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Prevenção da Cegueira Infantil e da Ambliopia

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- Estimativa de prevalência de cegueira e baixa visão infantil: 
o A cada 1 milhão de crianças -> há 150 a 180mil com cegueira e cerca 
de 450 a 540 com baixa visão (que pode ser leve, moderada e grave). 
- A ambliopia acomete de 1 a 2% da população. É uma causa de baixa visão 
previnível. 
- A criança com baixa visão não é cega, mas ela tem dificuldade de enxergar 
e fazer as coisas. Se for grave, ela não consegue andar sozinha, precisa de 
ajuda. Se for leve ou moderada, atrapalha no desenvolvimento escolar 
principalmente. 
- As deficiências visuais são doenças preveníveis na maioria dos casos. Só 
não dá pra fazer prevenção quando a criança já nasce com alguma 
deficiência que leva à cegueira. 
 
- Formas de intervir para diminuir a prevalência de cegueira e baixa visão 
nas crianças. 
1. Teste do Olhinho (realizado pelo pediatra): É obrigatório para 
todos os recém-nascidos antes de sair do berçário. Recomenda-se 
repetir no ambulatório/consultório de Pediatria ao longo do 1º e 2º ano 
de vida. O Pediatra pode estar dando diagnósticos precoces 
importantes, como a catarata congênita (tratamento precoce -> 
prevenção da cegueira e baixa visão infantil) e o retinoblastoma 
(salva a vida da criança). 
2. Mapeamento de Retina - Fundoscopia (neonatologista -> 
oftalmologista): Obrigatório para prematuros (< 32 semanas ou < 
1.500g) -> retinopatia da prematuridade (a principal causa de cegueira 
infantil -> a prevenção da retinopatia não está acontecendo -> essas 
crianças, se tivessem sido submetidos à fundoscopia logo que 
nasceram, não eram pra estar cegas. O tratamento evita, em quase 
100% das crianças, o descolamento de retina e a cegueira. O 
tratamento deve ser feito o mais rápido possível). Importante também 
Giovanna Lopes 
para quem histórico na gestação de TORCH (toxoplasmose, rubéola, 
citomegalovírus e herpes). Se tiver nascido com algumas manifestações 
dessa doença, é necessário tratar assim que nascer. 
3. Exame Oftalmológico COMPLETO de rotina entre o 1º e 10º ano 
de vida (SBOP) - pediatra -> oftalmologista: De 6 em 6 meses no 1º e 
2º ano de vida (iniciando entre 30 e 60 dias de vida) e 1 vez por ano do 
3º ao 10º ano de vida (ou até o 7º ou 8º ano -> já conseguem explicar o 
que estão sentindo -> visão embaçada, ardor...). De preferência, o 
primeiro exame oftalmológico completo deve ser realizado antes de 
completar 6 meses de idade -> também evita o retinoblastoma. 
- O Retinoblastoma, apesar de raro, acontece, e pode levar à cegueira e à 
morte da criança. Ele é um tumor agressivo e maligno, ele evolui muito 
rápido. O único exame do diagnóstico precoce é o fundo de olho com a pupila 
dilatada. O Teste do Olhinho já ajuda, mesmo o diagnóstico não sendo tão 
precoce assim. 
- Quando o tumor é bem pequeno, podemos fazer a braquiterapia (é uma 
radioterapia localizada) -> cura o tumor e, às vezes, salva até a visão da 
criança com diagnóstico precoce. Se não for precoce, não salva a visão, mas 
salva o olho e a vida da criança. 
 
- O período crítico acontece entre 0 a 10 anos de idade (principalente 
de 0 a 3). 
- A primeira parte da formação cortical da visão da criança é de 0 a 6 
anos. 
 
- Ao nascer, a criança enxerga só o clarão. Com 40 dias, a criança já 
consegue ver vultos, sem nitidez. Com 6 meses, a criança já vê definição de 
rostos. Com 1 ano, ela enxerga muito nítido de perto, mas de longe ela não 
enxerga com nitidez. 
- A criança só tem a visão 100% igual de adulto entre os 4 e 5 anos. 
- AMBLIOPIA: Diminuição da visão em um ou em ambos os olhos causada 
por um estímulo inadequado da visão durante o período crítico de 
desenvolvimento visual. Se algo acontecer nessa fase, seja uma miopia, um 
astigmatismo, a criança vai aprender a enxergar apenas o borrão, e achar 
que é normal. Depois dos 6 anos, o cérebro não aprende mais o certo. Ao 
colocar os óculos, a visão melhora, mas nunca vai ser a visão 100% que ela 
teria se tivesse sido diagnóstica antes, pois o cérebro já aprendeu o borrão. 
De 0 a 6 meses, o que mais leva à baixa visão e à ambliopia está em 
vermelho. 
Erros refrativos: miopia, hipermetropia e astigmatismo. 
No caso do estrabismo, a criança chega no oftalmologista antes dos 2 anos, 
pois é algo mais perceptível pelos pais. 
A maioria das uveítes não deixa o olho vermelho, apenas deixa a visão 
embaçada. 
Se não fizer o diagnóstico precoce, não tem tratamento e terá ambliopia. 
 
- Doenças genéticas, congênitas e infecciosas. 
- Catarata congênita. 
 
- Retinopatia da Prematuridade (ROP) -> muito tempo em ventilação 
mecânica, sepse, hemorragia ventricular... Nasceu antes da hora -> retina 
ainda não estava formada -> os vasos não tinham alcançado a periferia da 
retina. 
 
- Malformações congênitas. 
- Glaucoma congênito. 
Córnea esbranquiçada e azulada -> mais fácil de dar o diagnóstico. Pressão 
aumentada + olho do bebê mais elástico = olho cresce igual um balão. 
- Tumores, como o Retinoblastoma (mancha branca no olho quando chega 
perto da pupila -> o tumor cresce e ocupa toda a cavidade vítrea). 
 
- Ptose. 
- Hemangiomas. 
- Toxoplasmose. 
- Uveítes – inflamatórias ou infecciosas (anterior -> artrite reumatoide 
juvenil / infecciosa -> toxoplasmose, sífilis, citomegalovírus...). 
Uveíte por toxoplasmose (deficiência visual grave previnível) -> cicatriz 
além da mácula -> mãe tinha toxoplasmose. Prevenção: não comer carne mal 
passada, não beber água de origem duvidosa... 
 
Toxocara -> Larva migrans -> se alimentam dos cones e bastonetes -> 
unilateral -> o nervo fica pálido e a criança vai perdendo a visão -> também é 
previnível 
- Estrabismo (pode ocorrer em razão de algum problema lá no fundo do olho, 
mas na maioria das vezes, o olho que está torto é perfeito). Principal causa 
de ambliopia (prevenível) -> um olho fixa o objeto, o outro vê outra imagem 
(diplopia ou confusão de imagem) que leva à supressão do olho que está em 
desuso -> se não ficar alternando os olhos -> ambliopia. 
- Traumatismos e maus tratos (Síndrome do Bebê Chacoalhado -> 
hemorragias na retina). 
- Erros refrativos. 
- Ambliopia. 
Sangramento na retina (fundo do olho) -> maus tratos. 
 
- É a diminuição da acuidade visual, uni ou bilateral, causada por 
privação de estímulo visual adequado durante o período crítico de 
desenvolvimento visual (de 0 a 6 anos -> principalmente de 0 a 3 anos). 
- Ocorre de 1,2 a 2% da população. 
- Causas: 
o Estrabismo. 
o Altas ametropias. 
o Anisometropia (diferença de refração de um olho para outro. 2 
graus de miopia em um olho e 5 graus de miopia no outro olho). Para 
causar ambliopia -> a diferença precisa ser maior do que 2 graus. 
o Opacidade de meios. 
- Tratamento: 
o Melhor resultado se for menor que 3 anos. 
o Oclusão (tampão no olho saudável) com correção óptica adequada. 
o A correção do estrabismo é geralmente cirúrgica, mas o tratamento 
clínico da ambliopia e dos erros refracionais devem ter prioridade. 
 
1. História Clínica: 
- Gravidez e parto: TORCH, prematuridade, malformações, síndromes, 
traumatismos no parto, hipóxia ao nascer -> fazer o exame oftalmológico 
logo ao nascer. 
- Doenças neurológicas (PC, mielomeningocele...). 
- Doenças infecciosas (HIV, tuberculose, sífilis, CMV...). 
- Doenças sistêmicas (HAS, insuficiência renal, diabetes mellitus, artrite...). 
- Rendimento escolar baixo, dislexias... 
 
2. Acuidade Visual: 
- Fixação. 
- Seguimento. 
- Tabelas e Cartão de Teller. 
Cartão de Teller (se a criança viu até as listrinhas fininhas, ela enxerga bem 
-> colocar na curva para saber se a visão está se desenvolvendo como o 
esperado) 
3. Testes Funcionais: 
- Reflexo pupilar. 
- Teste de Cores. 
- Teste de Sensibilidade ao Contraste. 
- Teste de Estereopsia (3D). 
 
4. Exame da Motricidade Ocular: 
- Avaliação dos desvios -> Hirschberg, cover/uncover, cover alternado. 
- Exame das Versões. 
- Medida dos desvios -> PPO p/l e p/p + 10 posições, prisma e cover e 
Krimsky. 
 
5. Biomicroscopia: 
 
 
6. Refraçãosob cicloplegia. 
 
 
7. Mapeamento de Retina -> Fundoscopia 
 
 
 
- Deficiência nutricional. 
- Prematuridade. 
- Síndromes. 
- Neurológicos (PC, mielomeningocele). 
- Doenças sistêmicas (HAS, insuficiência renal, diabetes mellitus). 
- Trauma de parto. 
- Dislexia. 
 
Reabilitação visual e inserção da criança com baixa visão na escola.

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