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AFYA FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS - GARANHUNS 
 
 
 
 
MARCELA NOBRE BELTRÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SISTEMAS ORGÂNICOS E INTEGRADOS V 
Pós-comicial 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GARANHUNS 
2024 
MARCELA NOBRE BELTRÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SISTEMAS ORGÂNICOS E INTEGRADOS V 
Pós-comicial 
 
 
Trabalho apresentado à disciplina de 
Sistemas Orgânicos e Integrados V, como 
requisito parcial para obtenção de nota em 
Sistemas Orgânicos e Integrados V do 
curso de medicina. 
 
Orientador: Prof. Ernando Gouveia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
GARANHUNS 
2024 
1. O que habitualmente ocorre com o paciente epiléptico após um quadro convulsivo, 
de acordo com cada tipo de convulsão? 
 
A epilepsia é uma condição neurológica crônica que afeta mais de 50 milhões 
de pessoas de todas as idades e sexos em todo o mundo. A prevalência da epilepsia 
está desproporcionalmente concentrada em países de baixo e médio rendimento 
(PRMB). A incidência de epilepsia é quase três vezes maior em países de baixa e 
média renda (139 por 100.000) em comparação com países de alta renda (PAR) (48,9 
por 100.000). Além disso, a mortalidade prematura associada à epilepsia é 
significativamente mais elevada nos PBMR em comparação com os PAR. O elevado 
fardo da epilepsia nos países de baixa e média renda é largamente atribuído a 
serviços médicos inadequados, condições socioeconômicas precárias e crenças 
tradicionais em relação ao tratamento da epilepsia. (Biset et al., 2024) 
A classificação da Liga Internacional Contra a Epilepsia (ILAE; 2017) introduz 
um novo conceito de descrição do início das crises, da consciência nas crises focais 
e do início motor/não motor nas crises generalizadas e focais. (Alkhedir et al., 2023) 
Uma crise focal foi definida como a que se originava de algum ponto das redes 
neurais de um único hemisfério. Por outro lado, uma crise generalizada foi definida 
conceitualmente como a que se originava de algum ponto e, em seguida, propagava-
se rapidamente para outras redes neurais distribuídas bilateralmente. As três 
categorias etiológicas amplas passaram a ser genética, estrutural/metabólica e 
indefinida, em vez de idiopática, sintomática e criptogênica. (Louis; Mayer; Rowland, 
2018) 
Segundo o livro “Neurologia: Diagnóstico e Tratamento” de Bertolucci e 
Barsotini (2021), tem-se o seguinte sobre as crises. São divididas em focais, 
generalizadas, início desconhecido e não classificadas. Além disso, podem ser 
motoras e não motoras, perceptivas e disperceptivas. Dentro das inúmeras crises, 
destacam-se: Crises tônicas se caracterizam por contração muscular contínua, que 
pode levar à fixação dos membros e da musculatura axial em flexão ou extensão, e 
são uma causa de crises de queda (ou drop attacks); o cessamento dos movimentos 
respiratórios que acompanha a crise leva à cianose. A consciência é perdida, mas 
nessas crises não existe a fase clônica. Após a crise pode haver dor muscular, 
mordida de língua (lateral) etc; Crises clônicas se caracterizam por movimentos 
clônicos repetitivos, acompanhados por perda da consciência. Não existe o 
componente tônico inicial, mas após a crise pode acontecer lesões por queda; Crises 
mioclônicas são caracterizadas por contrações súbitas, rápidas, semelhantes a um 
choque, que podem estar localizadas em alguns músculos de uma ou mais 
extremidades, podendo apresentar uma distribuição mais generalizada. Uma 
epilepsia mioclônica juvenil é a causa mais comum, geralmente iniciando na 
adolescência. Já nas crises perceptivas e disperceptivas nota-se mudanças na 
percepção de si próprio, percepção do ambiente, a responsividade, e memória. Tais 
eventos podem ocorrer após as crises. (Greenberg; Aminoff; Simon, 2014) 
Quase 80% das pessoas com epilepsia (PWE) vivem em países de baixo e 
médio rendimento. O risco de morte prematura em PWE é até três vezes maior do que 
na população em geral. Uma descrição consistente do fardo das doenças e dos seus 
fatores de risco é um contributo importante para os processos de tomada de decisão 
e planeamento em saúde. Os anos de vida ajustados por incapacidade (DALYs) são 
uma medida de incapacidade amplamente aceite, utilizada para comparações 
nacionais e internacionais e para a tomada de decisões em matéria de políticas de 
saúde. (Sumedha Maturu et al., 2023) 
Em conclusão, o DALY da vida real, em vez do DALY baseado na prevalência, 
capta a incapacidade cumulativa dos indivíduos afetados. A epilepsia leva à perda de 
23 anos de expectativa de vida ajustada por incapacidade para a pessoa afetada. Isto 
pode ser extrapolado para benefícios económicos substanciais. (Sumedha Maturu et 
al., 2023) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
ALKHEDIR, H. et al. Epilepsy Classification (ILAE Classification 2017) in Resource-
limited Countries: A Cross-sectional Study on Epilepsy in Pediatric Patients from 
Sudan. Sudan Journal of Medical Sciences, 29 dez. 2023. 
BERTOLUCCI, P. H. F. et al. Neurologia: diagnóstico e tratamento. 3. ed. São 
Paulo: Manole, 2021. 
BISET, G. et al. Prevalence, incidence, and trends of epilepsy among children and 
adolescents in Africa: a systematic review and meta-analysis. BMC Public Health, v. 
24, n. 1, p. 771, 12 mar. 2024. 
GREENBERG, D. A.; AMINOFF, M. J.; SIMON, R. P. Neurologia clínica. 8. ed. Porto 
Alegre: AMGH, 2014. 
LOUIS, E. D.; MAYER, S. A.; ROWLAND, L. P. Merritt Tratado de Neurologia. 13. 
ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. 
SUMEDHA MATURU, M. et al. Real-Life Disability-Adjusted Life Years (DALY) 
Capture the Disability of Epilepsy Better from an Individual’s Perspective. Neurology 
India, v. 71, n. 4, p. 725, 2023.