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HEMOLÍTICAanemia IMUNOMED IADA Natália Bueno | @natvet.studies Licensed to Eduarda Silva Moraes - eduarda.moraes@discente.ufma.br - HP154216784673441 CARO LEITOR, Queremos saber sua opinião sobre nosso material. Contribua com sugestões, críticas ou elogios em nosso instagram @natvet.studies! Licensed to Eduarda Silva Moraes - eduarda.moraes@discente.ufma.br - HP154216784673441 O resumo é de uso INDIVIDUAL, não sendo autorizado compartilhar com outras pessoas ou postar na internet, seja pelo Google Drive, Torrent, Mega, WhatsApp, redes sociais ou quaisquer outros meios se classificam como ato de pirataria, conforme o art. 184 do Código Penal. Licensed to Eduarda Silva Moraes - eduarda.moraes@discente.ufma.br - HP154216784673441 hemólise intra-vascular: destruição por imunoglobulinas ou pelo sistema complemento, podendo assim causar uma enfermidade aguda, fraqueza súbita, anemia grave, choque, hemoglobinemia, hemoglobinúria e colapso. hemólise extra-vascular: destruição pela ação do sistema monocítico- fagocitário (SMF), causada por uma reação de hipersensibilidade do tipo II. ela ocorre pela formação de antígeno-anticorpo que realizam a captura antecipada dos eritrócitos pelo SMF, ou na presença do anticorpo (IgG), fazendo com que o animal apresente quadros de febre, fraqueza, anemia, hepatoesplenomegalia e icterícia (também podem ser observadas hiperbilirrubinemia e bilirrubinúria) A anemia hemolítica imunomediada (AHIM) é é considerada uma doença comum nos cães e descrita com menor frequência em gatos. Ela se caracteriza pela diminuição do número de eritrócitos circulantes, decorrente de: Tal enfermidade prejudica a oxigenação tecidual trazendo riscos à saúde do paciente. Classificações Sua origem pode ser primária, ou seja, autoimune, ou secundária a diversas causas, dentre elas, infecciosas (ex: Mycoplasma spp. Erlichia canis, Anaplasma phagocytophilum, Babesia spp., Leishmania, Dirofilaria immitis, Erlichia, FeLV, PIF, infecção bacteriana crônica), neoplásicas ou induzidas por alimentos ou drogas (antibióticos beta-lactâmicos, propiltiouracila, metimazol, sulfonamidas, vacinas). É de extrema importância classificá-las, visto que o tratamento só pode ser efetivo mediante sua distinção. AHIM primária, ou idiopática, acomete cerca de 60% a 70% dos cães com AHIM, e envolve apenas os eritrócitos. Fatores predisponentes como genética, idade e ambiente desregulam o sistema imune tornando-o auto reativo à superfície dos eritrócitos do paciente, ocorrendo hemólise intravascular e fagocitose extravascular por mecanismos imunes, este último levando o aparecimento de esferócitos. Seu tratamento exige uma terapia imunossupressora agressiva. AHIM secundária sofre influência de neoplasias, drogas, infecções bacterianas graves, doenças infecciosas, além de outras doenças imunomediadas, destruindo hemácias e plaquetas. Seu tratamento deve primeiro eliminar a causa primária. Anemia hemolítica imunomediada 4 Licensed to Eduarda Silva Moraes - eduarda.moraes@discente.ufma.br - HP154216784673441 Fatores predisponentes: genética, idade e ambiente Neoplasias Infecção Vacina Fármacos Desregulação imune AUTO REATIVO Auto Ac Ac anti droga ou microrga- nismo Resposta imune IMUNOCOMPLEXO ADSORVIDO Macrófago Hemólise intravascular Esferocitose Fagocitose extravascular Eritrofagocitose Ac anti determinante RBC modificado por droga ou microrganismos 1º AHIM 2º AHIM PATOGENIA da anemia hemolítica imunomediada 5 Licensed to Eduarda Silva Moraes - eduarda.moraes@discente.ufma.br - HP154216784673441 Hemoraparasitas geradores de AHIM A maioria dos casos de AHIM em cães é secundária e relacionada à Ehrlichia spp. As anemias associadas à erliquiose devem ser consideradas como fator de risco ou incluídas no quadro de alterações clínicas relacionadas às possíveis alterações hemostáticas. Hipoalbuminemia e hiperglobulinemia associadas à trombocitopenia devido à rápida multiplicação do agente no sangue e a vasculite generalizada são características frequentemente encontradas em anemias associadas a infecções por erliquia. Hemoparasitos como babesia e anaplasma também são encontrados nos casos de AHIM. Em casos de babesiose, os achados laboratoriais mais comuns são a anemia regenerativa, trombocitopenia, hiperbilirrubinemia, sendo as duas primeiras as principais anormalidades hematológicas observadas. Durante a reprodução, os agentes levam à ruptura das hemácias, juntamente à eritrofagocitose, as quais resultarão em um quadro de anemia regenerativa. A eritrofagocitose, neste caso, é originada tanto da existência de antígenos na superfície das hemácias quanto da fragilização de sua membrana. Já nos achados laboratoriais da anaplasmose podemos verificar episódios cíclicos de trombocitopenia (período médio de dez dias), anemia intermitente, hipoalbuminemia e hipergamaglobulinemia. O número de plaquetas parasitadas decresce durante o parasitismo, mas, a trombocitopenia permanece acentuada e se torna branda posteriormente. 6 Licensed to Eduarda Silva Moraes - eduarda.moraes@discente.ufma.br - HP154216784673441 policromasia com autoaglutinação e esferocitose; trombocitopenia; hemácias fantasmas; hemoglobinemia; hemoglobinúria; hiperbilirrubinemia e; hiperbilirrubinúria. a presença de reticulócitos; a morfologia eritrocitária; a contagem de plaquetas cálculo dos índices hematimétricos avaliação de red blood cell distribution width (RDW) (amplitude de distribuição das hemácias) A AHIM possui alguns achados laboratoriais bem característicos, como a: O teste de antiglobulina direta (teste de Coombs direto) indica a presença de imunoglobulinas (IgG, IgM, IgA) ou sistema complemento na superfície das membranas eritrocitárias, entretanto, apesar da etiologia autoimune, o estado clínico do animal é essencial para fechar o diagnóstico. Entretanto, o teste de Coombs é pouco específico e pode estar associado a doenças não hemolíticas por deposição de imunoglobulinas ou complexos de infecções crônicas como lúpus eritematoseo, além de doenças renais. Caso não seja possível realizar o teste, a combinação de sinais clínicos de anemia, hemólise e aglutinação persistente são suficientes para fechar o diagnóstico de AHIM. Para caracterizar a AHIM é fundamental considerar as avaliações de anemia e seus graus de regeneração: A aglutinação em salina é um teste laboratorial complementar, uma vez que auxilia na diferenciação entre rouleaux ou aglutinação propriamente dita. Sua especificidade é de aproximadamente 95%. Vale ressaltar que este teste deve ser realizado somente quando a aglomeração estiver aparente. Diagnóstico laboratorial 7 Licensed to Eduarda Silva Moraes - eduarda.moraes@discente.ufma.br - HP154216784673441 ANEMIA esferocitose (cães) aglutinação em salina (AS) positiva sem lavagem TAD ou citometria de fluxo AS que persiste após lavagem OU > 2 SINAIS DE HEMÓLISE? hiperbilirrubinemia, bilirrubinúria significativa ou icterícia sem evidência de hepatopatia, colestase ou sepse hemoglobinemia hemoglobinúria hemácias fantasmas 1 SINAL DE DESTRUIÇÃO DE IM? esferocitose (cães) aglutinação em salina (AS) positiva sem lavagem TAD ou citometria de fluxo AHIM SUGESTIVO de AHIM, desde que não se identifique outra causa > 1 sinal de hemólise? SUSPEITO de AHIM, desde que não se identifique outra causa não é AHIM sim sim não não nãosim > 2 SINAIS DE DESTRUIÇÃO IM? nãosim 8 Licensed to Eduarda Silva Moraes - eduarda.moraes@discente.ufma.br - HP154216784673441 Controle terapêutico suprimindo a atividade do sistema monocítico fagocitário; reduzindo a ligação do sistema complemento aos anticorpos e, suprimindo a produção de imunglobulinas A conduta terapêutica para AHIM é baseada em glicocorticoides, que atuarão: Além do glicocorticoide, deve-se associar a terapia antitrombótica com heparina não fracionada, com dose individual ajustada (pode associar ou não a um antiplaquetário em animais com AHIM e níveis de plaquetas > 30.000plaquetas/uL), por conta do risco elevado ao desenvolvimento de coagulação intravascular disseminada (CID) e de trombose. Em casos refratários pode-se utilizar terapias alternativas como a esplenectomia (um estudo respectivo, diz que ocorre a redução da necessidade de transfusões e aumento do hematócrito nos 30 dias pós-procedimento, porém, há o risco de septicemia, hemoparasitoses e o próprio risco cirúrgico) e ciclosporina (em casos de AHIM refratária e não regenerativa). Caso o animal não responda em aproximadamente sete dias de tratamento, deve-se adicionar uma segunda droga imunossupressora e então observar novamente o VG. Caso ainda não ocorra controle da doença, deve-se checar alguns fatores como a dosagem das drogas e comprometimento do tutor, administração das drogas com alimentos e o diagnóstico correto da enfermidade, optando pela esplenectomia ou adição de uma terceira droga imunossupressora se ainda não obtiver bons resultados. Assim, com valor de VG estável ou com aumento de 30% do mesmo por duas semanas após o tratamento e melhora quanto aos testes realizados no paciente, o desmame pode ser iniciado. Vale lebrar que em animais com AHIM secundária, os fatores primários devem ser inicialmente controlados para que então, o tratamento específico da anemia possa ser instituído. Terapia de suporte O tratamento principal para a AHIM consiste em ministrar imunomoduladores, porém, quando há decréscimo dos valores do hematócrito, comprometendo a oxigenação dos tecidos, a hemoterapia se faz necessária. 9 Licensed to Eduarda Silva Moraes - eduarda.moraes@discente.ufma.br - HP154216784673441 A hemoterapia deve ser instituída visando manter a volemia, caso os animais estejam desidratados e necessitando reposição de hemocomponentes. Dentre estes, o concentrado de hemácias é o que melhor se adequa aos casos de AHIM, pois possuem hemácias e uma pequena quantidade de plasma, o qual é separado em uma bolsa satélite (a menor quantidade de plasma e seus constituintes, refletem na minimização da estimulação antigênica). Além disso, normalmente os pacientes são normovolêmicos, não sendo necessária a correção da volemia. Caso não seja possível utilizar o concentrado de hemácias, o sangue total pode ser administrado. Vale ressaltar que devem ser realizados testes de compatibilidade sanguíneas para todas as situações de transfusões. E deve-se tomar cuidado, pois casos de AHIM podem gerar autoaglutinação em testes de compatibilidade sanguínea, resultando em falsos positivos. Além disso, é recomendada a oxigenoterapia e repouso do paciente. 10 Licensed to Eduarda Silva Moraes - eduarda.moraes@discente.ufma.br - HP154216784673441 Referências HARVEY, J.W. Infeção por Anaplasma platys | Anaplasmose trombocitotrópica. In: GREENE, C. E. Doenças Infecciosas Em Cães E Gatos. 4. ed. Rio de Janeiro: Roca, 2015. p. 1387. LACERDA L.A. Anemias | Avaliação Clínica e Laboratorial. In: JERICÓ, M.M.; ANDRADE NETO, J.P.; KOGIKA, M.M. Tratado de medicina interna de cães e gatos. Rio de Janeiro: Roca, 2015. Cap. 198. p. 5436-5449. LACERDA L.A.; HLAVAC N. R.C. Anemias regenerativas. In: JERICÓ, M.M.; ANDRADE NETO, J.P.; KOGIKA, M.M. Tratado de medicina interna de cães e gatos. Rio de Janeiro: Roca, 2015. Cap. 199. p. 5450-5482. MEUTEN, D. Avaliação e interpretação laboratorial do sistema urinário. In: THRALL, M. A. et al. Hematologia e Bioquímica Clínica Veterinária. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015. p. 689-806. NELSON, R. W. & COUTO, C. G. Medicina interna de pequenos animais. 5a ed. Amsterdam: Elsevier, 2015. 4442p. ACERDA L.A.; HLAVAC N. R.C. Anemia Hemolítica Imunomediada. In: JERICÓ, M.M.; ANDRADE NETO, J.P.; KOGIKA, M.M. Tratado de medicina interna de cães e gatos. Rio de Janeiro: Roca, 2015. Cap. 201. p. 5498-5525. ZVORC, Z.et al. Erythocyte and platelet indices in babesiosis of dogs. Veterinarski Arhiv, v. 80, n. 2, p. 259-267, 2010. DAY, M. J. Immune - Mediated Anemias in the dog. In: WEISS, D.J.; WARDROP, K.J. Schalm's veterinary hematology. Ames: Wiley-Blackwell, 2010. Cap. 2. p. 102-106. WILLARD, M.; TVEDTEN, H. Small animal clinical diagnosis by laboratory methods. 5. ed. Philadelphia: Saunders-Elsevier, 2012. 427 p. 11 Licensed to Eduarda Silva Moraes - eduarda.moraes@discente.ufma.br - HP154216784673441
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