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Trabalho sobre estabilidade e fgts


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UNIVERSIDADE DE ITÁUNA
GABRIELA SARAH SILVA 
GABRIELA LUIZA
LUAN SANTOS GUIMARÃES
LUCAS ALVES DE LIMA FERNANDES
LUCAS LIMA VELLOSO
STÉFANI MARÇAL
ESTABILIDADE E FGTS 
ITAÚNA/MG
2022
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO..........................................................................................................
2. ESTABILIDADE
2.1. 
Conceito..............................................................................................................
2.2. Estabilidade 
decenal.............................................................................................
2.3. Revogação da estabilidade 
decenal.....................................................................
2.4. Principais situações que garantem a 
estabilidade..................................................
A) Gestante..........................................................................................................
B) Acidente de trabalho.......................................................................................
C) CIPA................................................................................................................
D) Dirigente sindical............................................................................................
2.5. Diferença entre estabilidade e 
garantia.................................................................
3. FGTS 
3.1. 
Conceito...............................................................................................................
3.2. Porcentagem de 
recolhimento..............................................................................
3.3. Quem deposita e quem tem direito ao saque 
FGTS............................................
3.4. Penalidades pelo não 
recolhimento....................................................................
3.5. FGTS na rescisão sem justo 
motivo.................................................................... 
3.6. FGTS no aviso 
prévio...........................................................................................
3.7. FGTS do empregado 
doméstico...........................................................................
3
3.8. 
Prescrição............................................................................................................
4. CONCLUSÃO..........................................................................................................
5. REFERÊNCIAS..........................................................................................................
1. INTRODUÇÃO
Estabilidade e FGTS são dois institutos distintos oriundos das concepções jurídico-
trabalhistas. Muito se fala de ambos, mas o FGTS trata-se de tema recente no ordenamento, 
sendo criado a pouco mais de 50 anos, em decorrência de fortes críticas quanto ao regime de 
estabilidade. 
Isso porque, dentre os anos de 1935 e 1967, no Brasil, vigorava-se o sistema de 
estabilidade absoluta, também chamada de estabilidade decenal, por meio da qual, era 
impossibilitado ao empregador rescindir o contrato após decorrido o lapso temporal de 10 
anos, pois, o empregado que adquiria tal tempo de serviço, com exceção ao empregador 
doméstico e rural, somente poderia vir a ser demitido em razão de falta grave ou motivo de 
força maior, salvo se mediante um pagamento de uma compensação correspondente a um mês 
de remuneração para cada ano de serviço. Em caso de força maior afetando a situação 
econômico-financeira da empresa, essa compensação poderia ser paga pela metade.
Posto isso, muitos empregadores criticavam que tal situação limitava seu poder no 
âmbito de seu exercício, bem como atrapalhava no rendimento do funcionário, o qual, uma 
vez adquirida a e estabilidade, já não prestava seus serviços com tanta excelência. Em 
contrapartida, muitos empregados também se viam lesados de seus direitos, pois, por vezes 
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tinham seus contratos rescindidos sem a indenização devida, quando ausentes os requisitos 
que permitiam a demissão. 
Diante deste cenário, criou-se o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), 
disposto na Constituição Federal de 1988, tornando-se obrigatória a instituição do mesmo a 
todos empregados, pois, antes, era facultativo, sendo que só se atingia a estabilidade decenal 
aquele empregador não optante pelo fundo. Esse fundo é formado por depósitos mensais 
feitos pelo empregador em uma conta vinculado ao empregado, com valor de 8% sobre o 
salário do empregado.
A temática entre a linha temporal da estabilidade decenal ao FGTS será abordada no 
presente, acerca de maiores compreensões. 
2. ESTABILIDADE. 
2.1. Conceito.
Do latim stabilĭtas, estabilidade é a qualidade de estável (que mantém o equilíbrio, não 
varia e permanece no mesmo lugar durante muito tempo). 
Estabilidade significa não poder ser demitido durante um determinado período, ter 
certeza dp emprego por um certo tempo em decorrência de algumas condições especiais, nas 
quais se encontram alguns trabalhadores.
Destarte, tido como o instrumento jurídico por excelência que visa garantir o princípio 
do direito ao trabalho foi concebido o instituto da estabilidade no emprego, concebido como 
verdadeira propriedade do emprego.
Para viabilizar o princípio do direito ao emprego no contrato de trabalho, abandonou-
se a concepção estática da estabilidade no emprego até a aposentadoria, passando a ser 
adotada uma concepção dinâmica, traduzida na ideia da garantia do emprego, que assegurasse 
ao empregado certa proteção no emprego por ele ocupado.
2.2. Estabilidade decenal.
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Nos primórdios da legislação trabalhista no Brasil, ainda antes de 1930, incorporando-
se em 1943, à Consolidação das Leis do Trabalho, a estabilidade no emprego era adquirida 
pelo obreiro aos 10 anos de serviços para o respectivo empregador. 
Tal direito a estabilidade foi instituído pela Lei Previdenciária 4.682/23 (Lei Elói 
Chaves), que criou as Caixas de Aposentadorias e Pesões dos Ferroviários, que no princípio 
serviria somente para esta categoria, vindo a ser estendido aos demais trabalhadores após 
alguns anos.
Neste diapasão, a estabilidade decenal prevista no Art. 492 da CLT, dispunha que o 
empregado que contasse com mais de 10 anos na mesma empresa não poderia ser dispensado, 
a não ser por motivo de falta grave ou por força maior.
Após obter a garantia da estabilidade, o empregador só poderia rescindir o contrato 
mediante um pagamento de uma compensação correspondente a um mês de remuneração para 
cada ano de serviço. Em caso de força maior afetando a situação econômico-financeira da 
empresa, essa compensação poderia ser paga pela metade.
O empregador, para não pagar a indenização, teria que provar mediante inquérito 
judicial falta grave do empregado. Era necessária a sentença de um juiz. Isso dificultava a 
demissão. Caso o empregado detentor da estabilidade decenal pedisse demissão, ele 
renunciava ao direito. Cargos de diretoria, gerência ou de confiança do empregador não 
conferiam ao empregado a garantia à estabilidade.
Todavia, tal sistema de estabilidade recebia apontamentos críticos quer seja por parte 
do empregador, que seja por parte do empregado. Em crítica a esse regime, os empregadores 
argumentavam que a estabilidade dos empregados fazia com que a produtividade fosse baixa, 
especialmente, quando alcançavam os 10 anos de contrato, e que um sistema que viabilizasse 
a rescisão a qualquer momento traria até mesmo uma melhora na economia, pois não havia 
necessidade de pagamento de valores tão altos ao empregado, quando do encerramento do 
vínculo. 
Além disso, na prática, muitos empregados acabavam sendo demitidos antes de 
completar os 10 anos de serviço. Existia ainda outro direito na CLT que incomodava os 
empregadores: a indenização por tempo de serviço. Destarte, acabava por engessar o poder de 
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gestão do empregador, vez que o mesmo encontrava-se limitado a tal instituto ou obrigado a 
promover indenização.2.3. Revogação da estabilidade decenal. 
Menciona-se que estabilidade decenal, garantida pelo Art. 492 da CLT, vigeu até a 
promulgação da Constituição da República/88, quando se tornou obrigatório o FGTS. Antes 
da Constituição de 1988, fazia jus a ela o empregado com mais de 10 anos de serviço na 
mesma empresa que fosse dispensado sem justa causa.
Com a criação do FGTS (Lei 5.107/66) a estabilidade decenal só atingia aos não-
optantes do sistema do FGTS. A CF/88, por sua vez, tornou o regime do FGTS obrigatório. 
Com isso só possuem estabilidade decenal aqueles que adquiriram 10 anos de serviço até 
04.10.88, não sendo optantes do regime do FGTS.
Destarte, com a não recepção da estabilidade de emprego celetista pela Constituição de 
1988, tal regime decenal deixou de ser uma opção para o trabalhador, implementando o 
regime fundiário como único.
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à 
melhoria de sua condição social: I - relação de emprego protegida contra despedida 
arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá 
indenização compensatória, dentre outros direitos; (...)
 III - fundo de garantia do tempo de serviço;
Criado pela Lei 5.107/66 (hoje regido pela Lei 8.036/90), o FGTS organizava sistema 
alternativo ao modelo de estabilidade decenal. Tal regime deveria ser acordado por escrito 
quando da formulação do contrato de trabalho, onde o trabalhador optava pelo regime decenal 
ou FGTS. Após várias modificações e com o advindo da nova Carta Magna de 1988, nos dias 
atuais a Lei 8.036 de 1990 vem regendo tal importante direito trabalhista.
2.4. Principais situações que garantem a estabilidade. 
A) Gestante. 
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A Lei nº 12.812 acrescentou o Art. 391- A na CLT, estabelecendo-se a estabilidade da 
gestante e dispõe sobre a estabilidade provisória da gestante conferida desde a confirmação da 
gravidez até cinco meses após o parto. 
Dessa maneira, caso a empresa demita a trabalhadora por desconhecimento da 
gravidez, assim que descoberto, a empresa deverá reintegrar a mesma ao trabalho ou pagar 
uma indenização decorrente ao período de estabilidade.
Embora muitas pessoas não saibam, esse direito está previsto na CLT e garante a toda 
mulher grávida esse período de estabilidade, no qual ela não pode ser de maneira 
alguma demitida sem justa causa.
É importante destacar que, a licença maternidade tem o período mínimo de 120 dias, e 
pode ser solicitada até 28 dias antes do parto. Como dito antes, a empregada não pode ser 
demitida até 5 meses após o parto, somando, a licença maternidade a este período.
B) Acidente de trabalho
De acordo com o Art. 118 da Lei nº 8.213/91, o segurado que sofreu acidente do 
trabalho tem garantido, pelo prazo de 12 meses, a manutenção de seu contrato de trabalho na 
empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário, independente de percepção de 
auxílio-acidente. Significa dizer que tem garantido o emprego o empregado que recebeu alta 
médica, após o retorno do benefício previdenciário.
É importante esclarecer que à estabilidade de 12 meses ocorre quando o afastamento 
foi por motivo de acidente que seja superior a 15 dias, onde, obrigatoriamente, o trabalhador 
precisa ter dado entrada no pedido de auxílio-doença.
A estabilidade também é válida caso o trabalhador tenha contraído alguma doença 
profissional em que seja comprovado que a doença surgiu pelas atividades que desempenhava 
em seu trabalho.
Existem duas condições para que um trabalhador tenha direito à estabilidade 
por acidente de trabalho. Uma delas é em caso de afastamento superior a 15 dias, e a outra é 
quando há uma consequente necessidade do auxílio-doença acidentário.
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C) CIPA
Os membros eleitos pelos empregados, titulares e suplentes, para compor a Comissão 
Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA, possuem estabilidade no emprego desde o registro 
da sua candidatura até 1 (um) ano após o fim do seu mandato, nos termos do Art. 10, II, alínea 
“a” do ADCT da CF/1988, Art. 165 da CLT e Súmula 339 do TST. 
Contudo, a estabilidade provisória do cipeiro não é uma vantagem ou garantia pessoal, 
mas sim, uma garantia para as atividades dos membros da CIPA, ocorrendo sua extinção nas 
seguintes hipóteses: Rescisão do contrato de trabalho por justa causa, nos termos do Art. 165 
e 482 da CLT; extinção do estabelecimento para o qual a CIPA fora constituída, segundo o 
inc. II da Súmula 339 do Tribunal Superior do Trabalho; a renúncia expressa ao cargo de 
membro da CIPA; e a ausência injustificada do membro titular a mais de 4 (quatro) reuniões 
ordinárias da CIPA;
D) Dirigente sindical
De acordo com o Art. 543, § 3º da CLT, e Art. 8º da Constituição Federal, não pode 
ser dispensado do emprego o empregado sindicalizado ou associado, a partir do momento do 
registro de sua candidatura a cargo de direção ou representação, de entidade sindical ou 
associação profissional, até um ano após o final do seu mandato, caso seja eleito, inclusive 
como suplente, salvo se cometer falta grave devidamente apurada nos termos da legislação. 
Pois bem. A súmula 369 do TST determinava que era indispensável a comunicação 
pela entidade sindical à empresa, corroborando o entendimento celetista, veja as 
determinações: É indispensável a comunicação, pela entidade sindical, ao empregador; fica 
limitada assim a estabilidade a sete dirigentes sindicais e igual número de suplentes; o 
Dirigente Sindical só terá direito a estabilidade provisória se exercer uma atividade pertinente 
a categoria profissional do sindicato que ele foi eleito; não havendo mais atividade 
empresarial no sindicato não há razão para existir estabilidade; e o registro de candidatura do 
empregado a cargo de dirigente sindical no período de aviso prévio não lhe assegura 
estabilidade mesmo que indenizado.
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Em 2012, o TST alterou radicalmente o inc. I da Súmula 369 e determinou que, 
mesmo não havendo a comunicação da entidade sindical à empresa empregadora do dirigente 
sindical dentro do prazo contido na CLT, haverá a estabilidade do empregado, ficando assim, 
in verbis:
É assegurada a estabilidade provisória ao empregado dirigente sindical, ainda que a 
comunicação do registro da candidatura ou da eleição e da posse seja realizada fora 
do prazo previsto no art. 543, § 5º, da CLT, desde que a ciência ao empregador, por 
qualquer meio, ocorra na vigência do contrato de trabalho.
Sendo assim, a partir de 2012, mesmo que a comunicação não seja escrita, o que 
determina a CLT, e mesmo que seja fora do prazo estipulado pela CLT, haverá a estabilidade 
sindical do empregado, frise-se que essa comunicação deverá ocorrer dentro do contrato de 
trabalho.
2.5. Diferença entre estabilidade e garantia. 
Segundo Amauri Mascaro Nascimento, "estabilidade é o direito do trabalhador de 
permanecer no emprego, mesmo contra a vontade do empregador, enquanto existir uma causa 
relevante e expressa em lei que permita sua dispensa"
Noutro passo, em que pesem serem parecidas, estabilidade e garantia não se 
identificam, visto que garantia de emprego é um instituto mais amplo que a estabilidade. 
Compreende, além da estabilidade, outras medidas destinadas a fazer com que o trabalhador 
obtenha o primeiro emprego e a manutenção do emprego conseguido. Relaciona-se com a 
política de emprego. São exemplos: o Art. 429 da CLT, que impõe emprego a menores 
aprendizes; o Art. .513 da CLT, que prioriza a admissão de trabalhadores sindicalizados. 
A única estabilidade que realmente atingia o objetivo de manter o trabalhador no 
emprego era aquela adquirida aos dez anos de serviço na mesma empresa, prevista no Art.429 
da CLT. Com a criação do FGTS (Lei 5.107/66) a estabilidade decenal só atingia aos não-
optantes do sistema do FGTS. A CF/88, por sua vez, tornou o regime do FGTS obrigatório, 
com isso, só possuem estabilidade decenal aqueles que adquiriram 10 anos de serviço até 
04.10.88, não sendo optantesdo regime do FGTS.
Dessa forma a CF/88 aboliu o regime da estabilidade absoluta, com exceção dos 
servidores públicos civis da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, da 
administração direta autárquica e das funções públicas, em exercício na data de promulgação 
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da Constituição, há pelo menos cinco anos continuados, admitidos através de aprovação 
prévia em concurso público, na forma do Art. .37 da Constituição, são considerados estáveis 
no serviço público (Art.19 do ADCT).
Face ao exposto, alguns autores consideram a estabilidade decenal e a dos servidores 
públicos como absoluta, sendo as demais estabilidades provisórias, termo este criticado por 
alguns autores, tendo em vista que o termo estabilidade é contrário ao termo provisório.
A diferença essencial entre estabilidade e garantia de emprego é que o empregado 
estável só pode ser despedido quando cometer falta grave devidamente apurada através de 
inquérito judicial. Já o empregado detentor de garantia de emprego pode ser despedido por 
justa causa, diretamente. 
3. FGTS
3.1. Conceito. 
O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) foi criado com o objetivo de 
proteger o trabalhador demitido sem justa causa, mediante a abertura de uma conta vinculada 
ao contrato de trabalho. É uma espécie de poupança, em que mensalmente o empregador 
deposita uma porcentagem da remuneração paga ao empregado, a conta vinculada a Caixa 
Econômica Federal
Legalmente, no ordenamento jurídico trabalhista, o FGTS surgiu pela Lei nº 5.107, de 
13 de setembro de 1966 e vigente a partir de 01 de janeiro de 1967, para proteger o 
trabalhador demitido sem justa causa. O FGTS é constituído de contas vinculadas, abertas em 
nome de cada trabalhador, quando o empregador efetua o primeiro depósito. O saldo da conta 
vinculada é formado pelos depósitos mensais efetivados pelo empregador, acrescidos de 
atualização monetária e juros. 
Em 1988 com a Constituição Federal, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço 
passou a ser o regime único de proteção contra despedidas arbitrárias, estabelecendo assim, o 
FGTS como um direito do trabalhador, previsto no inc. III do art. 7º: “Art. 7º São direitos dos 
trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: 
III - fundo de garantia do tempo de serviço;”
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Além disso, a CF/88 regulamentou também o direito dos trabalhadores rurais ao 
FGTS.
Atualmente regido pela Lei nº 8.036/90, o FGTS é constituído por saldos de contas 
vinculadas aos trabalhadores e ainda de outros recursos incorporados. Os recursos 
arrecadados pelo Fundo se destinam tanto ao trabalhador quanto ao fomento de programas 
governamentais que visam ao desenvolvimento econômico e social do país.
Ademais, o FGTS é direito social de interesse do trabalhador e também do Estado, que 
é responsável, de forma compartilhada com a sociedade civil, pela curatela deste Fundo, 
exercida pelo Conselho Curador do FGTS, cujas atribuições estão definidas no art. 5º da Lei 
nº 8.036/90. Com efeito, os recursos do FGTS, enquanto não disponibilizados para saque dos 
trabalhadores, são aplicados em projetos públicos, como o financiamento de moradia e de 
obras de infraestrutura e saneamento básico. Por tais razões, o tratamento jurídico do FGTS é 
sui generis, tendo o legislador conferido a agentes públicos a tarefa de fiscalizar o 
cumprimento da obrigação de recolher os valores devidos, bem como constituir os respectivos 
créditos e promover sua cobrança por meio de execução fiscal
Assim, o FGTS tornou-se uma das mais importantes fontes de financiamento 
habitacional, beneficiando o cidadão brasileiro, principalmente o de menor renda. A 
importância dos recursos do Fundo para o desenvolvimento do país ultrapassa os benefícios 
da moradia digna, pois financiam, também, obras de saneamento e infraestrutura, gerando 
melhorias na qualidade de vida ao empregado. O FGTS tem sido a maior fonte de recursos 
para a Habitação Popular e o Saneamento Básico. 
3.2. Porcentagem de recolhimento. 
O depósito do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço equivale a 8% do valor do 
salário pago ou devido ao trabalhador, cujo contrato é regido pela CLT. No caso de contratos 
de menores aprendizes a alíquota cai, sendo assim, o percentual é de 2%. Vale ressaltar que a 
alíquota de 8% não é descontada da remuneração do empregado, ou seja, sem ônus. 
 O Art.15 da Lei nº 8.036/90 descreve que a contribuição mensal é correspondente a 
8% da remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada trabalhador, in verbis: 
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“Para os fins previstos nesta lei, todos os empregadores ficam obrigados a depositar, 
até o dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária vinculada, a importância 
correspondente a 8 (oito) por cento da remuneração paga ou devida, no mês anterior, 
a cada trabalhador.”
Caso o dia 7 (sete) do mês não caia em um dia útil, o pagamento do FGTS deverá ser 
antecipado.
3.3. Quem deposita e quem tem direito ao saque do FGTS.
Quem depositará o FGTS é a empresa, ou seja, o empregador, que é obrigado a 
depositar todo mês o equivalente a 8% do salário pago ao empregado. De acordo com o art.15 
da Lei nº 8.036/90:
“§ 1º Entende-se por empregador a pessoa física ou a pessoa jurídica de direito 
privado ou de direito público, da administração pública direta, indireta ou 
fundacional de qualquer dos Poderes, da União, dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Municípios, que admitir trabalhadores a seu serviço, bem assim aquele que, 
regido por legislação especial, encontrar-se nessa condição ou figurar como 
fornecedor ou tomador de mão-de-obra, independente da responsabilidade solidária 
e/ou subsidiária a que eventualmente venha obrigar-se.”
Em caso de rescisão de contrato de trabalho, de acordo com o Art. 18 da Lei do FGTS, 
por parte do empregador, ficará este obrigado a depositar na conta vinculada do trabalhador 
no FGTS os valores relativos aos depósitos referentes ao mês da rescisão e ao imediatamente 
anterior, que ainda não houver sido recolhido, sem prejuízo das cominações legais.
Quem tem direito ao FGTS são trabalhadores com carteira assinada, trabalhadores 
domésticos, rurais, emprego temporário, avulsos, safreiros e atletas profissionais. De acordo 
com o Art.15 da Lei nº 8.036/90: 
“§ 2º Considera-se trabalhador toda pessoa física que prestar serviços a empregador, 
a locador ou tomador de mão-de-obra, excluídos os eventuais, os autônomos e os 
servidores públicos civis e militares sujeitos a regime jurídico próprio. 
§ 3º Os trabalhadores domésticos poderão ter acesso ao regime do FGTS, na forma 
que vier a ser prevista em lei. § 4º Considera-se remuneração as retiradas de 
diretores não empregados, quando haja deliberação da empresa, garantindo-lhes os 
direitos decorrentes do contrato de trabalho de que trata o Art. 16.”
As hipóteses em que o FGTS poderá ser sacado estão previstas no Art. 20 da Lei 
8036/90. Os principais casos de quando o dinheiro poderá ser sacado são: a demissão sem 
justa causa, demissão por acordo, fim do contrato por prazo determinado, contrato finalizado 
porque a empresa fechou, se ficar 3 anos seguidos sem trabalhar com carteira assinada, para 
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comprar a casa própria, para ajudar a pagar imóvel comprado por consórcio ou financiado 
pelo SFH, aposentadoria, doença grave e se tem 70 anos de idade ou mais.
3.4. Penalidades pelo não recolhimento do FGTS.
O não pagamento do FGTS, pelo empregador, obviamente, pode trazer uma série de 
consequências para a empresa devedora, como, por exemplo, não ser possível a retirada de 
comprovante de Certidão Negativa de Débitos. Tal fato, nesse diapasão explanado, pode 
impossibilitar a participação em licitações e recebimentos de órgãos públicos. 
Ainda nesse viés, o atraso é considerado ato ilícito, com possibilidade, inclusive, de 
multa fundada no Art. 477 da CLT.
Por sua vez, o trabalhador pode recorrer à rescisão indireta do contrato de trabalho, 
dispostano Art. 483 da CLT, ou seja, esse possui o direito a romper seu contrato, em uma 
espécie de justa causa, contra a empresa, decorrente da falta grave do empregador pelo não 
depósito. A título exemplificativo, com o intuito de demonstrar a seriedade do instituto, o não 
adimplemento do FGTS pode se equiparar ao atraso salarial.
Para tanto, no caso de rescisão indireta do contrato de trabalho, o trabalhador deverá 
propor ação judicial e requerer o desligamento da empresa.
Sendo assim, na hipótese de procedência do pedido, o contrato de trabalho será 
rescindido e o empregado terá direito a todas as verbas trabalhistas que receberia, em caso de 
demissão sem justa causa, incluindo-se a multa de 40% do FGTS e o recebimento das guias 
do seguro-desemprego.
Entretanto, ainda que não haja a rescisão indireta, o trabalhador poderá apresentar 
reclamatória trabalhista para pleitear o pagamento das verbas em atraso.
Soma-se, ainda, que a Súmula 461 do TST estabelece, in verbis: “É do empregador o 
ônus da prova em relação à regularidade dos depósitos do FGTS, pois o pagamento é fato 
extintivo do direito do autor”. 
No que tange aos juros e correções monetárias do atraso no pagamento, esses seriam 
norteados até então pela Lei 9.964/2000, em especial pela Taxa Referencial (TR)1. 
14
Já quanto à aplicação de multa, essa fica na ordem de 5% no mês de vencimento da 
obrigação ou de 10% a partir do mês seguinte ao do vencimento da obrigação, nos termos do 
Art. 6º da Lei supramencionada, que definiu nova redação ao Art. 22 da Lei 8.036/90.
A respeito da correção monetária e dos juros, registra-se que em dezembro de 2020, o 
STF confirmou a inconstitucionalidade da utilização da Taxa Referencial (TR) como índice 
de atualização dos débitos trabalhistas e definiu que para os processos ainda não judiciais 
serão aplicados os juros contabilizados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 
Especial (IPCA-E)2. Já para os processos judiciais, o cálculo se realiza com base na taxa Selic3
.
Ademais, no tocante à multa arbitrada em desfavor do empregador, que deixa de 
recolher parcelas do FGTS, essa não é destinada ao empregado, mas sim ao próprio Fundo. O 
entendimento unânime foi firmado pela Subseção de Dissídios Individuais 1 do Tribunal 
Superior do Trabalho.
Segundo o relator, ministro João Oreste Dalazen, a penalidade imposta ao empregador, 
prevista no Art. 22 da Lei 8.036/90, possui natureza administrativa. Essa característica, 
explicou, inviabiliza o repasse do valor da multa para o trabalhador.
Por consequência, a Subseção negou Embargos em Recurso de Revista propostos por 
um empregado do Banespa Serviços Técnicos e Administrativos. 
Desse modo, os ministros confirmaram a decisão anterior da 5ª Turma do TST, sendo 
que o argumento do trabalhador era o de que a penalidade deveria ser revertida em seu favor, 
uma vez que a legislação não menciona especificamente a destinação da multa ao Fundo.
1 Criada em 1991, a Taxa Referencial é uma taxa de juros referência – isto é, em que se baseiam outras taxas. Na 
época em que surgiu, ela tinha como objetivo indicar os juros vigentes a cada dia para evitar que a taxa do mês 
em questão refletisse a inflação do mês anterior. 
A Taxa Referencial é calculada pelo Banco Central diariamente e mensalmente e está disponível no site da 
instituição. 
2 O índice de preços no consumidor (IPC) é usado para observar as tendências da inflação. 
É calculado, por institutos nacionais de estatística, com base no preço médio necessário para comprar um 
conjunto de bens de consumo e serviços num país, comparando com períodos anteriores. 
3 A taxa Selic representa a taxa básica de juros do Brasil. A Selic norteia todas as operações da economia 
brasileira que envolvem juros, como empréstimos, aplicações financeiras e financiamentos. Em outras palavras, 
quando a taxa Selic sobe, os demais juros praticados no país também tendem a crescer. Pela mesma lógica, os 
juros costumam cair, quando há um corte na Selic.
15
Salienta-se que a legislação que rege o FGTS prevê, em seu Art. 15, que todos os 
empregadores ficam obrigados a depositar, até o dia 7 de cada mês, em conta bancária 
vinculada, 8% da remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada trabalhador, inclusive 
o 13º salário.
De acordo com o relator, o Art. 22 da Lei 8.036/90 estabelece a punição ao 
empregador que não fizer os depósitos dentro do prazo estipulado. O infrator responderá pela 
atualização monetária do débito e, sobre o valor atualizado dos depósitos, incidirão juros de 
mora ao mês e multa.
Além disso, a lei do FGTS também faz remissão às sanções do Decreto-Lei 368 de 
1968, que pune empresas que contraem débito salarial, excluindo-as de qualquer benefício de 
natureza fiscal, tributária ou financeira, por parte de órgãos da União, dos estados ou dos 
municípios, dentre outras penalidades.
Por fim, caso a empresa tenha depositado o valor incorretamente, na data, mas ocorreu 
algum erro que pode prejudicá-la, é possível corrigir o ato e evitar problemas no futuro, por 
meio do acesso ao site do Sistema Empresa de Recolhimento do FGTS e Informações à 
Previdência Social (SEFIP), onde é possível realizar todas as correções.
3.5. FGTS na rescisão sem justo motivo
O FGTS é um valor devido mensalmente pela empresa ao trabalhador na importância 
de 8% do salário pago a este, podendo ser retirado pelo empregado apenas em casos de 
demissão sem justa causa de seu emprego ou mediante acordo trabalhista. É importante 
ressaltar que o valor que será vislumbrado vai do início da contratação do empregado até a 
rescisão do mesmo pelo seu empregador.
Além da possibilidade de saque do benefício, em o desligamento do trabalhador sendo 
feito nessas duas hipóteses citadas, o empregador também será responsabilizado pelo 
pagamento de uma multa ao seu antigo empregado, variando de 20% a 40% do saldo da 
quantia depositada de FGTS até aquele momento. Tal determinação legal encontra base 
normativa no artigo 18 da Lei 8.036/90, incisos I e II: 
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§ 1º Na hipótese de despedida pelo empregador sem justa causa, depositará este, na 
conta vinculada do trabalhador no FGTS, importância igual a quarenta por cento do 
montante de todos os depósitos realizados na conta vinculada durante a vigência do 
contrato de trabalho, atualizados monetariamente e acrescidos dos respectivos juros. 
(Redação dada pela Lei nº 9.491, de 1997)
§ 2º Quando ocorrer despedida por culpa recíproca ou força maior, reconhecida pela 
Justiça do Trabalho, o percentual de que trata o § 1º será de 20 (vinte) por cento.
O ônus do pagamento desse benefício e das demais verbas rescisórias, em casos de 
demissão sem justo motivo, será sempre do empregador, o qual deverá depositar o valor da 
multa FGTS na mesma conta em quem realizava o pagamento do FGTS do empregado 
demitido. O pagamento desses valores deve respeitar um prazo legal, que, de acordo com o 
artigo 477, inciso VI, pós reforma trabalhista, será de 10 dias contados desde o término do 
contrato.
É importante mencionar também que a multa FGTS, como é conhecida, é uma 
indenização relativamente antiga no cenário jurídico brasileiro, uma vez que fora instituída no 
governo do Presidente Castelo Branco na década de 60, mas só foi realmente posta em prática 
na década de 90, sob o regime político de Fernando Henrique Cardoso. O real intuito era 
coibir demissões arbitrárias no Brasil, indo ao encontro do que preceitua o princípio 
trabalhista da continuidade das relações de emprego. 
3.6. FGTS no aviso prévio
O aviso prévio é a comunicação da empresa ao trabalhador sobre seu desligamento e 
pode variar de 30 a 90 dias, a depender do tempo de contrato do empregado e da ocasião. A 
única possibilidade em que o trabalhador não recebe o aviso prévio e, também, não pode sacar 
o FGTS é a demissão por justa causa, que se origina por falta grave causada por si mesmo.
Há dois tipos de avisos prévios: o indenizado e o trabalhado.No primeiro, o 
trabalhador desempenha seus serviços com natureza ainda salarial, mas possui redução em sua 
jornada de trabalho sem prejuízo de pagamento sobre as horas não trabalhadas, sofrendo 
incidência do INSS, IR-Fonte e recolhimento para o FGTS, que se dará após a comunicação 
do desligamento definitivo do funcionário, cumprido o aviso prévio. No segundo, o 
empregador determina o desligamento imediato do trabalhador e efetua o pagamento relativo 
ao respectivo período, sem a incidência do INSS, IR-Fonte, mas devendo ser recolhido o 
FGTS.
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Em caso de rescisão em comum acordo, o trabalhador terá direito a 20% da multa 
FGTS e metade do aviso prévio, se indenizado. Garante também o recebimento do FGTS, 
mas só poderá sacar 80% do seu saldo disponível no banco.
3.7. FGTS e o empregado doméstico
Ab initio, é considerado trabalhador doméstico aquele que presta serviços de forma 
contínua, subordinada, onerosa e pessoal e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, 
no âmbito residencial destas, por mais de 2 (dois) dias por semana.
Isso posto, a Emenda Constitucional nº 72/2013 ampliou os direitos dos trabalhadores 
domésticos e tornou obrigatório o recolhimento do FGTS, a partir do dia 01 de outubro de 
2015.
Esses direitos foram regulamentados pela Lei Complementar 150 de 1º de junho de 2015 e 
divulgada oficialmente pela publicação da Resolução do Conselho Curador do FGTS nº 
780/2015, da Circular CAIXA nº 694/2015 e da Portaria Interministerial nº 822/2015.
A Lei Complementar nº 150/2015 determinou também a implantação do Simples Doméstico, 
que define um regime unificado para pagamento de todos os tributos e demais encargos, 
inclusive o FGTS e, para isso foi criado um sistema eletrônico, onde o empregador doméstico 
deverá informar as obrigações trabalhistas, previdenciárias, fiscais, de apuração de tributos e 
FGTS. Esse sistema está disponível na página do eSocial.
Assim, os depósitos de FGTS, cuja alíquota é de 8%, incidem sobre a remuneração 
paga ou devida no mês anterior, a cada trabalhador, incluindo-se a remuneração do 13º 
salário, o que corresponde à gratificação de natal. Já os valores referentes a indenização 
compensatória, cuja alíquota é de 3,2%, serão depositados em conta vinculada distinta e 
poderão ser movimentadas somente quando da rescisão contratual e, esse valor poderá ser 
sacado pelo trabalhador ou pelo empregador, dependendo do motivo da rescisão.
3.8. Prescrição
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Nos termos do Art. 7º, inc. XXIX da Constituição Federal, o trabalhador possui o 
prazo de 2 anos após a rescisão do contrato para propor a ação, cujo objeto seja pugnar os 
créditos oriundos da relação de trabalho. 
Por muito tempo a prescrição para se cobrar o FGTS não depositado era de 30 anos, 
conforme estabelecia o art. 23, § 5º da Lei 8.036/1990, in verbis:“§ 5º O processo de 
fiscalização, de autuação e de imposição de multas reger-se-á pelo disposto no Título VII 
da CLT, respeitado o privilégio do FGTS à prescrição trintenária.”
Todavia, em novembro de 2014 o plenário do STF discutiu novamente a questão do 
prazo prescricional do FGTS não depositado pelos empregadores e tomadores de serviço, 
através do Recurso Extraordinário com Agravo –709212/DF.
Na oportunidade, com base no Art. 7º, inc. XXIX da Constituição Federal4, 
considerando se tratar de direito dos trabalhadores urbanos e rurais, nos termos do inciso III 
do referido dispositivo constitucional, o STF reviu sua jurisprudência e decidiu que o prazo 
prescricional aplicável às cobranças dos depósitos do FGTS é de 5 anos.
De acordo com o STF, os valores devidos ao FGTS é um direito do empregado, tem 
natureza social e trabalhista e decorre diretamente das relações de trabalho.
Considerando que a Constituição Federal estabelece o prazo prescricional de 5 anos 
para requerer os créditos trabalhistas resultantes das relações de trabalho, até o limite de 2 
anos após a rescisão de contrato, para o STF não mais subsistia as razões anteriormente 
invocadas para a adoção do prazo de prescrição trintenária.
No mesmo julgamento, o STF também reconheceu a inconstitucionalidade dos 
artigos 23, § 5º, da Lei 8.036/1990, bem como do art. 55, do Decreto 99.684/1990, na parte 
em que ressalvam o privilégio do FGTS à prescrição trintenária, por afronta ao art. 7º, XXIX, 
da CF/88, tendo em vista o respeito à hierarquia das normas.
4 Art. 7º, inc. XXIX, CF/88 – ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo 
prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção 
do contrato de trabalho
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Em consideração ao princípio da segurança jurídica, com base no art. 27 da Lei 
9.868/1999, o STF decidiu que a mudança jurisprudencial quanto à prescrição não poderia 
atingir os créditos anteriores à 13.11.2014 – data do julgamento.
Em decorrência do novo entendimento estabelecido pelo STF sobre o tema, o TST 
alterou, por meio da Resolução TST 198/2015, a Súmula 362 a partir de junho/2015, in 
verbis:
SÚMULA Nº 362 FGTS. PRESCRIÇÃO. (Redação alterada pela Resolução TST Nº 
198/2015)
I – Para os casos em que a ciência da lesão ocorreu a partir de 13.11.2014, é 
quinquenal a prescrição do direito de reclamar contra o não-recolhimento de 
contribuição para o FGTS, observado o prazo de dois anos após o término do 
contrato;
II – Para os casos em que o prazo prescricional já estava em curso em 13.11.2014, 
aplica-se o prazo prescricional que se consumar primeiro: trinta anos, contados do 
termo inicial, ou cinco anos, a partir de 13.11.2014 (STF-ARE-709212/DF).
O que delimita o prazo prescricional com base no novo entendimento é a data da 
ocorrência da lesão (falta de recolhimento do FGTS), ou seja, se ocorreu antes de 13.11.2014, 
o prazo deve ser trintenário, desde que a data final dos trinta anos não ultrapasse os 5 anos a 
contar de 13.11.2014. Se a data da lesão foi a partir de 13.11.2014, a prescrição é quinquenal.
4. CONCLUSÃO
Em 1943, a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), previu na redação original, o 
regime conhecido como estabilidade decenal sendo prevista no artigo 492 do texto 
consolidado, que dispunha, em síntese, o regramento de que trabalhador que alcançasse 10 
anos de serviço na mesma empresa não poderia ser despedido senão por motivo de falta grave 
ou circunstância de força maior, devidamente comprovadas.
No referido regime, a rescisão do contrato de emprego somente ocorria após a 
instauração de uma ação judicial, o Inquérito para Apuração de Falta Grave. Nos termos do 
Art. 853 da CLT, o empregador apresentava a ação dentro de 30 (trinta) dias, contados da data 
da suspensão do empregado.
Assim, ocorrendo a rescisão do contrato antes dos 10 anos de trabalho, o empregado 
teria direito a uma indenização equivalente a 1 mês de remuneração por ano de serviço 
efetivo, ou por ano e fração igual ou superior a 6 (seis) meses, conforme Art. 478 da CLT.
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5. REFERÊNCIAS
https://vieiracortes.com.br/noticias/ausencia-pagamento-fgts-completo/
https://www.conjur.com.br/2006-jan-30/multa_nao_recolher_fgts_proprio_fundo
 Súmula 461 do TST: É do empregador o ônus da prova em relação à regularidade dos depósitos do 
FGTS, pois o pagamento é fato extintivo do direito do autor. 
https://www.fgts.gov.br/Pages/sou-empregador/recolhimento-empregado-domestico.aspx
https://trabalhista.blog/2019/10/31/prazo-para-cobranca-do-fgts-com-prescricao-trintenaria-vence-
em-12-11-2019/