1980 Michael Porter e a estratégia: As cinco forças de Porter: 1.1 Evolução Histórica da Estratégia Cinco forças de Porter. Fonte: Adaptado de: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Cinco_For%C3%A7a s_de_Porter.png#/media/File:Cinco_Forças_de_Porter.png Rivalidade entre os concorrentes Poder de barganha dos clientes Poder de barganha dos fornecedores Ameaça de novos entrantes Ameaça de produtos substitutos Modelo das Cinco Forças Competitivas: A rivalidade entre os concorrentes: Alguns ramos de atividade são compostos por empresas que disputam um espaço com alta rivalidade. Então, veja que o nível de rivalidade afeta as capacidades competitivas de uma empresa, pois quando há alta rivalidade, é necessário ter mais investimentos em qualidade, operações, marketing etc. para superar o rival. Em baixa rivalidade ocorre o contrário. Ou seja, o nível de rivalidade afeta a rentabilidade, já que é necessário investir mais para se contrapor aos concorrentes mais agressivos. 1.1 Evolução Histórica da Estratégia Modelo das Cinco Forças Competitivas: Ameaça de novos entrantes: Trata-se da possibilidade de alguma empresa entrar no seu mercado; Não é o concorrente atual e sim a chance de um concorrente potencial; E para poder analisar este risco de alguém vir a competir no seu mercado, é preciso entender as barreiras de entrada, que são os fatores que podem impedir/atrapalhar (ou facilitar/incentivar) a entrada de uma empresa em determinado setor. 1.1 Evolução Histórica da Estratégia Modelo das Cinco Forças Competitivas: Ameaça de produtos substitutos: Neste caso, não é de um novo concorrente no seu mercado, e sim de um produto ou um serviço que possa tornar o seu produto, obsoleto ou sem atrativos. Por exemplo: as locomotivas a vapor foram fabricadas até meados do século XX, sendo substituídas por locomotivas a diesel ou elétricas. Os fabricantes que não mapearam a ameaça de substituição, certamente, perderam mercado. 1.1 Evolução Histórica da Estratégia Modelo das Cinco Forças Competitivas: O poder de barganha de fornecedores: A quarta força é de simples compreensão: manda quem é mais forte, obedece que é mais fraco; Se uma empresa depende de alguns fornecedores maiores e mais fortes, certamente, estes fornecedores vão ser exigentes nas negociações e não vão dar descontos, prazos de pagamento e outras vantagens. Por outro lado, se a mesma empresa tiver outros fornecedores mais fracos, a negociação passa a ser vantajosa para a empresa. 1.1 Evolução Histórica da Estratégia – Período de 1950 a 1980 Atratividade da indústria mede o quanto o ramo de atividade da Unidade de Negócios é atrativo para os investimentos. Há um cálculo econométrico que cria três intensidades de atratividade (baixa, média ou alta), a partir destas variáveis. Assinale a alternativa incorreta: a) Força da marca. b) Preço atual e projetado. c) Oportunidades de crescimento. d) Rentabilidade. e) Distribuição e logística. Interatividade Atratividade da indústria mede o quanto o ramo de atividade da Unidade de Negócios é atrativo para os investimentos. Há um cálculo econométrico que cria três intensidades de atratividade (baixa, média ou alta), a partir destas variáveis. Assinale a alternativa incorreta: a) Força da marca. b) Preço atual e projetado. c) Oportunidades de crescimento. d) Rentabilidade. e) Distribuição e logística. Resposta Há uma sequência lógica de passos para a execução do processo, incluindo planejar, implementar e controlar. Em um fluxo temos: Diagnóstico da situação atual; Análise ambiental e análise interna; Formulação estratégica; Implementação estratégica; Controle estratégico. Detalhando, temos 1.2 O processo de administração estratégica Diagnóstico da situação atual: Avaliação da coerência e adequação de Missão, Visão, Valores, Objetivos e Estratégias da empresa, em função da situação atual; Quanto maior a coerência e a adequação, melhor terão definidos estes itens no passado. Assim, há vantagens no processo quando a organização já vier de um histórico de administração estratégica, pois o ponto de partida está mais claro e definido. Análise ambiental e análise interna: Levantamento de dados e informações, sobre o ambiente externo e interno da empresa; O foco é ter subsídios para enfrentar as ameaças e identificar as oportunidades; É preciso identificar os fatores que possam afetar a competitividade. Iremos discutir estes fatores mais tarde. 1.2 O processo de administração estratégica Formulação estratégica: Definição de objetivos e meios para atingi-los. Implementação estratégica: Realização das ações definidas buscando atingir os objetivos; É necessário direcionar os recursos da organização para a consecução das atividades. Mais à frente discutiremos o impacto da estrutura organizacional e da capacidade de liderança na implementação, bem como veremos algumas ferramentas metodológicas. Controle estratégico: Acompanhamento e monitoração das atividades avaliando os resultados vis-à-vis objetivos; Este sistema deve contar com os indicadores de desempenho e os processos de acompanhamento. Faz parte a avaliação da necessidade de corrigir as atividades ou, até mesmo, os objetivos. 1.2 O processo de administração estratégica Em um fluxo temos: 1.2 O processo de administração estratégica Processo de administração estratégica. Fonte: Sobral; Peci (2013, p. 210). Diagnóstico da situação atual Análise ambiental Análise interna Formulação estratégica Implementação estratégica Controle estratégico Sobral e Peci (2013) definem como três os níveis de decisão estratégica, deixando claro que há variações e adaptações no mundo corporativo. 1.3 Níveis de decisão estratégica Processo de administração estratégica. Fonte: Adaptado de: Sobral; Peci (2013, p. 212). Estratégia de nível corporativo Estratégia de nível de negócio Estratégia de nível funcional Marketing P&D Operações Finanças Recursos Humanos Unidade de negócio Unidade de negócio Unidade de negócio Corporação As organizações devem monitorar os fatores relevantes do ambiente externo, uma vez que estes influenciam a performance empresarial, sem que a própria organização tenha condições de influenciar o ambiente em troca. Em suma: Os fatores que acontecem além dos muros da empresa afetam os seus resultados; A contrapartida é praticamente nula: a empresa afeta muito pouco (ou nada) estes fatores; A única ação é a adaptação. 2. Análise do Ambiente Externo Scholes, Johnson e Whittington (2002) citam vários fatores que ajudam a pensar na influência possível do ambiente externo, por exemplo, os ambientes: Político; Econômico; Sociocultural; Tecnológico; Ambiental; Legal. Vamos detalhar 2. Análise do Ambiente Externo Scholes, Johnson e Whittington (2002): 2. Análise do Ambiente Externo Fatores externos que afetam as organizações. Fonte: Adaptado de: (ATENÇÃO: a figura estána página 60, Unidade III, do livro-texto anterior desta disciplina, Administração Estratégica, e está referenciada como: SCHOLES; JOHNSON; WHITTINGTON. Exploring Corporate Strategy, cap. 2, p. 68.). Que fatores afetam a organização? Quais os fatores são mais importantes no presente? E no futuro? Legal Leis de competição Leis de empregabilidade Saúde e segurança Comercialização dos produtos Político Estabilidade governamental Política de impostos Leis de comércio internacional Políticas sociais Fatores econômicos Ciclos de negócios Tendência do PIB Juros Inflação Taxa de desemprego Política monetária Receita per capita Fatores socioculturais Distribuição de renda Mobilidade social Demografia populacional Nível educacional Hábitos de consumo Mudanças no estilo de vida Ambiental Leis de proteção ambiental Consumo de energia Disposição do lixo Organização Fatores tecnológicos Despesas do governo em pesquisa e desenvolvimento Taxas de obsolescência Rapidez de transferência tecnológica Foco do governo e indústria em desenvolvimento tecnológico Novas descobertas, patentes, direitos autorais etc. Toda organização tem recursos à disposição. Sejam financeiros, humanos, produtivos ou mercadológicos, os recursos internos afetam a capacidade da empresa a competir no ambiente externo. Portanto, as empresas precisam analisar os seus recursos e compará-los com os da concorrência, procurando identificar os pontos fortes e fracos. Os fatores que, cotejados com a concorrência, representam uma vantagem operacional são chamados de pontos fortes. Quais são as forças impulsoras internas que representam uma vantagem diante da concorrência? Por outro lado, os pontos fracos são fatores que se traduzem em uma desvantagem operacional diante da concorrência, sendo as limitações que restringem a atuação organizacional. 3. Análise do Ambiente Interno Claro que nem tudo representa um ponto forte ou fraco. Há os chamados pontos neutros, que são fatores em equilíbrio com a concorrência e não trazem nem vantagens nem desvantagens. Vamos listar alguns dos elementos internos que devem ser analisados, e que podem ser pontos fortes ou fracos, conforme vemos a seguir: Participação de mercado; Canais de distribuição; Linhas de produto; Programas de pesquisa; Satisfação do cliente; Processos produtivos e operacionais; Recursos Humanos; Rentabilidade. Dentre muitos outros. 3. Análise do Ambiente Interno Tendo em mãos as análises de dados internos e externos, uma das ferramentas mais utilizadas para integrá-las é a análise SWOT, muito utilizada desde a década de 1970. A análise SWOT envolve os ambientes interno e externo da empresa, o modelo trata das forças e das fraquezas em dimensões-chaves como o desempenho e os recursos financeiros, os recursos humanos, as instalações e a capacidade de produção, a participação de mercado, as percepções do consumidor sobre a qualidade, o preço e a disponibilidade do produto, e a comunicação organizacional. (FERREL et. al., 2000, p. 62) A lógica da aplicação consiste em comparar os fatores internos identificados como pontos fortes/fracos da organização com os fatores externos identificados como ameaças/oportunidades. Vamos ver: 4. A Integração das Análises – SWOT 4. A Integração das Análises – SWOT Análise SWOT. Fonte: Adaptado de: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:S WOT_pt.svg#/media/File:SWOT_pt.svg Forças Fraquezas Oportunidades Ameaças Ajuda Atrapalha Na conquista do objetivo ANÁLISE SWOT In te rn a (o rg a n iz a ç ã o ) E x te rn a (a m b ie n te ) O ri g e m d o f a to r Scholes, Johnson e Whittington (2002) citam vários fatores que ajudam a pensar na influência possível do ambiente externo. Assinale a alternativa incorreta: a) Econômico. b) Sociocultural. c) Tecnológico. d) Ambiental. e) Recursos Humanos. Interatividade Scholes, Johnson e Whittington (2002) citam vários fatores que ajudam a pensar na influência possível do ambiente externo. Assinale a alternativa incorreta: a) Econômico. b) Sociocultural. c) Tecnológico. d) Ambiental. e) Recursos Humanos. Resposta ANSOFF, H. I. Estratégia empresarial. São Paulo: McGraw-Hill, 1965. CHANDLER, A. Strategy and Structure: Chapters in the History of American Industrial Enterprise. Cambridge, Mass.: MIT Press, 1962. CLAUSEWITZ, C. V. Da Guerra. São Paulo: Editora WMF-Martins Fontes, 2010. DRUCKER, P. The Practice of Management. New York: Harper and Row, 1954. FERRELL, O. C.; HARTLINE, M. D.; LUCAS JUNIOR, G. H.; LUCK, D. Estratégia de Marketing. São Paulo: Atlas, 2000. GHEMAWAT, P. A estratégia e o cenário dos negócios: texto e casos. Porto Alegre: Bookman, 2000. MINTZBERG, H.; LAMPEL, J.; AHLSTRAND, B. Safári de estratégia: um roteiro pela selva do planejamento estratégico. Porto Alegre: Bookman, 2000. MUSASHI, M. O livro dos cinco anéis. São Paulo: Madras, 2000. Referências SCHNEIDER, L. C. Pensamento Estratégico Organizacional: Origens, Evolução e Principais Influências. VI Encontro de Estudos em Estratégia. Bento Gonçalves-RS, 2013. SCHOLES, K.; JOHNSON, J.; WHITTINGTON, R. Exploring corporate strategy. Prentice Hall, 2002. SOBRAL, F.; PECI, A. Administração: teoria e prática no contexto brasileiro. São Paulo: Pearson, 2013. TZU, S. A arte da guerra. São Paulo: Paz e Terra, 2006. Referências ATÉ A PRÓXIMA!
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