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Epidemiologia-Higiene-e-Saneamento-atual

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EPIDEMIOLOGIA, HIGIENE E SANEAMENTO 
 
 
1 
 
Sumário 
NOSSA HISTÓRIA ............................................................................................. 2 
INTRODUÇÃO ................................................................................................... 4 
EPIDEMIOLOGIA E POLÍTICAS DE ATENÇÃO À SAÚDE ............................... 5 
IMPACTO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE O PERFIL EPIDEMIOLÓGICO
 ......................................................................................................................... 13 
A CONTRIBUIÇÃO DA EPIDEMIOLOGIA NA FORMULAÇÃO, 
IMPLEMENTAÇÃO E AVALIAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE .. 16 
HIGIENE E PROFILAXIA ................................................................................. 18 
SANEAMENTO BÁSICO: CENÁRIO BRASILEIRO ......................................... 19 
RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE .......................................................... 23 
SANEAMENTO E EPIDEMIOLOGIA AMBIENTAL .......................................... 24 
CONCLUSÃO ................................................................................................... 25 
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 26 
 
 
 
 
2 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de 
empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como 
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a 
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua 
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, 
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o 
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
VÍDEOS DE APOIO 
 
Visando promover mais um pouco de conhecimento sobre o assunto de 
EPIDEMIOLOGIA, HIGIENE E SANEAMENTO, foram selecionados alguns 
vídeos que deverão ser assistidos antes de inciar a leitura do conteúdo da 
apostila. 
 Vídeo 1: Epidemiologia - Introdução aos Indicadores de Saúde 
Disponível em:< https://www.youtube.com/watch?v=QbNpN2rVMSc > 
Sinopse: o Canal Jalekos Acadêmico, por meio do professor Felipe 
Barreto indica quais são os conceitos essenciais no que diz respeito aos 
indicadores de saúde. 
 
 Vídeo 2: Epidemiologia - Introdução aos Indicadores de Saúde 
Disponível em:< https://www.youtube.com/watch?v=p9m0SJkfUCE > 
Sinopse: Dr. Anthony Wong explica a relação entre saneamento básico 
e saúde e esclarece que a falta de saneamento básica é uma das principais 
razões do aumento de doenças infecciosas e gera um elevado custo social e de 
saúde. 
 
 
 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=QbNpN2rVMSc
https://www.youtube.com/watch?v=p9m0SJkfUCE
 
4 
INTRODUÇÃO 
Epidemiologia é a ciência que estuda a distribuição e os determinantes 
dos problemas de saúde (fenômenos e processos associados) em populações 
humanas. É uma das áreas fundamentais na elaboração das estratégias 
públicas de combate e prevenção às patologias que acometem a sociedade 
brasileira. O processo de reformulação institucional no qual o SUS tem 
enfrentado, necessariamente deve dispor de estatísticas epidemiológicas que 
permitam a descentralização dos serviços e consequentemente uma abordagem 
mais efetiva junto à comunidade. 
Os dados que a epidemiologia oferece ao SUS são de intensa importância 
dentro das políticas de saúde descentralizadas, de modo que as estatísticas 
locais possibilitam reconhecer populações e fatores de risco e eliminá-los de 
forma mais eficaz. Tal como, a pulverização de inseticidas contra mosquitos da 
dengue é favorável somente em locais que possuem altos índices pluviométricos 
e clima quente, essas informações, no entanto, são levantadas apenas com 
dados locais. 
Identifica-se a desqualificação de levantamentos epidemiológicos 
necessários para o SUS tal qual, mortes maternas e infantis, acidentes de 
trabalho e doenças profissionais. A escassez desses dados acarreta no 
comprometimento do investimento em diversas áreas, uma vez que sem esses 
dados se torna difícil desenvolver um planejamento de combate e prevenção 
oportuna o que tende a gerar restrição da verba. 
A falta de saneamento básico é um dos motivos principais da ocorrência 
de mortalidade infantil no Brasil, sendo originadas de doenças parasitárias e 
infecciosas, as quais se propagam rapidamente em áreas sem coleta e 
tratamento de esgoto. 
 
 
 
5 
EPIDEMIOLOGIA E POLÍTICAS DE ATENÇÃO À SAÚDE 
A Epidemiologia é um dos pilares da Saúde Pública, e como tal deve estar 
estreitamente incorporada às políticas, programas e serviços públicos de saúde. 
No Brasil, a fundação e o processo de fortalecimento e consolidação do Sistema 
Único de Saúde (SUS) vêm possibilitando a garantia da saúde como direito 
constitucional, e a Saúde Pública vem expandindo consideravelmente o seu 
espaço dentro desse sistema. 
Nos últimos anos, certos desafios técnicos foram impostos ao SUS, em 
principal, o progresso de mecanismos para o seu aperfeiçoamento gerencial, o 
desenvolvimento do escopo de atuação da Vigilância à Saúde, e a melhor 
distribuição das ações com foco à promoção e atenção integral à saúde de modo 
eficaz para todas as parcelas da população, em especial, a mais carente. 
Para esse fim, estão se intensificado a descentralização administrativa e 
financeira na direção dos estados e municípios, tal qual a reorganização das 
funções da Vigilância à Saúde, e a inclusão da epidemiologia às práticas 
habituais dos serviços. 
Nesse processo, pouco a pouco mais, vão se utilizando e requerendo 
informações epidemiológicas em nível regional ou local, seja dos problemas de 
saúde existentes, assim como dos seus determinantes, de modo a se traçar o 
perfil de carências de saúde, essencial para o atendimento à diretriz de alcance 
da equidade em saúde. 
A formação da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da 
Saúde, que consistiu em um único órgão, a vigilância, prevenção e o controle de 
doenças transmissíveis e não transmissíveis, a vigilância ambiental, a 
sistematização dos dados sobre a saúde, gerados na rede de serviços própria e 
conveniada ao SUS, e particularmente dos sistemas de informação 
epidemiológica foi uma fase considerável dessa consolidação. 
Desenvolveu-se, também, uma melhor conexão entre a Vigilância 
Epidemiológica e as políticas de prevenção e controle, a rede de referência de 
laboratórios de saúde pública, e também as unidades hospitalares. Ademais, 
 
6 
estabeleceu-se uma unidade de respostas rápidas para identificação e 
investigação de surtos, epidemias e eventos excepcionais, que vem causando o 
desenvolvimento de medidas pertinentes para o controle respectivo. 
Frente à alta demanda por informações epidemiológicas, podem-se 
observar avanços significativos, tais como, a melhoria da cobertura e qualidade 
dos sistemas de informação existentes no SUS, e a maior disponibilidade destes 
sistemas por meio do acesso online, com níveis de fragmentação pertinentes 
para as carências de gestores, profissionais de saúde, e também da 
comunidade. 
TEIXEIRA(2005), destaca que o aprimoramento e consolidação das 
parcerias entre várias instituições produtoras deinformação vêm sendo 
propiciados pela Rede Interagencial de Informações em Saúde (RIPSA), já com 
10 anos de existência, e se constituindo em um espaço de troca de experiências 
e potencialização de produção, padronização e compatibilização das 
informações, produção e divulgação de indicadores no âmbito do setor saúde. 
A intensificação da capacidade de produção e análise de informações 
epidemiológicas, nos três níveis do sistema de saúde, tem sido evidenciada no 
grande número de trabalhos apresentados nos Congressos de Epidemiologia e 
Saúde Coletiva da ABRASCO, bem como de artigos publicados em revistas 
científicas oriundos dos serviços de saúde. 
Nesta direção, um marco no incentivo desta produção foi a criação da 
EXPOEPI, fórum anual específico para divulgação, discussão e premiação de 
trabalhos e experiências exitosas no campo da epidemiologia nos serviços de 
saúde. Esta iniciativa da SVS vem estimulando profissionais de estados e 
municípios na busca de apropriação do conhecimento epidemiológico no 
desenvolvimento de ações rotineiras sob firmes bases científicas e criatividade 
técnica. 
É possível destacar algumas falhas que necessitam ser solucionadas, 
como exemplo, nota-se que é necessário o aperfeiçoamento da capacidade dos 
profissionais em contestar a sua prática e elaborar questionamentos de 
investigação oportunos para as políticas de saúde regionais ou locais, e também 
 
 
7 
aprimorar a capacidade do uso de métodos de análise epidemiológica. Isto é 
sobretudo evidente nos sistemas locais de saúde, e será capaz de possibilitar a 
identificação da real problemática de saúde e a identificação de sua prioridade 
política, ofertando as bases científicas para organização de ações programáticas 
e o destino dos recursos. 
Se faz necessário considerar a necessidade de melhoria da qualidade dos 
registros, principalmente para determinadas informações, como as relativas a 
mortes maternas, por acidentes de trabalho e doenças profissionais. 
Nota-se a falta de número identificador comum que permita a sua junção 
em diversas bases de dados. Bem como a ausência de diagnóstico de saúde, 
como em dados ambulatoriais, que indicam apenas o procedimento, limitando o 
uso desses dados para a produção de indicadores de morbidade úteis para o 
conhecimento epidemiológico e a definição de políticas adequadas. Verifica-se, 
também, a escassez de estudos epidemiológicos de base populacional 
designados a pautar diagnósticos nacionais do contexto de saúde da população 
brasileira. 
Nos últimos anos, investigações nacionais estão sendo realizadas através 
do Ministério da Saúde, em parcerias com outras instituições acadêmicas e de 
serviços, tais como, a do Inquérito Domiciliar sobre Comportamentos de Risco e 
Morbidade referida de Doenças e Agravos Não-Transmissíveis, Estudo de 
Soroprevalência de Infecção Chagásica e Hepatites Virais, dentre outros. 
Estes ensaios devem ser ampliados para outras áreas relativas a 
problemas de saúde pública relevantes para o país, como o de violência 
doméstica, a Rede Nacional de Saúde do Trabalhador, ou o Programa de 
Humanização do SUS. A crescente busca por conhecimento epidemiológico 
gerou um rápido progresso da área de formação de recursos humanos. Em 
seguida a demasiadas discussões e debates originaram-se os mestrados 
profissionalizantes, e foram expandidos o número e a diversidade temática dos 
cursos de especialização. 
Isto decorre frente ao incentivo e apoio financeiro e técnico do Ministério 
da Saúde, secretarias de saúde estaduais e municipais. Por ora, a Secretaria de 
 
8 
Vigilância em Saúde está operando uma rede de formação de recursos humanos 
em Vigilância em Saúde, que vem se instituindo em considerável espaço de 
articulação e cooperação entre instituições orientadoras de diferentes tendências 
acadêmicas e as regiões do país, o que poderá colaborar para redução de 
desigualdades regionais. 
Parcerias com instituições estrangeiras também vêm sendo firmadas com 
intuito de formação de profissionais qualificados, o que tem sido objeto de 
discussão devido a respeitada qualidade dos programas de formação e de 
professores em epidemiologia existentes no Brasil. 
Visando melhorar a organização dos problemas, desafios e as 
proposições definidas, foram definidos quatro eixos: (I) sistemas de informação; 
(II) práticas epidemiológicas, subdivididas em análise de situação de saúde, 
vigilância em saúde e avaliação de programas, serviços e intervenções em 
saúde; (III) recursos humanos e (IV) inserção da epidemiologia nas políticas intra 
e intersetoriais. 
 
 
 
 
 
 
 
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO 
Acerca dos sistemas de informação pode-se destacar alguns problemas 
identificados por TEIXEIRA (2005) 
 Existência de múltiplos sistemas de informação fragmentados e 
não integrados, respondendo a diferentes lógicas de formulação e 
necessidades; 
 
 
9 
 Sobrecarga das esferas municipais e estaduais para a coleta, 
processamento e cumprimento dos fluxos estabelecidos, em detrimento do 
aprimoramento da cobertura, qualidade e utilização das informações nos 
serviços; 
 Insuficiência da infraestrutura dos sistemas de informação nas 
secretarias estaduais e municipais de saúde; 
 Pobreza da qualidade dos dados e das informações produzidas 
pelas grandes bases de dados dos sistemas; 
 Pequeno desenvolvimento de procedimentos de vinculação entre 
os sistemas; 
 Insuficiente supervisão e monitoramento continuado dos sistemas 
de informação; 
 Pouca flexibilidade dos sistemas de informação em possibilitar às 
esferas estaduais e municipais a desagregação das informações e a 
incorporação de variáveis relevantes para a realidade local; 
 Dificuldade de acesso a dados de saúde e de produção de serviços 
de saúde dos usuários cobertos por planos de saúde; 
 Limitação dos sistemas de informação para o conhecimento da 
situação epidemiológica de subgrupos populacionais específicos como os 
negros, índios, assentados e quilombolas, seja pela inexistência das 
variáveis identificadoras ou devido à baixa qualidade do preenchimento dos 
documentos base de cada sistema; 
 Insuficiente participação da comunidade científica na definição e 
operacionalização da política de realização de inquéritos populacionais 
para monitoramento das Doenças e Agravos não transmissíveis (DANT) e 
seus fatores de risco, doenças transmissíveis e outros agravos; 
 Limitação dos sistemas de informação disponíveis e não 
disponíveis nas unidades onde se coletam os dados, tais como unidades 
de saúde e hospitais; 
 Deficiências no gerenciamento e atualização de sistemas de 
informação como o SINAN e SIS-PRENATAL para agravos ou condições 
de saúde que requerem entradas repetidas de dados nos sistemas 
(tuberculose, hanseníase, pré-natal); 
 
10 
 Pouca utilização do potencial dos bancos de dados nacionais 
devido a limitações quantitativas e de formação dos recursos humanos; 
 Dificuldades de acesso e compatibilidade de bases de dados de 
outros setores e instituições (IBGE, INCRA, IBAMA, Previdência Social, 
Ministério do Trabalho); 
 Dificuldades para divulgar as informações produzidas com os 
sistemas de informação e torná-las acessíveis aos usuários das instâncias 
de controle social e aos representantes dos movimentos sociais. 
De acordo com a Associação Internacional de Epidemiologia (IEA), são 
três os principais objetivos da epidemiologia: 
I. Descrever a distribuição e a magnitude dos problemas de saúde 
das populações humanas. 
II. Proporcionar dados essenciais para o planejamento, execução e 
avaliação das ações de prevenção, controle e tratamento das 
doenças, bem como para estabelecer prioridades. 
III. Identificar fatores etiológicos na gênese das enfermidades 
 
Certamente, o exercício desenvolvido pelos profissionais da saúde na 
Estratégia de Saúde da Família (ESF) está rigorosamente ligadocom os 
princípios da epidemiologia. Não possuiríamos progressos na clínica caso não 
tivessem os estudos epidemiológicos, no entanto estes não haveriam sem os 
avanços na clínica. 
Exemplificando, quando Dona Maria e o Seu José, moradores da Rua 
Itaparica n. 25, se deslocam para um hospital ou posto de saúde, o médico, 
durante a consulta, realiza anamnese e exame físico, realiza um diagnóstico, 
solicita exames, prescreve tratamento visando o acompanhamento da evolução 
clínica da saúde de cada um. Já quando a Equipe de Saúde da Família, uma 
equipe de Prevenção Epidemiológica ou estudiosa da Saúde Coletiva realizam 
questionamentos e colhem respostas que geram novas perguntas sobre a saúde 
e a doença, utilizando os dados de saúde coletados da população, trabalham 
numa ótica epidemiológica. 
 
 
11 
Segue abaixo exemplos de questionamentos a serem utilizados numa 
abordagem epidemiológica: 
 Quais são os fatores determinaram as doenças de base? 
 Será que o fumo, no caso da doença de um paciente com Enfisema 
Pulmonar, levou ao desenvolvimento desta? 
 Da população de idosos, quem está mais propenso a adoecer? 
 Como mensurar se a população está tendo um envelhecimento 
saudável? 
 Como é o padrão de alimentação da população? 
Essas são algumas das perguntas epidemiológicas que podem ser 
formuladas, no entanto respostas só são obtidas e se é capaz de elaborar outras 
perguntas pertinentes se for detentor de conhecimento das fontes de dados e o 
Sistema Integrado de Saúde e souber aplicar as técnicas para mensurar e 
estimar indicadores e contarmos com análise interdisciplinar. 
Grande parcela dos dados clínicos reunidos nas consultas no Centro de 
Saúde e nos hospitais da rede do SUS são consolidados em nível central (do 
município ou do estado) e encaminhados ao DATASUS. No caso das 
internações, como estudamos anteriormente, podemos obter os dados na página 
da internet, selecionando o Sistema de Informações Hospitalares/SUS. 
Os dados de inquéritos populacionais servem de base para os estudos 
epidemiológicos. Elaborando bons métodos e desenhos epidemiológicos, 
lidando com dados de qualidade e, sobretudo, verificando a diversidade dos 
resultados, poder-se ofertar noções para o conhecimento da saúde da 
coletividade, assim como a identificação de necessidades de intervenção ou 
ações coletivas. 
MENEZES (2001) destaca: 
Entre as utilidades mais citadas da epidemiologia, estão: 
 
 Analisar a situação de saúde; 
 Identificar perfis e fatores de risco 
 Proceder à avaliação epidemiológica de serviços; 
 
12 
 Entender a causalidade dos agravos à saúde; 
 Descrever o espectro clínico das doenças e sua história natural; 
 Avaliar o quanto os serviços de saúde respondem aos problemas 
e às necessidades das populações; 
 Testar a eficácia, a efetividade e o impacto de estratégias de 
intervenção, bem como a qualidade, acesso e disponibilidade dos serviços de 
saúde para controlar, prevenir e tratar os agravos de saúde na comunidade; 
 Identificar fatores de risco de uma doença e grupos de indivíduos 
que apresentam maior risco de serem atingidos por determinado agravo; 
 Definir os modos de transmissão; 
 Identificar e explicar os padrões de distribuição geográfica das 
doenças; 
 Estabelecer os métodos e estratégias de controle dos agravos à 
saúde; 
 Estabelecer medidas preventivas; 
 Auxiliar o planejamento e desenvolvimento dos serviços de saúde; 
 Gerar dados para a administração e avaliação de serviços de 
saúde; 
 Estabelecer critérios para a Vigilância em Saúde. 
Para o Brasil, assim como para o mundo, um excelente exemplo de 
programa de Vigilância Epidemiológica é o Programa Nacional de Imunização 
(PNI). 
BRASIL (2003) destaca que os bons resultados das imunizações, no 
Brasil, devem ser atribuídos à abnegação dos vacinadores e a uma política de 
saúde que se sobrepôs às ideologias dos diferentes governos desde 1973. 
BRASIL (2007), salienta que vigiar o programa: o Sistema de Vigilância 
Epidemiológica da Influenza (SVE/FLU), implantado no Brasil desde o ano 2000, 
tem como objetivos: monitoramento das cepas virais que circulam nas regiões 
brasileiras, resposta a situações inusitadas, avaliação do impacto da vacinação, 
acompanhamento da tendência de morbidade e de mortalidade associadas à 
enfermidade e produção e disseminação de informações epidemiológicas 
 
 
13 
Em quaisquer definições de epidemiologia a seres adotadas, é crucial a 
compreensão do que é saúde, já que é por meio dessa definição individual que 
formaremos o conceito coletivo. Note que o mais comum é definir a saúde como 
a ausência de uma doença. Dessa forma, o estudo da saúde da população 
meramente necessitaria de dados sobre mortalidade e morbidade de acordo com 
as causas. No entanto, sabe-se que na prática encontra-se, muitas vezes, 
indivíduos dos quais não se diagnostica doença, mas possuem características 
que podem ser consideradas não saudáveis, tais como inadaptabilidade à 
comunidade ou frequente tristeza, o que torna difícil identificá-los como 
saudáveis. Além disso, a percepção da saúde varia muito entre culturas, entre 
grupos sociais, entre gerações. 
 
 
 
IMPACTO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE O PERFIL EPIDEMIOLÓGICO 
Um dos anseios centrais relacionados à atuação acerca dos 
determinantes sociais em saúde é propiciar políticas intersetoriais que possuam 
na sua elaboração o receio com as consequências acerca da saúde e na redução 
das desigualdades sociais. 
Esta preocupação é constantemente representada pelo lema “Saúde em 
todas as políticas”. Atingir esse propósito, no entanto não é uma tarefa fácil. 
Porém, há exemplos de políticas públicas que, apesar de não terem sido 
desenvolvidas através desse enfoque, geram repercussões que afetam de 
maneira positiva no perfil epidemiológico justamente uma vez que são aptos a 
alterar alguns dos determinantes sociais cruciais na construção de problemas de 
saúde específicos ou não. 
A diminuição da desnutrição infantil no Brasil nos últimos anos, assim 
como a redução da desigualdade de predomínio entre estratos sociais, pode ser 
utilizada como exemplo do efeito de políticas públicas a respeito do perfil 
 
14 
epidemiológico da população, ainda que estes efeitos sobre a saúde não 
estivessem no centro da formulação dessas políticas. 
O aumento no poder aquisitivo da população é referente em especial, a 
três pontos da política econômica: o retorno do desenvolvimento da economia 
brasileira como um todo, a política de evoluções reais (acima da inflação 
acumulada no período) sistemáticas do salário mínimo e programas de 
transmissão de renda como o Bolsa Família e o programa de Benefícios 
Previdenciários Continuados. 
BARATA (2013), destaca que embora a epidemiologia tenha 
contribuições para virtualmente todas as políticas públicas em saúde, três 
questões se impõem atualmente como compromissos da saúde pública, frente 
aos quais todas as disciplinas e saberes do campo da saúde coletiva devem 
confluir: 
 A redução das desigualdades sociais em saúde; 
 A promoção da saúde; 
 A regulação exercida pelo Estado sobre bens e serviços com 
consequências sobre a saúde; 
A contribuição da epidemiologia para o controle de doenças e agravos à 
saúde, bem como para o planejamento e a organização de serviços de saúde, 
sem dúvida continua sendo importante. 
PELLEGRINI (2011), leciona que as políticas de enfrentamento das 
desigualdades sociais em saúde devem ser suportadas por três pilares: 
conhecimentos científicos que analisem os modos de produção das 
desigualdades e demonstrem a efetividade de intervenções voltadas para a 
modificação desses processos; coordenação intersetorial, uma vez que os 
determinantes estão em sua maioria fora do setor saúde; e participação social 
ampla, no sentido de envolvimento da população na busca de soluções para 
seus própriosproblemas. 
BARATA (2013) aponta para as inúmeras dificuldades presentes na 
elaboração de políticas para a redução das desigualdades sociais, destacando 
 
 
15 
a complexidade dos processos sociais envolvidos na determinação da saúde e 
da doença e dos padrões de desigualdade existentes em diferentes populações; 
escassez de estudos de efetividade de políticas e a complexidade das 
intervenções que constituem uma política pública; escassa documentação dos 
efeitos e mecanismos de ação das macropolíticas sociais, obrigatoriedade de 
ajuste das políticas às necessidades, capacidades e prioridades locais; pequena 
possibilidade de transferência de experiências entre populações distintas; e a 
configuração política dos interesses dos diversos atores sociais. 
As políticas para promoção da saúde também devem ser focadas nos 
determinantes sociais do processo saúde-doença. A transição das 
circunstâncias causadoras de doença, da mesma forma que no sentido para a 
diminuição das desigualdades sociais, necessita da percepção dos processos 
relativas as diferentes dimensões de organização da vida social. 
Diversas das iniciativas de promoção da saúde, especialmente aquelas 
baseadas de forma exclusiva em programas de educação em saúde, expressam 
pequena eficiência, uma vez que a intervenção é destinada aos indivíduos 
aspirando à mudança de comportamentos sem modificar os processos que 
determinam estes comportamentos. Recolher o foco dos indivíduos e buscar 
entender a complexidade das ações entre as diferentes dimensões da vida social 
é fundamental para a elaboração, implementação e avaliação de políticas de 
promoção de saúde. 
A função da epidemiologia é necessária tanto na definição das relações e 
meios causais implícitos à proposta de intervenção assim como na avaliação dos 
impactos alcançados. Tecnologias inerentes das práticas epidemiológicas como 
a vigilância e o monitoramento são úteis na implementação dessas ações. 
 
 
 
 
 
 
16 
 
 
 
 
 
 
A CONTRIBUIÇÃO DA EPIDEMIOLOGIA NA FORMULAÇÃO, 
IMPLEMENTAÇÃO E AVALIAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE 
SOUZA; CONTANDRIOPOULOS (2004), destacam a ideia de que utilizar 
conhecimentos científicos é uma prática recomendável para os tomadores de 
decisão” está baseada no pressuposto de que políticas formuladas com base em 
conhecimentos racionais serão mais eficazes e eficientes. Entretanto, essa não 
é uma tarefa facilmente realizável. 
Diversos conteúdos acerca das relações entre pesquisadores e 
formuladores das políticas apontam como obstáculos constantes no meio dos 
cientistas: a inexperiência no campo político, pouco conhecimento sobre o 
processo da política, expectativas fora da realidade acerca do alcance dos 
conhecimentos produzidos, formato não amigável utilizado na emissão dos 
resultados científicos, falta de respostas práticas como custos e impactos 
esperados, entre outros. 
De outro modo, no ponto de vista dos pesquisadores, o uso dos resultados 
parece mais plausível no momento em que os conhecimentos gerados dizem 
respeito a riscos específicos que podem ser conduzidos através de intervenções 
simples, quando são cabíveis, quando as evidências são vistas como parte de 
um quebra-cabeça vasto, em que cada parte pode contribuir para o quadro geral 
e quando há relações próximas entre cientistas e formuladores. 
Entretanto, há certa simetria no ciclo de trabalho de formuladores de 
políticas e pesquisadores, o que tende a facilitar essa proximidade. O ciclo da 
 
 
17 
pesquisa científica pode ser sintetizado em quatro etapas: a construção de um 
problema cientificamente relevante, a formulação do projeto de pesquisa, a 
execução da pesquisa e a avaliação e interpretação dos resultados. 
O ciclo de trabalho da formulação de políticas é similar, apesar de conter 
conteúdos distintos. Nessa situação, as fases são as seguintes: a identificação 
de problemas socialmente relevantes, a formulação da política propriamente 
dita, a implementação e a avaliação. 
A epidemiologia tende a auxiliar na fase de identificação dos problemas 
socialmente relevantes, por meio da análise da ordenação dos problemas de 
saúde e de seus determinantes nos variados grupos sociais, oferecendo 
referências técnicas para fundamentar as decisões políticas, tanto na esfera dos 
movimentos sociais quanto no âmbito governamental, inserindo-se a outros 
espécies de informação a serem ponderadas no meio de tomada de decisão. 
Na etapa de formulação das políticas, os conhecimentos epidemiológicos 
acerca dos mecanismos de produção dos problemas de saúde e sobre a eficácia 
ou eficiência dos instrumentos de intervenção, outra vez são capazes de se 
somar a conhecimentos provindos de outras áreas da saúde coletiva e de outros 
campos do conhecimento para amparar os formuladores no entendimento da 
complexidade do problema e de seu cenário, definição de objetivos e metas, e 
seleção das intervenções. 
Na etapa de implementação, a epidemiologia tende a contribuir no 
acompanhamento através de tecnologias como a vigilância epidemiológica e o 
monitoramento. Já no processo de avaliação, os conhecimentos epidemiológicos 
tendem a auxiliar especialmente na observação dos impactos previstos e 
alcançados. 
SANTOS; VICTORA (2004) destacam sobre a série de eventos e fases 
que se entremeiam entre a proposição de determinadas intervenções ou 
políticas de saúde e a avaliação de seus impactos sobre o perfil epidemiológico 
de uma população. 
 
18 
É notório que para que suceda a repercussão e a alteração do perfil 
epidemiológico é imposto que aconteçam eventos resultantes da política 
implementada. Entretanto, existe uma ordem de condições que podem ser 
modificadas por processos desvinculados da implementação da política e que 
também transformem o perfil epidemiológico, tornando especialmente árdua a 
avaliação de desempenho. 
HIGIENE E PROFILAXIA 
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o saneamento 
pode ser compreendido como controle de todos os fatores do meio físico do 
homem, que executam ou podem executar malefícios ao bem estar físico, mental 
e social. Frente a essa definição, o saneamento possui como intuito, a redução 
dos danos ao meio ambiente que influenciam na saúde da população, é valido 
pontuar que saneamento é caracterizado como uma série de ações 
socioeconômicas que almejam conquistar salubridade ambiental, sendo fator 
fundamental para saúde, economia e produção de um país. 
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Regional, no Brasil 
83,7% da população em áreas urbanas é atendida com cobertura de redes de 
água potável e 54% com redes de esgotamento sanitário. As coberturas de redes 
de água e de esgoto tiveram crescimento entre 2018 e 2019. O diagnóstico é 
feito com base em informações de 10.229 empresas de água, esgotos, manejo 
de resíduos sólidos urbanos e drenagem e manejo de águas pluviais de todo o 
Brasil. O saneamento no Brasil é um problema de saúde pública de grande 
destaque para a população e que na maioria das vezes não é dada a real 
importância e passa, por consequência, despercebido, apesar da sua relevância 
para a saúde do homem e do meio ambiente. 
 
 
 
 
 
 
19 
 
 
 
SANEAMENTO BÁSICO: CENÁRIO BRASILEIRO 
A falta de saneamento básico é um dos principais motivos dos casos de 
mortalidade infantil no Brasil derivadas de doenças parasitárias e infecciosas. 
Enfermidades que normalmente crescem de forma extremamente rápida em 
locais sem coleta e tratamento de esgoto, de modo que referente ao sistema 
único de saúde (SUS), em média 700 mil internações anuais foram causadas por 
este problema. 
Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU) no período de 
2000 a 2004 no Brasil, cerca de 26 mil pessoas evoluíram a óbito devido casos 
de diarreia, sobretudo crianças de zero a cinco anos. O simples ato da lavagem 
de mãos diminui a ocorrência dediarreia e de infecções hospitalares. Entretanto, 
é complicado preservar as mãos limpas, em situações que a residência nem ao 
mesmo desfruta de uma torneira com água limpa. 
Outro ponto negativo causado pelas más circunstâncias do saneamento 
básico é relacionada à educação. Neste área, nota-se grande impacto negativo 
no aproveitamento das crianças, devido viverem e estudarem em ambientes sem 
condição sanitária apropriada, as crianças possuem cerca de 18% menor 
aproveitamento e índices de reprovação 46% maior. Isto é, a ausência de 
saneamento impacta de forma negativa no aproveitamento escolar, de forma que 
as crianças deixam de aprender, na fase da vida mais fundamental para o 
desenvolvimento intelectual das pessoas. Crianças com baixo aproveitamento 
escolar, provavelmente, se tornarão adultos com dificuldades de crescer na 
pirâmide social. 
Na última década, tem-se presenciado que o intuito dos projetos de 
saneamento tem recaindo em uma abordagem ambiental, que visa a 
conservação do meio físico e biótipo. A análise da disponibilidade ambiental 
 
20 
admite caráter de forte condicionante das alternativas a serem avaliadas, 
acontecendo, em diversas situações, o predomínio dos critérios ambientais em 
relação, por exemplo, aos critérios sociais. De outro modo, nota-se a escassez 
de ferramentas de planejamento pertinentes à saúde pública, representando, no 
Brasil, uma relevante falha em programas governamentais nesse setor. 
A compreensão das distintas relações aponta uma hipótese essencial 
para o planejamento dos sistemas de saneamento em áreas urbanas, 
privilegiando os impactos positivos no que diz respeito à saúde pública e o meio 
ambiente. O que se investiga em um organismo patogênico além de sua 
natureza biológica e seu comportamento no corpo do indivíduo, é o seu 
comportamento no meio ambiente, devido nessa perspectiva as intervenções de 
saneamento serem capazes de interferir na ação desse patógeno sobre o 
homem. 
Com um saneamento qualificado é possível verificar a redução da 
mortalidade infantil e dos índices alarmantes de doenças causadas pela 
deficiência deste. Quando acontecem desastres naturais, como inundações 
decorrentes do excesso de chuvas e não-planejamento do uso do solo, o estrago 
da falta de saneamento se revela. 
Em relação aos efeitos positivos do Saneamento Básico, pode-se 
destacar: 
• Melhoria da Saúde da População e redução dos recursos aplicados 
no tratamento de doenças, uma vez que grande parte delas está relacionada 
com a falta de uma solução adequada de esgoto sanitário; 
• Diminuição dos custos de tratamento da água para abastecimento 
(que seriam ocasionados pela poluição dos mananciais); 
• Melhoria do potencial produtivo das pessoas; 
• Dinamização da economia e geração de empregos; 
• Eliminação da poluição estético-visual e desenvolvimento do 
turismo; 
 
 
21 
• Eliminação de barreiras não-tarifárias para os produtos exportáveis 
das empresas locais; 
• Conservação ambiental; 
• Melhoria da imagem institucional; 
• Valorização dos imóveis residenciais e comerciais; 
• Viabilização da “abertura” de novos negócios nos bairros 
beneficiados, que passam a reunir requisitos básicos para certos tipos de 
empreendimento; 
• Crescimento de negócios já instalados; 
• Crescimento da atividade de construção civil para atender ao 
aumento da procura por imóveis residenciais e comerciais num bairro mais 
“saudável”; 
• Criação de novos empregos a partir da dinamização da construção 
civil, da abertura de novos negócios ou do crescimento daqueles já existentes; 
• Aumento da arrecadação municipal de tributos 
No Brasil, devido o acelerado crescimento de centros urbanos provoca um 
desequilíbrio, por meio do governo, em relação à garantia de acesso da 
população a serviços básicos de saneamento, como na situação de oferta da 
água com qualidade para consumo, e em quantidade razoável para a vida 
humana. Frente a esse cenário, se faz necessária ações políticas criteriosas que 
preservem o ambiente e favoreçam a saúde da população. 
O Brasil conta com cerca de 12% da água doce do planeta e apesar disso, 
possui o risco da escassez de água no país, devido a falta da conservação do 
meio ambiente, principalmente nas regiões onde se encontram os mananciais. 
A vigilância em saúde ambiental referente à qualidade da água potável se 
baseia em uma série de condutas empregadas de forma contínua por 
autoridades de saúde pública, garantindo dessa forma que a água utilizada pela 
 
22 
população respeito o padrão e as normas determinadas na legislação vigente, e 
analisando os riscos que esta retrata para a saúde do ser humano. 
A escassez de água prejudica principalmente, países em processo de 
desenvolvimento, provocando a propagação de doenças, sendo veiculadas pela 
água contaminada, sendo as mais comuns, a Leptospirose, a Giardíase, a 
Amebíase e as Diarreias Infecciosas, assim como as consequências da falta de 
tratamento. 
A rede de esgoto no Brasil ainda é precária, e em razão do lançamento 
desordenado de esgotos domésticos é também um enorme problema ambiental 
e de saúde pública, devido presença de agentes patogênicos da cólera, da 
hepatite A e outras. A devolução do esgoto ao meio ambiente deverá prever o 
tratamento de águas residuais seguido do lançamento adequado no corpo 
receptor que pode ser um rio, um lago ou no mar. 
 O lixo, na área da saúde pública, simboliza agente indireto de 
propagação de patologias, devido poluir o meio ambiente e causar efeitos 
danosos. Seu acúmulo em locais inoportunos facilita o alastramento de 
transmissores que nele conseguem alimento, abrigo e condições favoráveis. As 
doenças podem, também, ser de origem química, o que leva as autoridades 
sanitárias a fiscalizarem rotineiramente, fábricas e indústrias que jogam lixo 
químico, como o chumbo, em fontes de água utilizadas para consumo pela 
população. Mas como podemos livrar-nos dos vetores associados ao lixo. 
A resposta parece simples: devemos acondicionar e desprezar, de 
maneira adequada, o lixo produzido em nossa casa ou trabalho. Nessa fase, 
mais uma vez deparamo-nos com algo que envolve não apenas a 
responsabilidade individual, mas também a governamental. E aí a coisa deixa de 
ser simples - por exemplo, se colocarmos o lixo em sacolas resistentes e 
adequadamente fechadas, mas a Prefeitura não o recolher, nosso problema 
persiste. Assim, para que a limpeza pública seja considerada eficaz, faz-se 
necessário cumprir quatro etapas: adequado acondicionamento do lixo, limpeza 
das ruas, coleta e transporte e seu tratamento ou disposição final. 
 
 
 
23 
 
RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE 
O resíduo hospitalar é um problema extremamente grave para os 
administradores, devido a atividade hospitalar por si só, ser uma produtora de 
resíduos, especifica nas diversas atividades realizadas no interior das 
instituições de saúde, em razão do enorme volume de compras e insumos 
necessários ao funcionamento destes. O correto gerenciamento dos resíduos de 
serviço de saúde é fundamental, para reduzir os efeitos adversos no ponto de 
vista sanitário, ambiental e ocupacional. 
Os resíduos produzidos em serviços de saúde, constituem cerca de 2% 
total dos resíduos sólidos urbanos gerados, são particularmente importantes 
devido ao risco que apresentam, geralmente são fonte de agentes patogênicos, 
dos quais o manejo, tratamento e descarte impróprio pode provocar a 
propagação de doenças infectocontagiosas, especialmente devido ao caráter 
infectante de alguns componentes, e existência casual de quantidades tóxicas 
que ampliam os riscos e os problemas relacionados a essa classe de resíduos. 
Os resíduos produzidos em serviços de saúde, conforme sua fonte 
geradora, podem ser classificados em variados tipos. No entanto, a maior 
parcela do lixo hospitalar dispõe de atributos semelhantes ao lixo domiciliar, oque os distingue é a presença de uma fração patogênica, cerca de 25% a 30% 
do total, formada por exemplo, por: algodão, agulhas, seringas descartáveis, 
assim como resíduos que em sua produção entraram em contato com pacientes 
portadores de doenças infectocontagiosas. Cuidados especiais devem ser 
empregados no acondicionamento, manuseio, estocagem e tratamento de todo 
lixo hospitalar. 
O manejo do lixo hospitalar demanda cuidados característicos, através 
dos administradores hospitalares, das autoridades municipais, desde a sua 
produção até a destinação final. É essencial garantir a existência de um local 
apropriado para o depósito do lixo hospitalar, sendo fundamental que a vigilância 
sanitária acompanhe de perto o armazenamento e coleta. 
 
24 
SANEAMENTO E EPIDEMIOLOGIA AMBIENTAL 
A área da saúde no Brasil, possui nos dias atuais programas institucionais 
que vem sendo desenvolvidos com intuito de garantir a integração das vigilâncias 
sanitária, epidemiológica e ambiental, na busca da Vigilância em Saúde. Neste 
ponto de vista, a Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano, parte 
integrante da Vigilância Ambiental em Saúde, tem como intuito incorporar o ramo 
da saúde com os de saneamento e meio ambiente. Essa incorporação deve 
suceder por meio de ações e informações de vigilância ambiental e 
epidemiológica, com as ações e informações referentes à prestação dos 
serviços, nas circunstâncias da cobertura e qualidade do atendimento. 
Indicadores epidemiológicos são fundamentais na representação dos 
resultados das condutas de saneamento na saúde humana, estabelecendo, 
dessa forma, instrumentos essenciais para a vigilância ambiental em saúde e 
orientação de programas e planos de alocação de recursos em saneamento 
ambiental no Brasil. 
Os projetos de abastecimento de água e esgotamento sanitário são 
capazes de interferir em uma vasta quantidade de indicadores relacionados a 
doenças ou ao estado de saúde, como por exemplo, a morbimortalidade devido 
à diarreia, o estado nutricional, nematoides intestinais, infecção dos olhos e 
infecção da pele. 
A escolha de um indicador, que retrate o estado de saúde de determinada 
população, deve aliar a demanda de relatar a condição da saúde coletiva a seu 
ajuste à pesquisa em questão. Esta, sofrerá persuasão pela sua importância 
para a saúde pública; assim como sua validade e confiabilidade nos instrumentos 
para medir a variável e sua capacidade de resposta às alterações das condições 
de abastecimento de água e esgotamento sanitário. 
 
 
 
 
25 
CONCLUSÃO 
É importante refletir sobre o papel da epidemiologia nas políticas públicas 
setoriais de saúde, ou em outras políticas sociais, reafirmando o compromisso 
político e social dessa disciplina científica e reconhecendo a necessidade de 
articular os conhecimentos epidemiológicos a outros saberes, no intuito de 
garantir melhor saúde para a população e consequentemente, melhorar a 
qualidade de vida. 
Os dados de inquéritos populacionais servem de base para os estudos 
epidemiológicos. Elaborando bons métodos e desenhos epidemiológicos, 
lidando com dados de qualidade e, sobretudo, verificando a diversidade dos 
resultados, poder-se ofertar noções para o conhecimento da saúde da 
coletividade, assim como a identificação de necessidades de intervenção ou 
ações coletivas. 
O saneamento no Brasil ainda é um problema de saúde pública devido a 
população não dar devida atenção e importância a ele. No entanto, nota-se que 
ainda é grande o número de casos de doenças infecto parasitárias no país, 
especialmente em crianças, o que contribui inclusive para aumento de casos de 
internação e mortalidade infantil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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