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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
MOLÉCULAS, CÉLULAS, GÊNESE E NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO 
DISCIPLINA: FORMAÇÃO CIENTÍFICA 
DOCENTE: MARÍLIA XAVIER 
 
 
 
 
 
ISNIA FERRAZ DOS SANTOS 
MARCOS EDUARDO FERREIRA DOS SANTOS 
QUEREN HAPUQUE ALBUQUERQUE DE OLIVEIRA 
RAÍSSA VIEIRA DE SOUZA 
THIAGO SOUZA LUZ 
 
 
 
 
 
FICHAMENTOS DE ARTIGOS CIENTÍFICOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BELÉM-PA 
2022
 
Fichamento do artigo: Avaliação do controle de hipertensão e diabetes na 
Atenção Básica: perspectiva de profissionais e usuários 
Evaluation of the control of hypertension and diabetes in primary care: perspective of professionals and 
users 
 
Francidalma Soares Sousa Carvalho Filha; Lídya Tolstenko Nogueira; Maria Guadalupe Medina. 
 
Resumo: O Plano de Reorientação da Atenção à Hipertensão e ao Diabetes, lançado pelo 
Ministério da Saúde (MS), representa uma importante ferramenta para a realização de ações 
que objetivam o acompanhamento da hipertensão arterial sistêmica (HAS) e da diabetes 
mellitus (DM) nos indivíduos, de modo que a prevenção, o tratamento e a educação em saúde, 
assim como uma assistência sistematizada, resolutiva e individualizada são os principais 
compromissos dessa Política Pública de Saúde. Contudo , por meio de uma pesquisa por 
triangulação de métodos , que considerou tanto a conformidade das ações dos profissionais em 
relação ao que está orientado nos documentos do HiperDia, quanto a percepção de profissionais 
de saúde atuantes na Atenção Básica e a percepção de usuários, observou-se que o plano 
apresentado é permeado por grandes defasagens, ou sejam elas decorrentes do 
distanciamento do que é indicado nos protocolos do HiperDia, ou oriundas da dificuldade de 
acesso a medicamentos , exames e educação em saúde. Portanto, conclui-se por meio desse 
trabalho a necessidade de medidas que melhorem o referido plano em todos seus aspectos. 
 
CARVALHO FILHA, Francidalma Soares Sousa; NOGUEIRA, Lídya Tolstenko; MEDINA, 
Maria Guadalupe. Avaliação do controle de hipertensão e diabetes na Atenção Básica: 
perspectiva de profissionais e usuários. Saúde Debate, Rio De Janeiro, v. 38, n. Especial, p. 
265-278, 2014. 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção 
Básica. Hipertensão Arterial Sistêmica para o Sistema Único de Saúde. Brasília: Ministério da 
Saúde, 2006b. 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção 
Básica. Diabetes Mellitus. Brasília: Ministério da Saúde, 2006a. 
 
ESPÓSITO, V. H. C. Formação como ação educativa: buscando sentidos – estudos de natureza 
fenomenológica e hermenêutica. In: SILVA, G. T. R.; ESPÓSITO, V.H. C. Educação e Saúde: 
cenários de pesquisa e intervenção. São Paulo: Martinari, 2011. p. 25-48. 
 
FERNANDES, M. C. P,; BACKES, V. M. S. Educação em saúde: perspectivas de uma equipe 
da Estratégia Saúde da Família sob a óptica de Paulo Freire. Rev Bras Enferm, Brasília, DF, v. 
63, n. 4, p. 567-573, jul./ago., 2010. 
 
MINAYO, M. C. S. Conceito de avaliação por triangulação de métodos. In: MINAYO, M. C. 
S.; ASSIS, S. G.; SOUZA, E. R. Avaliação por triangulação de métodos: abordagem de 
programas sociais. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2005. p. 19-52. 
 
MOUSINHO, P. L. M.; MOURA, M. E. S. Hipertensão Arterial: fatores relacionados à adesão 
do cliente com hipertensão ao tratamento medicamentoso. Saúde Coletiva, São Paulo, v. 5, n. 
25, p. 212-216, nov./dez., 2008. 
 
 
 (...) “Nesse rol incluem-se as afecções cardiovasculares, como a hipertensão arterial 
sistêmica (HAS), as neoplasias, as doenças respiratórias crônicas e o diabetes mellitus (DM), 
além das desordens mentais e neurológicas, bucais, oculares, auditivas, ósseas e articulares e as 
alterações genéticas” (p. 266). 
“Dentre essas, ressalta-se a relevância da HAS e do DM por serem importantes fatores 
de risco para a morbimortalidade cardiovascular e representarem um desafio para o sistema 
público de saúde, que é garantir o acompanhamento sistemático dos indivíduos identificados 
como portadores desses agravos, assim como o desenvolvimento de ações referentes à 
promoção da saúde e à prevenção dessas doenças” (p. 266). 
“Os profissionais de saúde atuantes na Estratégia Saúde da Família (ESF) devem 
programar e implementar atividades de investigação e acompanhamento dos usuários. 
Ademais, a educação em saúde precisa ser incorporada às suas práticas cotidianas, por meio de 
palestras, visitas domiciliares, reuniões em grupos e atendimento individual, em consultas 
médicas e de enfermagem, o que favorece a adesão ao tratamento, na medida em que o sujeito 
é percebido como protagonista do processo” (MOUSINHO; MOURA, 2008, p. 266). 
“(...) Por esse motivo, este estudo teve como objetivo avaliar o Plano de Reorientação 
da Atenção à Hipertensão Arterial e ao Diabetes, implementado nas Unidades Básicas de Saúde 
do Município de Caxias (MA), na perspectiva de profissionais de saúde e usuários, e apoiou-se 
nas seguintes questões norteadoras: como os profissionais da Estratégia Saúde da Família 
avaliam suas ações voltadas aos usuários com hipertensão e/ou diabetes? As atividades 
desenvolvidas por esses profissionais estão em conformidade com as normas do HiperDia? 
Como os usuários hipertensos e/ou diabéticos avaliam as ações desenvolvidas pelos 
profissionais de saúde?” (p. 266). 
“Trata-se de uma pesquisa avaliativa com três eixos de investigação, utilizando 
triangulação de métodos” (MINAYO, 2005, p. 267). 
“(...) a) avaliação de conformidade (ou normativa), em que foram analisadas as ações 
desenvolvidas pelos profissionais por referência ao que está preconizado nos documentos do 
HiperDia; b) análise da percepção de profissionais de saúde atuantes na Atenção Básica e c) 
análise da percepção de usuários que vivenciam a assistência” (p. 267). 
“A avaliação de conformidade foi feita por referência às atribuições específicas para 
cada categoria profissional, estabelecidas nos protocolos do HiperDia” (p. 267). 
“Para avaliação da percepção dos profissionais, foi realizada uma entrevista 
semiestruturada que considerou as atividades desenvolvidas na UBS [...] as estratégias 
utilizadas para aumentar o número de usuários cadastrados e intensificar o acompanhamento, a 
 
realização de ações de educação em saúde, aspectos positivos e negativos do HiperDia, 
conforme realizado em Caxias (MA), e a avaliação da assistência prestada” (p. 267). 
“Quanto aos usuários, foi aplicado um formulário com perguntas fechadas que 
considerou o grau de instrução, faixa etária, tempo de realização do tratamento, dificuldades 
para realizar a terapêutica, participação em atividades de educação em saúde, frequência de 
realização de consultas e exames, dieta alimentar e avaliação da assistência recebida.” (p. 267). 
“O Plano de Reorientação da Atenção à Hipertensão e ao Diabetes, lançado pelo 
Ministério da Saúde (MS) em 2001, é uma grande iniciativa e uma importante ferramenta para 
reestruturar o atendimento aos doentes e proporcionar uma assistência resolutiva e de qualidade 
a todos os usuários captados por intermédio da Atenção Básica.” (p. 268). 
“Ressalta-se que o funcionamento do HiperDia em Caxias (MA) revela limitações que, 
de fato, podem prejudicar o sucesso do Plano: o fornecimento de medicamentos é atrelado à 
Farmácia Básica do município e, nem sempre, a distribuição supre a necessidade de todos os 
usuários; o HiperDia não possui financiamento próprio; não existem veículos para a realização 
de visitas domiciliares e atividades de educação em saúde na comunidade e não há distribuição 
de materiais educativos sobre a HAS e o DM ” (p. 268). 
“Observou-se que as ações realizadas se distanciam do que é indicado nos protocolos 
do HiperDia, fato que demonstra o desconhecimento desses profissionais acerca das normas e 
rotinas, a resistênciaa realizá-las e/ ou a não percepção de sua importância, embora seja 
disponibilizado material impresso, distribuído em todas as UBS do município, anualmente, 
conforme a Coordenação da Atenção Básica” (p. 270). 
“Neste trabalho verificou-se que os profissionais de saúde realizam importantes 
atividades junto aos hipertensos e/ou diabéticos, mas, em geral, não planejam essas ações, nem 
existe uma continuidade na oferta. Além disso, pouco se observa o trabalho em equipe no 
rastreamento e busca ativa de hipertensos e/ou diabéticos e na implementação das ações 
coletivas, que, quando são realizadas, partem principalmente da iniciativa de enfermeiros e 
agentes comunitários de saúde, demonstrando que o HiperDia não tem sido desenvolvido em 
sua plenitude e, em geral,as atribuições indicadas pelo MS para cada categoria profissional 
distanciam-se da realidade da SF no município” (p. 270). 
“(...) Os dados obtidos a partir das entrevistas realizadas com os profissionais da SF, 
quanto ao seu desempenho no Plano foram organizados em um quadro, no qual se dispuseram 
as percepções destes profissionais quanto aos aspectos positivos e negativos do HiperDia” (p. 
271). 
 
“(...) Verificou-se que os profissionais de saúde contradiziam suas próprias respostas e, 
aquilo que consideravam aspecto positivo em um momento, em outro representavam como 
negativo” (p.271). 
“(...) Ressalta-se que, quando a UBS deixa de ofertar o medicamento, os usuários 
interrompem o tratamento, pois na maioria das vezes não podem adquiri-lo.” (p.273)” 
“(...) Também se visualizaram intercorrências quanto ao encaminhamento de usuários 
aos especialistas, devido à demora no agendamento, que conforme Costa, Silva e Carvalho 
(2011) compromete a qualidade da atenção ofertada” (p.273). 
“(...) O processo de educação em saúde é, antes de tudo, um procedimento político em 
que a metodologia aplicada deve favorecer a aquisição de conhecimentos, além de desalienar e 
emancipar os sujeitos envolvidos. Isso exige que a ação educativa não seja exclusivamente 
informativa, mas que produza modificações, levando os usuários a refletirem sobre suas vidas 
e sua saúde” (ESPÓSITO, 2011, p. 274). 
“(...) nas entrevistas realizadas com os profissionais dessa pesquisa verificou-se, o 
anseio quanto à terapêutica prescrita, pois para eles alguns dos fármacos distribuídos pela 
Farmácia Básica não produzem o efeito que muitos pacientes precisam, exigindo a prescrição 
de outros medicamentos, os quais os usuários não conseguem comprar” (p. 274). 
“(...) o ACS representa o elo entre o usuário e a equipe, de forma a encorajar a 
participação ativa do hipertenso e/ou diabético, ajudando-o a seguir as orientações alimentares, 
de atividade física e de não fumar, bem como de tomar os medicamentos de maneira regular” 
(BRASIL, 2006A; 2006B, p. 275). 
“(...) Fernandes e Backes (2010) referem que a educação em saúde é reconhecida pelos 
profissionais de saúde como uma responsabilidade, contudo sua prática se depara com entraves 
culturais e ainda recebe pouco destaque no cotidiano de trabalho” (p. 277). 
“(...) A relação profissional-usuário deve ser permeada pela educação em saúde, o que 
possibilita o empoderamento dos indivíduos para a tomada de decisões concernentes à sua 
saúde e ao seu bem-estar, com base no pressuposto de que todo profissional de saúde deve ser 
um educador e, sobretudo, libertador, emancipador e transformador” (p. 277). 
“(...) importantes iniciativas precisam ser implantadas para melhorar o HiperDia, como 
a ampliação do acervo e da quantidade de medicamentos, a intensificação do rastreamento de 
doentes, o melhoramento do acompanhamento de usuários diagnosticados e a descentralização 
dos pontos de coleta de exames, sobretudo na zona rural, para facilitar o acesso a tais serviços” 
(p. 277). 
 
“É importante também envolver a rede de assistência social, como os Centros de 
Convivência de Idosos e Centros de Referência da Assistência Social, para difundir o 
conhecimento acerca da hipertensão e do diabetes, abordando os perigos advindos do controle 
inadequado, suas principais complicações e sequelas e a efetivação dos serviços de referência 
e contrarreferência” (p. 277). 
“Destaca-se, ainda, a necessidade de intensificar as ações de capacitação dos 
profissionais com vistas a estabelecer um atendimento qualificado e vinculação aos hipertensos 
e/ou diabéticos sob sua responsabilidade sanitária. Além disso, essas atividades devem envolver 
a equipe multiprofissional, instigando em cada trabalhador em saúde o interesse e a participação 
no tratamento” (p. 277). 
 
 
Fichamento do artigo: Distribuição espacial da hanseníase em menores de 15 anos de 
idade, no município de Belém, estado do Pará, Brasil. 
Spatial distribution of leprosy cases in children under 15 years old, in Belém, Pará State, Brazil 
 
Mayumi Aragão Fujishima; Lanna Xantipa de Oliveira Lemos; Haroldo José de Matos. 
 
RESUMO: O artigo em questão trata-se de um estudo epidemiológico que busca 
identificar a distribuição espacial dos casos de hanseníase em menores de 15 anos de idade, no 
município de Belém, estado do Pará, Brasil, entre 2005 e 2014, e como os indicadores 
socioeconômicos estão relacionados com este indicativo. Para isso, foi feito um estudo 
ecológico utilizando 356 casos novos de hanseníase nesta faixa etária, registrados no Sistema 
de Informação de Agravos de Notificação, no município de estudo. As variáveis clínico-
epidemiológicas avaliadas foram: sexo, faixa etária, classificação operacional, forma clínica, 
grau de incapacidade física no diagnóstico, modo de detecção e coeficiente de detecção em 
menores de 15 anos de idade. Realizou-se o georreferenciamento, a partir do endereço 
registrado na ficha de notificação, para a produção de mapas com divisão por bairros, e 
correlacionou-se a taxa de incidência com os dados socioeconômicos de cada bairro, a partir da 
regressão linear. O município de Belém foi classificado como hiperendêmico para hanseníase 
em menores de 15 anos de idade, sendo destacados cinco bairros que concentravam 
aproximadamente 35% dos casos. Dos 71 bairros, 22 foram considerados hiperendêmicos pela 
taxa de detecção, e o georreferenciamento identificou duas áreas de clusters. A correlação com 
dados socioeconômicos demonstrou significância para falta de renda, ausência de coleta de lixo 
e ausência de coleta de esgoto. Perante o exposto, concluiu-se que a distribuição da hanseníase 
entre menores de 15 anos de idade não ocorre de forma homogênea, visto que existem áreas 
mais suscetíveis, indicando que as crianças e jovens dessas localidades, como da ilha do 
Mosqueiro ou os bairros localizados nos clusters, estão mais vulneráveis ao adoecimento por 
hanseníase. A produção de mapas baseados em georreferenciamento com populações na faixa 
etária de menos de 15 anos contribui com a vigilância em saúde e possibilita direcionar os 
recursos para as áreas de maior risco de transmissão. Com isso, sugere-se a capacitação da 
equipe de saúde para o diagnóstico precoce, sobretudo por meio da busca ativa, e a notificação 
adequada, visando à redução da transmissão na localidade e das sequelas que a hanseníase não 
tratada precocemente pode acarretar. 
 
FUJISHIMA, Mayumi Aragão; LEMOS, Lanna Xantipa de Oliveira; MATOS, Haroldo José 
de. Distribuição espacial da hanseníase em menores de 15 anos de idade, no município de 
Belém, estado do Pará, Brasil. Rev Pan-Amaz Saude, Ananindeua, v. 11, e202000229, fev. 
2020. 
 
Ministério da Saúde (BR). Registro ativo: número e percentual, casos novos de hanseníase: 
número, taxa e percentual, faixa etária, classificação operacional, sexo, grau de incapacidade, 
contatos examinados, por estados e regiões, Brasil, 2016. Brasília: Ministério da Saúde; 2017. 
 
MONTEIRO, L.D.; MARTINS-MELO, F.R.; BRITO, A.L.; ALENCAR, C.H.; 
HEUKELBACH, J. Spatial patterns of leprosy in a hyperendemic statein Northern Brazil, 
2001-2012. Rev Saude Publica. 2015;49:84. 
 
DIAS, M.C.F.S.; DIAS, G.H.; NOBRE, M.L. Distribuição espacial da hanseníase no município 
de Mossoró/RN, utilizando o Sistema de Informação Geográfica - SIG. An Bras Dermatol. 2005 
nov-dez;80(supl 3):S289-94. 
 
 
FARIA, R.M.; BORTOLOZZI, A. Espaço, território e saúde: contribuições de Milton Santos 
para o tema da geografia da saúde no Brasil. RA'E GA. 2009;17:31-41. 
 
MENCARONI, D.A.; PINTO, J.M.N.; VILLA, T.C.S.; OLIVEIRA, M.H.P. Análise espacial 
da endemia hansênica na área urbana do município de Fernandópolis/SP. Hansen Int. 
2004;29(1):12-20. 
 
BONFIM, C.; MEDEIROS, Z. Epidemiologia e geografia: dos primórdios ao 
geoprocessamento. Espaç Saude. 2008 dez;10(1):53-62. 
 
AMARAL, E.P.; LANA, F.C.F. Análise espacial da hanseníase na microrregião de Almenara, 
MG, Brasil. Rev Bras Enferm. 2008 nov;61(no. esp):701-7. Rev Pan Amaz Saude 
2020;11:e202000229 – e-ISSN: 2176-6223 9/9 Fujishima MA, et al. Distribuição espacial da 
hanseníase em menores de 15 anos de idade, no município de Belém, estado do Pará, Brasil. 
 
CARDOSO, A.C.D.; VENTURA, R.S.N. A evolução urbana de Belém: trajetória de 
ambiguidade e conflitos socioambientais. Cad Metrop. 2013 jan-jun;15(29):55-75. 
 
DUARTE-CUNHA, M.; SOUZA-SANTOS, R., MATOS, H.J.; OLIVEIRA, M.L.W. Aspectos 
epidemiológicos da hanseníase: uma abordagem espacial. Cad Saude Publica. 2012 
jun;28(6):1143-55. 
 
BAKKER, M.I.; MAY, L.; HATTA, M.; KWENANG, A.; KLATSER, P.R.; OSKAM, L. et al. 
Genetic, household and spatial clustering of leprosy on an island in Indonesia: a population-
based study. BMC Med Genet. 2005 Nov;6:40. 
 
“A situação epidemiológica da hanseníase no Brasil, ao longo dos anos, tem mostrado 
diversos desafios aos setores de saúde pública para a eliminação da doença. Aproximadamente 
40% dos casos de hanseníase registrados no Brasil, em 2016, encontravam-se em regiões onde 
havia cerca de 15% da população. Enquanto as Regiões Norte e Centro-Oeste registraram, no 
mesmo ano, uma taxa de detecção de 28,70 e 30,02 casos por 100.000 habitantes, 
respectivamente, a Região Sul obteve um número 10 vezes menor, demostrando que o país 
possui áreas que estão longe de alcançar a meta de eliminação” (Ministério da Saúde, 2017). 
(...) os municípios localizados na Amazônia brasileira são considerados locais de alta 
endemicidade para a doença e de baixa infraestrutura social” (MONTEIRO et al., 2015). 
“A distribuição desigual da hanseníase também pode ser observada quando se aumenta 
ou diminui a escala de análise, como setores ou bairros dos municípios” (DIAS et al., 2005). 
(...) “o componente espaço torna-se de suma importância para a compreensão 
epidemiológica da hanseníase. Assim, parte-se do espaço como categoria de análise que não se 
limita às concepções físicas e geométricas, mas se compreende a partir de uma ótica relacional 
e indissociável de uma perspectiva social” (FARIA et al., 2009; MENCARONI et al, 2004). 
 
(...) “conforme as pessoas se apropriam de determinadas áreas e, em contrapartida, são 
privadas de outras, se delimitam os diferentes acessos aos serviços de infraestrutura urbana e 
aos riscos de adoecer. Portanto, o espaço torna-se um determinante no processo saúde-doença” 
(MENCARONI et al., 2004; BONFIM et al., 2008). 
“Diversos fatores socioeconômicos têm se mostrado importantes, como condições 
precárias de habitação, baixa escolaridade, baixa renda e movimentos migratórios” 
(MONTEIRO et al., 2015; AMARAL et al., 2008). 
“Reconhecer precisamente as correlações possíveis entre a hanseníase e as conjunturas 
socioeconômicas, que possibilitam que a doença se torne endêmica em uma localidade, 
colaboram para o desenvolvimento de estratégias de combate mais eficazes, como a 
implantação de medidas de busca ativa e vigilância em saúde no território” (FUJISHIMA et al., 
2020). 
“(...) a presença de hanseníase em menores de 15 anos de idade normalmente está 
vinculada à transmissão intradomiciliar, pois a doença tem um período de incubação 
prolongado, de forma que os contatos intradomiciliares são um importante meio para a 
manutenção da endemia. Portanto, a incidência de hanseníase nessa faixa etária é um indicador 
epidemiológico de transmissão ativa da doença, ao revelar precocidade na transmissão e 
persistência de pessoas bacilíferas não tratadas. Além disso, esse indicador aponta alta 
endemicidade e ações insuficientes de vigilância, controle e educação em saúde no que tange à 
doença, tornando-se um importante demarcador” (FUJISHIMA et al., 2020). 
“O município possui 71 bairros, dos quais 23 encontram-se nas ilhas de Mosqueiro (no 
extremo norte) e de Outeiro, além de compreender áreas não urbanas. No presente estudo, foram 
utilizados os bairros do município como unidade de análise. A população residente, no ano de 
2010, era de 1.393.399, com densidade populacional de 1.315,26 habitantes/km², onde 321.092 
tinham menos de 15 anos de idade12, 13” (FUJISHIMA et al., 2020). 
"Dos 384 casos de hanseníase em menores de 15 anos de idade notificados no período, 
somente os casos novos foram incluídos, totalizando 356 registros. (...) o quadro 
epidemiológico da hanseníase em menores de 15 anos de idade, no município de Belém, para 
o período analisado, apresentou predominância entre o sexo masculino (proporção de 1,2 casos) 
e a faixa etária de 10 a 14 anos de idade, com um valor superior à metade dos casos (64,9%). 
Houve predomínio dos casos com classificação operacional de paucibacilares (59,6%) e a forma 
clínica tuberculoide (37,9%), além de dois casos que não foram classificados. No que tange ao 
grau de incapacidade, 10,1% (36 notificações) dos casos possuíam alguma incapacidade no 
momento do diagnóstico, sendo 11 (3,1%) com grau 2 de incapacidade e 43 (12,1%) não 
 
classificados. O encaminhamento foi o modo de detecção mais recorrente (62,4%), seguido da 
demanda espontânea (29,2%), enquanto o exame de coletividade ocorreu em quatro (1,1%) 
casos e o exame de contato em 24 (6,7%) casos. Desse modo, a busca ativa constituiu 7,9% dos 
casos, enquanto a busca passiva representou 91,6% dos casos” (FUJISHIMA et al., 2020). 
(...) “existia um caso de hanseníase em cada 9.017 menores de 15 anos de idade. A 
proporção de casos de hanseníase com grau 2 de incapacidade física, no momento do 
diagnóstico, entre os casos novos detectados e avaliados no ano, foi de 3,5%” (FUJISHIMA et 
al., 2020). 
“Foram considerados clusters os bairros com mais de 5% dos casos mapeados, 
representando aglomerados acima de 16 casos. Os bairros enquadrados nessa categoria foram 
Guamá (41 casos), Jurunas (24 casos), Tapanã (23 casos), Montese (20 casos) e Benguí (18 
casos), de modo que esses cinco bairros representaram aproximadamente 35% de todos os casos 
registrados. Assim, foi possível observar dois agrupamentos de bairros por proximidade física, 
a região Montese–Guamá–Jurunas e a região Tapanã–Benguí” (FUJISHIMA et al., 2020). 
“Foi observado que 22 dos 71 bairros foram considerados hiperendêmicos. Os bairros 
Bonfim (119,92 casos/100.000 habitantes) e Praia Grande (105,82 casos/100.000 habitantes), 
ambos localizados na ilha do Mosqueiro (ilha no extremo norte do mapa), apresentaram os 
piores cenários epidemiológicos, seguidos pelos bairros Val-de-Cães (82,22 casos/100.000 
habitantes), Fátima (46,12 casos/100.000 habitantes), Guanabara (23,31 casos/100.000 
habitantes) e Carananduba (23,30 casos/100.000 habitantes), esse último também situado na 
ilha do Mosqueiro” (FUJISHIMA et al., 2020). 
“O bairro Sucurijuquara foi registrado em cinco indicadores; Bonfim e Caruara, em três; 
e Ariramba, Aurá, Natal do Murubira e São Francisco, em dois indicadores cada um. Desses 
sete bairros, seis pertencem à ilha do Mosqueiro” (FUJISHIMA et al., 2020). 
“A hanseníase em menores de 15 anos de idade foi considerada hiperendêmica no 
município de Belém no período analisado,segundo os parâmetros para a taxa de detecção do 
Ministério da Saúde. (...) a busca ativa representou menos de 1/10 das formas de detecção. 
Houve baixa proporção de casos de hanseníase com grau 2 de incapacidade física, no momento 
do diagnóstico, entre os casos novos detectados e avaliados no ano; no entanto, a proporção de 
casos novos de hanseníase com grau de incapacidade física, avaliado no diagnóstico, foi 
classificado como regular (avaliados entre ≥ 75 a 89,9%), também segundo os critérios do 
Ministério da Saúde” (FUJISHIMA et al., 2020). 
“(...) a distribuição da hanseníase não demonstrou homogeneidade ao longo do território do 
município (...). A distribuição espacial dos casos de hanseníase em menores de 15 anos de idade 
 
na cidade de Belém possuiu áreas de cluster, sendo os bairros de maior relevância Guamá, 
Jurunas, Montese, Benguí e Tapanã. (...) maior concentração na região sul da cidade, formando 
um corredor de expansão em direção ao norte, e pouca expressão de casos na região sudoeste. 
(FUJISHIMA et al., 2020). Esse fato coincidiu com a distribuição socioeconômica da cidade, 
com áreas de maior concentração de renda a sudoeste e conglomerados populacionais de menor 
recurso financeiro ao sul” (CARDOSO et al., 2013). 
(...) “foi registrada a falta de notificação em 27 bairros (38% dos bairros). Dentre esses, 
há bairros que fazem fronteira com aqueles considerados como clusters, tais como Cidade Velha 
(fronteira com o bairro Jurunas) e São Clemente (fronteira com os bairros Benguí e Tapanã). 
Tal dado pode sugerir baixa cobertura ou fragilidade da atenção básica nessas localidades, 
ressaltando a hanseníase como doença negligenciada e que muitas vezes não é diagnosticada. 
Nesse sentido, a subnotificação dos casos pode mascarar outras áreas de cluster, sobretudo nas 
regiões com maior concentração populacional e de menores recursos financeiros” 
(FUJISHIMA et al., 2020). 
(...) “muitos bairros (22 de 71 bairros) foram classificados como hiperendêmicos, 
segundo os parâmetros do Ministério da Saúde14, demonstrando a vulnerabilidade do 
município para a hanseníase em menores de 15 anos de idade. Além disso, observou-se que há 
locais relevantes para a hanseníase diferentes das áreas classificadas como clusters, como a ilha 
do Mosqueiro, localizada ao extremo norte. A ilha contém os bairros onde foi constatada a 
maior taxa de detecção, os quais existem ao lado de bairros com taxa de detecção baixa ou igual 
à zero, o que sugere a subnotificação de diversos casos na área e a fragilidade nos serviços de 
saúde. Quando analisada a taxa de detecção em conjunto com os indicadores socioeconômicos 
dos bairros do município, revelaram-se as condições precárias dos bairros da ilha de 
Mosqueiro” (FUJISHIMA et al., 2020). 
“No que diz respeito à relação das condições socioeconômicas com a incidência de 
hanseníase em menores de 15 anos de idade, observou-se que nem todas as variáveis 
socioeconômicas analisadas possuíam influência significativa no município de Belém, no 
período analisado. Demonstrou-se significância para as variáveis renda, esgoto e coleta de lixo, 
sendo a variação de renda mais impactante para a incidência da doença nessa faixa etária” 
(FUJISHIMA et al., 2020). 
(...) “não se exclui a combinação de baixa condição de vida e ocorrência de hanseníase 
em menores de 15 anos de idade como um critério importante ao assinalar uma área de 
prioridade para intervenção. (...) as causas para essa distribuição ainda não se mostraram 
totalmente claras, tendo em vista que diversos outros fatores, além dos socioeconômicos, 
 
podem estar correlacionados ao desenvolvimento da enfermidade, como fatores genéticos e 
infecções subclínicas (DUARTE-CUNHA et al., 2012; BAKKER et al., 2005), além da 
ausência ou da baixa qualidade de serviços de saúde” (FUJISHIMA et al., 2020).

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