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Aula_05_-_Doen_as_imunol_gicas (1)

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DOENÇAS IMUNOLÓGICAS 
 
DISCIPLINA FISIOPATOLOGIA DA NUTRIÇÃO E DIETOTERAPIA II 
 
Prof. Camila Sousa Avila 
2020.1 
Curso de Nutrição 
Unidade São José 
 
O QUE VAMOS VER? 
REVISÃO 
IMUNOLOGIA 
LÚPUS 
ERITEMATOSO 
SISTEMA IMUNOLÓGICO 
ÓRGÃOS DO SISTEMA IMUNOLÓGICO 
RESPOSTA IMUNE INATA E ADQUIRIDA 
 
CÉLULAS DA RESPOSTA IMUNE INATA 
Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) 
• Definição e epidemiologia; 
• Fisiopatologia; 
• Necessidades nutricionais; 
• Terapia nutricional. 
O QUE VAMOS VER? 
“Doença de causa desconhecida e de natureza autoimune, caracterizada 
pela presença de diversos autoanticorpos”. 
LÚPUS NÃO É CONTAGIOSO! 
DEFINIÇÃO 
Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) 
Doença inflamatória crônica e multissistêmica 
Causa desconhecida e natureza autoimune 
Caracterizada pela presença de diversos autoanticorpos 
Anticorpo (um tipo de proteína) produzido pelo sistema imune que 
atua contra uma ou mais proteínas do próprio indivíduo 
DEFINIÇÃO 
 Etiologia: não está totalmente esclarecido; 
 Desenvolvimento da doença está ligado a predisposição 
genética e fatores ambientais; 
 Fatores hormonais, ambientais, genéticos e imunológicos; 
 Evolução costuma ser crônica: com períodos de exacerbação e 
remissão. 
Desregulação imune na forma 
de auto imunidade 
Hiperatividade das células B – 
corpo produz anticorpos contra 
seus próprios componentes 
Ativação da resposta imune 
Produção de anticorpos contra 
muitos componentes teciduais 
diferentes, ou seja, em quase 
qualquer órgão ou tecido 
Degeneração de tecido 
conjuntivo 
Possíveis complicações 
cardiovasculares, renais ou 
neurológicas. Infecções 
bacterianas graves 
Hemácias, neutrófilos, 
plaquetas e linfócitos 
LES 
FISIOPATOLOGIA 
DIAGNÓSTICO 
 Doença rara; 
 9 a 10 vezes mais frequente em mulheres durante a idade reprodutiva (20 a 45 
anos); 
 Incidência: 1 a 22 casos para cada 100.000 pessoas por ano; 
 Mortalidade: 5x maior que na população geral: relacionada a atividade 
inflamatória e complicações da doença e do tratamento. Exemplo: doença 
cardiovascular. 
EPIDEMIOLOGIA 
 Artrite; 
 Nefrite; 
 Vasculite; 
 Miosite; 
Pneumonite; 
 Manifestações mucocutâneas; 
 Diversos quadros neuropsiquiátricos; 
Fadiga: queixa mais prevalentes do LES em 
atividade 
Febre: usualmente presente no 
momento do diagnóstico 
SINAIS E SINTOMAS 
Mialgias e perda de peso; 
Envolvimento articular: 90% do pacientes durante a evolução da doença; 
Perda de massa óssea com aumento do risco de osteoporose e fraturas 
geralmente está associada com uso crônico de glicocorticoides; 
Deficiência de vitamina D decorrente da baixa exposição solar. 
SINAIS E SINTOMAS 
 Lesões de pele são comuns e podem ser variadas; 
 Maioria dos pacientes apresenta fotossensibilidade após exposição à 
radiação solar ou artificial; 
 Lesão em asa de borboleta, caracterizada por eritema malar e no dorso do 
nariz. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Lúpus cutâneo subagudo: lesões são simétricas, superficiais, não cicatriciais, 
localizadas em áreas fotoexpostas. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
IMPACTO DO LÚPUS NO CORPO 
 
EXAMES PARA MONITORAÇÃO DO LES 
• GLICEMIA 
• TG 
• COLESTEROL TOTAL E FRAÇÕES 
• PROTEÍNA C-REATIVA – US 
• HOMOCISTEÍNA 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
• NEFRITE LÚPICA: 
• É a glomerulonefrite causada por lúpus eritematoso sistêmico. 
• Os achados clínicos incluem hematúria, proteinúria de níveis nefróticos e uremia em 
estágios mais avançados. 
• DIAGNÓSTICO: 
• Biópsia renal. 
• O tratamento é para a doença subjacente e em geral envolve corticoides, fármacos citotóxicos, 
ou outros agentes imunossupressores. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
• NEFRITE LÚPICA: 
• A nefrite lúpica é diagnosticada em 50% dos pacientes com LES e tipicamente 
desenvolve-se no 1º ano do diagnóstico. 
• Entretanto, a incidência total provavelmente é > 90%, em razão de a biópsia renal em 
pacientes com suspeita de LES sem evidências clínicas de doença renal mostrar 
alterações de glomerulonefrite (GN). 
https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/dist%C3%BArbios-dos-tecidos-conjuntivo-e-musculoesquel%C3%A9tico/doen%C3%A7as-reum%C3%A1ticas-autoimunes/l%C3%BApus-eritematoso-sist%C3%AAmico-les
Fenômeno de Raynaud: 
• Caracterizado por alterações vasculares (vasoconstricção e vasodilatação) que 
determinam mudança na coloração das extremidades. 
• Está presente em cerca de 16% a 40% dos pacientes. 
 
Alopecia: 
• Geralmente difusa ou frontal, é um achado frequente, constituindo-se em um 
bom marcador agudo do LES. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Psicose, quadros depressivos, déficits funcionais, acidentes vasculares 
encefálicos, neuropatias periféricas, neuropatias cranianas, mielite transversa 
(processo inflamatório da medula) e convulsões. 
 
 
Convulsão e psicose podem constituir-se na primeira manifestação isolada 
da doença. 
MANIFESTAÇÕES 
NEUROPSIQUIÁTRICAS 
 Anamnese e exame físico completos e de alguns exames laboratoriais; 
 Embora não exista um único exame laboratorial que seja exclusivo para 
identificação de lúpus, a presença do exame chamado FAN (fator ou anticorpo 
antinuclear), principalmente com títulos elevados, em uma pessoa com sinais e 
sintomas da doença, auxilia no diagnóstico; 
 Diagnóstico é estabelecido a partir da presença de pelo menos 4 dos 11 critérios de 
classificação, em qualquer momento da vida dos pacientes, propostos pelo American 
College of Rheumatology (ACR) em 1982 e revisados em 1997. 
DIAGNÓSTICO 
Medicamentos não curam a doença, mas controlam sua atividade, diminuindo assim as 
chances de complicações. 
Glicocorticóides são os mais utilizados para LES. 
Apresentam inúmeros efeitos colaterais (aumento do 
colesterol total e das suas frações e dos TG) e, por isso, 
devem ser utilizados na menor dose efetiva para o 
controle da atividade da doença e, assim que possível, 
reduzidos gradualmente até a suspensão. 
Corticosteroides induzem o aparecimento de outros fatores 
de risco: obesidade, HAS, hiperinsulinemia e resistência 
insulínica. 
TRATAMENTO MEDICAMENTOSO 
Estimular prática de atividade física; 
 Adotar proteção contra luz solar e outras formas de irradiação ultravioleta, por meio de 
barreiras físicas, como roupas com mangas longas, gola alta e uso de chapéus; 
Suspender tabagismo; 
 Realizar controle e tratamento dos fatores de risco cardiovasculares, tais como DM, 
hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia e obesidade; 
 Orientação dietética. 
TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO 
Baixo peso/ desnutrição: associado a maior morbidade e 
mortalidade; 
 
Excesso de peso/obesidade: aumento no risco cardiovascular: 
atenção maior em pacientes em uso crônico de medicamentos. 
AMBOS OS DISTÚRBIOS DEVEM SER DIAGNOSTICADOS, COM O 
OBJETIVO DE SE PROMOVER MELHOR QUALIDADE DE SAÚDE. 
ESTADO NUTRICIONAL 
 Realizar orientação dietética para prevenção e controle de osteoporose, 
dislipidemia, obesidade e HAS; 
 Dar preferência para uma dieta balanceada, com baixo teor de sal, e controle 
de carboidratos e lipídios; 
 Considerar a suplementação de cálcio; 
 A suplementação da vitamina D deve ser considerada em todos os pacientes: 
fotoproteção. 
ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS 
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS 
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS 
 
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS 
FIBRAS 
• O consumo de fibras é inversamente proporcional ao risco de severidade dos sintomas 
RECOMENDAÇÃO: 
• 14 g de fibras por 1.000 kcal consumidas (ou 38 g para homens e 25 g para mulheres) 
• Ingestão adequada de líquidos 
 
• Não há evidência científica de que os alimentos possam influenciar o 
desencadeamento ou a evolução da doença: recomenda-se a adoção de dieta 
balanceada, evitando-se excessos de sal, carboidratos e lipídios. 
• Necessidades devem ser individualizadas: atenção às sequelas e efeitos farmacológicos; 
• Caso de doença renal: avaliaralteração da necessidade proteica, sódio e líquidos; 
• Dieta reduzida em gordura saturada: reduzir risco cardiovascular. 
TERAPIA NUTRICIONAL 
 Os pacientes com LES podem beneficiar-se de uma dieta nutricionalmente equilibrada para a 
manutenção de um peso corporal ideal e com controle calórico efetivo para evitar a resistência insulínica, 
aumentando as concentrações HDL (protetora) e diminuindo os de TG. 
Ômega-3: ↓ inflamação, a atividade da doença e o estresse oxidativo; 
Vitamina D: ↓ marcadores inflamatórios; 
Cúrcuma: ↓proteinúria, hematúria e pressão arterial sistólica 
 Dieta com baixo índice glicêmico: perda de peso e ↓ fadiga. 
TERAPIA NUTRICIONAL 
A taurina pode ser sintetizada a partir da metionina e da cisteína (AAs) é encontrada em 
alimentos como ovos, carne, ostras e lula. 
 
Regula a resposta imunológica, diminui o estresse oxidativo, as citocinas inflamatórias e a 
apoptose. 
Melhora a colesterolemia e a sensibilidade à insulina. 
Suplementação: 100 a 400 mg/dia. 
TERAPIA NUTRICIONAL 
TERAPIA NUTRICIONAL 
TERAPIA NUTRICIONAL 
TERAPIA NUTRICIONAL 
• ÔMEGA – 3 e 6: 
• O ômega 6 pode exacerbar o LES por meio da indução de mediadores 
inflamatórios ; 
• A intervenção dietoterápica com EPA e DHA (na proporção 3:1) 
É indicado juntamente com a restrição 
calórica; 
E pelo forte efeito anti-inflamatório 
TERAPIA NUTRICIONAL 
• A dosagem de 30 g/dia de linhaça mostra-se benéfica na redução da creatinina 
sérica em pacientes com nefrite lúpica. 
 
 
 
• Além de promover uma redução de 11% nos níveis de colesterol total e de 12% nos 
de LDL. 
MICRONUTRIENTES 
• VITAMINA A: 
 
 
 
• Porém, o consumo de doses extremamente altas de vitamina A pode resultar: em 
sintomas como anemia, cefaleia, pele seca, alopecia, náusea, anorexia e morte . 
 
A deficiência de vitamina A está associada no LES com 
maior gravidade dos sintomas . 
MICRONUTRIENTES 
• VITAMINA E: 
 
• O consumo adequado da vitamina E é inversamente relacionado à ocorrência da 
atividade do LES. 
Embora não haja recomendações oficiais para sua suplementação 
 
MICRONUTRIENTES 
• VITAMINA D 
MICRONUTRIENTES 
• VITAMINA D 
 
MICRONUTRIENTES 
• VITAMINA D 
 
Na presença do anti-dsDNA, é comum haver também a produção de anticorpos 
antivitamina D (reduzindo a conversão da vitamina D2 em D3). 
 
 Níveis críticos de vitamina D (< 10 ng/mL) foram encontrados de forma mais frequente em 
pacientes com envolvimento renal. 
MICRONUTRIENTES 
• Vitaminas do Complexo B : 
• O folato (B9) pode minimizar os sintomas do LES 
• Os maiores níveis plasmáticos de homocisteína podem estar associados à 
aterosclerose no LES 
• O que reforça a necessidade de maior consumo de vitaminas B6 e B12 (além do 
folato) 
MICRONUTRIENTES 
• Vitamina C 
• A suplementação com antioxidantes é uma potente terapia na prevenção de complicações 
cardiovasculares; 
• A dose máxima segura é de 1 g/dia, pois a ingestão de doses mais altas determina o 
aparecimento de ascorbato na urina; 
• A combinação entre suplementação diária de 500 mg de vitamina C com 800 UI de 
vitamina E por 3 meses está associada a uma pequena redução da peroxidação lipídica em 
pacientes com LES ; 
MICRONUTRIENTES 
• CÁLCIO 
 
• SÓDIO 
 
• SELÊNIO 
Aumenta as propriedades anti-inflamatórias, com 
redução dos autoanticorpos 
Nefrite lúfpica e/ou HAS: dieta limitada no consumo 
de sódio (3 g sal/dia, sendo acompanhada também de 
restrição na ingestão de líquidos; no máximo 1,5 L/dia) 
Devido à redução da densidade mineral óssea 
associada ou não à corticoterapia e à deficiência de 
vitamina D pela não exposição solar 
•E O GLÚTEN???? 
L- CANAVANINE 
• Esse aminoácido pode ser encontrado em grãos (soja), cebola, sementes e brotos 
de alfafa (principal fonte) 
• É um homólogo natural da L-arginina 
• Porém, o estudo BALES (Baltimore Lupus Environmental Study) mostrou 
associação significativa entre a ingestão de broto de alfafa e o aparecimento de 
sintomas de LES 
 
 Lúpus constitui em uma doença autoimune de caráter inflamatório; 
 Doença crônica que pode acometer diversos órgãos; 
 Pacientes podem apresentar desnutrição e obesidade; 
 Como medidas dietética, recomenda-se a adoção de dieta balanceada, 
evitando-se excessos de sal, carboidratos e lipídios. 
RESUMINDO 
ATIVIDADE 
• Elabore um esquema fisiopatológico do Lúpus eritematoso 
sistêmico, considerando o histórico do paciente descrito abaixo: 
 
• DADOS: 
 Feminino 
 30 anos 
 Possui LES 
 Estado nutricional: Obesidade 
 Em uso de corticoide 
 Dieta altamente inflamatória 
 Dores articulares 
 Queda de cabelo 
Profª Camila Avila 
avila.camila@estacio.br

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