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Autora Karla Camila Lima de Souza AnAtomo-FisiologiA do sistemA CArdiovAsCulAr e respirAtório Expediente Direção Geral: Prof. Me. CláuDio ferreira Bastos Direção Geral aDMinistrativa: Prof. Dr. rafael raBelo Bastos Direção De relações instituCionais: Prof. Dr. CláuDio raBelo Bastos Direção aCaDêMiCa: Prof. Dr. valDir alves De GoDoy CoorDenação PeDaGóGiCa: Prof. Me. antônio alexanDre iório ferreira CoorDenação neaD: Profa. Me. luCiana roDriGues raMos Duarte FICHA TÉCNICA autora: Karla CaMila liMa De souza DesiGn eDuCaCional: Jasson Matias PeDrosa / João Paulo s. Correia ProJeto GráfiCo e DiaGraMação: franCisCo erBínio alves roDriGues / luCiana roDriGues r. Duarte CaPa: franCisCo Cleuson Do n. alves / PaBlo valentiM De freitas trataMento De iMaGens: franCisCo erBínio alves roDriGues revisão téCniCa: José evalDo Gonçalves loPes Júnior / naDJa soares vila nova / elizian BraGa roDriGues revisão ortoGráfiCa: João Paulo De souza Correia / ana Carla Ponte / natasha oliveira MenDes revisão MetoDolóGiCa: antonio alexanDre iorio ferreira / MiChele araGão fernanDes / Maria antonia Do soCorro raBelo araúJo FICHA CATALOGRÁFICA Índice para Catálogo Sistemático 1. Educação Ensino Superior I. Título FATE : Faculdade Ateneu. Educação superior – graduação e pós-graduação: Fortaleza, 2016. Para alunos de ensino a distância – EAD. 1. Educação Superior I. Título Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, total ou parcialmente, por quaisquer métodos ou processos, sejam eles eletrônicos, mecânicos, de cópia fotostática ou outros, sem a auto- rização escrita do possuidor da propriedade literária. Os pedidos para tal autorização, especificando a extensão do que se deseja reproduzir e o seu objetivo, deverão ser dirigidos à Direção. Caro(a) estudante, é com imensa satisfação que apresento o material didá ico da disciplina de Anatomo-Fisiologia do Sistema Cardiovascular e Respiratório. Ao ler e estudar por esse material, você estará apto(a) a corresponder às exigências solicitadas pelo curso. Esse livro está dividido em quatro capítulos segundo a ementa da disciplina, nos quais teremos a oportunidade de compartilhar com você os mais diversos temas na área cardiorrespiratória, partindo das bases anatômicas, fisiológicas e morfofun- cionais de cada sistema. Conheceremos as principais peculiaridades fisiopatológicas das doenças pulmonares e as práticas avaliativas e recursos fisioterapêuticos utilizados no seu tratamento. Não é o nosso objetivo esgotar todo o assunto, ao contrário, você deverá procurar outras fontes ou mesmo utilizar as indicadas ao longo desse material para aprofundar seu conhecimento e estar sempre atualizado(a) sobre os temas aqui abordados, visto que estão sempre passando por atualizações. Bons estudos! Seja bem-vindo! Sumário UNIDADE 1: ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR 1. Funções do sistema cardiovascular ...................................................................7 2. Anatomia cardíaca ..............................................................................................8 3. Sistema de condução cardíaca ..........................................................................9 4. Circulação pulmonar e sistêmica ........................................................................9 5. Regulação cardíaca ..........................................................................................10 UNIDADE 2: ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO 1. Divisão morfofuncional do sistema respiratório ................................................13 2. Mecânica respiratória .......................................................................................14 2.1. Processos da respiração ...............................................................................14 2.1.1 Ventilação pulmonar ....................................................................................14 2.1.2. Difusão pulmonar e capilar .........................................................................15 2.1.3. Transporte dos gases pelo sangue ............................................................15 3. Volumes e capacidades pulmonares ................................................................15 4. Controle da ventilação ......................................................................................16 UNIDADE 3: DOENÇAS PULMONARES 1. Doenças pulmonares obstrutivas .....................................................................19 1.1. Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) ...............................................19 1.2. Bronquite crônica ...........................................................................................20 1.3. Asma ..............................................................................................................20 2. Doenças pulmonares restritivas .......................................................................21 2.1. Atelectasia .....................................................................................................21 2.2 Edema agudo de pulmão ...............................................................................21 3, Doenças do parênquima pulmonar ..................................................................21 3.1. Pneumonia ....................................................................................................21 3.2. Tuberculose pulmonar ...................................................................................22 UNIDADE 4: AVALIAÇÃO E RECURSOS FISIOTERAPÊUTICOS 1. Avaliação fisioterapêutica .................................................................................25 1.1. Etapas da avaliação fisioterapêutica .............................................................25 1.1.1. Anamnese ...................................................................................................25 1.1.2. Exame físico ..............................................................................................25 2. Recursos fisioterapêuticos ...............................................................................26 2.1. Avaliadores da função ventilatória .................................................................26 2.1.1. Peak Flow ...................................................................................................26 2.1.2. Manovacuometria .......................................................................................26 2.2. Exercitadores da função pulmonar ................................................................26 2.3. Incentivadores respiratórios ..........................................................................26 2.3.1. Incentivadores para desosbstrução brônquica ...........................................27 2.4. Ventilação mecânica ......................................................................................27 2.4.1. Modalidades ventilatórias ..........................................................................27 7 Objetivos de aprendizagem • Conhecer as principais funções do sistema cardiovascular. • Descrever as principais características anatômicas do coração. • Analisar as particularidades funcionais do sistema cardiovascular.. 1. Funções do sistema cardiovascular O coração é uma bomba pulsátil que garante o abastecimento adequado de sangue para todas as regiões do corpo, tem como principal função, o transporte de oxigênio (O2) e nutrientes para todas as células do corpo, além de remover delas o dióxido de carbono (CO2) e os resíduos metabólitos gerados pelo metabolismo celular. Outras funções estão incluídas, dentre elas: a manutenção da homeostase orgânica, suporte na termorregulação corporal, equilíbrio hídrico, defesa imune e ações mecânicas em tecidos eréteis. Capítulo 01 – Anatomia e Fisiologia do Sistema Cardiovascular 8 2. anatomia cardíaca A parede cardíaca é constituída por três camadas:(pericárdio, miocárdio e o endocárdio). O pericárdio representa a camada mais externa do coração, considera- do um saco membranoso dividido em duas películas distintas: pericárdio parietal (revestido por camada fibrosa – porção externa) e o pericárdio visceral ou epicárdio (revestido por uma camada serosa de células mesoteliais – porção interna). Entre as duas porções, existem uma delgada cavidade ocupada pelo líquido pericárdico, cuja função é evitar a fricção entre as películas que revestem o coração. O miocárdio é o tecido muscular propriamente dito, responsável pela ação contrátil da bomba cardíaca. O endocárdio é a porção interna do coração, revestindo átrios e ventrículos. O coração é dividido em quatro câmaras: dois átrios e dois ventrículos. O átrio direito e esquerdo é separado por uma parede muscular denominada septo interatrial. E os ventrículos direito e esquerdo são separados por uma parede denomi- nada septo interventricular. Figura 01: Camadas do coração. Saco Pericárdio Camada Parietal Miocárdio Endocárdio Pericárdio Parietal Pericárdio Visceral Epicárdio Fonte: https://goo.gl/2Y2rez Os átrios são separados dos ventrículos por válvulas unidirecionais denominadas atrioventriculares, que impedem o refluxo de sangue. A válvula atrioventricular direita é conhecida como válvula tricúspide. A válvula atrio- ventricular esquerda é denominada como válvula bicúspide ou mitral. 9 O refluxo de sangue das artérias para os ventrículos é impedido pelas válvulas semilunares. Entre o ventrículo direito e a artéria pulmonar, temos a valva semilunar pulmonar. Entre o ventrículo esquerdo e a artéria aorta, temos a valva semilunar aórtica. 3. Sistema de condução cardíaca O músculo cardíaco tem a capacidade de gerar seu próprio sinal elétrico, o que é chamado de autorritimicidade, que permite ao órgão se contrair sem nenhum estímulo externo. O impulso para o coração tem seu início no nó sino- atrial (SA) ou sinusal, localizado na parede superior posterior do átrio direito. O SA também é conhecido como marcapasso cardíaco, uma vez que estabelece o ritmo sinusal do coração. O impulso proveniente do SA se propaga pelos tratos internoidais presentes no átrio e atingem o nó atrioventricular (AV), localizado na parede atrial direita nas proximidades da região central do coração. O impulso que chegar no AV logo é propagado para o feixe de His, locali- zado nos ventrículos, que se subdividem em diversos ramos menores que circun- dam toda a parede ventricular, denominados Fibras de Purkinge, que transmitem o impulso elétrico para toda a região ventricular. Link para WEB Assista ao vídeo Sistema de condução do coração e ECG. Disponível em: https://goo.gl/dkxO0z 4. Circulação pulmonar e sistêmica A literatura considera o coração duas bombas propulsoras em uma. O átrio direito recebe o sangue pobre em O2 das veias cava superior e inferior, direcio- nando-o ao ventrículo direito, que, por sua vez, encaminha o sangue desoxigenado para os pulmões pela artéria pulmonar. Este percurso entre coração e pulmão é denominado pequena circulação ou circulação pulmonar. 10 O sangue desoxigenado chega aos pulmões, onde passa por diversos processos de troca gasosa, evento conhecido como hematose. O sangue oxigenado retorna ao coração por meio das veias pulmonares até o átrio esquerdo, onde será encaminhado para o ventrículo esquerdo, e este, por sua vez, é impul- sionado para o sistema através da artéria aórtica. O percurso do sangue entre coração e o sistema é denominado grande circulação ou circulação sistêmica. 5. Regulação cardíaca Embora o coração tenha a capacidade de iniciar seus próprios impulsos elétricos (controle intrínseco), tanto sua força de contração como sua frequên- cia cardíaca (FC) pode ser alterada por sistemas extrínsecos. O centro de controle cardiovascular tem sua origem central na região do tronco encefálico, especificamente no bulbo, local de onde partem ramos oriun- dos do sistema nervoso autônomo (SNA) chegando ao coração. O SNA é divi- dido em dois sistemas distintos com funções opostas no sistema cardiovascular. – Sistema Nervoso Simpático (SNS) – aumenta a FC; – Sistema Nervoso Parassimpático (SNP) – reduz a FC. Pratique 1. Quais são os principais objetivos do sistema cardiovascular? 2. Explique por que o coração é denominado “duas bombas em uma”. 11 3. Descreva os principais eventos associados à condução elétrica do coração? 4. Identifique o centro de controle cardiovascular? 5. Porque o nó sinusal é considerado o marcapasso cardíaco? Relembre Nesse capítulo foi possível conhecer as principais funções do sistema car- díaco, bem como a organização anatomo-estrutural do coração. Estudamos as principais particularidades do sistema de condução circulatória, bem como os me- canismos de regulação cardiovascular. 12 Anotações 13 Capítulo 02 – Anatomia e Fisiologia do Sistema Respiratório Objetivos de aprendizagem • Descrever as principais particularidades morfofuncionais do sistema respiratório. • Conhecer os principais mecanismos de regulação respiratória. 1. divisão morFoFuncional do sistema respiratório O sistema respiratório tem, como principal função, suprir o organismo com O2 e dele remover o produto gasoso do metabolismo celular. Outras funções estão incluídas, dentre elas: a manutenção do equilíbrio ácido-base, a defesa pulmonar, o metabolismo de várias substâncias e a fonação (ZIN; ROCCO; FAFFE, 2013, p. 602). Do ponto de vista morfofuncional, o sistema respiratório é compreendido pela zona de transporte gasoso, formada pelas vias respiratórias superiores (nariz, faringe e laringe) e árvore traqueobrônquica (traqueia, brônquios e bronquíolos). 14 Figura 02: Anatomia do sistema respiratório. Alvéolo Cavidade nasal Faringe Laringe Traqueia Bronquios Capilares pulmonares Rede capilar na superfície do alvélo Pulmão Brônquio primário Fonte: KENNEY; WILMORE; COSTILL, 2013, p. 164. O sistema respiratório é composto, ainda, por uma zona respiratória (bronquíolos respiratórios, ductos alveolares, sacos alveolares e alvéolos), na qual efetivamente se realizam as trocas gasosas (ZIN; ROCCO; FAFFE, 2013, p. 602). O principal sítio de trocas gasosas a nível pulmonar é o alvéolo. O epitélio alveolar é formado por dois tipos de células epiteliais: os pneumócitos tipo I, que cobre a superfície alveolar; e os pneumócitos tipo II, que recobrem a mesma, responsável pela produção de surfactante. 2. mecânica respiratória 2.1. Processos da respiração O sistema respiratório proporciona um sistema eficiente de distribuição de O2 e remoção de CO2 dos tecidos. Esse transporte envolve quatro processos distintos: Ventilação pulmonar, difusão pulmonar, transporte de O2 e CO2 e difusão pulmonar. 2.1.1 Ventilação pulmonar É o processo pelo qual mobilizamos o ar para dentro (INSPIRAÇÃO) e para fora (EXPIRAÇÃO) dos pulmões. 15 Link para WEB Assista ao vídeo Mecânica respiratória disponível em: https://goo.gl/uznVHd 2.1.2. Difusão pulmonar e capilar As trocas gasosas entre o meio e os tecidos ocorrem por meio da difusão. A difusão através dos tecidos é um processo passivo regido pela lei de Fick. Este afirma que a velocidade de transferência de um gás através de um tecido é proporcional à área do tecido e ao gradiente de pressão parcial do gás entre os dois lados, sendo inversamente proporcional à espessura do tecido (WEST, 2013, p. 28). 2.1.3. Transporte dos gases pelo sangue O O2 é transportado pelo sangue com auxílio da hemoglobina (Hb) presente nos eritrócitos na forma de (oxiemoglobina) ou dissolvido no plasma sanguíneo. A Hb que não se liga ao O2 é denominada desoxiemoglobina. A ligação do O2 com a Hb, depende da pressão parcial de oxigênio (PO2) no sangue e da afinidade entre a Hb e o O2. O CO2 também depende da Hb para seu transporte, sua ligação é denominada carboxihemoglobina. 3. volumes e capacidades pulmonares Os volumes pulmonares podem ser mensurados por meioda técnica conhecida como espirometria. Essa técnica delimita quatro tipos distintos de volumes pulmonares: – Volume corrente (VC); – Volume de reserva inspiratório (VRI); – Volume de reserva expiratório (VRE); – Volume residual (VR). OBSERVAÇÃO: O VR não pode ser quantifi- cado por meio de espirometria simples. 16 A partir dos volumes pulmonares, é possível obter as capacidades pul- monares, oriundas da união de dois ou mais volumes pulmonares. – Capacidade residual funcional (CRF): VRE + VR; – Capacidade inspiratória (CI): VRI + VC; – Capacidade vital (CV): VRI + VC + VRE; – Capacidade pulmonar total (CPT): VRI + VC + VRE + VR. 4. controle da ventilação O centro de controle ventilatório está localizado no troco encefálico, especificamente na ponte e no bulbo, local onde se diferenciam três áreas distintas. A área da ritmicidade, apnêutica, pneumotáxica. A ventilação pulmonar é regulada principalmente por diferenças nos níveis de O2, CO2 e pH sanguíneo, por meio de quimiorreceptores centrais, periféricos e mecanorreceptores. Pratique 1. Descreva a estrutura morfofuncional do sistema respiratório. 2. Discuta os principais modos de transporte do O2 e CO2 no sangue? 17 3. Qual é o único volume pulmonar que não pode ser mensurado pela espirometria simples? 4. Discuta os fatores que influenciam a velocidade de difusão nos pulmões. 5. Qual é a unidade funcional do sistema respiratório e qual a célula pulmonar que realiza sua produção? Relembre Nesse capítulo, conhecemos a divisão morfofuncional do sistema respirató- rio – assim como suas principais funções –, destrinchamos os principais mecanis- mos responsáveis pelo processo ventilatório no organismo, além de conhecermos algumas particularidades do centro de controle respiratório. 18 Anotações 19 Capítulo 03 – Doenças Pulmonares Objetivos de aprendizagem • Conhecer as principais doenças obstrutivas, restritivas e parenquimentosas do pulmão. 1. doenças pulmonares obstrutivas É o conjunto de doenças que aumentam a resistência ao fluxo aéreo no interior da via aérea, geralmente ocasionado por secreção e/ou broncoconstri- ção da árvore traqueobrônquica. 1.1. Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) É caracterizada por hiperdistensão alveolar e consequente destruição do parênquima pulmonar. Exemplo: Enfisema pulmonar. 20 Principais características patológicas da doença: • Dispneia ao esforço; • Expiração prolongada; • Aumento do diâmetro anteroposterior do tórax, devido ao alarga- mento das costelas, também conhecido como (tórax em barril ou tonel); • Coração estreito e verticalizado com grande área pulmonar “Coração em gota”. 1.2. Bronquite crônica É uma morbidade que se caracteriza pela inflamação dos brônquios, resultando na produção de muco na árvore traqueobrônquica. Principais características patológicas da doença: • Hipertrofia das glândulas mucosas nos brônquios; • Ausência de cílios vibratios, ocasionando acúmulo de muco; • Parede torácica na forma de barril; • Secreção mucoide no início da doença, podendo se tornar purulenta na presença de infecção. 1.3. Asma É uma doença caracterizada por inflamação crônica das vias aéreas, com obstrução do fluxo aéreo de caráter reversível. Principais características patológicas da doença: • Broncoconstrição das vias aéreas superiores; • Limitação ao fluxo expiratório “air trapping”, ou seja, o ar é retido durante a expiração; • Abaulamento torácico, resultando no conhecido “peito de pombo” ou “pectus caunatum”; • Presença de sibilo respiratório à nível de vias aéreas superiores. 21 2. doenças pulmonares restritivas 2.1. Atelectasia É uma doença caracterizada por colapso pulmonar, resultado do colaba- mento de grupos alveolares. Principais características patológicas da doença: • A atelectasia pode levar a três retrações distintas: Retração diafrag- mática, hilar e dos espaços intercostais, além de desvio de cissuras; • Hiperventilação compensatória em pulmão sadio; • Hipotransparência retrátil nas imagens radiológicas. 2.2 Edema agudo de pulmão Caracteriza-se por extravasamento de líquidos provenientes dos vasos sanguíneos para o parênquima pulmonar, limitando o processo respiratório. Principais características patológicas da doença: • Intensa dispneia; • Secreção espumosa de coloração rosa; • Imagem radiológica caracterizada pela presença da curva de Damoiseau. 3, doenças do parênquima pulmonar 3.1. Pneumonia É um processo inflamatório que ocorre predominantemente no parênquima pulmonar, à nível das bases pulmonares. Principais características patológicas da doença: • Dor pleurística inspiratória; • Secreção esverdeada ou muco purulento; • Presença de broncograma aéreo, ou seja, alvéolos (cheios de secre- ção) e brônquios (contendo ar); • Imagem radiológica hipotransparente. 22 3.2. Tuberculose pulmonar É uma infecção bacteriana contagiosa ocasionada pela Mycobacterium tuberculosis, também conhecida por bacilo de Koch, que acomete o pulmão e outros órgãos do corpo. Principais características patológicas da doença: • Tosse por mais de duas semanas; • Produção de catarro; • Imagem radiológica cavitária, ou seja, cavitação de paredes pulmo- nares; • Imagens em forma de “favo de mel”. Pratique 1. A expressão “air trapping” refere-se a que tipo de comportamento fisiológico em pacientes com asma? 2. Cite duas patologias que apresentam imagens radiológicas hipotransparentes. 3. Cite duas patologias que causam deformidade torácica. 23 4. A unidade shunt é muito comum em doenças restritivas. Por quê? 5. Os achados radiológicos auxiliam na interpretação e, associado à clínica, favo- recem a decisão no diagnóstico. Por que a curva de Damoiseau é usada para o diagnóstico de pacientes com derrame pleural? Relembre Nesse capítulo, conhecemos as principais doenças pulmonares e as reper- cussões funcionais oriundas de cada patologia. Anotações 24 Anotações 25 Capítulo 04 – Avaliação e Recursos Fisioterapêuticos Objetivos de aprendizagem • Conhecer os objetivos da avaliação fisioterapêutica. • Descobrir as principais etapas da avaliação. • Analisar os recursos funcionais utilizados na fisioterapia respiratória. 1. avaliação Fisioterapêutica 1.1. Etapas da avaliação fisioterapêutica A avaliação fisioterapêutica é baseada em um conjunto de etapas distin- tas, são elas: 1.1.1. Anamnese A anamnese consiste na etapa mais importante da avaliação fisiotera- pêutica, uma vez que busca, por meio da entrevista com o paciente, as principais informações pertinentes à sua vida atual e pregressa. 1.1.2. Exame físico Nessa etapa, o profissional irá fazer uma avaliação detalhada da condição física do paciente, por meio de algumas etapas distintas: inspeção, palpação, percussão e ausculta pulmonar. 26 2. recursos Fisioterapêuticos 2.1. Avaliadores da função ventilatória São aparelhos utilizados para auxiliar o fisioterapeuta na definição do tratamento a ser indicado ao paciente. 2.1.1. Peak Flow É um aparelho que mede o fluxo expiratório, ou seja, a quantidade de ar que o paciente é capaz de expelir em um segundo. 2.1.2. Manovacuometria É um instrumento usado para medir a pressão inspiração máxima (Pimáx) e a pressão expiratória máxima (Pemáx) por meio do uso de um manovacuô- metro. 2.2. Exercitadores da função pulmonar São aparelhos que ofertam pressão inspiratória ou expiratória que condiciona os músculos respiratórios, a aumentar sua força ou resistência. Exemplo: Theshold 2.3. Incentivadores respiratórios Os incentivadores estimulam o paciente a realizar inspirações profundas por meio de aparelhos que proporcionam um feedback visual. Quadro 01: Principais incentivadores respiratórios. RESPIRON VOLDYNE Fluxo Volume ↑Fluxo turbilhonar ↓ Fluxo turbilhonar ↑Trabalho ventilatório ↓ Trabalho ventilatório ↓ Intervalo de tempo ↑ Intervalo de tempo ↑ Força ↓ Força Fonte: Elaborado pela autora. 27 2.3.1. Incentivadores para desosbstrução brônquica Estimular opaciente a realizar expectorações espontâneas com auxílio de aparelhos que proporcionam um feedback visual. Exemplos: Acapella, Flutter, Shaker. 2.4. Ventilação mecânica A ventilação mecânica é um suporte ventilatório usado no tratamento de pacientes com insuficiência respiratória aguda ou crônica agudizada. Os princípios da ventilação mecânica dizem que: A ventilação mecânica (VM) se faz através da utilização de apare- lhos que, intermitentemente, insuflam as vias respiratórias com volumes de ar (volume corrente – VT). O movimento do gás para dentro dos pulmões ocorre devido à geração de um gradiente de pressão entre as vias aéreas superiores e o alvéolo, podendo ser conseguido por um equipamento que diminua a pressão alve- olar (ventilação por pressão negativa) ou que aumente a pressão da via aérea proximal (ventilação por pressão positiva). (CARVA- LHO; TOUFEN JÚNIOR; FRANCA, 2007, p. 54). 2.4.1. Modalidades ventilatórias Atualmente, existem inúmeros modos ventilatórios disponíveis em diversos tipos de ventiladores mecânicos. Entretanto, a escolha de um modo se restringe à avaliação do paciente e ao ventilador mecânico a ser utilizado. Quadro 02: Principais modos ventilatórios Ventilação mandatória contínua Ventilação mandatória contínua com volume controlado Ventilação mandatória contínua com pressão controlada Ventilação mandatória intermitente Ventilação mandatória intermitente sincronizada com volume ou pressão controlado Ventilação espontânea contínua Ventilação com pressão de suporte Pressão positiva contínua nas vias aéreas Fonte: Adaptada de Carvalho; Toufer Júnior; Franca (2007).v 28 Pratique 1. Quais as principais diferenças entre o respiron e o voldyne? 2. Qual é a vantagem de usar exercitadores da função pulmonar, no caso de pa- cientes hospitalizados? 3. Dê dois exemplos de incentivadores brônquicos? 4. Escolha dois modos ventilatórios e descreva seus princípios funcionais. 5. Qual a importância do biofeedback visual ofertado pelos incentivadores respira- tórios para o bom desempenho pulmonar. 29 Relembre Nesse capítulo, conhecemos os principais recursos fisioterapêuticos adota- dos no tratamento de doenças pulmonares, bem como os princípios e as modali- dades ventilatórias usadas na ventilação mecânica. reFerências AIRES, Margarida de Mello. Fisiologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan S.A., 2013. CARVALHO, Carlos Roberto Ribeiro de; TOUFEN JÚNIOR, Carlos; FRANCA, Suelene Aires. III Consenso brasileiro de ventilação mecânica. Ventilação mecâ- nica: princípios, análise gráfica e modalidades ventilatórias. Jornal Brasileiro de Pneumologia, v. 33, p. S54-S57, 2007, (Supl 2). KENNEY, W. Larry; WILMORE, Jack H.; COSTILL, David L. Fisiologia do Esporte e do Exercício. 5 ed. Tamboré: Editora Manole LTDA, 2013. ZIN, Walter Araújo; ROCCO, Patrícia Rieken Macêdo; FAFFE, Debora Souza. Fisiologia da respiração. In: AIRES, Margarida de Mello. Fisiologia. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. 602-647p. WEST, John B. Fisiologia Respiratória: princípios básicos. 9 ed. Porto Alegre: Artmed, 2013, 28-146 p. Anotações 30 Anotações 31 Anotações 32 Anotações
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