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GERÊNCIA DE TI W B A 00 51 _v 2. 0 2 Cassio Rodolfo Aveiro da Silva Londrina Editora e Distribuidora Educacional S.A. 2020 GERÊNCIA DE TI 1ª edição 3 2020 Editora e Distribuidora Educacional S.A. Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza CEP: 86041-100 — Londrina — PR e-mail: editora.educacional@kroton.com.br Homepage: http://www.kroton.com.br/ Presidente Rodrigo Galindo Vice-Presidente de Pós-Graduação e Educação Continuada Paulo de Tarso Pires de Moraes Conselho Acadêmico Carlos Roberto Pagani Junior Camila Braga de Oliveira Higa Carolina Yaly Giani Vendramel de Oliveira Henrique Salustiano Silva Mariana Gerardi Mello Nirse Ruscheinsky Breternitz Priscila Pereira Silva Tayra Carolina Nascimento Aleixo Coordenador Tayra Carolina Nascimento Aleixo Revisor Luciano Furtado Corrêa Francisco Editorial Alessandra Cristina Fahl Beatriz Meloni Montefusco Gilvânia Honório dos Santos Mariana de Campos Barroso Paola Andressa Machado Leal Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)__________________________________________________________________________________________ Silva, Cassio Rodolfo Aveiro da S586g Gerência de TI/ Cassio Rodolfo Aveiro da Silva, Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A. 2020. 44 p. ISBN 978-65-5903-089-7 1. Sistemas de informação gerencial. 2. Sistemas de suporte de decisão. 3. Processo decisório. I. Título. CDD 004 ____________________________________________________________________________________________ Raquel Torres – CRB: 6/2786 © 2020 por Editora e Distribuidora Educacional S.A. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A. 4 SUMÁRIO Os sistemas de informação _________________________________________ 05 Gestão Integrada da Informação – ERP _____________________________ 20 Gestão Integrada da Informação – CRM e SCM _____________________ 36 Tomada de Decisões Fundamentada na TI _________________________ 51 GERÊNCIA DE TI 5 Os sistemas de informação Autoria: Cassio Rodolfo Aveiro da Silva Leitura crítica: Luciano Furtado C. Francisco Objetivos • Compreender os sistemas e as tecnologias de informação empresariais. • Abordar conceitualmente os sistemas de informação: definição e aplicação. • Estabelecer os elementos constituintes de sistemas de informação. • Classificar adequadamente os sistemas de informação. 6 1. Os sistemas de informação e o mundo empresarial O surgimento da internet e seu constante crescimento permitiram, no âmbito empresarial, reduzir de maneira drástica os custos relacionados às atividades e às transações internacionais, em virtude de uma facilitada comunicação e troca de informações instantâneas e virtuais (LAUDON; LAUDON, 2014). Para Laudon e Laudon (2014), atualmente muitas empresas consideram os sistemas de informação essenciais, não medindo esforços estratégicos e financeiros ao investirem nesses sistemas e nessas tecnologias. Isso é justificado pela busca dos seis objetivos empresariais considerados fundamentais: operação em excelência; novos produtos, modelos e serviços; relacionamentos estreitos com fornecedores e clientes; tomada de decisões; competitividade; e sobrevivência empresarial. Tanto O’Brien (2004) quanto Laudon e Laudon (2014) acreditam que a operação em excelência está associada a uma eficiente troca de informações realizada entre fornecedores, empresas e clientes, devendo essa relação ser dinâmica e extremamente rápida no quesito comunicação. Para tal, Laudon e Laudon (2014) afirmam sobre a importância da tecnologia e sua essencialidade para alcançar altos níveis de produtividade e eficiência em operações e práticas comerciais. Para Mendonça (2015), reforçado por O’Brien (2004), os sistemas de informação e suas tecnologias são ferramentas para o desenvolvimento de novos produtos, modelos e serviços, no que tange à capacidade de inovação. Um exemplo muito conhecido mundialmente foi a revolução causada pela empresa Apple® Inc. ao mudar a forma como seus clientes adquiriam informações (nesse caso, arquivos de música), deixando de lado fitas cassetes, discos de vinil e CDs e migrando para uma plataforma de mídia on-line própria, o iTunes®. 7 O relacionamento estreito com fornecedores e clientes é uma prática intimamente relacionada a conhecer verdadeiramente os clientes atuais e potenciais de uma empresa, sobretudo no sentido de compreender a forma como eles querem ser atendidos. Para isso, empresas investem fortemente em sistemas e tecnologias de informação, a fim de, por meio de computadores específicos, identificar as preferências individuais de cada cliente. Essa prática é atualmente superdesenvolvida e aplicada pelas redes sociais (LAUDON; LAUDON, 2014). Para Laudon e Laudon (2014), ter a capacidade de possuir a informação certa na hora certa é fundamental para haver uma decisão assertiva por parte dos administradores e gestores. Dados obtidos em tempo real, vindos sobretudo do próprio mercado, são essenciais para que os resultados sejam caracterizados como produções eficientes e administração eficaz de recursos e tempo, sem a ocorrência de falhas em função de previsões ou palpites. A competividade da empresa, relacionada aos sistemas e às tecnologias de informação, com sua ação promissora com alta vantagem, tem competência para obter informações sobre seus concorrentes e sobre novas formas de produzir melhor com menos gastos. Além disso, possibilita a comunicação com clientes e fornecedores de maneira simultânea, melhorada e antecipada diante de outras organizações do mesmo ramo empresarial (LAUDON; LAUDON, 2014). Por fim, segundo Laudon e Laudon (2014), a sobrevivência da empresa, obtida e garantida pela gestão dos sistemas de informação, é atrelada ao fato de tornar-se imprescindível em um ou mais setores. Um exemplo claro disso foi o surgimento dos já familiarizados caixas eletrônicos para movimentações bancárias. Uma empresa norte-americana, ao investir em tecnologia de dados (bancários), criou um sistema que foi copiado por seus concorrentes, sendo hoje imprescindível e indispensável para todas as agências bancárias em todo o mundo. Isso significa a sobrevivência até o momento da empresa criadora do sistema nesse ramo empresarial. 8 2. Perspectivas dos Sistemas e da Tecnologia de Informação E o que de fato são sistemas e tecnologia da informação? De acordo com Laudon e Laudon (2014), Wakulicz (2016), O’Brien (2004) e outros autores e especialistas na área, tecnologia da informação, comumente chamada de TI, pode ser compreendida pelo conjunto de hardwares e softwares utilizados por uma empresa de forma estratégica para alcançar seus objetivos. Isso quer dizer que, além de computadores, dispositivos móveis e unidades de disco, os sistemas operacionais, programas de análise e pacotes computacionais voltados à produtividade são levados em consideração quando se trata de gerenciar informações. Já a compreensão de sistemas de informação vai um pouco mais além. Para compreendermos a complexidade por trás dessa definição, é necessário voltarmos o olhar tanto para a perspectiva tecnológica como para a organizacional. Assim, veremos a seguir os sistemas de informação de forma aprofundada. 2.1 Sistemas de Informação nas Empresas Laudon e Laudon (2014) e O’Brien (2004) definem o sistema de informação, ou simplesmente SI, como uma forma de comunicação empresarial constituída por elementos que se relacionam entre si com o propósito de coletar, processar, armazenar e transmitir informações (sobre pessoal, locais ou objetos importantes para uma empresa). Seu objetivo é auxiliar os colaboradorese gerentes de uma organização a analisar, visualizar e tomar decisões sobre eventuais desafios ou novos produtos. As informações nada mais são do que dados caracterizados de forma significativa e de grande poder de utilização para um determinado 9 objetivo empresarial (LAUDON; LAUDON, 2014). Já os dados, de acordo com Kroenke (2012), podem ser definidos como fatos e/ou eventos referentes à organização obtidos de maneira quantitativa ou qualitativa, mas ainda não analisados, organizados ou apresentados de forma suscetível à compreensão das pessoas interessadas a utilizá-los. Um exemplo didático para assimilar o que é dado e o que é informação é a conta de energia elétrica. Devemos considerar o quantitativo de quilowatts consumido em uma residência como um dado. Já a análise desse quantitativo durante o período mensal fornece informações como o padrão de consumo energético, os horários de maior pico, se os moradores da residência estiveram ausentes ou não (pela redução de consumo) ou até mesmo se houve alguma anomalia na rede elétrica (os populares “gatos” nos fios da rede). Essas informações são importantes tanto para a companhia de distribuição como para o cliente usuário da energia elétrica. O’Brien (2004) e Kroenke (2012) afirmam que os SI possuem três atividades básicas e interação mútua: • Entrada: captação ou coleta de dados, instruções ou outros elementos brutos de dentro ou fora da empresa, mas diretamente relacionados a ela. • Processamento: processo de transformação dos dados em formas significantes (informação). • Saída: disseminação (por meio de relatórios, gráficos ou indicadores) das informações processadas ao público-alvo (os colaboradores da organização ou outras partes interessadas), que as utilizará para agir na produtividade, por exemplo. Laudon e Laudon (2014) alegam ainda que, além dessas funções apresentadas, os sistemas de informações devem contar também com a prática de feedback, que é o retorno crítico sobre as medidas ou ações 10 tomadas, como forma de promover uma constante avaliação e melhoria diante dos dados de entrada. A Figura 1 a seguir representa bem tudo o que foi exposto. Figura 1 – Atividades de um Sistema de Informação Fonte: adaptada de Laudon e Laudon (2014). Para uma compreensão ampla e satisfatória do que são os sistemas de informação, devemos entender suas dimensões no que tange às organizações e pessoas, além das influências tecnológicas (tecnologia da informação aliada aos SI) sobre o processamento de dados (LAUDON; LAUDON, 2014). 3. Capacitação em sistemas de informação A Capacitação em SI, de acordo com Laudon e Laudon (2014), refere-se à análise das dimensões desses sistemas (Figura 2): pessoas, organizações e tecnologia. Trata-se de pontos fundamentais para a solução eficiente de problemas empresariais por meio dos sistemas de informação. 11 Figura 2 – Sistemas de informação e suas dimensões Fonte: adaptada de Laudon e Laudon (2014). Estudaremos agora cada uma dessas dimensões de forma mais detalhada. 3.1 Pessoas A imagem da empresa é o reflexo da imagem das pessoas que fazem parte dela. Com essa reflexão, Laudon e Laudon (2014) afirmam que o mesmo ocorre com os sistemas de informação. Se as pessoas não apresentarem qualificações necessárias para manter, desenvolver e analisá-los, eles serão totalmente inúteis para as metas empresariais. A capacitação e o treinamento das pessoas devem acompanhar as evoluções tecnológicas. É necessário, basicamente, um conjunto de pessoas para formar uma equipe empresarial forte e competente, englobando desde funcionários da linha de frente (vendedores, por exemplo) até os diretores e administradores da organização. Uma observação importante é que atualmente o setor de recursos humanos é um dos maiores (se não o maior) gerador de custos para uma empresa, uma vez que os seres 12 humanos são os responsáveis por converter tecnologia de informação em resolução de problemas (LAUDON; LAUDON, 2014; O’BRIEN, 2004). 3.2 Organizações As pessoas, assim como as tecnologias, integram o todo das organizações, as quais são influenciadas pela tecnologia da informação, muito embora as mudanças culturais organizacionais também determinem como a TI será e deverá ser utilizada (LAUDON; LAUDON, 2014). De modo geral, as organizações apresentam, como exposto por O’Brien (2004), diferentes níveis, com uma divisão clara do trabalho e das pessoas. Laudon e Laudon (2014) afirmam ainda que a maior parte das empresas está disposta em uma organização hierárquica ou piramidal (e suas variações: centralizada, descentralizada ou mista). Logo, é necessário desenvolver sistemas de informação que possam abranger todos esses níveis hierárquicos, garantindo que os objetivos da empresa sejam visualizados e absorvidos por todos os colaboradores. Trata-se de processos de negócios focados em atitudes e ações lógicas para a execução das atividades. Esses processos de negócios são automatizados pelos sistemas de informação com base em processos formais criados para orientar as pessoas da organização sobre procedimentos considerados adequados e assertivos ao longo do tempo. Além disso, as características peculiares de cada organização são evidenciadas em seus sistemas de informação (LAUDON; LAUDON, 2014). 3.3 Tecnologia Mudanças, complexidades, problemas frequentes, entre outros fatores, são obstáculos para qualquer gestor de empresa. Para vencê-los, 13 tem-se hoje a consciência de se utilizar a tecnologia, em especial a da informação, como ferramenta para esses enfrentamentos (LAUDON; LAUDON, 2014; O’BRIEN, 2004). Ao estudar e trabalhar com tecnologia da informação, algumas definições fundamentais devem ser apresentadas, as quais são trazidas a seguir de acordo com Laudon e Laudon (2014): • Hardware: é basicamente o conjunto formado pelos computadores e seus periféricos, além dos dispositivos de comunicação móveis e/ou portáteis. São os componentes físicos para as atividades dos sistemas de informações (entrada, processamento e saída). • Software: programas computacionais com instruções ou algoritmos de programação com detalhadas instruções, que auxiliam no controle e na coordenação do hardware dos SI. • Tecnologia de armazenamento: software destinado exclusivamente a organizar e armazenar os dados nos hardwares próprios de armazenamento (HDs, dispositivos portáteis, armazenamento em nuvem). • Tecnologia de comunicação e redes: interliga, como um todo, tanto os softwares como os hardwares da organização e permite a troca de dados entre os setores por meio de textos, imagens, vídeos ou sons. Essas características formam a chamada rede, que pode ser tanto interna (intranet) como externa (extranet). A internet, por exemplo, é a maior rede de comunicações do mundo. • World Wide Web (www): é um padrão internacional utilizado pela internet para armazenar, recuperar, mostrar, editar ou excluir informações, utilizando para isso um site. 14 • Infraestrutura de TI: união de todas as demais definições (tecnologias) citadas anteriormente com as pessoas qualificadas e essenciais para acioná-las. Trata-se de uma plataforma, um alicerce, para que a organização estruture seus sistemas de informação. Cada empresa deve analisar, projetar e construir suas estruturas de TI com muito afinco e cuidado. Como apresentado, compreender as dimensões dos sistemas de informação é fundamental para a solução de problemas. Laudon e Laudon (2014) apresentam um modelo de capacitação para criar um processo de resolução de problemas com base nos sistemas de informação e suas três dimensões. Ele deve ser compreendido como um processo dividido em quatro etapas, conforme apresentado na Figura 3 a seguir. Figura 3 – Processo de resolução de problemas em quatro passos Fonte: adaptada de Laudon e Laudon (2014). A maioria das empresas utiliza esse modelo para a resolução de problemas por meio dos sistemas de informação. O’Brien (2004) e Laudone Laudon (2014) caracterizam esses quatro passos de solução da seguinte forma: I. Identificação do problema: é preciso deixar evidentes o problema, suas causas, seus efeitos e os recursos relacionados a ele. Deve-se identificar o problema com os olhos direcionados às três dimensões dos sistemas de informações: pessoas (falta de treinamentos e capacitações, bem como avaliações e participações voluntárias); organizações (cultura não colaborativa, 15 métodos e modelos antiquados); e tecnologia (hardware antigo, software desatualizado, baixa capacidade de armazenamento, incompatibilidade de sistemas). II. Propostas de solução: realiza-se, entre outras opções, o chamado brainstorming (a tempestade de ideias), quando inúmeras soluções são apresentadas por e para toda a equipe relacionada ao problema. Algumas focam na tecnologia, outras nas pessoas ou ainda nas organizações, mas as melhores são aquelas que integram as três dimensões. III. Escolha da melhor solução: deve-se escolher primeiramente aquela que pode ser implantada (muitas vezes a melhor ideia é inviável). Ela, então, é avaliada com base em custos, aplicabilidade, recursos disponíveis e tempo de implantação. É primordial que a solução escolhida tenha o apoio de todos os colaboradores da empresa. IV. Implantação: para a implantação da melhor solução baseada nos sistemas de informação, é necessário desenvolver uma infraestrutura de TI adequada, com hardwares e softwares previamente testados e apresentados em treinamentos aos funcionários, além de procedimentos de utilização documentados. Será fundamental gerir a mudança proposta introduzindo uma cultura de mudança, e não uma mudança de cultura. 4. Sistemas de informação e suas classificações Como enfatizado por Wakulicz (2016), cada empresa tem suas peculiaridades e cultura organizacional, as quais influenciam na criação e no desenvolvimento dos sistemas de informação. Além disso, as necessidades por trás da implantação de SI representam uma variedade de possibilidades de utilização, mesmo mantendo a mesma estrutura básica (hardwares, softwares, infraestrutura de TI etc.). Os SI são classificados/divididos em diferentes formas, podendo ser em função 16 das características funcionais e organizacionais ou do suporte fornecido (TURBAN; MCLEAN; WETHERBE, 2004). 4.1 Sistemas de Informação Funcionais Para Wakulicz (2016), esse tipo de classificação é baseado em áreas funcionais tradicionais das empresas, focadas em atender às necessidades de um único setor funcional. Por exemplo, o sistema de informação contábil disponibiliza uma infraestrutura de TI destinada aos cálculos e controles da contabilidade (impostos, receitas, despesas etc.), isto é, os softwares, principalmente, têm como foco exclusivo a função contábil na empresa. Vale ressaltar que, embora haja essa especificação exclusiva sobre a função, os sistemas de informação funcionais comunicam-se entre si, constituindo um sistema de informação geral. Além dos sistemas de informação contábeis, Wakulicz (2016) traz como os principais sistemas utilizados por área funcional: • SI de finanças. • SI de indústria. • SI de marketing. • SI de gestão de recursos humanos. As atividades contempladas por cada setor funcional são desenvolvidas pelos sistemas de informação em forma de rotinas, sendo, dessa forma, relacionadas ao funcionamento contínuo da empresa (TURBAN; MCLEAN; WETHERBE, 2004). 4.2 Sistemas de Informação Organizacionais Como já é sabido, toda empresa, de modo geral, é composta e disposta por departamentos, unidades e equipes de trabalho, sendo os mais conhecidos os departamentos de recursos humanos (RH), financeiro, 17 contábil e de produção. Estes, por sua vez, são subordinados a um nível superior, como a diretoria ou a gerência. No entanto, a estrutura organizacional empresarial pode variar de uma para outra, o que torna difícil estabelecer uma classificação necessariamente desenvolvida por separação de setores. Logo, os sistemas de informação devem ser geridos de maneira aliada à estrutura organizacional específica da empresa, sendo difundidos por setores, divisões, unidades operacionais, departamentos ou até mesmo individualmente para determinados colaboradores e gestores. Esses SI podem ser desenvolvidos de forma totalmente independente ou conjunta/interligada a outros sistemas (WAKULICZ, 2016). Não há, portanto, uma classificação universal comum a todas as empresas. Contudo, Wakulicz (2016) apresenta exemplos de sistemas de informação comumente aplicados por nível organizacional: • Sistema Departamental: semelhante à classificação por área funcional, caracteriza-se pela utilização de um programa/aplicativo específico por determinado departamento. Trata-se de um sistema de informação individual e/ou departamental, composto por subsistemas de aplicativos. • Sistema de Informações Empresariais: tem a função específica de facilitar o fluxo de informações da empresa como um todo, gerando integração entre setores e simplificando processos. Para tal, são utilizados de forma simultânea e combinada aplicativos próprios de departamentos e os de determinada função (aplicativos funcionais). • Sistema Interorganizacional: são sistemas desenvolvidos em rede e com capacidade e suporte para atender a duas ou mais organizações paralelamente. São caracterizados por conectar vários fornecedores a diferentes clientes. Um exemplo típico são os sistemas de compra e venda de produtos usados ou novos (em sites) que integram os processos de negócio de várias 18 organizações (ou pessoas) e disseminam os produtos aos usuários (clientes) interessados. 4.3 Sistemas de informação em função do suporte fornecido O tipo de suporte técnico estabelecido em contrato e disponibilizado às empresas contratantes pode ser uma excelente forma de classificar os sistemas de informação por tipo de suporte (TURBAN; MCLEAN; WETHERBE, 2004), cada qual com suas características, seus conceitos e abordagem específicos. Isso torna impossível de serem apresentados na íntegra neste momento, mas nada impede um posterior aprofundamento no assunto. Portanto, o objetivo geral de toda empresa é obter lucros por meio da produção de bens ou serviços, com base em planos de negócios, os quais devem ser geridos da melhor maneira possível, a fim de que se obtenha vantagem competitiva e se sobreviva no mercado. Nesse ponto, entram os sistemas de informação em suas mais variadas funções e tipos, mas com a clara intenção de auxiliar as organizações a alcançarem suas metas, sejam elas em nível departamental ou corporativo (LAUDON; LAUDON, 2014; WAKULICZ, 2016). Os sistemas de informação se apresentam como ferramentas destinadas a transformar dados de entrada em informações de saída importantes a determinada pessoa, grupo de funcionários ou outros grupos de stakeholders. Assim, para promover esse processo, eles se alinham intrinsicamente à TI, que se utiliza de hardwares e softwares organizados em uma infraestrutura de TI. Dessa forma, os sistemas de informação são fundamentais e indispensáveis às empresas atuais (KROENKE, 2012; LAUDON; LAUDON, 2014; O’BRIEN, 2004). 19 Referências Bibliográficas KROENKE, D. Sistemas de Informação Gerenciais. São Paulo: Saraiva, 2012. LAUDON, K.; LAUDON, J. Sistemas de informações gerenciais. 11. ed. São Paulo: Pearson, 2014. MENDONÇA, C. M. C. Gestão da Tecnologia da Informação: sistemas de informação e a gestão da tecnologia da informação. 2015. 29 f. Notas de Aula. O’BRIEN, J. A. Sistemas de Informação e as Decisões Gerenciais na Era da Internet. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2004. TURBAN, E.; MCLEAN, E.; WETHERBE, J. Tecnologia da Informação para Gestão. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2004. WAKULICZ, G. J. Sistemas de Informações Gerenciais. Santa Maria: Rede e-Tec Brasil, 2016. 20 Gestão Integrada da Informação – ERP Autoria: Cassio Rodolfo Aveiro da Silva Leitura crítica: Luciano Furtado C. Francisco Objetivos • Compreendera influência dos sistemas integrados no âmbito empresarial. • Conhecer de forma ampla e aprofundada o Enterprise Resource Planning (ERP). • Identificar os possíveis desafios ao se implementar e trabalhar com sistemas ERP. 21 1. Sistemas integrados, qual sua importância? Com o amplo desenvolvimento da atual Era Digital e das concepções da Revolução Tecnológica, é fato que em todo o mundo as organizações empresariais estão conectadas em relação aos seus contatos externos e à troca de informações e comunicação efetiva dentro da própria empresa. Tudo porque, para se obter vantagem competitiva, é fundamental que as tomadas de decisão e as ações estratégicas sejam executadas instantaneamente, diante de uma nova demanda, e de forma simultânea ao recebimento de informações acerca da performance empresarial, devendo estas serem analisadas (LAUDON; LAUDON, 2014). Isso posto, as atividades empresariais exigem cada vez mais interação e integração entre seus processos, de modo a gerar um funcionamento sincronizado, efetivo e assertivo. Assim, os Sistemas Integrados, segundo Laudon e Laudon (2014), surgem como uma solução eficaz para essa exigência. Sem o auxílio de sistemas integrados, Laudon e Laudon (2014) afirmam que quanto maior o porte de uma empresa, maiores são as dificuldades em acompanhar o que ocorre dentro dela, bem como tomar as melhores decisões. Isso porque haverá, possivelmente, conjuntos de sistemas de informação distintos e independentes entre si, baseados em cada setor ou até mesmo em cada uma das filiais. Em outras palavras, haverá uma enorme quantidade de dados e informações gerados e desalinhados entre si, impossibilitando uma avaliação adequada da situação atual e geral (O’BRIEN, 2004). Laudon e Laudon (2014), assim como O’Brien (2004), trazem os sistemas integrados como um auxílio às empresas para a padronização de dados e práticas, com o objetivo central de oferecer um aumento eficiente da produtividade e uma visão real e clara da instituição empresarial como 22 um todo. Isso resulta, para a gerência ou diretoria, em uma aquisição de informações atualizadas e de forma facilitada, o que traz possibilidades de se promover uma melhor tomada de decisão e um planejamento estratégico otimizado. Para os sistemas integrados, são utilizados softwares integrados, ou seja, ferramentas específicas e analíticas para analisar as informações geradas pelos sistemas por meio dos inúmeros dados adquiridos de todos os setores ou departamentos, a fim de desenvolver uma avalição da performance global da empresa (LAUDON; LAUDON, 2014). Laudon e Laudon (2014) apresentam os sistemas integrados basicamente como os responsáveis por realizar a integração entre sistemas, processos e setores distintos. Tal integração ocorre, por exemplo, por meio de um armazenamento único em um repositório acessível a todos. Entre os mais utilizados e conhecidos mundialmente estão os sistemas de Planejamento dos Recursos Empresariais (Enterprise Resource Planning – ERP). 2. Planejamento dos Recursos Empresariais (ERP) O ERP nada mais é que um sistema de informação agindo de forma integrada em relação aos demais sistemas presentes no ambiente empresarial. Na prática, compreende um software computacional, adquirido de forma comercial ou, em raríssimos casos, de forma gratuita (softwares de código livre e outros). Segundo Souza (2000), o princípio básico desses softwares é dar suporte às atividades empresariais. Os sistemas ERP dispõem de um único banco de dados, central e comum a todos. Os dados são coletados das mais variadas divisões, relacionadas especificamente aos processos de negócios que compreendem: 23 contabilidade e finanças, recursos humanos, marketing, vendas e produção e manufatura. Dessa forma, um dado, uma informação ou um evento ocorrido em uma dessas áreas é, na maior parte das vezes, automaticamente e de forma instantânea disponibilizado às demais áreas (Figura 1). Ou seja, o planejamento de recursos empresariais permite uma automação de funções relacionadas à informação, que anteriormente eram desenvolvidas manualmente, gerando uma integração entre as áreas funcionais. Além disso, os dados relevantes à avaliação do desempenho de toda a organização também são fornecidos pelos sistemas ERP (LAUDON; LAUDON, 2014). Os softwares integrados utilizados pelos ERP apresentam módulos diversificados, específicos de cada área funcional e integrados por uma unidade central de armazenamento e disseminação de dados e informações, respectivamente (LAUDON; LAUDON, 2014). Tais softwares constituem também ferramentas essenciais para o planejamento das ações estratégicas em função dos resultados obtidos por tomadas de decisão em cada um dos processos de negócios. Figura 1 – Sistemas Integrados ERP Fonte: adaptada de Laudon e Laudon (2014). 24 No contexto das áreas funcionais integradas pelo ERP, os softwares integrados irão analisar os seguintes dados (LAUDON; LAUDON, 2014): • Contabilidade e finanças: relatórios financeiros, contas a pagar e a receber, ativos, receitas e créditos, dinheiro em caixa e impostos. • Recursos humanos: contabilização de horas e férias, gestão de pessoal, requisitos de cada cargo, custo real do trabalho e custo de treinamento. • Marketing e vendas: previsões de vendas, pedidos solicitados ou devolvidos, alterações de preço, impacto da publicidade e relacionamento com o cliente. • Produção e manufatura: gestão de estoque, planejamento, controle e programação da produção, matérias-primas, expedições, produtividade e compras. Segundo Souza (2000), o fluxo de informações é constantemente alterado e adaptado pelo ERP, influenciando a relação entre os processos de negócios e o banco de dados, com o intuito de promover um maior acesso e compartilhamento das informações obtidas para as pessoas interessadas. O planejamento dos recursos empresariais é considerado por Corrêa e Gianesi (1994) como uma evolução dos sistemas Manufacturing Resource Planning II (MRP II–Planejamento de Recursos de Manufatura). Seu antecessor era focado apenas na análise e nos cálculos referentes às melhores ações relacionadas exclusivamente à manufatura. Já o ERP, como visto anteriormente, abrange os outros recursos empresariais referentes aos processos de negócio. Isso garante que as tomadas de decisão levem em consideração não apenas a manufatura, mas também seus impactos sobre os demais processos de negócio. 25 2.1 ERP: características e conceitos Laudon e Laudon (2014) expõem a ideia de que sistemas de gerenciamento de informações e recursos empresariais podem ser desenvolvidos dentro da própria empresa. Contudo, a efetividade e o sucesso dos sistemas ERP adquiridos são amplamente maiores. Uma série de atributos permite realizar essa diferenciação entre os sistemas, além de permitir uma visão em perspectiva das possíveis dificuldades ou benefícios em suas implementações (SOUZA, 2000). De acordo com Souza (2000), tais características devem compreender as seguintes concepções: • Pacotes de Softwares Integrados Comerciais: claramente, os sistemas ERP são constituídos por sistemas integrados. Compreendem softwares comerciais que, segundo Grabski, Leech e Sangster (2009), têm a responsabilidade de eliminar os dois maiores problemas relacionados aos sistemas de informação: o descumprimento de prazos e orçamentos tanto em relação aos clientes quanto aos fornecedores. Laudon e Laudon (2014) explicam que esse problema é causado em função da demora em se construir um sistema integrado internamente. Por sua vez, essa demora está associada aos elevados custos exigidos em meio a uma tecnologia em constante mutação e, sobretudo, à falta de tempo hábil. Nesse panorama, as empresas são tendenciadas a adquirir pacotes comerciais de softwares de integração, uma ação facilitada e de melhor custo-benefício. • Modelo padronizado de desenvolvimento do ERP: quando se trata de alcançar os objetivos empresariais,os processos de negócios apresentam características e atividades específicas e interdependentes. Por isso, é comum que uma mesma atividade possa ser realizada por diferentes setores da empresa (SOUZA 2000). Pensando nisso, o Gartner Group (1998), assim como outros especialistas na área, acredita que deve haver, portanto, 26 um modelo padrão específico para a construção dos sistemas ERP de cada organização, com base no histórico e na experiência adquirida ao longo do tempo. Para esse levantamento de dados, sugere-se o uso de benchmarking ou de serviços terceirizados de consultoria. Em meio a tudo isso, formas de processos, que por algum motivo foram engavetadas e não implementadas, podem ser descobertas e úteis, o que por si só já é uma boa justificativa para o uso dos sistemas ERP. • Integração é a essência do ERP: primeiramente, devemos ser capazes de diferenciar empresa integrada de sistemas integrados. O segundo termo compreende os sistemas de informação utilizados pelos colaboradores de diferentes setores dentro de uma mesma empresa, além de representar a ferramenta pela qual o primeiro termo é obtido, uma vez que este pode ser definido como um objetivo. Logo, um real sistema ERP é constituído por um único software ou sistema responsável por atender a todos os setores empresariais, e não a um conjunto de sistemas individuais para cada departamento. Há uma reflexão de que um sistema ERP é integrado, mas não cria necessariamente uma empresa integrada (SOUZA, 2000). • Banco de dados corporativo: como já mencionado, sistemas ERP necessitam da inserção de um único banco de dados comum, o banco de dados corporativo (LAUDON; LAUDON, 2014). • Amplitude funcional: os sistemas ERP devem obrigatoriamente atender a mais de uma função empresarial, visando ao alcance de um número elevado de atividades. Contudo, sistemas tradicionais possuem softwares específicos para uma única função, atendendo-a de forma mais eficiente e profunda. Nos casos em que seja realmente necessária a utilização desses softwares, é importante investir em interfaces de comunicação entre eles e o ERP (SOUZA, 2000). 27 • Ajustes são necessários: cada empresa possui peculiaridades e características distintas, e, portanto, a implementação de um sistema ERP também deverá passar por ajustes, ou seja, customizações, a fim de se adequar à realidade da organização (SOUZA, 2000). Outros conceitos importantes sobre o ERP apresentados por Souza (2000) são relativos a: modularização, funcionalidade, parametrização, customização, configuração, localidade e atualização. Eles trarão um aprofundamento sobre o planejamento dos recursos empresariais e serão apresentados individualmente a seguir. Para Souza (2000), os sistemas ERP são constituídos por módulos, os quais abrangem um grupo de funções. Isso possibilita à empresa a aquisição apenas das ferramentas necessárias e suficientes, o que facilita também o processo gradual de implementação de todo o sistema, executando-se um módulo de cada vez. Assim, o ERP apresenta um quantitativo total de funções com diversificadas possibilidades de utilização, ou seja, uma funcionalidade que compreende o conjunto de todos os módulos disponíveis aos processos de negócio. Segundo Souza (2000), a adequação de um sistema ERP a uma empresa por meio da definição clara de valores é conhecida como parametrização, que se trata da seleção dos parâmetros pré-existentes dentro do próprio sistema ERP. A execução correta dessa atividade evita custos relacionados à manutenção do sistema, e, por isso, quanto mais parametrizável, melhor será a implementação do ERP. A definição final de todos os parâmetros é conhecida como configuração. Quando um sistema ERP não apresenta os parâmetros exigidos para uma dada situação, é preciso modificá-lo, a fim de adequá-lo às necessidades, a chamada customização. Segundo Laudon e Laudon (2014), essas alterações podem ser feitas no código fonte do sistema pelo seu fornecedor ou por meio da criação de softwares próprios que 28 se comunicam como os sistemas ERP. Os autores afirmam ainda que quanto maiores as modificações feitas, maiores serão os custos da implementação dos sistemas ERP, sendo mais viável, portanto, adequar a empresa ao ERP, e não o contrário; porém, se forem extremamente necessárias, as alterações devem vir dos fornecedores do sistema. Já a localização refere-se à adaptabilidade dos sistemas ERP em cada região ou país diferente, considerando questões como impostos, leis, requisitos sociais e ações comerciais (SOUZA, 2000). É importante notar que isso também influencia na disponibilidade de atualizações (aumento ou aprimoramento da funcionalidade e correções de erros de sistema). 2.2 ERP: implementação Novas ideias, conceitos, metodologias e sistemas precisam passar por um processo de implementação dentro de uma empresa. Souza (2000) expõe o termo ciclo de vida relacionado aos sistemas, nesse caso ao ERP. Para o autor, ele compreende etapas que vão desde a definição e visualização clara do projeto do sistema até seu declínio, passando por períodos de adaptação, ajuste, teste e manutenção. Dentro do conceito de ciclo de vida, há, em geral, dois modelos que representam todo o processo evolutivo dos sistemas: o linear e o de prototipação. O primeiro, segundo Souza (2000), apresenta fases sequenciais executadas em um único ciclo, enquanto o segundo promove ciclos contínuos e, consequentemente, um refinamento incremental. É importante notar que os sistemas ERP se diferem dos demais pacotes comerciais comuns também em relação ao seu ciclo de vida. As peculiaridades desses sistemas exigem uma inserção mais focada em questões técnicas e específicas dos fornecedores (O’BRIEN, 2004). 29 Para compreendermos melhor, precisamos ter em mente que a implementação não compreende um ciclo de vida completo, ela é apenas uma parte dele. Conforme apresentado por Laudon e Laudon (2014), a implementação específica dos sistemas ERP está concentrada na inicialização funcional de seus módulos, começando um o processamento de informações empresariais e gerando uma rotina. Lozinsky (1996) desenvolveu uma concepção de implementação dos sistemas ERP dividida em quatro fases e subdivididas e adaptadas de acordo com as características organizacionais. Segundo o autor, essas fases são: • Visualização da atual situação: são avaliados os processos de negócios desenvolvidos atualmente; promove-se o treinamento dos colaboradores envolvidos no projeto do novo sistema; e propõe-se uma forma melhor e mais eficiente de conversão de dados atuais para os sistemas ERP. • Visualização da situação idealizada: fase que se inicia com a adoção do modelo de ciclo de vida de prototipação, preparando a empresa por meio de um levantamento de discrepâncias ou obstáculos a serem eliminados ou drasticamente reduzidos. Aqui deve-se prever um equilíbrio entre parametrizar ou customizar o software e adaptar a empresa ao sistema ERP. Além disso, é importante definir as interfaces de comunicação com os demais softwares da empresa e os novos níveis de segurança (acesso e controle). • Setup: fase na qual serão programadas todas as ações planejadas anteriormente, além de serem criadas novas rotinas de processamento e testes gerais e integrados referentes aos módulos funcionais e de ser realizado o treinamento de pessoal. • Startup: fase que compreende a inicialização da operação do sistema integrado. Para isso, são realizadas a migração de dados e a preparação quanto ao processamento final. 30 Cada uma das fases apresentadas, com exceção da última, pode ser realizada de forma sequencial ou simultânea com as outras. Pode ser também desenvolvida por uma única ou mais equipes. Trata-se de uma implementação iterativa em que os reflexos de cada fase agem de forma positiva nas demais (SOUZA, 2000). Essa iteração é necessária, e, por isso, o modelo de ciclo de vida de prototipação é tão importante. Lozinsky(1996) e Souza (2000) acreditam que esse modelo promove a prevenção de falhas de interação ou possíveis reconfigurações, ou seja, são modelados, com a criação de protótipos, os futuros sistemas a serem utilizados antes de serem realmente inicializados na última fase. Destarte, a fase final significa uma desativação de um sistema antigo (não dos softwares já existente na empresa) e a ativação do sistema ERP. Esse procedimento pode ser realizado simultaneamente ou de forma paralela. No primeiro caso, há um grande risco de haver paradas nos planos de negócios em função de eventuais problemas no sistema recém-inicializado. Logo, é recomendado o segundo caso, em que, durante um período, a empresa utilizará os dois sistemas como garantia, até que o sistema ERP esteja em plena operação, permitindo o desligamento do antigo com total segurança (LOZINSKY, 1996). Contudo, Souza (2000) alerta que, ao utilizar sistemas em paralelo, há fatores desgastantes, como o trabalho dobrado e possíveis erros gerados pela dupla forma de operação. Assim, ele sugere diferentes formas de promover essa implementação paralela: • Protótipo: são realizados os testes em um protótipo do sistema, conforme mencionado anteriormente. • Acesso limitado: o novo sistema terá acesso e realizará o processamento de apenas uma parte pequena dos dados. 31 • Acesso retroativo: o sistema ERP realizará, como forma de testar sua capacidade e funcionalidade, o processamento de dados de períodos passados, a fim de verificar a coerência nas informações obtidas. Tanto Laudon e Laudon (2014) quanto Souza (2000) acreditam que a implementação é a etapa mais importante dos sistemas ERP, pois está associada a um processo de mudanças na cultura organizacional e consequentemente nas responsabilidades dos gestores, que devem desenvolvê-la desde o nível organizacional geral até o nível individual, o que por vezes causa conflitos entre os envolvidos. Logo, são necessários comprometimento e participação de todos, gerando uma cultura interfuncional. Souza (2000, p. 47) traz ainda uma importante observação, de que “é improvável que tudo saia como planejado”. Claramente, o que planejamos sempre será algo idealizado e, consequentemente, impossível de ser real. Ter isso em mente nos ajuda a nos mantermos perseverantes e preparados para desvios que possam ocorrer na implementação dos sistemas ERP, assim como em sua operação e manutenção. Outra questão apresentada por Souza (2000) é a de que os benefícios e o sucesso dos sistemas ERP apenas serão alcançados se houver esforço e foco mútuos na busca pelos objetivos empresariais estabelecidos. O maior desafio enfrentado pelos gestores é convencer certos colaboradores a adotarem e utilizarem adequadamente o novo sistema. Geralmente, esses funcionários não estão propensos a alterar suas rotinas de trabalho e não querem sair de sua zona de conforto, pelo medo da complexidade inicial ou de perderem seus empregos, uma vez que softwares mais atualizados exigem mão de obra mais qualificada (O’BRIEN, 2004). Veremos a seguir fatores críticos que determinam a efetividade ou não da utilização do planejamento dos recursos empresariais. 32 2.3 ERP: sucesso ou fracasso? A implementação de sistemas ERP permite obter resultados, comprovados por inúmeras empresas, que trazem, segundo Grabski, Leech e Sangster (2009): melhores decisões; alteração do foco de preocupação para pontos realmente importantes; alicerce para novas funcionalidades; obtenção de benefícios estratégicos e inesperados; e vantagem empresarial. Porém, para que tais resultados positivos ocorram, as empresas devem estar dispostas a mudar parte de seus costumes e ter a compreensão de que implementar sistemas ERP gera custos elevados e exige uma adaptabilidade e adequação (GRABSKI; LEECH; SANGSTER, 2009). Portanto, é muito importante observarmos e apreendermos sobre os fatores que, segundo os especialistas, podem fazer com que o uso dos sistemas ERP traga sucesso ou fracasso. Obviamente, não há uma lista pronta, assertiva e aplicável a toda e qualquer organização, uma vez que cada empresa tem suas particularidades. Porém, há pontos críticos responsáveis pelo sucesso com o ERP, que devem ser trabalhados em conjunto e simultaneamente. Segundo Grabski, Leech e Sangster (2009), as atitudes específicas e necessárias ao sucesso são: • Gestão adequada de projetos. • Mudança na forma de gerenciamento. • Alinhamento do processo de negócio com o sistema integrado de informação. • Realização de auditorias internas. • Planejamento de atividade e práticas de consultorias. 33 Cada uma dessas atitudes exige uma ampla gama de atividades de controle e estratégias, necessitando sempre de um aprofundamento em sua análise. Já com relação ao fracasso, infelizmente há muitos fatores que contribuem para um retorno não satisfatório do uso dos sistemas ERP (GRABSKI; LEECH; SANGSTER, 2009): • Não compreensão do que será alcançado pelo novo sistema. • Falta de comprometimento e de dedicação de diretores e gerentes na gestão do sistema. • Parametrização e requisitos selecionados erroneamente. • Módulos selecionados do ERP insuficientes para as funções dos processos de negócios. • Recursos inadequados. • Resistência à mudança. • Falta de treinamento para o manejo do sistema pelos funcionários. • Demasiadas expectativas referentes ao custo-benefício. • Implementação e uso do sistema ERP não como uma prioridade. • Falta de planejamento e de tratamento adequados das despesas relacionadas à implementação e à manutenção dos sistemas. Portanto, a implementação do ERP exige um comprometimento de todos os funcionários, sobretudo porque sua utilização gera um cruzamento de dados e informações entre os diferentes setores, levando à identificação de colaboradores que apresentam baixa produtividade ou do setor que está em atraso, atrapalhando ou demais, o que leva a um receio por parte dos envolvidos (GRABSKI; LEECH; SANGSTER, 2009). 34 De modo geral, a utilização de sistemas ERP traz vantagens e desvantagens (Quadro 1) que precisam ser analisadas e avaliadas pelos gestores como forma de visualizar se haverá sucesso ou fracasso (SOUZA, 2000). Toda essa reflexão é necessária para que tenhamos habilidade e competência para tomar a decisão de adotar ou não um sistema ERP dentro de uma organização. Quadro 1 – Vantagens e desvantagens dos sistemas ERP Vantagens Desvantagens Eliminação de atividades manuais. Elevado custo de implementação. Redução de custos. Inflexibilidade do sistema, apesar da adaptabilidade modular. Suporte para a tomada de decisão. Período longo de implementação. Padronização de processos. Dependência em relação aos fornecedores do sistema. Redução do tempo de resposta referente ao mercado. Possibilidade de reduzir o quadro de funcionários. Fluxo de informação otimizado. Interferência no clima organizacional referente à mudança cultural. Fim de tarefas redundantes. Fonte: adaptado de Souza (2000). Portanto, os sistemas ERP se apresentam como pacotes de softwares integrados adquiridos comercialmente. Eles contam, em sua essência, com vários módulos de funções, o que permite às empresas utilizar, se necessário, apenas uma parte de todo o sistema, que também pode apresentar alta capacidade de parametrização. É recomendável sempre utilizar os parâmetros pré-definidos dos sistemas ERP e evitar sua customização, que compreende uma tarefa morosa e custosa. Por fim, devemos ter em mente que a utilização dos sistemas de planejamento dos recursos empresariais pode trazer enormes vantagens às organizações, com excelentes resultados. Porém, devemos enfatizar o fato de que é importante haver, sobretudo, um comprometimento de todos os envolvidos, uma total compreensão dos 35 sistemas e uma eficiente, focada e adequada gestão empresarial, para que não apareça o fracasso no lugar do sucesso. Referências Bibliográficas CORRÊA, H. L.; GIANESI, I. G. N. Just In Time,MRP II e OPT: um enfoque estratégico. São Paulo: Atlas, 1994. GARTNER GROUP. Pacotes de Aplicativos Empresariais: em busca de limites. Apostila da 3ª Conferência Anual sobre o Futuro da Tecnologia de Informação. São Paulo: Gartner, 1998. GRABSKI, S.; LEECH, S.; SANGSTER, A. Management Accounting in Enterprise Resource Planning Systems. Oxford: Elsevier, 2009. LAUDON, K.; LAUDON, J. Sistemas de informações gerenciais. 11. ed. São Paulo: Pearson, 2014. LOZINSKY, S. Software: Tecnologia do negócio. São Paulo: Imago, 1996. O’BRIEN, J. A. Sistemas de Informação e as decisões gerenciais na era da Internet. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2004 SOUZA, C. A. Sistemas Integrados de Gestão Empresarial: Estudos de Casos de Implementação de Sistemas ERP. 2000. 306f. Dissertação (Mestrado em Administração e Contabilidade) – Departamento de Administração da Faculdade de Economia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2000. 36 Gestão Integrada da Informação – CRM e SCM Autoria: Cassio Rodolfo Aveiro da Silva Leitura crítica: Luciano Furtado C. Francisco Objetivos • Compreender por meio dos sistemas integrados o que é Gestão Integrada da Informação. • Entender o que é o Supply Chain Management (SCM) e suas aplicações. • Conhecer os benefícios do uso de sistemas Customer Relationship Management (CRM) nos processos de negócios. 37 1. Sistemas de Gestão Integrada da Informação Os Sistemas de Informação sem dúvida são indispensáveis para as ações estratégicas quanto à logística do fluxo de informações dentro de uma empresa. Eles constituem um conjunto de pessoas associadas à organização e à tecnologia de informação, indo muito além do simples conceito de informática (O’BRIEN, 2004). No contexto dos sistemas de informação, há divisões específicas, setores a serem focados e interesses em necessidades primordiais diante dos obstáculos empresariais. Em meio a tudo isso, ganham destaque os Sistemas Integrados, cuja missão é promover, como o próprio nome sugere, a integração entre sistemas, setores e tarefas no âmbito empresarial (MANÃS, 1999). Os sistemas integrados se tornaram indispensáveis e de extrema importância para que organizações alcançassem vantagem competitiva em relação aos seus concorrentes. Assim, entre os diferentes sistemas desenvolvidos, há, por exemplo, aqueles voltados ao gerenciamento de recursos, os de relacionamento com o cliente e aqueles com ênfase nos fornecedores (LAUDON; LAUDON, 2014). Veremos a seguir dois dos principais sistemas integrados utilizados pelas empresas: o Supply Chain Management (SCM – Gestão da Cadeia de Suprimentos) e o Customer Relationship Management (CRM – Gestão do Relacionamento com o Cliente). Aliados aos sistemas de Planejamento dos Recursos Empresariais (ERP), eles formam o grupo completo da Gestão Integrada da Informação (LAUDON; LAUDON, 2014). 2. Gerenciando a relação com os fornecedores Conforme o porte empresarial de uma organização, varia de maneira proporcional a quantidade de fornecedores necessários aos processos de negócio. Logo, pequenas empresas possuem poucos fornecedores, 38 o que torna a administração e a gestão muito mais simples. Porém, as grandes empresas apresentam um quantitativo enorme de outros fornecedoras, o que gera a necessidade de uma coordenação em relação às compras, à distribuição e à logística, de modo a promover um compartilhamento de informações e vencer a complexidade existente. Assim, elas podem controlar eficientemente os níveis de estoque, o número de pedidos e a prestação de serviços de modo geral, entre outros pontos (LAUDON; LAUDON, 2014). Como envolvem não apenas a própria empresa, mas também outras organizações, tornam-se necessários para uma adequada gestão, com a utilização de sistemas interorganizacionais, estabelecendo vínculos que ultrapassam as fronteiras empresariais (O’BRIEN, 2004). Tais sistemas caracterizam a SCM. Vamos agora entender, primeiramente, o que é uma cadeia de suprimentos. 2.1 Compreendendo o que é cadeia de suprimentos Basicamente, toda empresa conta com um processo no qual se adquire matéria-prima e a transforma em um produto semiacabado, o qual transformar-se em bens acabados ou serviços – salvo em casos de revenda. Por fim, esses produtos são direcionados aos centros de distribuição e destes para os clientes finais. Há também o fluxo oposto gerado pelas devoluções, do cliente para o vendedor. Trata-se, então, de uma rede, ou melhor, uma cadeia sequencial de fornecimento de suprimentos de um lugar para outro (LAUDON; LAUDON, 2014; O’BRIEN, 2004). Dentro dessa cadeia de suprimentos, informações, matérias-primas e pagamentos realizam um fluxo de movimentação em ambas as direções. Um exemplo simples dessa rede de fornecimento são as montadoras automobilísticas. Elas não fabricam os componentes dos carros, mas adquirem as peças (rodas, motores, parafusos e dispositivos eletroeletrônicos) de fornecedores, os quais têm também seus próprios 39 fornecedores, como as empresas de aço, ferro e de materiais plásticos, por exemplo (LAUDON; LAUDON, 2014). Laudon e Laudon (2014), assim como muitos autores, apresentam a cadeia de suprimentos composta por três partes principais: a que vem antes da empresa propriamente dita (comumente chamada de upstream); a organização em si; e o conjunto de atividades posterior à empresa (downstream). A primeira parte é composta pelos fornecedores, enquanto a segunda é composta pelos distribuidores e clientes finais. Para funcionar adequadamente, ela exige a utilização de um sistema de gerenciamento, e a Figura 1 exemplifica essa relação para o caso da montadora automobilística. Figura 1 – Cadeia de suprimentos de uma montadora automobilística Fonte: adaptada de Laudon e Laudon (2014). Como pode ser observado, na parte upstream, encontram-se os fornecedores de uma empresa, bem como os fornecedores desses fornecedores, com processos de negócio desenvolvidos para gerenciar, por exemplo, as programações de entregas, pagamentos e estoques. Já 40 na parte downstream, encontram-se os distribuidores, os varejistas e os consumidores finais, com a ocorrência de processos destinados à gestão de pedidos, solicitações de devolução, consertos e serviços e referente a pagamentos. Além disso, a montadora apresenta os seus próprios processos de gerenciamento de sua cadeia interna de suprimentos (LAUDON; LAUDON, 2014; O’BRIEN, 2004). Pela representação da cadeia de suprimentos da Figura 1, já é possível imaginar o quão difícil é gerenciar tudo isso, e o exemplo da montadora ainda é considerado uma representação simplificada da realidade, uma vez que, na prática, essa cadeia apresenta inúmeras ramificações, com upstreams e downstreams muito maiores e complexos. Isso evidentemente justifica a necessidade da utilização de sistemas integrados e direcionados à gestão da cadeia de suprimentos, o que representa cerca de 75% dos custos empresariais (LAUDON; LAUDON, 2014). 2.2 Softwares da gestão da cadeia de suprimentos Segundo Laudon e Laudon (2014), há basicamente dois tipos de softwares integrados, com os quais as empresas podem gerenciar da melhor maneira a cadeia de suprimentos. Para aquelas que desejam direcionar sua gestão apenas ao planejamento, são sugeridos os Sistemas de Planejamento da Cadeia de Suprimentos (Supply Chain Planning Systems – SCPS). Porém, se o intuito for gerenciar as etapas de execução das cadeias, então os Sistemas de Execução da Cadeia de Suprimentos (Supply Chain Execution Systems – SCES) passam a ser mais recomendados. Ao utilizarem os SCPS, as empresas potencializam sua capacidade de tomar decisões no âmbito operacional, modelando ou até mesmo remodelando sua cadeia de suprimentos, a fim de conseguir prever demandas e quantitativos exatos de matéria-prima a ser utilizada em um determinado produto. Consequentemente, o número de bens ou serviços fornecidos em um dado período, assim como o volume de estoque, pode ser estimado com precisão. Logo,os gestores conseguem definir locais de armazenamento de produtos acabados e o melhor meio de transporte para as entregas (LAUDON; LAUDON, 2014; O’BRIEN, 2004). 41 Já os SCES, segundo O’Brien (2004) e Laudon e Laudon (2014), auxiliam as empresas a gerenciarem adequadamente a logística de movimentação dos produtos entre depósitos e centros de distribuição, controlando as operações de transporte, armazenamento e informações financeiras. Essas etapas de execução podem ser entendidas no dia a dia, quando, ao comprarmos um produto, recebemos a notificação “seu produto está sendo separado e será encaminhado à transportadora”. É interessante compreender que a forma como os softwares atuais, tanto os SCPS como os SCES, trabalham se dá de acordo com a demanda imposta pelas exigências e necessidades dos clientes. Ao longo da história, com as mudanças sociais e tecnológicas, as cadeias de suprimentos que antes se caracterizavam como um sistema de funcionamento no estilo Push (empurrar), hoje se desenvolvem no estilo Pull (puxar) (LAUDON; LAUDON, 2014; O’BRIEN, 2004). Conforme exposto por Laudon e Laudon (2014), no sistema empurrado, previa-se uma demanda de produtos ou serviços que seriam requisitados pelos clientes, pois não havia sistemas de informações eficientes. Então, no sistema puxado, a demanda real apresentada pelos clientes é o que dita o fluxo de produção e transporte de bens acabados. Na Figura 2 a seguir, é possível perceber as diferenças entre os dois estilos. Figura 2 – Sistemas Push e Pull para a cadeia de suprimentos Fonte: adaptada de Laudon e Laudon (2014). 42 Claro que a presença dominante e maçante da internet no meio empresarial está fazendo com que as empresas desenvolvam cadeias de suprimentos que não seguirão mais esse fluxo sequencial e concomitante de informações, como explicam Laudon e Laudon (2014). Os autores afirmam ainda que já está presente nas maiores organizações empresariais do mundo o estilo sistema nervoso digital de cadeia de suprimentos, representado por uma comunicação multidirecional entre empresas, estruturada em uma rede complexa na internet que possibilita ajustes imediatos diante das mudanças relacionadas aos pedidos. Isso traz uma maior agilidade nos processos de negócios. 3. Gerenciando a relação com o cliente Outro importante sistema de informação integrado é o CRM. Proporcionar e manter um excelente relacionamento com os clientes significa que eles poderão recusar ofertas e outros produtos ou serviços simplesmente por confiarem na empresa. Esse fato é considerado uma vantagem competitiva de caráter duradouro e atualmente é visto como o ativo empresarial mais valioso (LAUDON; LAUDON, 2014). Segundo Souza (2017), é fundamental ter um bom relacionamento com o cliente certo. A autora traz também a importância de o gestor e administrador dos processos de negócios se questionarem constantemente sobre como adquirir e cultivar excelentes relacionamentos com o cliente, uma vez que 80% dos processos de negócios são desenvolvidos com apenas 20% dos clientes e que atrair um novo cliente representa um custo de até cinco vezes maior do que o de mantê-lo. Para tal, é recomendado pelos autores identificar claramente seus clientes, no âmbito de suas exigências, suas necessidades, seus gastos 43 com a empresa e até mesmo se não são interessantes de serem mantidos. É como gerenciar a relação com os clientes de “uma lojinha de cidade pequena”, como dito por Laudon e Laudon (2014, p. 306). Contudo, grandes empresas apresentam uma complexa e quase impossível afinidade no nível cara a cara com seus clientes, e consequentemente é mais difícil manter um relacionamento estreito com eles. Logo, analisar todos os dados e informações advindos desses relacionamentos torna-se uma tarefa árdua e com capacidade integradora dificultada (LAUDON; LAUDON, 2014). Isso porque as informações de um cliente específico, por exemplo, podem ser armazenadas com base em seu perfil ou nos produtos que comprou, ou de inúmeras outras formas de associações possíveis que não favorecem um olhar unificado e geral sobre ele (O’BRIEN, 2004). Como solução a esses enfrentamentos, há os sistemas CRM, cujo foco central é o cliente. Para isso, são oferecidas ferramentas adequadas para conhecê-lo melhor, fazendo com que sua voz seja o combustível dos processos de negócios, segundo (SOUZA, 2017). Laudon e Laudon (2014) e Souza (2017) têm suas concepções alinhadas quando afirmam que o sucesso do CRM está em perceber o que de fato cria valor para os clientes e em ser capaz de fornecer exatamente o que eles querem. Logo, esse sistema deve oferecer à empresa, de acordo com Souza (2017), formas de garantir: • Satisfação do cliente, com qualidade e redução do prazo nos atendimentos. • Manutenção da relação com o cliente, uma vez que clientes antigos e fiéis são mais rentáveis. • Eliminação de desperdícios, relacionados sobretudo ao setor de marketing. 44 A função básica do CRM é, portanto, examinar os clientes de uma empresa sob uma perspectiva focada na integração de processos de negócios direcionados a eles: atendimento ao cliente, marketing e vendas. A Figura 3 representa de forma simples essa relação multifacetada dos sistemas CRM (LAUDON; LAUDON, 2014). Figura 3 – Perspectiva multifacetada do CRM Fonte: adaptada de Laudon e Laudon (2014). As empresas que utilizam o CRM conseguem, de acordo com Souza (2017), otimizar recursos ao direcionarem seus esforços a um tipo de cliente-alvo, o que as leva a reduzir custos, ao oferecerem bens ou serviços mais adequados; a obter um feedback referente à qualidade oferecida; e, assim, a adquirir informações necessárias para conquistar novos clientes potenciais. Esses sistemas promovem o surgimento do chamado ponto de contato, que nada mais é do que a escolha de um canal de interação adequado com o cliente, podendo ser por meio de telefone, Serviços de Atendimento ao Cliente (SAC), redes sociais, dispositivos sem fios (wireless), website, aplicativos, e-mails ou o tradicional ponto físico (no caso do comércio, por exemplo). Tudo isso 45 é feito para que as empresas obtenham o perfil característico de cada cliente, a fim de melhorarem seus planos relacionados aos negócios, atraindo e, de certa forma, tentando manter o consumir fiel à empresa. 3.1 Softwares da gestão do relacionamento com o cliente Quando se trata de sistemas CRM, os pacotes comerciais disponíveis englobam inúmeros conjuntos de módulos, que vão desde uma única e exclusiva função até ferramentas integradas das mais diferentes formas. O objetivo é sempre o mesmo: promover interações em grande escala com o maior número de clientes possível e obter dados e informações valiosos aos processos de negócios (LAUDON; LAUDON, 2014). Segundo Souza (2017), os sistemas CRM mais comuns e abrangentes são dois: o de Gestão do Relacionamento com o Funcionário (Employee Relationship Management – ERM) e o de Gestão do Relacionamento com o Parceiro (Partner Relationship Management – PRM). Os pacotes ERM têm como clientes os funcionários, atuando assim no setor de recursos humanos, por meio de uma gestão da performance dos funcionários, o que auxilia as empresas com relação ao planejamento de treinamentos e capacitações necessários (LAUDON; LAUDON, 2014). Já o pacote PRM mantém os princípios do relacionamento com o cliente, mas, nesse caso, eles clientes são os parceiros de venda (distribuidores e varejistas) da empresa. Por meio desse sistema, as demandas, exigências, preferências e solicitações dos clientes fornecidas aos parceiros são instantaneamente repassadas às empresas, de maneira eficiente e sem perda de qualidade. Além disso, o PRM apresenta-se como uma ferramenta de análise de indicações de clientes, promoções e práticas para ajudar os parceiros nas ações de venda (SOUZA, 2017). Para Souza (2017), os softwares CRM são responsáveis por integrar todas as informações advindas dos planos de negóciosoriginadas de 46 dados obtidos dos clientes em relação às ações de venda, marketing e atendimento. Logo, as empresas que utilizam esses pacotes visam aumentar a produtividade por meio da automação das vendas; melhorar a eficiência de call centers e do encaminhamento de solicitações de clientes; e realizar de maneira mais assertiva práticas de venda, como cross-selling (venda cruzada), up-selling (venda a mais) e bundling (venda em pacote ou casada). A Figura 4 a seguir mostra as funções típicas dos sistemas CRM nos três principais processos de negócio relacionados ao cliente. Figura 4 – Funções dos sistemas CRM nos processos de negócio Fonte: adaptada de Laudon e Laudon (2014). 47 Em meio a todo esse suporte fornecido às empresas, os sistemas CRM ajudam também a identificar os clientes potenciais e que agregam maior valor, gerando um atendimento preferencial a eles (SOUZA, 2017). Os softwares CRM agem de forma sequencial e lógica. Primeiro eles recebem o pedido ou a solicitação de serviço e, em seguida, acessam o banco de dados para obter informações sobre o cliente envolvido. Se não houver informações, trata-se de um novo cliente e este deve ser atendido por um funcionário adequado e específico para tal. Porém, se há informações, estas são processadas para aplicar uma nota relacionada à fidelidade e ao potencial para compras elevadas. Se essa nota for baixa, a solicitação será encaminhada novamente para um funcionário adequado; no entanto, se for alta, sua solicitação é direcionada ao setor que irá oferecer ofertas, serviços e atendimentos especiais (LAUDON; LAUDON, 2014). 3.2 Sistemas CRM: operacional e analítico Tudo o que estudamos até agora sobre os softwares CRM está relacionado tanto aos aspectos operacionais quanto aos analíticos. Para Souza (2017), o CRM de caráter operacional é aquele cujo objetivo principal é melhorar consubstancialmente o relacionamento entre empresa e cliente, que ocorre por meio de canais como call centers ou pela própria internet. Para tal, é realizada uma integração de informações anteriormente espalhadas, a fim de traçar o perfil do cliente e assim ter a melhor resolutividade possível na hora do atendimento. O fluxo de solicitações de encaminhamentos e atendimentos é organizado e otimizado, com o CRM agindo quase que totalmente sobre os recursos relacionados ao processo de negócio associado ao atendimento ao cliente (TURBAN; MCCLEAN; WETHERBE, 2004). O CRM analítico, por sua vez, compreende a inteligência por trás de todo o sistema CRM, que, segundo Souza (2017), é o responsável pelos ajustes 48 de estratégias de diferenciação em relação aos clientes da empresa, visando à promoção de um relacionamento preferencial e especial aos clientes potenciais. Nesse contexto, ele permite uma análise minuciosa de dados para identificar padrões de compra, por meio de dados coletados da própria empresa ou de suas concorrentes. Essa estratégia desenvolve um direcionamento para as campanhas de marketing aos clientes mais lucrativos e com maior grau de fidelidade, uma prática cada vez mais presente nas mídias e redes sociais (TURBAN; MCCLEAN; WETHERBE, 2004). Em resumo, enquanto o CRM operacional age sobretudo no atendimento, o CRM analítico é mais direcionado ao gerenciamento dos recursos de marketing e vendas (SOUZA, 2017). 3.3 Implementação de sistemas CRM Os Sistemas CRM visam identificar seus clientes atuais e potenciais, diferenciando-os em relação às suas necessidades e ao valor que trazem para o processo de negócio. Para isso, eles promovem interações com os clientes, a fim de melhorar o conhecimento e customizar os atendimentos (SOUZA, 2017). Portanto, a gestão do relacionamento com clientes exige uma adequada implementação dos sistemas CRM dentro das empresas, devendo ser desenvolvida em quatro etapas sequenciais, organizadas em função de suas complexidades e que se repetem constantemente (O’BRIEN, 2004; PASSOS; GOLDSCHMIDT, 2005; LAUDON; LAUDON, 2014): • Identificação: deve-se direcionar os esforços para criar uma relação estreita com os clientes já existentes, com uma busca focada no maior número de informações detalhadas do perfil de cada um e nas respectivas formas assertivas de contato individual, além de preferências e padrões de consumo. A complexidade dessa etapa é unir todos os dados que se encontram espalhados nos diversos 49 setores da empresa, ou mesmo que são conhecidos, mas não estão registrados, estando apenas na cabeça dos funcionários. • Diferenciação: como citado anteriormente, após a etapa de identificação do consumidor, é possível separar os clientes potenciais daqueles que não agregam valor. O objetivo é analisar os selecionados e compreender o que os mantém fiéis ou os atrai. A partir desse ponto, é necessário gerar planos e ações estratégicos, visando promover a manutenção desses clientes. • Interação: por meio da diferenciação, busca-se realizar um atendimento especial para aqueles clientes prioritários. É dado ênfase aos feedbacks interativos destes para visualizar suas necessidades. A interação deve ser realizada pelo canal de relacionamento preferido do referido consumidor, e por isso a importância de as etapas anteriores terem sido desenvolvidas de maneira satisfatória, a fim de que se possa conhecer suas preferências e necessidades específicas. • Personalização: promoção de um atendimento especial, individualizado e diferenciado aos clientes potenciais, com o objetivo de fazer com eles se mantenham fiéis à empresa e desejem comprar um bem ou serviço apenas nessa organização, independentemente de preços e ofertas de outras empresas. Portanto, pudemos perceber como os sistemas para uma gestão integrada da informação são importantes. Os sistemas SCM, por exemplo, são fundamentais para que as empresas possam gerir da maneira mais eficiente e produtiva os processos relacionados à sua cadeia de suprimentos, o que permite otimizar a produção, o estoque e a distribuição de bens ou serviços. Isso acontece porque esses sistemas integrados e interligados à rede permitem obter informações mais precisas e instantâneas sobre demandas, entregas e níveis de estoque (LAUDON; LAUDON, 2014). Assim, desde que sejam adequadamente implementados, os sistemas CRM, além de trazerem muitos os benefícios, 50 como maior satisfação dos clientes, redução de custos com campanhas de marketing, manutenção dos consumidores e aumento significativo nas vendas por meio da identificação dos segmentos nos quais se encontram os clientes mais lucrativos, garantem um aumento produtivo e uma maior rentabilidade às empresas, (LAUDON; LAUDON, 2014). Referências Bibliográficas LAUDON, K.; LAUDON, J. Sistemas de informações gerenciais. 11. ed. São Paulo: Pearson, 2014. MANÃS, A. V. Administração de sistemas de informação. São Paulo: Érica, 1999. O’BRIEN, J. A. Sistemas de Informação e as decisões gerenciais na era da Internet. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2004. PASSOS, E.; GOLDSCHMIDT, R. Data Mining: um guia prático. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. SOUZA, S. R. S. Aplicações Integradas Empresariais: ERP e CRM. Material apresentado para a disciplina SSC0120. São Paulo: USP, 2017. TURBAN, E.; MCLEAN, E.; WETHERBE, J. Tecnologia da informação para gestão. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2004. 51 Tomada de Decisões Fundamentada na TI Autoria: Cassio Rodolfo Aveiro da Silva Leitura crítica: Luciano Furtado C. Francisco Objetivos • Compreender os diferentes tipos de decisão e como é o processo de tomada de decisões. • Visualizar como a Tecnologia de Informação auxilia na tomada de decisão. • Identificar os tipos de sistemas de informação utilizados no processo decisório. 52 1. A atividade empresarial de tomada de decisão Quando o assunto é Sistemas de Informação e Tecnologia de Informação (TI), uma das principais características e benefícios que vêm à mente é a melhora na tomada de decisão. Antigamente, isso era de total responsabilidade do setorde diretoria, mas hoje, graças ao acesso facilitado à informação, funcionários dos níveis mais elementares também podem contribuir com certas decisões (LAUDON; LAUDON, 2014). Antes de entendermos melhor a atuação da TI nas decisões empresariais, devemos compreender o que são e como são realizadas essas decisões. Para uma empresa, uma tomada de decisão corresponde a um valor monetário que pode gerar lucros ou prejuízos, dependendo de sua assertividade. Por menor que seja esse valor, inúmeras ações decisivas são tomadas ao longo de todos os dias em uma organização. Logo, é o montante geral que irá importar (LAUDON; LAUDON, 2014). Nas organizações, o processo de tomada de decisão deve ser rigoroso e metodologicamente estruturado. Isto porque, em uma empresa, há um número elevado de problemas complexos que envolvem incertezas e riscos. Dessa forma, os gestores buscam sempre promover a tomada de decisão da maneira mais detalhada, formal, consistente e clara possível (PILLA; PASSAIA, 2010). Laudon e Laudon (2014) acreditam que a tomada de decisão esteja intimamente relacionada com a estrutura organizacional de uma empresa. Cada nível hierárquico exige diferentes graus de aprofundamento nas informações para tomar as melhores decisões, as quais também apresentaram características distintas entre si. De maneira prática, elas tomadas podem ser classificadas em (LAUDON; LAUDON, 2014): 53 • Decisões não estruturadas: como a própria denominação sugere, são as tomadas de decisões que ocorrem sem procedimentos pré-definidos, muitas vezes de maneira inesperada, exigindo uma capacidade avaliativa baseada na experiência dos responsáveis por tomá-las. São decisões não rotineiras, mas de significativa importância. • Decisões estruturadas: são caracterizadas por serem rotineiras, o que leva à elaboração de padrões e sequências de procedimentos para tornar mais rápida a tomada de decisão referente a situações recorrentes. Obviamente, haverá exceções a tal classificação, como em situações em que as decisões se enquadram nas duas categorias e apresentam pontos de solução conhecidos e outros novos. Laudon e Laudon (2014) chamam tais exceções de Decisões Semiestruturadas. A Figura 1 a seguir mostra as necessidades básicas de informações por parte de cada nível empresarial, bem como o tipo de decisão tomada. Figura 1 – Necessidade informacional por níveis organizacionais Fonte: adaptada de Laudon e Laudon (2014). 54 Como observado, o nível sênior tende a lidar diariamente com decisões não estruturadas, inesperadas, como definir novos mercados nos quais atuar e metas a serem trabalhadas a médio e longo prazo. Essas são decisões difíceis e que necessitam de informações atuais sobre tendências e novidades no mercado, reformulações de leis e diretrizes governamentais e a presente performance da empresa, sendo esses alguns exemplos de sua necessidade informacional. Evidentemente, pelo grau de responsabilidade por trás delas, o bom senso e a busca por conselheiros são fundamentais (LAUDON; LAUDON, 2014). Laudon e Laudon (2014) apresentam como exemplos no nível intermediário gerentes que se veem em meio a decisões semiestruturadas, como definir estratégias de marketing e orçamentos por departamento. São então necessárias informações advindas de relatórios gerados pelos sistemas integrados da instituição e por meio de conversas diretas sobre a situação produtiva com os funcionários do nível operacional. Esse nível por sua vez, lida com decisões estruturadas, como definição de horas extras e liberação de crédito e ofertas especiais a clientes, situações que apresentam uma resposta pré-programada pelos supervisores, em virtude da alta ocorrência. 1.1 Estruturação da tomada de decisão Um dos principais especialistas na temática de decisões, Herbert Simon (1971) define a tomada de decisão como uma estrutura desenvolvida em quatro estágios: inteligência, concepção, seleção e implementação. 55 A inteligência está fundamentada na capacidade de visualizar e compreender a ocorrência de um problema, identificando o porquê de seu surgimento, seu nível de importância e suas consequências. A busca pela resolução desse problema é o que Simon (1971) define como concepção. Já a seleção nada mais é do que avaliar cada uma das possíveis soluções identificadas e selecionar a que melhor se apresenta com base nas informações necessárias obtidas (essa escolha já é uma decisão propriamente dita). Por fim, temos a implementação da solução escolhida com o planejamento adequado de todas as ações e políticas de manutenção da decisão (LAUDON; LAUDON, 2014). Oliveira (2007) define a tomada de decisão simplesmente como a essência da gestão administrativa baseada na identificação clara da real situação a ser tratada, na análise desta, na busca pelas soluções existentes e disponíveis, na escolha da melhor solução e na implementação dessa ação estabelecida. E o que fazer se a decisão tomada, ou melhor, a solução escolhida não for a correta e não funcionar? Para responder a essa pergunta, é preciso entender que a estruturação da tomada de decisão é um processo baseado em uma sequência lógica de atividades, que podem ser reexecutadas sempre que necessário, escolhendo e implementando uma nova solução. A Figura 2 apresenta seu fluxograma estrutural. 56 Figura 2 – Estrutura do processo de tomada de decisão Fonte: adaptada de Laudon e Laudon (2014). É importante sabermos como estimar a qualidade das decisões tomadas como forma de avaliação. Primeiramente, deve-se identificar a precisão da decisão; as tomadas de decisão que mais se aproximam aos dados reais são consideradas como melhores. Velocidade também é outro ponto a ser avaliado, pois quanto mais rápida a tomada de decisão melhor ela será, desde que se mantenha o nível de precisão necessário. Muitos outros pontos devem ser considerados ao verificar o reflexo de uma decisão no desempenho da organização, como características éticas 57 e comportamentais e tradições presentes no ambiente empresarial (LAUDON; LAUDON, 2014). 2. Os sistemas de informação que auxiliam as decisões em cada nível empresarial Atualizações recentes na área de tecnologia de informação, no que tange aos setores de gestão e administração, apresentam promoções para análises e avaliações que alicerçam a tomada de decisão por meio do uso da internet. Isso se deve ao aumento da procura e da necessidade de informações para o crescente desenvolvimento mundial das ações estratégicas das empresas (STAIR; REYNOLDS, 2002). Como há uma distinção da prática decisória em uma empresa, há também sistemas de informação específicos para cada nível organizacional. Porém, não podemos confundir serem específicos com serem isolados, muito pelo contrário; são utilizados sistemas integrados de informação, que acabam por integrar também os processos de negócio (LAUDON; LAUDON, 2014). Estudaremos a seguir os sistemas de auxílio às tomadas de decisão destinados aos níveis sênior, gerencial e de supervisão. 2.1 Sistemas de Processamento de Transações Comumente chamados de SPTs, os Sistemas de Processamento de Transações são considerados como o coração operacional de uma empresa. Eles visam ao controle e monitoramento por meio da aquisição de informações sobre as transações típicas, como vendas, folhas de pagamento, recebimentos, fluxos de materiais e muitas outras atividades. Seu objetivo primordial é dar suporte às atividades rotineiras da 58 empresa destinadas aos processos de negócio, por meio de uma intensa disponibilização de detalhes operacionais (STAIR; REYNOLDS, 2002). Para Laudon e Laudon (2014), os SPTs permitem que empresas reduzam seus preços de forma competitiva, o que pode ser obtido pelo gerenciamento efetivo de recursos. Elas conseguem aumentar também a qualidade de seus produtos ou serviços, por meio de controles de qualidade, e obter eficiência no atendimento ao cliente, em grande parte graças a esses sistemas.
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