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SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL TÉCNICO EM ENFERMAGEM ALESSANDRA SOUZA ANAICE CLAUDIA CRISTINIE BENJAMIM E SOUZA VEIGAS HINDERSON DE JESUS DA ROCHA FAGUNDES MARIA ZULEIDE PANTOJA NAYARA DE NAZARÉ FERREIRA DO NASCIMENTO HELMINTOS MACAPÁ 2023 ALESSANDRA SOUZA ANAICE CLAUDIA CRISTINIE BENJAMIM E SOUZA VEIGAS HINDERSON DE JESUS DA ROCHA FAGUNDES MARIA ZULEIDE PANTOJA NAYARA DE NAZARÉ FERREIRA DO NASCIMENTO HELMINTOS Trabalho realizado como requisito avaliativo para o curso técnico de enfermagem da unidade SENAC Macapá, orientado pela professora Anne Oliveira. MACAPÁ 2023 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 2 2. PLATELMINTOS .......................................................................................................................... 3 2.1. Cestoda ...................................................................................................................................... 3 2.2. Trematoda .................................................................................................................................. 3 3. NEMATELMINTOS ...................................................................................................................... 3 4. ANELÍDEOS ................................................................................................................................. 4 5. TAENIA SOLIUM E TAENIA SAGINATA ................................................................................. 4 5.1. Ciclo de vida .............................................................................................................................. 6 5.2. Prevenção .................................................................................................................................. 6 5.3. Sintomas .................................................................................................................................... 6 5.4. Diagnóstico ................................................................................................................................ 3 6. SCHITOSOMA MANSONI .......................................................................................................... 3 6.1. Ciclo de vida .............................................................................................................................. 4 6.2. Prevenção .................................................................................................................................. 5 6.3. Sintomas .................................................................................................................................... 5 6.4. Diagnostico ................................................................................................................................ 6 7. ASCARIS LUMBRICOIDES ....................................................................................................... 6 7.1. Ciclo de Vida ............................................................................................................................. 8 7.2. Prevenção .................................................................................................................................. 8 7.3. Sintomas .................................................................................................................................... 8 7.4. Diagnostico ................................................................................................................................ 9 8. CONCLUSÃO ............................................................................................................................. 10 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 11 2 1. INTRODUÇÃO O parasitismo é uma interação ecológica em que uma espécie parasita se associa a um ou vários indivíduos hospedeiros, causando-lhes prejuízos. Organismos parasitas podem viver na superfície externa do hospedeiro, sendo conhecidos por ectoparasitas (do grego ectos, fora), ou no interior do corpo do hospedeiro, sendo chamados de endoparasitas (do grego endos, dentro). Dentre esses parasitas, existem aqueles que possuem importância médica para o homem uma vez que causam doenças, como os protozoários e os helmintos. Os helmintos constituem um grupo muito numeroso de animais, incluindo espécies de vida livre e também de vida parasitária, sendo classificados em dois grandes filos parasitários que são: Platyhelminthes e Nemathelminthes, e um filo não parasitário o annelida. 3 2. PLATELMINTOS O filo dos Platelmintos é composto por vermes que apresentam simetria bilateral e corpo achatado dorso-ventralmente. Podem ser de vida livre, ectoparasitos ou endoparasitos. Estes vermes possuem algumas características gerais: presença de sistema digestivo incompleto, de modo que a digestão é feita de forma intra e extracelular; ausência de sistema circulatório e respiratório, e presença de sistema excretor com protonefrídeos e células flamas. Os representantes deste filo são divididos em duas classes: a classe Cestoda e a classe Trematoda. 2.1. Cestoda Os vermes da classe Cestoda são conhecidos como vermes cestóides. São endoparasitos desprovidos de epiderme, cavidade geral e sistema digestório, apresentando o corpo segmentado. Os vermes mais estudados da classe Cestoda pertencem ao gênero Taenia, possuindo duas espécies: A Taenia saginata, verme que infecta bovinos causando a teníase, e também a Taenia solium, que infecta suínos, podendo causar teníase e cisticercose. A tênia é um parasita conhecido popularmente como solitária, devido ao fato deste parasita ser competitivo pelo seu habitat, ser monóico (não possuindo sexos separados), e por possuir estruturas para autofecundação. 2.2. Trematoda Os vermes da classe Trematoda são conhecidos como trematódeos, e diferentemente dos vermes cestóides, não apresentam segmentação no corpo e apresentam sistema digestório incompleto (ausência de ânus). Um dos representantes da classe trematoda é o verme Schistosoma mansoni, causador da Esquistossomose, doença popularmente conhecida como barriga d’água. A esquistossomose pode ser contraída principalmente em lagos contaminados, e o verme necessita de um hospedeiro intermediário (caramujos, caracóis ou lesmas) para atingir seu hospedeiro definitivo, o homem. 3. NEMATELMINTOS Os Nematelmintos é um filo composto por vermes que apresentam simetria bilateral, corpo arredondado não segmentado, três folhetos germinativos durante o desenvolvimento embrionário e sistema digestivo completo com presença de boca e 4 ânus. Além disso são exclusivamente dióicos, ou seja, os vermes adultos possuem sexos separados de modo que o macho é menor que a fêmea. Não há presença de sistema circulatório ou sistema vascular. O sistema nervoso varia em complexidade dependendo da espécie, normalmente sendo composto por um cérebro formado por gânglios nervosos interligados por fibras nervosas. O sistema excretor é simples, e a excreção é feita através do aparelho excretor desprovida de células flama. Os nematódeos de importância médica mais conhecidos são: Ascaris lumbricoides, parasita conhecido popularmente como lombriga, e que causa a doença chamada ascaridíase; Trichuris trichiura, causador da tricuríase; Enterobius vermiculares, causador da enterobiose ou oxiuríase; Strongyloides stercoralis, causador da estrongiloidose; Wuchereria bancrofti, causador da filariose linfática; e Ancylostoma duodenale e Necator americanus: causadores da ancilostomíase, doença conhecida popularmente como amarelão.4. ANELÍDEOS Filo Annelida são animais triblásticos, que apresentam celoma (cavidade revestida pela mesoderme) e possuem o corpo composto por segmentos (metameria). Entre os representantes desse filo, podemos citar a minhoca, animal muito usado como isca em pescarias e conhecido graças à capacidade de formação do húmus. Além disso, existem espécies marinhas, como os poliquetas; e ectoparasitas, como as sanguessugas. Os segmentos do corpo dos anelídeos são denominados metâmeros. Cada segmento é separado internamente por uma membrana que apresenta musculatura própria, ou seja, o alongamento e encurtamento dos segmentos independem um dos outros. Além disso, é encontrado um par de gânglios nervosos, um par de órgãos excretores e um par de bolsas celômicas em cada metâmero. O sistema digestório é completo, ou seja, possui boca e ânus, e a digestão é externa. Sua alimentação baseia-se praticamente na ingestão de matéria orgânica vegetal em decomposição. Entretanto, podem apresentar espécies com outros tipos de alimentação, é o exemplo da sanguessuga, que se alimenta de sangue de outros animais. 5. TAENIA SOLIUM E TAENIA SAGINATA A T. solium é também chamada de tênia do porco, uma vez que esse mamífero é o hospedeiro intermediário dessa espécie de tênia. Ela apresenta cabeça ou escólex 5 com ventosas e rostro com dupla coroa de ganchos, estruturas importantes para a fixação da tênia na mucosa intestinal. Logo após a cabeça, é possível perceber uma região denominada de colo ou pescoço, a qual apresenta intensa atividade multiplicadora e garante o alongamento do corpo da tênia. Após o colo, há o corpo ou estróbilo da tênia, que lembra uma grande fita. O corpo é formado por uma cadeia de unidades denominadas proglotes, os quais são dotados de órgãos sexuais femininos e masculinos com capacidade de autofecundação. As proglotes podem ser divididas em jovens, maduras e grávidas. As jovens apresentam os órgãos genitais em desenvolvimento. As maduras, por sua vez, possuem órgãos reprodutores aptos para a fecundação. Por fim, temos as proglotes maduras, as quais apresentam ovos e estão localizadas mais distantes do escólex. A T. solium pode atingir, quando adulta, de 3 a 5 metros de comprimento. A Taenia saginata possui a mesma divisão corpórea da T. solium, entretanto, diferencia-se por não possuir ganchos no rostro e atingir de seis a sete metros de comprimento. As tênias são animais que se destacam pela ausência de boca e cavidade gastrovascular. Esses animais usam a superfície de seu corpo para absorver os nutrientes dos alimentos ingeridos pelo ser humano e processados no sistema digestório. Figura 1: Anatomia de uma Taenia solium. Fonte: Mundo escola, 2023. 6 5.1. Ciclo de vida Os suínos e bovinos são, respectivamente, os hospedeiros intermediários da Taenia solium e Taenia saginata. Eles se contaminam quando ingerem alimentos contaminados com ovos ou proglotes eliminados no ambiente com as fezes de humanos portadores da teníase. Após os ovos serem ingeridos, eles seguem pelo sistema digestório e liberam um embrião, que penetra na mucosa intestinal, cai na corrente sanguínea e aloja-se na musculatura do animal, desenvolvendo-se em uma forma larval denominada cisticerco. O homem contrai a teníase ao alimentar-se da carne mal passada ou crua contendo os cisticercos vivos. As larvas são liberadas, o escólex da tênia fixa-se no intestino delgado, e o parasita desenvolve-se alimentando-se dos nutrientes, liberados no processo de digestão, por absorção pela superfície corpórea. As primeiras proglotes são eliminadas de 60 a 70 dias após a fixação no intestino. Cada proglote grávida pode apresentar até 40 mil ovos do animal. Esses ovos podem sobreviver por muito tempo no meio externo. 5.2. Prevenção A teníase é contraída quando nos alimentamos de carne contaminada mal cozida ou mal passada. Desse modo, para prevenirmo-nos, é essencial não fazer a ingestão de carnes nessas condições. Recomenda-se também não provar a carne antes de cozinhá-la. Além disso, é importante conhecer a origem da carne que estamos comprando, certificando-nos sempre de que o produto tenha sido liberado pela inspeção sanitária. 5.3. Sintomas A teníase pode apresentar-se de maneira assintomática ou desencadear sintomas. Dentre os sintomas da teníase, podemos citar: a) Alterações no apetite; b) Dor abdominal; c) Diarreia ou constipação; d) Perda de peso; e) Náusea; f) Vômitos. Vale destacar que a teníase pode provocar complicações quando o verme obstrui apêndice, colédoco ou ducto pancreático. 3 5.4. Diagnóstico A teníase é diagnosticada por meio da análise dos sintomas do paciente e do exame de fezes, no qual se analisa a presença de proglotes e ovos no material. O tratamento para teníase geralmente é iniciado com o uso de remédios antiparasitários, administrados sob a forma de comprimidos, que podem ser feitos em casa, mas que devem ser prescritos por um clínico geral ou gastroenterologista. 6. SCHITOSOMA MANSONI O Schistosoma mansoni é um platelminto trematódeo agente da esquistossomose intestinal, popularmente conhecida como ‘mal do caramujo’ ou ‘barriga d´água’. Essa espécie é comum em regiões da África, Antilhas e América do Sul, pela presença de hospedeiros intermediários adequados e condições ambientais favoráveis. Apresenta sexos separados com distintas morfologias, se caracterizando como parasita de vasos sanguíneos de mamíferos e aves. Em sua forma adulta o macho possui cerca de 1 centímetro, cor esbranquiçada e uma cutícula que o recobre e auxilia nas trocas de oxigênio e íons. Seu corpo pode ser dividido em região anterior com presença de uma ventosa oral e uma ventral para fixação e absorção, assim como uma região posterior onde encontra-se o canal genitóforo – local importante onde a fêmea se abrigará e será fecundada. A fêmea é mais escurecida e fina, tendo cerca de 1,5 centímetro e apenas uma ventosa que auxilia na fixação ao corpo do macho. Seu ovo é grande e possui uma espícula para auxiliar no seu trânsito pelo intestino, sendo a forma habitualmente encontrada nas fezes. Com a eclosão do ovo maduro tem-se a liberação de uma estrutura cilíndrica e ciliada denominada miracídeo, em que essa forma se movimenta pelo meio aquático até atingir o hospedeiro intermediário. Sua extremidade anterior possui uma papila que pode se modificar no formato de uma ventosa, além de cílios maiores e espículas que podem ajudar na penetração no caramujo. 4 A cercária tem cauda para ser móvel na água, além de possuir uma cabeça com duas ventosas e rica enzimas digestivas para fixação e promoção de microlesões na pele, permitindo a penetração no hospedeiro. 6.1. Ciclo de vida Possui ciclo heteroxêmico tendo o caramujo do tipo Biomphalaria glabata como hospedeiro intermediário. Os vermes adultos vivem no sistema porta, local onde os esquistossômulos atigem maturação sexual, de modo que migram para a veia mesentérica superior, se reproduzem sexuadamente e as fêmeas começam a colocar os ovos. Eles ganham o meio externo pelas fezes, de modo que irão eclodir na água e liberar miracídeos quando estimulados por fatores como altas temperaturas, luz intensa e oxigenação da água. Os miracídeos seguem até o hospedeiro intermediário, onde perdem estruturas e se transformam em um saco com a geração das células germinativas, denominado esporocisto. As células germinativas no esporocisto se multiplicam e formam o esporocisto secundário com o dobro do tamanho. Essas estruturas migram para as glândulas digestivas do molusco por volta do 18º dia, onde sofrerão profundas modificações anatômicas até serem eliminadas na forma de cercária. Sabe-se que um único miracídeo pode gerar por volta de 100 a 300 mil cercárias, essas que podem sobreviver por até 48 horas na água. Elas nadam até atingir o hospedeiro correto,penetrando na pele e mucosas com auxílio das ventosas e de uma substância mucoproteica secretada por suas glândulas. Figura 1: 1) Ovo de Schistosoma, 2) Fêmea no canal genitóforo do macho, 3) Cercária de Schistosoma. Fonte: Sanarmed, 2023. 5 Após penetração, as cercárias perdem sua cauda e as larvas são denominadas esquistossômulos, esses que se adaptam ao meio interno e são levados da pele até os pulmões pelo sistema vascular sanguíneo. Depois, se encaminham para o sistema porta, onde se desenvolvem em macho e fêmea após cerca de 28 dias, sendo capazes de perpetuar o ciclo. Quando o sistema porta-hepático fica hiperparasitado os vermes podem migrar para locais como testículos, coração, sistema nervoso central (SNC), bexiga, entre outros. 6.2. Prevenção A prevenção da esquistossomose consiste em evitar o contato com águas onde existem os caramujos hospedeiros intermediários infectados. O controle da esquistossomose é baseado no tratamento coletivo de comunidades de risco, acesso a água potável e saneamento básico e educação em saúde. 6.3. Sintomas A entrada do helminto pode promover dermatite cercariana, sendo que a fase inicial da infecção possui sintomatologia variada e pode até mesmo ser assintomática. Pode-se ter febre, quadros pulmonares, dores musculares, desconforto abdominal, entre outros. Durante o processo de passagem dos esquistossômulos dos pulmões em direção ao sistema porta-hepático eles podem promover lesão tecidual, febre, necrose, linfadenopatia, necrose e hepatite aguda. Após cerca de 50 dias, na fase aguda da infecção, tem-se a oviposição e seus efeitos no organismo como febre elevada com calafrios, sudorese, astenia, tosse não produtiva, náuseas, vômitos, diarreia, mialgia, entre outros que caracterizam a forma toxêmica. Ao exame físico pode-se ter hepatomegalia, mucosas desidratadas, taquicardia, icterícia nas formas mais graves e esplenomegalia por congestão do ramo esplênico – podendo formar varizes esofagianas em decorrência da formação de circulação colateral. Ao exame laboratorial pode ter aumento de enzimas hepáticas e bilirrubina, além de leucocitose com hipereosinofilia. Os ovos podem gerar áreas de necrose e promover formação de granulomas, esses que podem ser formar em inúmeros órgãos, como: a. Fígado: hipertensão portal, fibrose e desorganização do parênquima; b. Intestino: formação de pseudotumores e obstrução; c. Sistema nervoso central: disfunções neurológicas; d. Pulmão: lesões vasculares pulmonares. 6 Além disso, na fase crônica da doença tem-se a presença de inúmeros vermes adultos, esses que promovem ação espoliativa (2,5mg de ferro por dia), liberam substâncias tóxicas e obstruem vasos, podendo causar diarreia, anemia, ascite, entre outros sintomas. Além disso, a espícula do ovo pode lesar a mucosa intestinal, fato que pode gerar hemorragias, dores abdominais e edema. Sabe-se que a reação antígeno-anticorpo pode formar imunocomplexos circulantes, esses que podem se depositar nos vasos renais e promoverem um quadro de nefropatia esquistossômica. Desse modo, nota-se que o quadro clínico da esquistossomose conta com alterações hemodinâmicas, reações imunológicas, lesão por imunocomplexos e repercussões sobre o organismo em geral, podendo interagir e favorecer outras patologias. 6.4. Diagnostico Pode ser feito por um teste parasitológico de fezes, encontrando o ovo com presença de espícula, tendo resultado satisfatório em infecções com carga parasitária média e alta, precisando repetir se ela for baixa. A biópsia da mucosa retal depende de profissional treinado para coleta e pode gerar certo desconforto para o paciente, mas possui maior sensibilidade. A ultrassonografia é muito importante, já que pode diagnosticar alterações hepáticas e precisar o grau de fibrose. Além desses podem ser realizados exames imunológicos ou indiretos como ELISA, testes intradérmicos, reação em cadeia da polimerase (PCR), entre outros. Como diagnóstico diferencial tem-se leishmaniose visceral, doença de Chagas, leucemias agudas, malária, mononucleose infecciosa, hepatites virais, entre outros. 7. ASCARIS LUMBRICOIDES Ascaris lumbricoides (conhecido popularmente como lombriga) é uma espécie de nematódeo monoxeno da família Ascarididae, sendo a causa da doença conhecida como ascaridíase. Os vermes adultos medem entre 15 cm e 40 cm de comprimento e desenvolvem-se no intestino delgado do hospedeiro, no qual macho e fêmea se acasalam. Os machos adultos da espécie podem atingir até 30 centímetros de comprimento e possuem uma cor leitosa. Em uma de suas extremidades, os vermes apresentam uma boca ou vestíbulo bucal, contornada por três lábios com dentículos dispostos em forma de serrilha. Não há interlábios. O alimento ingerido passa por um esôfago musculoso, depois por um intestino retilíneo, até chegar ao reto e sair pela 7 cloaca, situada na extremidade posterior do animal. O aparelho reprodutor é composto de um único testículo enovelado e filiforme, canal deferente, canal ejaculador e abre- se na cloaca. Dois espículos no corpo do macho servem como estruturas acessórias para a cópula. É possível diferenciar facilmente as fêmeas dos machos pois estes últimos tem sua extremidade posterior bastante encurvada ventralmente. Diferentemente da grande maioria dos gametas masculinos de outros seres, o espermatozoide tem movimentação ameboide por conta de forças evolutivas sofridas pela espécie no meio. As fêmeas medem de 30 a 40 centímetros de comprimento. A cor, a boca e o aparelho digestivo são semelhantes aos dos machos, mas geralmente são mais robustas que estes e possuem ânus em vez de cloaca. O sistema reprodutor é composto de dois ovários filiformes e enovelados que continuam como ovidutos, diferenciando em úteros que se unem para formar uma única vagina. A vulva fica situada no terço anterior do animal. A extremidade posterior da fêmea, ao contrário da dos machos, é retilínea. Os ovos tem a princípio cor branca, mas devido ao contato com os pigmentos biliares das fezes, adquirem um tom castanho, às vezes descrito como de amarelo- escuro a marrom. Tem formato oval a redondo e medem 45 a 75 micrômetros (μm) de comprimento e 35 a 45 (ou 50, a depender da fonte) μm de largura; possuem uma cápsula espessa graças a membrana externa mamilonada, formada por mucopolissacarídeos e secretada pela parede uterina. Figura 1: Forma adulta da Ascaris lumbricoides. Fonte: Mdsaúde, 2023. 8 7.1. Ciclo de Vida Os ovos eliminados nas fezes contêm embriões de Ascaris em seu interior. Após alguns dias em um ambiente propício, ainda dentro do ovo, o embrião transforma-se em larva, que, após passar por 2 mudas, torna-se apta a infectar quem a ingerir. Portanto, o ovo do áscaris só consegue infectar o ser humano se contiver larvas maduras em seu interior, chamadas larvas L3, processo que leva de 2 a 4 semanas para ocorrer. Se as larvas dentro do ovo ainda estiverem em fase L1 ou L2, o verme não é capaz de sobreviver no trato digestivo, sendo improvável a contaminação de quem o ingeriu. Um verme adulto costuma viver de 1 a 2 anos no trato gastrointestinal. Os Ascaris adultos não se multiplicam dentro dos intestinos. Os ovos das fêmeas precisam ser eliminados no ambiente para desenvolverem larvas viáveis. Por isso, o número de vermes em uma pessoa só aumenta se ela ingerir novos ovos ao longo da sua vida. Caso não haja nova contaminação, após 2 anos, todos os vermes morrem e o paciente deixa de estar contaminado. 7.2. Prevenção A prevenção da ascaríase requer condições sanitárias adequadas. As estratégias de prevenção incluem: a. Lavar bem as mãos com sabão e água antes de manusear alimentos; b. Lavar, descascar e/ou cozinhar todos os vegetais e frutas crus antes de ingeri-los; c. Evitar o consumo de legumes crus ou não lavados em áreas onde fezes de porcos ou humanassão usadas como fertilizante; d. Não defecar ao ar livre, exceto em latrinas com descarte apropriado de esgoto. 7.3. Sintomas Larvas de Ascaris que migram para os pulmões podem causar tosse, sibilos e, ocasionalmente, hemoptise ou outros sintomas respiratórios nas pessoas sem exposição prévia ao Ascaris. Vermes adultos em pequeno número geralmente não produzem sintomas gastrointestinais, embora a passagem de um verme adulto pela boca ou pelo reto 9 possa levar um paciente assintomático a procurar um serviço de saúde. Obstrução intestinal ou biliar causa cólicas abdominais, náuseas e vômitos. Icterícia é incomum. Até mesmo infecções moderadas podem conduzir à desnutrição em crianças. A fisiopatologia não é conhecida e pode incluir competição por nutrientes, prejuízo de absorção e redução de apetite. 7.4. Diagnostico O diagnóstico da ascaridíase é por detecção microscópica dos ovos nas fezes ou observação dos vermes adultos que surgem do nariz ou da boca. Ocasionalmente, larvas podem ser encontradas no escarro durante a fase pulmonar. Os vermes adultos podem ser vistos em exames radiográficos do trato gastrintestinal. A eosinofilia pode ser intensa quando as larvas migram para os pulmões, mas geralmente cede quando os vermes adultos se fixam no intestino. Radiografia de tórax durante a fase pulmonar pode mostrar infiltrados que, na presença de eosinofilia, leva ao diagnóstico da síndrome de Löffler. 10 8. CONCLUSÃO Helmintos são um grupo de vermes parasitas multicelulares que infectam uma variedade de hospedeiros, incluindo seres humanos e outros animais. Eles pertencem ao reino Animalia e são conhecidos por sua diversidade, incluindo nematódeos (vermes redondos) e platelmintos (vermes planos). Os helmintos parasitas podem causar uma série de doenças em seus hospedeiros, conhecidas como helmintíases, que podem variar em gravidade. O controle e a prevenção das infecções por helmintos são importantes em áreas onde essas doenças são endêmicas, e medidas como saneamento adequado, higiene pessoal e tratamento medicamentoso são usadas para reduzir a carga de helmintíases em populações afetadas 11 REFERÊNCIAS Mundo Educação. Teníase. Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/teniase.htm. acesso em 14 de Setembro de 2023. Neves, D. P.; Melo, A. L.; Linardi, P. M.; Vitor, R. W. A. Parasitologia Humana. Editora Atheneu: Brasil, 11ed, 494p., 2005. Sanarmed. Schistosoma mansoni: fisiopatologia e tratamento. Disponível em: https://www.sanarmed.com/schistosoma-mansoni-fisiopatologia-e-tratamento- colunistas. acesso em 14 de Setembro de 2023. Souza FPC, Vitorino RR, Costa AP, et al. Esquistossomose mansônica: aspectos gerais, imunologia, patogênese e história natural. Revista Brasileira Clinica Medica, 2011;9(4):300-7. Vanessa dos Santos. Anelídeos. Disponível em https://www.biologianet.com/zoologia/anelideos.htm. Acesso em 13 de Setembro de 2023.
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