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LESÃO CORPORAL GRAVE

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LESÃO CORPORAL GRAVE
PROF. NEIDE DUARTE
Hipóteses - 
Art. 129, § 1º, I — Se resulta incapacidade para as ocupações habituais por mais de trinta dias.
 A atividade habitual a que se refere a lei é qualquer ocupação rotineira, do dia a dia da vítima, como andar, praticar esportes, alimentar-se, estudar, trabalhar etc. Não se trata, portanto, de qualificadora que se refira especificamente à incapacitação para o trabalho, de modo que crianças, desempregados e aposentados também podem ser vítimas desse crime 
• Crime a prazo e sua comprovação 
Sua configuração depende do transcorrer de determinado prazo: mais de trinta dias. O momento consumativo do crime é o da provocação das lesões. Em outras palavras, o crime se consuma no momento em que o agente provoca as lesões que incapacitarão a vítima por mais de trinta dias, e não no trigésimo primeiro dia após a agressão. 
A prescrição começa a correr, portanto, da data da agressão. Requer o exame complementar, após o trigésimo dia, para que o médico legista constate e declare que a vítima continua incapacitada. 
Art. 129, § 1º, II — Se resulta perigo de vida. 
Natureza do perigo e sua demonstração Perigo de vida é a possibilidade grave e imediata de morte. Deve ser um perigo efetivo, concreto, comprovado por perícia médica, devendo o legista especificar exatamente em que consistiu o perigo sofrido. 
Não basta, portanto, que o médico perito diga que houve perigo de vida; ele deve descrever precisamente em que consistiu. 
Ex.: grande perda de sangue que provocou choque hemorrágico, ferimento em órgão vital, necessidade de cirurgia de emergência 
Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-SA
Art. 129, § 1º, III — Se resulta debilidade permanente de membro, sentido ou função. 
Debilidade -É sinônimo de redução ou enfraquecimento na capacidade de utilização do membro, sentido ou função, que, todavia, mantém em parte sua capacidade funcional. (manco)
Caráter permanente da debilidade -É necessário que haja um prognóstico médico no sentido de que a debilidade é irreversível
Membros -São os braços e as pernas. 
Sentidos -São os mecanismos sensoriais por meio dos quais percebemos o mundo exterior. São o tato, o olfato, o paladar, a visão e a audição. Estes dois últimos são os mais comumente afetados por agressões. Configuram a lesão grave situações em que a vítima continua a enxergar ou ouvir, mas com uma redução de 20% ou 30%, por exemplo, na respectiva capacidade. 
Funções -Dizem respeito ao funcionamento de um sistema ou aparelho do corpo humano. Exs.: função reprodutora, mastigatória, excretora, circulatória, respiratória
 
Art. 129, § 1º, IV — Se resulta aceleração do parto. 
O que se exige, em verdade, é que a agressão perpetrada provoque um nascimento prematuro, uma antecipação do parto. Premissa desta qualificadora é que o feto seja expulso com vida e sobreviva, pois a agressão que causa aborto (morte do feto) constitui lesão gravíssima (art. 129, § 2º, V). 
Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-NC-ND
Lesão corporal gravíssima
Art. 129, § 2º - Pena - dois a oito anos. 
Art. 129 § 2º, I - se resulta incapacidade permanente para o trabalho 
Prevalece o entendimento de que deve ser uma incapacidade genérica para o trabalho, ou seja, para qualquer tipo de labor, uma vez que a lei se refere à palavra “trabalho” sem fazer ressalvas. 
Art. 129, § 2º, II – se resulta enfermidade incurável. 
 
É a alteração permanente da saúde por processo patológico, ou seja, a transmissão intencional de uma doença para a qual não existe cura no estágio atual da medicina. 
A enfermidade também é considerada incurável se a cura somente é possível através de cirurgia, posto que ninguém é obrigado a se submeter a processo cirúrgico. 
 Art. 129, § 2º, III - se resulta perda ou inutilização de membro, sentido ou função. 
A perda pode se dar por mutilação (momento do delito, ex corta com Machado) ou por amputação( cirurgia). Em ambos os casos haverá a lesão gravíssima.
Ocorre a mutilação no próprio momento da ação delituosa, e é provocada diretamente pelo agente que, por exemplo, se utiliza de serra elétrica, machado, para extirpar parte do corpo da vítima. 
A amputação apresenta-se na intervenção cirúrgica imposta pela necessidade de salvar a vida da vítima ou impedir consequencia mais grave. O autor do golpe responde pela perda do membro, desde que haja nexo causal entre a ação e a perda e desde que não tenha ocorrido causa superveniente relativamente independente que, por si só, tenha causado o resultado. 
Na inutilização, o membro, ainda que parcialmente, continua ligado ao corpo da vítima, mas incapacitado de realizar suas atividades próprias. Ocorre essa hipótese, por exemplo, quando a vítima passa a ter paralisia de um braço ou perna. 
ATENÇÃO: 
A perda de parte do movimento do braço é lesão grave pela debilidade de membro. 
A perda de todo o movimento é lesão gravíssima pela inutilização. 
A perda de um dedo caracteriza lesão grave, enquanto a 
perda de uma mão tipifica inutilização do membro (lesão gravíssima). Por fim, a perda de todo o braço constitui lesão gravíssima pela perda de membro. 
 extirpação do pênis caracteriza lesão gravíssima em face da perda da função reprodutora e, também, pela deformidade permanente. 
A integridade corporal é bem indisponível, e, dessa forma, o consentimento da vítima não exclui o A provocação de cegueira em um só olho ou surdez em um só ouvido caracteriza mera debilidade do sentido, portanto lesão corporal grave. 
 
Será lesão corporal gravíssima somente quando ambos os órgãos forem atingidos, pois só assim a vítima se torna efetivamente surda ou cega. 
Art. 129 § 2º, IV – Se resulta deformidade permanente 
É o dano estético, de certa monta, permanente, visível e capaz de provocar impressão vexatória. O dano estético pode ter sido causado por qualquer forma. 
As mais comuns são com queimaduras com fogo ou com ácido (vitriolagem), provocação de cicatrizes através de cortes profundos, arrancamento de orelhas ou parte dela etc. 
Exige-se, entretanto, que o dano seja de certa monta, ou seja, que haja perda razoável de estética, não configurando, portanto, pequenas cicatrizes ou outros danos mínimos. 
A correção por cirurgia plástica afasta a aplicação dessa qualificadora. Se, no entanto, a vítima se recusa a se submeter à cirurgia, remanesce a lesão gravíssima. 
 A correção através de prótese não afasta a aplicação do instituto. 
Art. 129, § 2º, V – se resulta aborto. 
O aborto não pode ter sido provocado intencionalmente, pois, como já estudado, nesse caso haveria crime de aborto. 
Conclui-se, assim, que este dispositivo é exclusivamente preterdoloso ou, em outras palavras, se caracteriza nas hipóteses em que o agente quer agredir a vítima, mas não quer lhe causar o aborto, provocando-o de maneira culposa. 
Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-NC-ND
	LESÃO GRAVE	LESÃO GRAVÍSSIMA
	I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; Após as agressões, por exemplo, a vítima não consegue mais ir trabalhar ou para o colégio durante um período de mais de 30 dias.
II - perigo de vida; Neste caso, apesar de a lei estabelecer a existência de perigo de vida, necessário que este perigo seja efetivo e comprovado por meio de perícia.
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; Um exemplo é uma lesão corporal que quebre uma perna da vítima e torne o membro debilitado permanentemente
IV - aceleração de parto. Neste caso, o crime é cometido contra uma mulher grávida e, em virtude do crime, o parto é acelerado.
IMPEDE BIL ACELERA	I - Incapacidade permanente para o trabalho;  Diferentemente da lesão grave, aqui a lesão deve incapacitar a vítima para trabalhar de maneira permanente.
II - enfermidade incurável; Neste caso pode ser qualquer doença, tanto física quanto mental. O importante para caracterizar é de que seja confirmado pericialmente a ausência de perspectiva de cura.
III perda ou inutilização do membro, sentido ou função;Diferentemente da lesão grave, aqui não há apenas debilidade de membro, sentido ou função, mas sim sua perda ou inutilização.
IV - deformidade permanente;
V - aborto. Neste caso, a punição ocorre pelo dolo de lesão corporal e pela culpa no aborto
TRABALHO ENFERMIDADE PERDA DEFORMIDADE E ABORTO
 [ND1]
LESÕES CORPORAIS SEGUIDAS DE MORTE – art. 129, § 3º 
 
Trata-se, também, de crime exclusivamente preterdoloso, em que o agente quer apenas lesionar a vítima e acaba provocando a sua morte de forma não intencional, mas culposa. 
Se a forma de agressão demonstra que o agente assumiu o risco de provocar a morte da vítima, então deve ser reconhecido o homicídio (com dolo eventual) e não as lesões corporais seguidas de morte. 
EX- (incendiar pessoa) . É o que ocorre, por exemplo, quando várias pessoas atiram litros de gasolina sobre alguém que se encontra dormindo em local público e nele ateiam fogo, provocando sua morte. No caso houve homicídio doloso, no mínimo pelo dolo eventual. 
Tentativa- As lesões corporais seguidas de morte constituem delito exclusivamente preterdoloso e, por esse motivo, não admitem a tentativa. 
Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-ND
 
 FORMA PRIVILEGIADA – art. 129 § 
 
Conforme ocorre no homicídio, se o agente praticar a lesão impelido por relevante valor moral ou social, ou impelido por violenta emoção logo após injusta provocação da vítima, a pena pode ser reduzida de 1/6 a 1/3. 
 
Substituição de pena de detenção por multa 
Somente aplicável nas lesões leves nas hipóteses de lesão privilegiada ou retorção imediata (verificar se um do sujeito não agiu em legítima defesa) II – se as lesões são recíprocas. (Retorção) 
Quando uma pessoa apenas se defende de uma agressão injusta anterior e provoca também lesões no agressor, há crime apenas por parte de quem iniciou a agressão, já que o outro agiu em busca legítima defesa. 
 
LESÕES CORPORAIS CULPOSAS – art. 129, § 6º 
Decorre de um comportamento onde há violação do dever de cuidado objetivo. (INI) O crime de lesões corporais culposas tem a mesma sistemática do crime de homicídio culposo, modificando-se apenas o resultado, já que, nesse caso, a vítima não morre. 
gravidade das lesões - Nas lesões culposas, ao contrário do que ocorre nas dolosas, não há distinção no que tange à gravidade das lesões. O crime será sempre o mesmo (lesões culposas) e a gravidade somente será levada em consideração por ocasião da fixação da pena base (art. 59 do CP). 
ação penal -Nos termos do art. 88 da lei nº 9.099/95, a ação é pública condicionada à representação. 
composição de danos civis- =Renuncia ao direito de representação. Além disso, a composição acerca dos danos civis, homologada pelo juiz, implicará renúncia ao direito de representação e, por conseqüência, extinção da punibilidade do autor da infração. 
Obs: no caso de lesão em acidente de trânsito aplica-se artigo 303 CT 
 
CAUSA DE AUMENTO DE PENA – art. 129, § 7º (1/3) 
-vítima menor de 14 anos O art. 129, § 7º, com a redação dada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), estabelece que a pena da lesão corporal dolosa, de qualquer natureza, sofrerá acréscimo de um terço se a vítima vitima é menor de 14 anos. 
-deixar de prestar socorro à vítima ou fugir O art. 129, § 7º, do CP estabelece que a pena da lesão culposa será aumentada em um terço quando o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, quando foge para evitar a prisão em flagrante, quando não procura diminuir as conseqüências de seu ato e, por fim,
-inobservância de regra técnica, ofício ou função- quando o crime resulta da inobservância de regra técnica de arte, profissão ou ofício. (imperícia)
(vide comentário ao art. 121, § 4º, do CP). 
PERDÃO - Lesões corporais do § 8º (perdão judicial). Aplica-se o disposto no art. 121, § 5º, do CP. 
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: ART. 129, § 9º. 
PENA:
Lesão leve era de detenção de 06 meses a 01 ano, para 03 meses a 03 anos. 
Se a lesão for grave ou gravíssima aumento de 1/3 na pena 
Ação penal - súmula 542- pública incondicionada
E o Artigo 16 da Lei Maria da Penha?
Havendo prévia manifestação da vítima, que evidencie a intenção de se retratar antes do recebimento da denúncia, surge para o juiz da causa a obrigatoriedade de designar a audiência prevista no art. 16 da Lei n.º 11.340/06, antes do recebimento da exordial acusatória. Tal medida visa tão somente aferir se a vontade da mulher, vítima de violência, foi espontânea e expurgada de qualquer coação ou violência. 
Sujeito passivo: 
ascendente, descendente ou irmão:
aqui não importa se o parentesco é legítimo ou ilegítimo (aliás, diferenciação odiosa, repudiada há tempos pela Constituição Federal). Entendemos, nesses casos, dispensável a coabitação entre o autor e a vítima, bastando existir a referida relação parental!. 
Assim, se numa confraternização de família, que há muito não se reunia, um irmão, vindo de Estado longínquo, agride o outro, há violência doméstica. 
b) cônjuge ou companheiro: em que pesem decisões em sentido contrário, a majorante cônjuge persiste mesmo no caso de separação de corpos ou judicial (até porque seria alcançado pela hipótese seguinte), não retirando dos envolvidos a qualidade pessoal de casados. 
c) com quem conviva ou tenha convivido: Haverá violência doméstica na agressão contra pessoa (que não ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro) com quem o agente conviva ou tenha convivido (caso da república de estudantes, por exemplo). A necessária interpretação restritiva que o tipo incriminador merece é facilmente alcançada ao se exigir que a lesão corporal tenha sido provocada em razão da vivência, atual ou pretérita. 
d) prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade: sabendo o que ora se pune com mais rigor é a violência doméstica e familiar, isto é, agressões no âmbito da vida em família, curiosa. 
Art. 129, § 10. 
Nos casos previstos nos §§ 1º a 3º deste artigo, se as circunstâncias são as indicadas no § 9º deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 ( um terço). Artigo incluído pela lei 10.886/2004. 
 
Art. 129, § 11. 
O art. 44 da lei 11.340/06 acrescentou um aumento de pena no caso de a vítima ser portadora de deficiência, estabelecendo um aumento de pena de um terço (1/3). 
 Art. 129, § 12 
Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição, a pena é aumentada de um a dois terços. (Incluído pela Lei nº 13.142)
Art. 129, § 13.  Se a lesão for praticada contra a mulher, por razões da condição do sexo feminino, nos termos do § 2º-A do art. 121 deste Código:    (Incluído pela Lei nº 14.188, de 2021)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro anos).
Essa qualificadora se aplica apenas aos casos de lesões corporais leves.

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