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Universidade Federal de São João Del Rei Curso de Bacharelado e Licenciatura em Química EXPERIMENTO - 8 CINÉTICA DE OXIDAÇÃO DO IODETO PELO PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO Data: 10/11/2023 Grupo Alexia Fernanda Félix Julia Luiza Takenaka Lorena Resende Rodrigues Matheus Martins Guedes Raphael Resende Bretz ______________________________________________________________________________ 1 - Dados Experimentais Obtidos na Aula Tabela 1. Volumes adicionados nos Erlenmeyer. Experimento H2O HCl KI Amido Na2S2O3 H2O2 bureta pipeta bureta pipeta pipeta bureta 1 85 2 2 1 5 5 2 83 2 4 1 5 5 3 81 2 6 1 5 5 4 76 2 6 1 5 10 5 66 2 6 1 5 20 Tabela 2. Concentrações analíticas dos reagentes e os valores de Δt. Experimento KI Na2S2O3 H2O2 Δt (s) Média do Δt (s) 1 0,002 0,0002 0,001 225 227,5 1 0,002 0,0002 0,001 230 2 0,004 0,0002 0,001 115 115 2 0,004 0,0002 0,001 115 3 0,006 0,0002 0,001 68 73 3 0,006 0,0002 0,001 78 4 0,006 0,0002 0,002 35 35 Lorena Retângulo 4 0,006 0,0002 0,002 35 5 0,006 0,0002 0,004 12 12 5 0,006 0,0002 0,004 12 Tabela 3. Valores de velocidade encontrados para cada experimento. Experimento Repetir aqui a concentração analítica Concentraçã o de H2O2 que reagiu no intervalo de tempo Δt (s) Concentraçã o de I- que reagiu no intervalo de tempo Δt (s) Δt médio (s) Velocidade inicial (mol/Ls) KI mol/L H2O2 mol/L 1 0,002 0,001 0,001 0,002 227,5 4,40 x 10-6 2 0,004 0,001 0,002 0,002 115,0 8,70 x 10-6 3 0,006 0,001 0,003 0,002 73,0 1,37 x 10-6 4 0,006 0,002 0,003 0,004 35,0 5,71 x 10-5 5 0,006 0,004 0,003 0,008 12,0 3,33 x 10-4 Tabela 4. Valores de log para a linearização do gráfico. log v log [H2O2] log [I-] -5,35 -3,00 -2,70 -5,06 -3,00 -2,40 -5,86 -3,00 -2,20 -4,24 -2,70 -2,20 -3,4 -2,40 -2,20 2 - Resultados e Discussões A velocidade de uma reação química é determinada pela variação na concentração de uma substância por unidade de tempo. É possível descrever a velocidade da reação com base no aumento da concentração de um produto ou na diminuição da concentração de um reagente por unidade de tempo. O objetivo deste experimento é calcular a velocidade da reação de oxidação do iodeto pelo peróxido de hidrogênio. A reação é apresentada na equação I a seguir: 2KI(aq) + 2HCl(aq) + H2O2(aq) → I2(s) + 2H2O(l) + 2KCl(aq) (Equação I) Pode-se escrever esta equação somente com as espécies químicas de interesse, ou seja, os íons e cátions, conforme equação II: 2I-(aq) + 2H+(aq) + H2O2(aq) → I2(s) + 2H2O(l) (Equação II) Para determinar a lei da velocidade para esta reação, utilizou-se experimentos em que a velocidade inicial é medida em função da concentração dos reagentes. Assim, pode-se usar os valores da velocidade inicial para obter a constante de velocidade. Neste experimento, foi medido a variação da concentração do peróxido em função do tempo: (Equação III)𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = −𝑑 𝐻 2 𝑂 2[ ] 𝑑𝑡 Como a velocidade é expressa sempre como uma quantidade positiva, o sinal negativo na equação III é necessário, pois a concentração de peróxido diminui com o tempo. A lei de velocidade ou equação de velocidade é expressa por uma relação entre concentração do reagente e a velocidade da reação. Para a reação de oxidação do iodeto pelo peróxido, a lei de velocidade inclui o iodeto, o íon H+ e o peróxido, conforme mostra a equação IV: (Equação IV)𝑣 = 𝐾[𝐻+] 𝑦 [𝐼−] 𝑛 [𝐻 2 𝑂 2 ]𝑚 Contudo, a concentração de ácido ficou aproximadamente constante, e assim os íons H+ não afetam a velocidade de reação. Assim, a lei de velocidade se torna: (Equação V)𝑣 = 𝐾*[𝐼−] 𝑛 [𝐻 2 𝑂 2 ]𝑚 Essa equação mostra que a velocidade da reação é proporcional à concentração dos reagentes. Na reação de oxidação do iodeto pode-se utilizar um indicador, no qual indica o início da reação e quanto reagente é gasto, e assim, determina-se o tempo de reação. Neste experimento foi utilizado o tiossulfato de sódio e uma solução de amido, que na presença do iodo formam um complexo de coloração azul. Assim, pode-se identificar a primeira porção de iodeto formada e calcular quanto de peróxido reagiu a partir da reação de oxidação do íon iodeto. A reação química envolvida na formação do complexo é: I2(s) + 2S2O32-(aq) → 2I-(aq) + S4O62-(aq) (Equação VI) O iodo reage rapidamente com o iodeto completamente, e assim não forma complexo com o amido. Assim que todo o tiossulfato reagir, ocorre a formação de iodo livre e a cor azul surge com forte intensidade. Dessa forma, colocou-se uma pequena quantidade de tiossulfato na reação, e essa quantidade foi equivalente ao peróxido que reagiu, tendo o tempo inicial de reação e a concentração inicial de peróxido. A tabela 1 mostra os volumes de reagentes adicionados nos erlenmeyer. Em seguida, mediu-se o tempo de reação quando é adicionado o peróxido de hidrogênio e observou-se a coloração azulada. As medidas foram feitas em duplicatas para obter maior precisão, que podem ser encontradas na tabela 2. A partir dos valores das concentrações analíticas e dos tempos de reação foi possível calcular a velocidade inicial de cada experimento: (Equação VII) −𝑑[𝐻 2 𝑂 2 ] 𝑑𝑡 = −𝑑[𝐼−] 2𝑑𝑡 (Equação VIII)[𝐻 2 𝑂 2 ] = [𝐼 −] 2 Então a concentração que reagiu nos intervalos de tempo t foram calculados pela equação acima descrita, os valores estão apresentados na tabela 3. A partir dos valores de velocidade inicial foi possível construir um gráfico, logv x log [H2O2] e assim estimar os valores de m e n na equação global da velocidade. Utilizando no gráfico os valores dos experimentos 3, 4 e 5 para estimar o valor de m da equação da velocidade, a partir do valor do coeficiente angular da reta encontrada no gráfico. O valor de K1 também pode ser estimado, agora usamos o valor do coeficiente linear. log𝑣= 𝐾1+ 𝑚 log[𝐻2𝑂2] 𝑦= 3,96𝑥− 6,16 Para se encontrar o valor de n, que está relacionado à concentração de iodo, foi feito outro gráfico utilizando os valores do log [I-] dos experimentos 1, 2 e 3. Com o mesmo gráfico podemos estimar o valor de K2. log𝑣= 𝐾2 + 𝑛 log[𝐼−] 𝑦= 1,029𝑥− 0,417 Logo os valores encontrados para m e n são respectivamente: 3,96 e 1,029 e os valores de K1 e K2 são respectivamente: -6,16 e -0,417. Sendo assim a lei da velocidade global é: 𝑉= 𝐾[𝐼−]0,417×[𝐻2𝑂2]6,16 Fazendo os cálculos para a constante K, obtemos uma valor médio de aproximadamente 2,71x10-14. Para calcular a energia de ativação foi preciso diminuir e aumentar a temperatura da reação, então temos dois sistemas para analisar um a quente e outro a frio. A equação utilizada para os cálculos segue abaixo. 𝑙𝑛 𝑘2𝑘1 = 𝐸𝑎 𝑅 1 𝑇1 − 1 𝑇2( ) Para o sistema a quente, aquecemos a reação até 40 graus: Ea= 156,27 𝑘𝐽/𝑚𝑜𝑙 Para o sistema a frio, diminuímos a temperatura até 18 graus. Ea= 222,82 𝑘𝐽/𝑚𝑜𝑙 3-Considerações finais Com a realização desse experimento e com os dados obtidos, é possível perceber que não se faz necessário o uso de aparelhos sofisticados de análise instrumental para a determinação da lei de velocidade de uma reação química relativamente simples. O experimento mostra como uma mudança básica de coloração de uma solução pode ser usada como indicativo para a coleta de informações valiosas para o estudo do funcionamento das reações químicas no laboratório. Utilizando-se em conjunto um marcador de tempo de forma adequada, e seguindo parâmetros semelhantes para todas as soluções, esse método se mostra eficaz para que seja possível inferir não só a lei de velocidade das reações em estudo, mas também valores aproximados para a energia de ativação, fator empírico fundamental dentro da constante de velocidade. No entanto, deve-se enfatizar o fato de serem encontrados valores aproximados com essa metodologia, uma vez que ela se mostra pouco precisa, já que depende da percepção do operador e seu tempo de reação, caracterizando possíveis erros sistemáticos no experimento. 4 - Referências Bibliográficas [1]- ATKINS, P. W.; PAULA, J. Físico-Química, 9ª ed. vol.1, LTC: Rio de Janeiro, 2012. [2]- Rangel, R. N. Práticas de Físico-Química. 3ª ed. Edgard Blucher: São Paulo, 2011. [3]- ATKINS, P. W.; PAULA, J. Físico-Química, 9ª ed. vol. 2, LTC: Rio de Janeiro, 2012. [4] - Paulo A. Netz, George G. Ortega, Fundamentos de Físico-Química: uma abordagem conceitual para ciências farmacêuticas. Artmed, 2002, pag 123-124. [5] - David W. Ball, Físico-Química. V1, 2011, Cap5 (5.3), pg 125-129.
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