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PLANO DE AULA 
1. TEMA GERADOR: A tolerância em suas múltiplas faces.
1.1 SUBTEMA: O que são marcadores sociais da diferença? Algumas perspectivas sobre raça, gênero e deficiência no espaço escolar.
2. PROFESSORES: Gabriel Felippe Thedim, Jaqueline da Costa Botelho, Murilo Galvão Amancio Cruz, Tamires Mota de Moraes Lima da Costa e Patrícia Freitas Dias 
3. ÁREAS DO CONHECIMENTO: História, Filosofia e Educação.
4. JUSTIFICATIVA DO TEMA PROPOSTO:
Torna-se cada vez mais urgente na sociedade contemporânea o debate crítico e a construção de possibilidades de superação dos desafios que permeiam o tema da tolerância e da inclusão social das diferenças. No interior do espaço escolar, o tema ganha ainda maior importância, sobretudo pela preocupação crescente em torno das práticas de bullying e suas consequências para a vida de crianças e adolescentes. Além disso, o período escolar se caracteriza por uma etapa de formação dos indivíduos tanto para a vida quanto para o mundo do trabalho (aqui compreendidos, conforme indica Carlos Skliar como não apartados um do outro) e que deve ser pautada nos Direitos Humanos e na realidade social brasileira dos alunos, protagonistas do ambiente escolar.
Segundo Skliar (2019), a possibilidade de uma Educação emancipatória advém de uma prática necessariamente dialógica e inclusiva, que favoreça o exercício de um pensamento crítico e não se isente de tomar partido, em especial quando se trata de escutar e acolher as diferenças que permeiam o ambiente escolar. Para o autor, “Todo encontro com outro resulta em uma dobra na vida: verdades ou formas de presença que assombram, comovem e modificam a vida convencional” (p. 19), produzindo afetos e efeitos desconhecidos, mas necessários à prática pedagógica. Nesse sentido, nossa proposta é criar um ambiente pedagógico que coloca a diferença como protagonista, destacando algumas de suas problemáticas e desafios na sociedade contemporânea, para que junto dos alunos possamos construir um diálogo de aprendizado mútuo, incentivando a emergência de novas formas emancipatórias e críticas de se relacionar com a diferença na vida escolar e social.
Com efeito, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/1996) estabelece que os currículos devem abranger obrigatoriamente o conhecimento do mundo físico e natural e da realidade social e política do Brasil, levando em conta as diferentes culturas e etnias que formam o povo brasileiro. Além disso, a referida lei destaca a importância dos temas transversais na formação dos estudantes, em especial a inclusão de conteúdos relativos aos Direitos Humanos e à prevenção de todas as formas de violência contra a criança, o adolescente e a mulher.
Nesse sentido, compreende-se que apresentar a ideia dos marcadores sociais da diferença – em especial, aqueles relacionados à raça, gênero e deficiência – pode contribuir para a formação crítica e humana, amparada nos Direitos Humanos e na inclusão das diferenças que constituem a realidade social brasileira. Em suma, os marcadores sociais da diferença são definidos como aquelas categorias sociais que qualificam uma ou mais características ou modos de ser no mundo como, por exemplo, a idade, nacionalidade, raça, gênero, sexualidade, deficiência, etc. Nesse sentido, os marcadores sociais da diferença marcam a forma como um sujeito é visto pela sociedade, mas também a forma como ele pode se identificar frente à sociedade, operando modos de subjetivação, opressão e resistência na sociedade (Moutinho, 2014).
Ainda que o conceito possa parecer complexo para alunos do Ensino Médio, consideramos que a partir de uma linguagem acessível, exemplos ilustrativos, vídeos, e diálogo sobre o dia-a-dia dos estudantes, é possível aproximá-lo dos estudantes, de modo que possam apreender a implicação dos marcadores de raça, gênero e deficiência na realidade de cada um dentro e fora do espaço escolar.
Por fim, amparados no pensamento de bell hooks (2013), este curso se justifica frente à necessidade de construir práticas pedagógicas libertárias, oferecendo aos alunos ferramentas de compreensão e transgressão das opressões sociais que grande parte das pessoas estão sujeitas (em maior ou menor intensidade de acordo com seus marcadores sociais de diferença). Sendo assim, inspirados em bell hooks (2013), nos aliamos às pedagogias anticolonialista, crítica e feminista para questionar as parcialidades que reforçam os sistemas de dominação e, então, proporcionar novas maneiras de combatê-los, utilizando a Educação como forma de potencializar mudanças para um mundo social mais inclusivo e respeitoso com as mais diversas diferenças - o que, afinal, é o que nos singulariza frente à multidão - e que efetivamente tenha os Direitos Humanos como horizonte comum para a vida em sociedade.
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5. DELIMITAÇÃO DO TEMPO DO PLANO DE AULA: O curso será ministrado por meio de cinco aulas presenciais de 50 minutos, conforme programa descrito abaixo:
Aula 1 (09/11/2023) – Apresentação geral do curso (objetivos, cronograma, material utilizado, atividades previstas e forma de avaliação). Nesta aula, pretende-se introduzir os alunos à temática do curso, incentivando suas participações a fim de compreender como essa temática pode atravessar as experiências singulares dos estudantes dentro e fora do espaço escolar. Nesse contexto, apresentaremos o conceito de marcador social da diferença, amparados em exemplos ilustrativos e articulados com a temática do preconceito e das desigualdades sociais do Brasil.
Aula 2 (16/11/2023) – O marcador social da raça. Nesta aula, pretende-se apresentar as questões de raça como parte da constituição das pessoas e da sociedade. Qual a relação deste marcador com a vida escolar e pessoal das crianças e adolescentes? O que é racismo estrutural e como ele pode se manifestar na sociedade e na escola? Como podemos enfrentá-lo, construindo a inclusão social e a superação das desigualdades? Serão apresentados exemplos ilustrativos sobre o tema e abertura para o relato dos alunos. 
Aula 3 (23/11/2023) – O marcador social de gênero. Nesta aula, pretende-se discutir as diferenças sociais de gênero na sociedade contemporânea. Serão apresentados alguns fatos históricos que ilustram a desigualdade e opressão de gênero no Brasil ao longo dos anos. Igualmente serão abordados os temas da violência contra a mulher e da luta pelos direitos igualitários.
Aula 4 (30/11/2023) – O marcador social da deficiência. Nesta aula, pretende-se apresentar o tema da deficiência, com ênfase para os conceitos de inclusão, acessibilidade e capacitismo. Serão apresentados exemplos ilustrativos e o desenvolvimento de uma atividade interativa para despertar a reflexão crítica sobre as diferentes percepções do mundo pelos sentidos.
Aula 5 (07/12/2023) – Avaliação do Curso. O espaço desta aula será dedicado a uma “dupla” avaliação: por um lado, uma avaliação sobre o que foi apreendido pelos estudantes; por outro, uma avaliação do próprio curso pelos discentes, ou seja, qual a percepção dos alunos sobre as aulas, o conteúdo, a didática e forma de apresentação dos professores.
6. PÚBLICO ALVO: O curso será ministrado para os alunos do Ensino Médio (1º, 2º e 3º anos) como tema interdisciplinar e transversal, abrangendo as disciplinas de História e Filosofia.
7. OBJETIVO GERAL: Apresentar a temática dos marcadores sociais da diferença, articulada com a realidade social brasileira e com as experiências vivenciadas pelos estudantes dentro e fora do ambiente escolar.
7.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS: 
a) oferecer ferramentas para o desenvolvimento de uma consciência crítica sobre o tema das diferenças, desigualdades e opressões na sociedade brasileira; 
b) suscitar a importância do debate crítico em torno das questões de raça, gênero e deficiência como parte de uma educação libertária; 
c) construir em diálogo com os alunos propostas de superação das opressões no interior do ambiente escolar e da sociedade, favorecendo a inclusão, o respeito e a valorização de todas as diferenças sociais como parte de nossaconstituição como indivíduos.
8. ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS: 
· Aula expositiva dialogada: Em todas as aulas este método será aplicado, pois é necessário um momento de trocas de ideias e conhecimentos com os alunos.
· Visita técnica: Para a aula de marcador social da raça, a proposta é fazer o circuito da pequena áfrica, promovida pelo Instituto Memorial dos Pretos Novos. Onde os alunos terão contato com a história da chegada do negros no Brasil, mas também com partes culturais e de memória dos afro-brasileiros. 
· Mapa mental: Para a aula do marcador social de gênero, produziremos junto aos estudantes um mapa mental, auxiliando na fixação de alguns dados, nomenclaturas, e associações consideradas importantes.
· Estudo Dirigido: Para a aula de marcador social da deficiência, o intuito é organizar pequenos grupos onde cada um terá um estimulador para entender de maneira prática cada deficiência (exemplos: cegos e baixa visão = caixa tátil; surdos = placas expositivas ou meu nome em libras; mobilidade reduzida = pesquisar algo na internet usando somente a fala ou vôlei sentado) e ao final relatar a experiência vivida.
9. ATIVIDADES AVALIATIVAS: O processo de avaliação será contínuo e levará em conta a participação dos alunos ao longo das cinco aulas (⅓ da nota). Além disso, na aula de encerramento do curso, iremos propor a escrita de uma redação livre, mas que contemple um ou mais aspectos abordados no curso. Nessa atividade, incentivamos que seja proposto formas de enfrentar as opressões e desigualdades (⅓ da nota). Por fim, a última avaliação será a respeito do próprio curso e dos professores. Os alunos serão convidados a comentar e expor suas impressões sobre o curso, indicando o que pode melhorar, quais suas dificuldades e o que funcionou ou não na apreensão dos conceitos, exemplos, etc. (⅓ da nota - nesse caso, todos que participarem terão nota máxima e nós, professores, levaremos suas considerações para o próximo período).
10. RECURSOS DIDÁTICOS/TECNOLÓGICOS UTILIZADOS: 
· Caixa Tátil: Apesar de ser comumente utilizada como método sensorial para as crianças no Jardim de Infância, aqui adaptamos o método para jovens/adolescentes do Ensino Médio como forma de estímulo para a inclusão de pessoas com baixa visão ou cegas, uma vez que estes alunos irão passar por uma mínima experiência ao tocar objetos do cotidiano (como por exemplo, copo, garfo, caneta, sabonete) possibilitando se colocarem no lugar do outro, mesmo que seja em um pequeno instante. 
· Projetor Audiovisual e Internet: Utilizaremos um material de vídeo com legenda, para iniciar a explicação sobre o capacitismo. Tal vídeo está disponível na plataforma do Youtube, portanto, será necessário dispor de uma rede de internet. Acesso: https://www.youtube.com/watch?v=3M36QIqR4_g
· Quadro Branco e Pilot: Para anotações ao longo da parte expositiva e elaboração em conjunto do mapa mental.
· Bola: para o vôlei sentado. (está dinâmica pode ser realizada em sala com uma opção mais reduzida ou em um pátio com espaço mais aberto, a depender das possibilidades). 
· Papéis e caneta: para construção de placas expositivas. Consiste em orientar ações com placas sem utilizar a fala, pensando na vivência de pessoas surdas (por exemplo, “pare”, “atenção”, etc).
11. REFERÊNCIAS:
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB, 9394/1996. Brasil.
HOOKS, B. Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade. São Paulo: Martins Fontes, 2013.
MOUTINHO, L. Diferenças e desigualdades negociadas: raça, sexualidade e gênero em produções acadêmicas recentes. Revista Cadernos Pagu, 2014.
SKLIAR, C. A escuta das diferenças. Porto Alegre: Mediação, 2019.

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