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ADMINISTRAÇÃO DE ROTINA DE PESSOAL UNIDADE: 3 Processo de Cálculos dos Adicionais: Noturno, Periculosidade e Insalubridade Profa. Denise Oliveira Objetivos ▪ Aplicar o cálculo de adicional noturno. ▪ Praticar o cálculo de adicional de periculosidade. ▪ Empregar o cálculo de adicional de insalubridade. Introdução Nesta unidade de aprendizagem, abordaremos os principais adicionais de acordo com a legislação trabalhista. Quando falamos dos principais adicionais, destacamos a valorização da vida do ser humano, que é contratado pela empresa para trabalhar em uma área; e neste cargo, ele pode ser exposto a um agente que vai prejudicar a sua saúde a médio e longo prazos. A empresa deve seguir à risca as normas de segurança para proteger esse profissional, a fim de não prejudicar sua saúde a curto prazo. Destacamos os adicionais de insalubridade e periculosidade, cujo profissional de RH deve sempre estar atualizado, em relação às mudanças, aplicandoos corretamente na empresa. Quem cuida dos documentos necessários para não existir falhas na hora da fiscalização é o profissional de RH, que deve contratar profissionais especializados para garantir a documentação correta; estamos falando do antigo PPRA que agora é PGR, que vem especificando setores e cargos que devem receber esses adicionais no contracheque. A folha de pagamento deve ser preparada, tendo como umas das bases de informações do PGR. Além dos EPIs necessários para proteger a saúde do empregado, este deve receber corretamente sua remuneração de acordo com essas NRs citadas. 1. Adicional Noturno A cada dia, diferentes empresas, de determinados segmentos, estão trabalhando 24 horas por dia, sem intervalos; para isso, a legislação trabalhista deve ser seguida à risca. Neste contexto, a empresa deve pagar para o trabalhador que ultrapassou a hora noturna, que ocorre das 22h até às 5h do dia seguinte, o Adicional Noturno, seja ele cumprindo sua carga ou realizando horas extras. IMPORTANTE De acordo com o Art. 73 da CLT, considera-se noturno o trabalho realizado entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte, considerando o trabalhador urbano. Com isso, a hora noturna tem a duração normal de 52 (cinquenta e dois) minutos e 30 (trinta) segundos; além da redução da hora normal, incide o adicional noturno de pelo menos 20% (vinte por cento) sobre o valor da hora normal diurna. Para o trabalhador rural que trabalha na lavoura, o trabalho noturno é das 21 (vinte e uma) horas de um dia às 5 (cinco) horas do dia seguinte; e para o rural que trabalha na pecuária, é das 20 (vinte) horas de um dia às 4 (quatro) horas do outro. Para o trabalhador rural, a hora é a mesma que a diurna, ou seja, 60 (sessenta) minutos. Neste caso, não existe a vantagem da redução da hora; em contrapartida, o adicional noturno é de, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) sobre o valor da hora normal diurna. Destacamos ainda que a mudança de horário de um funcionário para o turno diurno, mediante sua concordância, acarreta a perda do adicional noturno, sem integração do seu valor no salário ou indenização. Também é proibido o trabalho noturno para o empregado menor de 18 anos, de acordo com a Legislação Trabalhista. Veja como calcular o adicional noturno de um funcionário: Fórmula: 1° Passo: Encontre o valor que o empregado ganha por uma hora normal de trabalho. Salário-base/H. mês = valor 1 2º passo: Encontre o valor da hora normal com acréscimo de 20%. Valor 1 x Ad. Noturno 20% = valor 2. 3º Passo: Encontre o valor que o empregado tem direito a cada 52:30 de hora noturna trabalhada. Valor 2 x H. noturna 1 dia = valor final Exemplo 1: Salário-base R$ 1.800,00 Hora/mês: 220 Por isso: 1.800,00/220 = 8,18 8,18 x 20% = 1,64 Valor de 52:30 hora noturna: R$ 1,64 1.1 Aplicar os Reflexos na Adicional Noturno no DSR O empregado contratado para trabalhar após às 22 horas tem direito a receber o adicional noturno de 20% e o DSR (Descanso Semanal Remunerado) referente ao adicional noturno. Para calcularmos os valores desses adicionais, usamos as seguintes fórmulas. Como o artigo 7º da Lei nº 605 e o artigo 10 do Decreto 27.048/1949 preceituam que a remuneração do descanso semanal corresponde a um dia normal de trabalho. Em consequência, trabalhando o empregado em horário noturno, o adicional correspondente faz parte da sua jornada normal, sendo devido o respectivo no DSR. Fórmula: DSR = Valor do Adicional Noturno 20% X DF = Valor Final Dias úteis do mês EXEMPLO: 01 Salário-base R$ 1.800,00 Hora/mês: 220 Por isso: 1.800,00/220 = 8,18 8,18 x 20% = 1,64 O FUNCIONÁRIO FEZ 20 HORAS DE HORA NOTURNO, VAMOS VER O CÁLCULO: Valor de 52:30 hora noturna: R$ 1,64 R$ 1,64 X 20 HORAS = R$ 32,80 (Vai receber no contracheque) DSR: (Mês 06/2024) Dias úteis; 25 (Contar de segunda a sábado) DF: 05 (Domingos e feriados) IMPORTANTE: Dias úteis 25 dias (Coloquei na contagem dia:13/06 – Empresa situada em Duque de Caxias e Nova Iguaçu vamos colocar como DF (Domingo e feriado) pois essa data é feriado nessas cidades) Precisa identificar de acordo com sua cidade e estado quando tiver feriado específico do local diferente de feriado nacional. Cálculo do DSR: DSR: 32,80 / 25 = 1,31 x 5 = 6,55 FIM DO PPRA PARA AS MUDANÇAS DO PGR Em janeiro de 2022, o Programa de Prevenção dos Ris]os Ambientais, famoso PPRA, será substituído pelo Programa de Gerenciamento de Riscos, o novo PGR. O que é o PGR? O PGR é uma ferramenta gerencial administrativa que tem a função de gerenciar os riscos. Não será um documento para ser impresso e guardado na gaveta! Trata-se de um processo de melhoria contínua, ou seja, toda alteração que houver em algum processo da empresa, o PGR também irá mudar. Por que o PPRA mudou para PGR? Porque duas Portarias foram publicadas, em 9 e 10 de março de 2020, aprovando as redações de duas novas Normas Regulamentadoras. Elas tratam do Programa de Gerenciamento de Riscos — PGR e do Gerenciamento de Riscos Ocupacionais — GRO, e não citam mais o PPRA. São elas: Em suma, a NR1 serve para estabelecer os critérios que devem ser adotados por empregadores e empregados em questão de saúde ocupacional e de segurança do trabalho. Já a NR9 serve para que a empresa, após ter feito o inventário de riscos de acordo com a NR1, crie um plano de ação. Uma complementa a outra, com o objetivo de tirar o controle de riscos do papel e realizá-lo em tempo real. O que diz a Norma Regulamentadora? De forma resumida, RH, você deve se atentar aos seguintes pontos da Portaria nº 6.730/2020, que aprova a redação da NR1, itens: 1.5 e seus subitens: abordam o Gerenciamento de Riscos Ocupacionais - GRO; 1.6 e seus subitens: apresentam a possibilidade de prestação de informação digital e a digitalização de documentos; 1.7 e seus subitens: trazem informações sobre capacitação e treinamento em SST; 1.8 e seus subitens: explanam o tratamento diferenciado para Microempreendedor Individual (MEI), Microempresa (ME) e Empresa de Pequeno Porte (EPP). https://www.metadados.com.br/blog/seguranca-do-trabalho https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-6.730-de-9-de-marco-de-2020-247538988 https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-6.730-de-9-de-marco-de-2020-247538988 Afinal, o que muda de um programa para o outro? O PPRA gerencia os riscos ambientais, que dizem respeito apenas aos riscos físico, químico e biológico. O GRO, por sua vez, vai gerenciar os riscos ocupacionais, que englobam também o risco ergonômico e de acidente. Do PPRA para o PGRsão várias mudanças que visam melhorar as condições para a implementação de programas de saúde e segurança, principalmente para pequenas e médias empresas. Por isso, além de trazer uma redução nos custos, o PGR também deve ser menos burocrático na sua implementação, possuindo um prazo de renovação maior se comparado a outros programas de saúde ocupacional e prevenção de acidentes. A nova redação estabelece que as organizações devem prestar informações de segurança e saúde no trabalho em formato digital, em modelo aprovado pela Secretária do Trabalho. O que vai mudar na minha empresa? É importante que a empresa, ao contratar serviços de saúde e segurança no trabalho, procure fornecedores que atendam a essas novas exigências. Se a sua empresa já possui esse serviço contratado, reveja se atende a todos esses requisitos. O mesmo serve para as empresas que possuem esse serviço interno: é preciso avaliar e, se necessário, adaptar o sistema para atender às redações da NR1 e da NR9. Essa mudança já está conectada à Segurança e Saúde do Trabalho 4.0. É a era digital que está atingindo também este setor, com o objetivo de otimizar o tempo, evitando retificações e transmitir as informações em tempo real. Hoje, com o controle ainda feito em papel, pouquíssimas empresas são devidamente fiscalizadas. Em um breve futuro, com tudo informatizado, o potencial de fiscalização aumentará em 100%. Por isso, a revisão do PGR vai precisar ser constante. Algumas situações podem indicar a necessidade de uma revisão imediata, como: Mudança de processo; Alteração de legislação; Implementação de nova medida de controle; Criação de risco no ambiente, entre outros. Se nada disso acontecer — o que é muito raro —, haverá a obrigatoriedade de revisão a cada 2 anos. Para as empresas que possuem um sistema de gestão implementado, a obrigatoriedade será a cada 3 anos. 2. Adicional de Periculosidade O adicional de periculosidade refere-se a um valor que deve ser pago ao funcionário que exerce atividade periculosa, ou seja, perigosa. Normalmente é aplicado para a segurança e saúde do empregado. A NR16 (Norma regulamentadora da Adicional de Periculosidade) apresenta todos os detalhes para identificar quando o empregado está exposto ao agente perigoso. Para atualização e conhecimento, é importante que o responsável do RH tenha em mãos o documento de PGR para saber quais os cargos devem receber a periculosidade no contracheque; o grau de risco é único (30%). COMO CALCULAR? SALÁRIO BASE R$ 2.800,00 ADICIONAL PERICULOSIDADE R$ 840,00 (2.800,00 X 30%) 3 Adicional de Insalubridade Algumas empresas do segmento de serviços insalubres estão cientes da proteção da saúde do trabalhador, e portanto, precisam seguir à risca as leis trabalhistas. Por isso, a empresa deve ter o documento do PGR sempre atualizado para controle e proteção do empregado. NR 15: A norma regulamentadora foi originalmente editada pela Portaria MTb nº 3.214, de 8 de junho de 1978, estabelecendo as “Atividades e Operações Insalubres”, de forma a regulamentar os artigos 189 a 196 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, conforme redação dada pela Lei n.º 6.514, de 22 de dezembro de 1977, que alterou o Capítulo V (da Segurança e da Medicina do Trabalho) da CLT. COMO CALCULAR? SALÁRIO BASE R$ 2.800,00 ADICIONAL INSALUBRIDADE R$ 141,20 (1.412,00 X 10%) SALÁRIO MÍNIMO ANO VIGENTE, OU SEJA, ANO ATUAL: R$ 1.412,00 R$ 1.412,00 X 10% = 141,20 R$ 1.412,00 X 20% = 282,40 R$ 1.412,00 X 40% = 564,80 https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/assuntos/inspecao-do-trabalho/seguranca-e-saude-no-trabalho/sst-portarias/1978/portaria_3-214_aprova_as_nrs.pdf https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/assuntos/inspecao-do-trabalho/seguranca-e-saude-no-trabalho/sst-portarias/1978/portaria_3-214_aprova_as_nrs.pdf http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6514.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6514.htm ADICIONAIS: NOTURNO, PERICULOSIDADE E INSALUBRIDADE Além disso, o empregado também tem o direito de receber o adicional no seu contracheque, que incide no INSS, IRRF e FGTS. SALÁRIO BASE ADICIONAL DSR TOTAL INSS IRRF FGTS 1.800,00 NOTUNRO 32,80 6,55 1.839,35 9% 144,36 DEP (0/0) BC: 1.694,99 ISENTO 135,60 2.800,00 PERI 30% 840,00 ------ 3.640,00 12% 335,62 DEP (0/0) BC: 3.304,38 DESC: 114,22 291,20 2.800,00 INSA 10% 141,20 ------ 2.941,20 12% 251,76 DEP (0/1) BC: 2.499,85 DESC: 18,05 235,30 Síntese Nesta unidade de aprendizagem, aprendemos a calcular os adicionais de insalubridade, periculosidade e noturno. Vimos que cada um dos adicionais estudados tem regras que devem ser seguidas pela empresa. Destacamos, ainda, a diferença entre os adicionais de insalubridade e periculosidade, que não está só no tipo, classificação do grau de risco ou porcentagem, mas também, na forma como vamos calculá-los. A NR informa que o cálculo deve ser sobre o salário-mínimo, de acordo com a NR15, ou salário-base do empregado, de acordo com a NR16. Por isso, devemos conhecer a convenção coletiva, de acordo com o sindicato responsável pelo segmento da empresa. Por fim, mencionamos a importância de conhecer a fórmula correta de cada adicional, assim como sua aplicabilidade. Essas informações devem estar explícitas para o empregado no contracheque, destacando as horas e os valores discriminados para cada adicional, deixando-o ciente que os adicionais estão na remuneração, e que vão incidir nas férias, 13º salário, rescisão, INSS, FGTS e IRRF.
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