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Trabalho sobre Helmintos (1)

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SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL 
TÉCNICO EM ENFERMAGEM 
 
 
ALESSANDRA SOUZA ANAICE 
CLAUDIA CRISTINIE BENJAMIM E SOUZA VEIGAS 
HINDERSON DE JESUS DA ROCHA FAGUNDES 
MARIA ZULEIDE PANTOJA 
NAYARA DE NAZARÉ FERREIRA DO NASCIMENTO 
 
 
 
 
HELMINTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MACAPÁ 
2023 
 
ALESSANDRA SOUZA ANAICE 
CLAUDIA CRISTINIE BENJAMIM E SOUZA VEIGAS 
HINDERSON DE JESUS DA ROCHA FAGUNDES 
MARIA ZULEIDE PANTOJA 
NAYARA DE NAZARÉ FERREIRA DO NASCIMENTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
HELMINTOS 
Trabalho realizado como requisito avaliativo para o 
curso técnico de enfermagem da unidade SENAC 
Macapá, orientado pela professora Anne Oliveira. 
 
 
 
 
 
 
 
MACAPÁ 
2023
 
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 2 
2. PLATELMINTOS .......................................................................................................................... 3 
2.1. Cestoda ...................................................................................................................................... 3 
2.2. Trematoda .................................................................................................................................. 3 
3. NEMATELMINTOS ...................................................................................................................... 3 
4. ANELÍDEOS ................................................................................................................................. 4 
5. TAENIA SOLIUM E TAENIA SAGINATA ................................................................................. 4 
5.1. Ciclo de vida .............................................................................................................................. 6 
5.2. Prevenção .................................................................................................................................. 6 
5.3. Sintomas .................................................................................................................................... 6 
5.4. Diagnóstico ................................................................................................................................ 3 
6. SCHITOSOMA MANSONI .......................................................................................................... 3 
6.1. Ciclo de vida .............................................................................................................................. 4 
6.2. Prevenção .................................................................................................................................. 5 
6.3. Sintomas .................................................................................................................................... 5 
6.4. Diagnostico ................................................................................................................................ 6 
7. ASCARIS LUMBRICOIDES ....................................................................................................... 6 
7.1. Ciclo de Vida ............................................................................................................................. 8 
7.2. Prevenção .................................................................................................................................. 8 
7.3. Sintomas .................................................................................................................................... 8 
7.4. Diagnostico ................................................................................................................................ 9 
8. CONCLUSÃO ............................................................................................................................. 10 
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 11 
 
 
 
 
2 
1. INTRODUÇÃO 
O parasitismo é uma interação ecológica em que uma espécie parasita se 
associa a um ou vários indivíduos hospedeiros, causando-lhes prejuízos. Organismos 
parasitas podem viver na superfície externa do hospedeiro, sendo conhecidos por 
ectoparasitas (do grego ectos, fora), ou no interior do corpo do hospedeiro, sendo 
chamados de endoparasitas (do grego endos, dentro). 
Dentre esses parasitas, existem aqueles que possuem importância médica 
para o homem uma vez que causam doenças, como os protozoários e os helmintos. 
Os helmintos constituem um grupo muito numeroso de animais, incluindo espécies de 
vida livre e também de vida parasitária, sendo classificados em dois grandes filos 
parasitários que são: Platyhelminthes e Nemathelminthes, e um filo não parasitário o 
annelida. 
3 
2. PLATELMINTOS 
O filo dos Platelmintos é composto por vermes que apresentam simetria 
bilateral e corpo achatado dorso-ventralmente. Podem ser de vida livre, ectoparasitos 
ou endoparasitos. Estes vermes possuem algumas características gerais: presença 
de sistema digestivo incompleto, de modo que a digestão é feita de forma intra e 
extracelular; ausência de sistema circulatório e respiratório, e presença de sistema 
excretor com protonefrídeos e células flamas. Os representantes deste filo são 
divididos em duas classes: a classe Cestoda e a classe Trematoda. 
2.1. Cestoda 
Os vermes da classe Cestoda são conhecidos como vermes cestóides. São 
endoparasitos desprovidos de epiderme, cavidade geral e sistema digestório, 
apresentando o corpo segmentado. Os vermes mais estudados da classe Cestoda 
pertencem ao gênero Taenia, possuindo duas espécies: A Taenia saginata, verme que 
infecta bovinos causando a teníase, e também a Taenia solium, que infecta suínos, 
podendo causar teníase e cisticercose. A tênia é um parasita conhecido popularmente 
como solitária, devido ao fato deste parasita ser competitivo pelo seu habitat, ser 
monóico (não possuindo sexos separados), e por possuir estruturas para 
autofecundação. 
2.2. Trematoda 
Os vermes da classe Trematoda são conhecidos como trematódeos, e 
diferentemente dos vermes cestóides, não apresentam segmentação no corpo e 
apresentam sistema digestório incompleto (ausência de ânus). Um dos 
representantes da classe trematoda é o verme Schistosoma mansoni, causador da 
Esquistossomose, doença popularmente conhecida como barriga d’água. A 
esquistossomose pode ser contraída principalmente em lagos contaminados, e o 
verme necessita de um hospedeiro intermediário (caramujos, caracóis ou lesmas) 
para atingir seu hospedeiro definitivo, o homem. 
3. NEMATELMINTOS 
Os Nematelmintos é um filo composto por vermes que apresentam simetria 
bilateral, corpo arredondado não segmentado, três folhetos germinativos durante o 
desenvolvimento embrionário e sistema digestivo completo com presença de boca e 
4 
ânus. Além disso são exclusivamente dióicos, ou seja, os vermes adultos possuem 
sexos separados de modo que o macho é menor que a fêmea. Não há presença de 
sistema circulatório ou sistema vascular. O sistema nervoso varia em complexidade 
dependendo da espécie, normalmente sendo composto por um cérebro formado por 
gânglios nervosos interligados por fibras nervosas. O sistema excretor é simples, e a 
excreção é feita através do aparelho excretor desprovida de células flama. Os 
nematódeos de importância médica mais conhecidos são: Ascaris lumbricoides, 
parasita conhecido popularmente como lombriga, e que causa a doença chamada 
ascaridíase; Trichuris trichiura, causador da tricuríase; Enterobius vermiculares, 
causador da enterobiose ou oxiuríase; Strongyloides stercoralis, causador da 
estrongiloidose; Wuchereria bancrofti, causador da filariose linfática; e Ancylostoma 
duodenale e Necator americanus: causadores da ancilostomíase, doença conhecida 
popularmente como amarelão.4. ANELÍDEOS 
Filo Annelida são animais triblásticos, que apresentam celoma (cavidade 
revestida pela mesoderme) e possuem o corpo composto por segmentos (metameria). 
Entre os representantes desse filo, podemos citar a minhoca, animal muito usado 
como isca em pescarias e conhecido graças à capacidade de formação do húmus. 
Além disso, existem espécies marinhas, como os poliquetas; e ectoparasitas, como 
as sanguessugas. Os segmentos do corpo dos anelídeos são denominados 
metâmeros. Cada segmento é separado internamente por uma membrana que 
apresenta musculatura própria, ou seja, o alongamento e encurtamento dos 
segmentos independem um dos outros. Além disso, é encontrado um par de gânglios 
nervosos, um par de órgãos excretores e um par de bolsas celômicas em cada 
metâmero. 
O sistema digestório é completo, ou seja, possui boca e ânus, e a digestão é 
externa. Sua alimentação baseia-se praticamente na ingestão de matéria orgânica 
vegetal em decomposição. Entretanto, podem apresentar espécies com outros tipos 
de alimentação, é o exemplo da sanguessuga, que se alimenta de sangue de outros 
animais. 
5. TAENIA SOLIUM E TAENIA SAGINATA 
A T. solium é também chamada de tênia do porco, uma vez que esse mamífero 
é o hospedeiro intermediário dessa espécie de tênia. Ela apresenta cabeça ou escólex 
5 
com ventosas e rostro com dupla coroa de ganchos, estruturas importantes para a 
fixação da tênia na mucosa intestinal. Logo após a cabeça, é possível perceber uma 
região denominada de colo ou pescoço, a qual apresenta intensa atividade 
multiplicadora e garante o alongamento do corpo da tênia. 
Após o colo, há o corpo ou estróbilo da tênia, que lembra uma grande fita. O 
corpo é formado por uma cadeia de unidades denominadas proglotes, os quais são 
dotados de órgãos sexuais femininos e masculinos com capacidade de 
autofecundação. 
As proglotes podem ser divididas em jovens, maduras e grávidas. As jovens 
apresentam os órgãos genitais em desenvolvimento. As maduras, por sua vez, 
possuem órgãos reprodutores aptos para a fecundação. Por fim, temos as proglotes 
maduras, as quais apresentam ovos e estão localizadas mais distantes do escólex. A 
T. solium pode atingir, quando adulta, de 3 a 5 metros de comprimento. 
A Taenia saginata possui a mesma divisão corpórea da T. solium, entretanto, 
diferencia-se por não possuir ganchos no rostro e atingir de seis a sete metros de 
comprimento. 
As tênias são animais que se destacam pela ausência de boca e cavidade 
gastrovascular. Esses animais usam a superfície de seu corpo para absorver os 
nutrientes dos alimentos ingeridos pelo ser humano e processados no sistema 
digestório. 
Figura 1: Anatomia de uma Taenia solium. 
Fonte: Mundo escola, 2023. 
6 
5.1. Ciclo de vida 
Os suínos e bovinos são, respectivamente, os hospedeiros intermediários da 
Taenia solium e Taenia saginata. Eles se contaminam quando ingerem alimentos 
contaminados com ovos ou proglotes eliminados no ambiente com as fezes de 
humanos portadores da teníase. Após os ovos serem ingeridos, eles seguem pelo 
sistema digestório e liberam um embrião, que penetra na mucosa intestinal, cai na 
corrente sanguínea e aloja-se na musculatura do animal, desenvolvendo-se em uma 
forma larval denominada cisticerco. 
O homem contrai a teníase ao alimentar-se da carne mal passada ou crua 
contendo os cisticercos vivos. As larvas são liberadas, o escólex da tênia fixa-se no 
intestino delgado, e o parasita desenvolve-se alimentando-se dos nutrientes, liberados 
no processo de digestão, por absorção pela superfície corpórea. As primeiras 
proglotes são eliminadas de 60 a 70 dias após a fixação no intestino. Cada proglote 
grávida pode apresentar até 40 mil ovos do animal. Esses ovos podem sobreviver por 
muito tempo no meio externo. 
5.2. Prevenção 
A teníase é contraída quando nos alimentamos de carne contaminada mal 
cozida ou mal passada. Desse modo, para prevenirmo-nos, é essencial não fazer a 
ingestão de carnes nessas condições. Recomenda-se também não provar a carne 
antes de cozinhá-la. Além disso, é importante conhecer a origem da carne que 
estamos comprando, certificando-nos sempre de que o produto tenha sido liberado 
pela inspeção sanitária. 
5.3. Sintomas 
A teníase pode apresentar-se de maneira assintomática ou desencadear 
sintomas. Dentre os sintomas da teníase, podemos citar: 
a) Alterações no apetite; 
b) Dor abdominal; 
c) Diarreia ou constipação; 
d) Perda de peso; 
e) Náusea; 
f) Vômitos. 
Vale destacar que a teníase pode provocar complicações quando o verme 
obstrui apêndice, colédoco ou ducto pancreático. 
3 
5.4. Diagnóstico 
A teníase é diagnosticada por meio da análise dos sintomas do paciente e do 
exame de fezes, no qual se analisa a presença de proglotes e ovos no material. O 
tratamento para teníase geralmente é iniciado com o uso de remédios antiparasitários, 
administrados sob a forma de comprimidos, que podem ser feitos em casa, mas que 
devem ser prescritos por um clínico geral ou gastroenterologista. 
6. SCHITOSOMA MANSONI 
O Schistosoma mansoni é um platelminto trematódeo agente da 
esquistossomose intestinal, popularmente conhecida como ‘mal do caramujo’ ou 
‘barriga d´água’. Essa espécie é comum em regiões da África, Antilhas e América do 
Sul, pela presença de hospedeiros intermediários adequados e condições ambientais 
favoráveis. 
Apresenta sexos separados com distintas morfologias, se caracterizando como 
parasita de vasos sanguíneos de mamíferos e aves. Em sua forma adulta o macho 
possui cerca de 1 centímetro, cor esbranquiçada e uma cutícula que o recobre e 
auxilia nas trocas de oxigênio e íons. Seu corpo pode ser dividido em região anterior 
com presença de uma ventosa oral e uma ventral para fixação e absorção, assim 
como uma região posterior onde encontra-se o canal genitóforo – local importante 
onde a fêmea se abrigará e será fecundada. 
A fêmea é mais escurecida e fina, tendo cerca de 1,5 centímetro e apenas uma 
ventosa que auxilia na fixação ao corpo do macho. Seu ovo é grande e possui uma 
espícula para auxiliar no seu trânsito pelo intestino, sendo a forma habitualmente 
encontrada nas fezes. 
Com a eclosão do ovo maduro tem-se a liberação de uma estrutura cilíndrica e 
ciliada denominada miracídeo, em que essa forma se movimenta pelo meio aquático 
até atingir o hospedeiro intermediário. Sua extremidade anterior possui uma papila 
que pode se modificar no formato de uma ventosa, além de cílios maiores e espículas 
que podem ajudar na penetração no caramujo. 
4 
A cercária tem cauda para ser móvel na água, além de possuir uma cabeça 
com duas ventosas e rica enzimas digestivas para fixação e promoção de microlesões 
na pele, permitindo a penetração no hospedeiro. 
6.1. Ciclo de vida 
Possui ciclo heteroxêmico tendo o caramujo do tipo Biomphalaria glabata como 
hospedeiro intermediário. Os vermes adultos vivem no sistema porta, local onde os 
esquistossômulos atigem maturação sexual, de modo que migram para a veia 
mesentérica superior, se reproduzem sexuadamente e as fêmeas começam a colocar 
os ovos. Eles ganham o meio externo pelas fezes, de modo que irão eclodir na água 
e liberar miracídeos quando estimulados por fatores como altas temperaturas, luz 
intensa e oxigenação da água. Os miracídeos seguem até o hospedeiro intermediário, 
onde perdem estruturas e se transformam em um saco com a geração das células 
germinativas, denominado esporocisto. 
As células germinativas no esporocisto se multiplicam e formam o esporocisto 
secundário com o dobro do tamanho. Essas estruturas migram para as glândulas 
digestivas do molusco por volta do 18º dia, onde sofrerão profundas modificações 
anatômicas até serem eliminadas na forma de cercária. Sabe-se que um único 
miracídeo pode gerar por volta de 100 a 300 mil cercárias, essas que podem 
sobreviver por até 48 horas na água. Elas nadam até atingir o hospedeiro correto,penetrando na pele e mucosas com auxílio das ventosas e de uma substância 
mucoproteica secretada por suas glândulas. 
Figura 1: 1) Ovo de Schistosoma, 2) Fêmea no canal 
genitóforo do macho, 3) Cercária de Schistosoma. 
Fonte: Sanarmed, 2023. 
5 
Após penetração, as cercárias perdem sua cauda e as larvas são denominadas 
esquistossômulos, esses que se adaptam ao meio interno e são levados da pele até 
os pulmões pelo sistema vascular sanguíneo. Depois, se encaminham para o sistema 
porta, onde se desenvolvem em macho e fêmea após cerca de 28 dias, sendo capazes 
de perpetuar o ciclo. Quando o sistema porta-hepático fica hiperparasitado os vermes 
podem migrar para locais como testículos, coração, sistema nervoso central (SNC), 
bexiga, entre outros. 
6.2. Prevenção 
A prevenção da esquistossomose consiste em evitar o contato com águas onde 
existem os caramujos hospedeiros intermediários infectados. O controle da 
esquistossomose é baseado no tratamento coletivo de comunidades de risco, acesso 
a água potável e saneamento básico e educação em saúde. 
6.3. Sintomas 
A entrada do helminto pode promover dermatite cercariana, sendo que a fase 
inicial da infecção possui sintomatologia variada e pode até mesmo ser assintomática. 
Pode-se ter febre, quadros pulmonares, dores musculares, desconforto abdominal, 
entre outros. Durante o processo de passagem dos esquistossômulos dos pulmões 
em direção ao sistema porta-hepático eles podem promover lesão tecidual, febre, 
necrose, linfadenopatia, necrose e hepatite aguda. 
Após cerca de 50 dias, na fase aguda da infecção, tem-se a oviposição e seus 
efeitos no organismo como febre elevada com calafrios, sudorese, astenia, tosse não 
produtiva, náuseas, vômitos, diarreia, mialgia, entre outros que caracterizam a forma 
toxêmica. Ao exame físico pode-se ter hepatomegalia, mucosas desidratadas, 
taquicardia, icterícia nas formas mais graves e esplenomegalia por congestão do ramo 
esplênico – podendo formar varizes esofagianas em decorrência da formação de 
circulação colateral. Ao exame laboratorial pode ter aumento de enzimas hepáticas e 
bilirrubina, além de leucocitose com hipereosinofilia. 
Os ovos podem gerar áreas de necrose e promover formação de granulomas, 
esses que podem ser formar em inúmeros órgãos, como: 
a. Fígado: hipertensão portal, fibrose e desorganização do parênquima; 
b. Intestino: formação de pseudotumores e obstrução; 
c. Sistema nervoso central: disfunções neurológicas; 
d. Pulmão: lesões vasculares pulmonares. 
6 
Além disso, na fase crônica da doença tem-se a presença de inúmeros vermes 
adultos, esses que promovem ação espoliativa (2,5mg de ferro por dia), liberam 
substâncias tóxicas e obstruem vasos, podendo causar diarreia, anemia, ascite, entre 
outros sintomas. Além disso, a espícula do ovo pode lesar a mucosa intestinal, fato 
que pode gerar hemorragias, dores abdominais e edema. Sabe-se que a reação 
antígeno-anticorpo pode formar imunocomplexos circulantes, esses que podem se 
depositar nos vasos renais e promoverem um quadro de nefropatia esquistossômica. 
Desse modo, nota-se que o quadro clínico da esquistossomose conta com 
alterações hemodinâmicas, reações imunológicas, lesão por imunocomplexos e 
repercussões sobre o organismo em geral, podendo interagir e favorecer outras 
patologias. 
6.4. Diagnostico 
Pode ser feito por um teste parasitológico de fezes, encontrando o ovo com 
presença de espícula, tendo resultado satisfatório em infecções com carga parasitária 
média e alta, precisando repetir se ela for baixa. A biópsia da mucosa retal depende 
de profissional treinado para coleta e pode gerar certo desconforto para o paciente, 
mas possui maior sensibilidade. A ultrassonografia é muito importante, já que pode 
diagnosticar alterações hepáticas e precisar o grau de fibrose. 
Além desses podem ser realizados exames imunológicos ou indiretos como 
ELISA, testes intradérmicos, reação em cadeia da polimerase (PCR), entre outros. 
Como diagnóstico diferencial tem-se leishmaniose visceral, doença de Chagas, 
leucemias agudas, malária, mononucleose infecciosa, hepatites virais, entre outros. 
7. ASCARIS LUMBRICOIDES 
Ascaris lumbricoides (conhecido popularmente como lombriga) é uma espécie 
de nematódeo monoxeno da família Ascarididae, sendo a causa da doença conhecida 
como ascaridíase. Os vermes adultos medem entre 15 cm e 40 cm de comprimento e 
desenvolvem-se no intestino delgado do hospedeiro, no qual macho e fêmea se 
acasalam. 
Os machos adultos da espécie podem atingir até 30 centímetros de 
comprimento e possuem uma cor leitosa. Em uma de suas extremidades, os vermes 
apresentam uma boca ou vestíbulo bucal, contornada por três lábios com dentículos 
dispostos em forma de serrilha. Não há interlábios. O alimento ingerido passa por um 
esôfago musculoso, depois por um intestino retilíneo, até chegar ao reto e sair pela 
7 
cloaca, situada na extremidade posterior do animal. O aparelho reprodutor é composto 
de um único testículo enovelado e filiforme, canal deferente, canal ejaculador e abre-
se na cloaca. Dois espículos no corpo do macho servem como estruturas acessórias 
para a cópula. É possível diferenciar facilmente as fêmeas dos machos pois estes 
últimos tem sua extremidade posterior bastante encurvada ventralmente. 
Diferentemente da grande maioria dos gametas masculinos de outros seres, o 
espermatozoide tem movimentação ameboide por conta de forças evolutivas sofridas 
pela espécie no meio. 
As fêmeas medem de 30 a 40 centímetros de comprimento. A cor, a boca e o 
aparelho digestivo são semelhantes aos dos machos, mas geralmente são mais 
robustas que estes e possuem ânus em vez de cloaca. O sistema reprodutor é 
composto de dois ovários filiformes e enovelados que continuam como ovidutos, 
diferenciando em úteros que se unem para formar uma única vagina. A vulva fica 
situada no terço anterior do animal. A extremidade posterior da fêmea, ao contrário da 
dos machos, é retilínea. 
Os ovos tem a princípio cor branca, mas devido ao contato com os pigmentos 
biliares das fezes, adquirem um tom castanho, às vezes descrito como de amarelo-
escuro a marrom. Tem formato oval a redondo e medem 45 a 75 micrômetros (μm) de 
comprimento e 35 a 45 (ou 50, a depender da fonte) μm de largura; possuem uma 
cápsula espessa graças a membrana externa mamilonada, formada por 
mucopolissacarídeos e secretada pela parede uterina. 
Figura 1: Forma adulta da Ascaris lumbricoides. 
Fonte: Mdsaúde, 2023. 
8 
7.1. Ciclo de Vida 
Os ovos eliminados nas fezes contêm embriões de Ascaris em seu interior. 
Após alguns dias em um ambiente propício, ainda dentro do ovo, o embrião 
transforma-se em larva, que, após passar por 2 mudas, torna-se apta a infectar quem 
a ingerir. 
Portanto, o ovo do áscaris só consegue infectar o ser humano se contiver larvas 
maduras em seu interior, chamadas larvas L3, processo que leva de 2 a 4 semanas 
para ocorrer. Se as larvas dentro do ovo ainda estiverem em fase L1 ou L2, o verme 
não é capaz de sobreviver no trato digestivo, sendo improvável a contaminação de 
quem o ingeriu. 
Um verme adulto costuma viver de 1 a 2 anos no trato gastrointestinal. Os 
Ascaris adultos não se multiplicam dentro dos intestinos. Os ovos das fêmeas 
precisam ser eliminados no ambiente para desenvolverem larvas viáveis. Por isso, o 
número de vermes em uma pessoa só aumenta se ela ingerir novos ovos ao longo da 
sua vida. Caso não haja nova contaminação, após 2 anos, todos os vermes morrem 
e o paciente deixa de estar contaminado. 
7.2. Prevenção 
A prevenção da ascaríase requer condições sanitárias adequadas. As 
estratégias de prevenção incluem: 
a. Lavar bem as mãos com sabão e água antes de manusear alimentos; 
b. Lavar, descascar e/ou cozinhar todos os vegetais e frutas crus antes de 
ingeri-los; 
c. Evitar o consumo de legumes crus ou não lavados em áreas onde fezes 
de porcos ou humanassão usadas como fertilizante; 
d. Não defecar ao ar livre, exceto em latrinas com descarte apropriado de 
esgoto. 
7.3. Sintomas 
Larvas de Ascaris que migram para os pulmões podem causar tosse, sibilos e, 
ocasionalmente, hemoptise ou outros sintomas respiratórios nas pessoas sem 
exposição prévia ao Ascaris. 
Vermes adultos em pequeno número geralmente não produzem sintomas 
gastrointestinais, embora a passagem de um verme adulto pela boca ou pelo reto 
9 
possa levar um paciente assintomático a procurar um serviço de saúde. Obstrução 
intestinal ou biliar causa cólicas abdominais, náuseas e vômitos. Icterícia é incomum. 
Até mesmo infecções moderadas podem conduzir à desnutrição em crianças. 
A fisiopatologia não é conhecida e pode incluir competição por nutrientes, prejuízo de 
absorção e redução de apetite. 
7.4. Diagnostico 
O diagnóstico da ascaridíase é por detecção microscópica dos ovos nas fezes 
ou observação dos vermes adultos que surgem do nariz ou da boca. Ocasionalmente, 
larvas podem ser encontradas no escarro durante a fase pulmonar. Os vermes adultos 
podem ser vistos em exames radiográficos do trato gastrintestinal. 
A eosinofilia pode ser intensa quando as larvas migram para os pulmões, mas 
geralmente cede quando os vermes adultos se fixam no intestino. Radiografia de tórax 
durante a fase pulmonar pode mostrar infiltrados que, na presença de eosinofilia, leva 
ao diagnóstico da síndrome de Löffler. 
 
10 
8. CONCLUSÃO 
Helmintos são um grupo de vermes parasitas multicelulares que infectam uma 
variedade de hospedeiros, incluindo seres humanos e outros animais. Eles pertencem 
ao reino Animalia e são conhecidos por sua diversidade, incluindo nematódeos 
(vermes redondos) e platelmintos (vermes planos). Os helmintos parasitas podem 
causar uma série de doenças em seus hospedeiros, conhecidas como helmintíases, 
que podem variar em gravidade. 
O controle e a prevenção das infecções por helmintos são importantes em 
áreas onde essas doenças são endêmicas, e medidas como saneamento adequado, 
higiene pessoal e tratamento medicamentoso são usadas para reduzir a carga de 
helmintíases em populações afetadas 
 
 
 
 
 
11 
REFERÊNCIAS 
Mundo Educação. Teníase. Disponível em: 
https://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/teniase.htm. acesso em 14 de Setembro 
de 2023. 
 
Neves, D. P.; Melo, A. L.; Linardi, P. M.; Vitor, R. W. A. Parasitologia Humana. 
Editora Atheneu: Brasil, 11ed, 494p., 2005. 
 
Sanarmed. Schistosoma mansoni: fisiopatologia e tratamento. Disponível em: 
https://www.sanarmed.com/schistosoma-mansoni-fisiopatologia-e-tratamento-
colunistas. acesso em 14 de Setembro de 2023. 
 
Souza FPC, Vitorino RR, Costa AP, et al. Esquistossomose mansônica: aspectos 
gerais, imunologia, patogênese e história natural. Revista Brasileira Clinica 
Medica, 2011;9(4):300-7. 
 
Vanessa dos Santos. Anelídeos. Disponível em 
https://www.biologianet.com/zoologia/anelideos.htm. Acesso em 13 de Setembro de 
2023.

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