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Danieli G Giacomin – Pediatria Aula 8 e 9(27/03 e 03/04) No período fetal as trocas gasosas intraútero são mediadas exclusivamente pela difusão placentária, uma vez que os pulmões ainda não são funcionais e possuem elevada resistência vascular (o que faz com que pouco sangue chegue aos mesmos), é na placenta que as trocas gasosas são feitas e para onde todo o sangue volta para ser reoxigenado de modo que esta possui baixa resistência vascular. Após o nascimento, com a saída da placenta e elevação da resistência vascular sistêmica ocorre a redução da resistência vascular pulmonar em decorrência da insuflação e oxigenação pulmonar, assim como pela dilatação dos vasos pulmonares. Além disso, com o fechamento do forame oval e do canal arterial a circulação pulmonar é facilitada. Com isso, ao nascer, o pulmão do RN precisa deixar de ser um órgão repleto de líquido e com pouco fluxo sanguíneo, para ser um órgão arejado, com fluxo sanguíneo e capaz de realizar uma respiração diferente da anterior, pois neste caso trata-se de uma troca de gás com o meio ambiente, ou seja, respiração pulmonar. SHUNT FETAL 1. Ducto venoso (desvia sangue para veia cava inferior) 2. Canal arterial (desvia sangue dos pulmões e joga na aorta) 3. Forame oval (conectar o átrio direito e esquerdo para que o sangue oxigenado consiga ir para a aorta) Danieli G Giacomin – Pediatria Aula 8 e 9(27/03 e 03/04) A: Na circulação fetal, o sangue chega da placenta à veia umbilical. Do átrio direito, uma parte do sangue chega às artérias pulmonares, isso porque o pulmão não ventilado do feto oferece uma resistência vascular elevada. B: Imediatamente após o parto é produzida contração dos vasos umbilicais, que além da ligadura do cordão umbilical, provoca uma redução da pressão na veia cava inferior e no átrio direito. Quando o recém-nascido começa a respirar, seus pulmões se expandem, os vasos pulmonares se dilatam, diminuindo a resistência vascular o que permite que maior aporte sanguíneo do tronco pulmonar chegue até as artérias pulmonares Presença de pelo menos um sinal de aumento do trabalho respiratório do RN: Taquipneia (FR > ou = 60irpm); Desconforto respiratório; → Batimento de asas nasais; → Gemido expiratório; → Retrações torácicas; → Head Bobbing (balancinho); Danieli G Giacomin – Pediatria Aula 8 e 9(27/03 e 03/04) Quantifica o desconforto respiratório;Quanto maior a pontuação, maior o desconforto respiratório; → Desconforto leve < 5; → Desconforto moderado/ grave: 5-10 pontos; *Vale ressaltar que, tais apresentações podem estar presentes em doenças de etiologia extrapulmonar. A taquipneia quando isolada, por exemplo, é comum na sepse, distúrbios metabólicos e cardiopatias congênitas. Outro exemplo é a cianose central que tanto pode estar presente em cardiopatias congênitas, quanto na hipertensão pulmonar e outras afecções graves pulmonares. É importante atentar-se para sinais de alerta diante de uma insuficiência respiratória, são eles: gasping (respiração agônica ou ruidosa), sufocação, estridor, apneia, esforço respiratório débil, bradicardia, hipotensão arterial, má perfusão periférica, cianose, hipoxemia ou palidez. Estes sinais representam condição de ameaça à vida, devendo ser instituído suporte ventilatório imediato. Síndrome do desconforto respiratório: prematuro, DG, asfixia perinatal, sexo masculino, gestação múltipla; Taquipneia transitória do RN: termo ou pré-termo tardio, cesárea eletiva fora de trabalho de parto, DG; Síndrome da aspiração meconial: termo ou pós-termo, líquido meconial, asfixia perinatal; Pneumonia neonatal: prematuridade, rotura prematura de membranas ovulares, pesquisa de Streptococcus do grupo B positiva; Danieli G Giacomin – Pediatria Aula 8 e 9(27/03 e 03/04) ● Estenose nasal/ atresia de coanas: síndrome/ sequência de Pierre-Robin (síndrome genética): → Micrognatia (queixo curto), glossopatia (língua grande), fenda palatina (tríade de anomalias); ● Estenose laríngea; ● Paralisia de cordas vocais; ● Anel vascular: obstrução traqueo-brônquica com presença de anomalias congênitas no arco aórtico e estridor ao exame físico); ● Estenose traqueobrônquica; Danieli G Giacomin – Pediatria Aula 8 e 9(27/03 e 03/04) ● Doenças da parede torácica: alteram a dinâmica respiratória → Hérnia diafragmática; → Doenças neuromusculares; ● Cianogênicas → Transposição de grandes vasos; → Anomalia de Ebstein; → Tetralogia de Fallot; ● Acianogênicas → Hipoplasia de coração esquerdo; → Persistência do canal arterial; ● Hemorragia intraventricular; ● Meningite; ● Lesão de medula espinhal; ● Encefalopatia hipóxico-isquêmica; ● Sepse; ● Anemia ou policitemia; ● Hipo/hipertermia; ● Hipo/hipernatremia; ● Hipoglicemia; ● Erros inatos do metabolismo; ● Uso de medicações maternas: opiáceos, sulfato de magnésio, drogas de abuso; Danieli G Giacomin – Pediatria Aula 8 e 9(27/03 e 03/04) ● Pulmão está repleto de líquido; ● Reabsorção do líquido pulmonar; ● Canais de sódio e cloro; ● Passagem pelo canal de parto; ● Prostaglandinas; ● Causam prejuízo na reabsorção pulmonar: → Cesárea eletiva sem trabalho de parto; → Asfixia perinatal; → Diabetes Gestacional (inibe produção de surfactante); → Asma materna; → Policitemia; A SDR está relacionada à imaturidade pulmonar, logo, é a afecção respiratória mais frequente no RN pré- termo sendo mais comum naqueles: IG < 28 semanas, mãe diabética, sexo masculino e que sofreram asfixia ao nascimento. Tal patologia tem como principal causa a deficiência quanti e qualitativa do surfactante pulmonar, este, é sintetizado a partir da 20ª semana de gestação pelas células do epitélio alveolar ou pneumócitos do tipo II com pico de produção por volta da 35ª semana. O surfactante é comporto 90% de lipídios e 10% de proteínas, possuindo a fosfatidilcolina como principal tenso ativo, responsável pela diminuição da tensão alveolar, ou seja, atua reduzindo a força de retração elástica que faria com que os alvéolos colabassem a cada ciclo respiratório. O RN que nasce antes da 35ª semana, portanto, produziu menor quantidade de surfactante e, esta deficiência acarreta no aumento da tensão superficial pulmonar, aumentando a força de retração elástica e produzindo atelectasias, acarretando na redução da complacência pulmonar. A progressão das atelectasias diminue a relação ventilação/perfusão o que leva à: hipoxemia, hipercapnia e acidose. Além deste conjunto de alterações, o RN pré-termo possui uma maior permeabilidade da membrana alvéolo- -capilar o que aumenta a quantidade de líquido pulmonar e, com isso, piora o quadro de SDR, pois o líquido pulmonar inativa o surfactante da superfície alveolar reduzindo ainda mais o surfactante ativo. ● Fatores aceleradores de maturação pulmonar: → Pré-eclâmpsia - situações de estresse; → Rotura prematura de membranas ovulares e restrição do crescimento intrauterino: liberação de corticoides e liberação de mediadores químicos, que estimulam a manutração de penumócitos tipo 2 e a liberação de surfactante; → Uso materno antenatal de esteroides; ● Fatores de risco: Prematuridade ( < 28 semanas);Ausência de uso de corticoide antenatal; DG; Asfixia perinatal; Sexo masculino; Gestação múltipla; Danieli G Giacomin – Pediatria Aula 8 e 9(27/03 e 03/04) Quadro Clínico: O RN apresenta desconforto respiratório logo após o nascimento, com piora progressiva do quadro nas primeiras 24h, pico nas 48h e melhora após as 72h. O gemido expiratório é muito comum nesta patologia, associada a redução dos murmúrios vesiculares. Em casos mais graves pode haver progressão com cianose e apneia. A evolução da doença pode ser modificada por: administração antenatal de corticoide, assistência ventilatória precoce e uso de surfactante exógeno. O corticoide antenatal pode ser feito com betametasona, intramuscular, 2 doses com intervalo de 24h nas gestações entre26 e 34 semanas. Apresentação radiológica: O aspecto típico é de infiltrado retículo-granular difuso (aspecto de “vidro moído”) distribuído uniformemente nos campos pulmonares. Presença de broncograma aéreo e aumento do líquido pulmonar. Critérios diagnósticos: Evidências de prematuridade ou imaturidade pulmonar; Desconforto respiratório nas primeiras 3h de vida; Evidências de complacência pulmonar reduzida e trabalho respiratório aumentado; Necessidade de suporte ventilatório por mais de 24h para manter saturação nos níveis adequados; Radiografia de tórax apresentando velamento reticulogranular difuso e broncogramas aéreos entre 6 e 24h de vida. Tratamento: Além do suporte geral a ser dado de cuidados gerais na sala de parto, o RN deve ser encaminhado para UTI neonatal. “Protocolo INSURE”: INtubate, SURfactante, Extubate to CPAP. Que consiste na realização da intubação para administração do surfactante e, após isso, a extubação e suporte ventilatório com CPAP (contínuos positive airway pressure). O CPAP vem sendo muito estimulado com o intuito de redução da lesão pulmonar exercendo importante papel na melhora da complacência pulmonar e na redução da resistência das vias aéreas o que auxilia inclusive a manter o surfactante exógeno administrado. Com isso, objetiva-se uma PaO2 entre 50-70 mmHg. Quanto ao surfactante, vale ressaltar que todas as evidências apontam para o benefício do uso precoce do surfactante nas primeiras 2 horas de vida. Suporte inicial ventilatório e oxigenoterapia;Reposição de surfactante:Profilática < 28 semanas e/ou peso < 1000g: protocolo insure (intubar, surfactante, extubar e colcoar em CPAP); ● O pulmão fetal é repleto de líquido o qual é produzido pelo epitélio pulmonar a partir 10 da 17ª semana de gestação, sendo que ao final da gestação sua produção é de 4-5ml/kg/h chegando ao volume de 25-30ml/kg. Este líquido exerce pressão de distensão sobre as vias aéreas o que é um estímulo importante para o desenvolvimento pulmonar. Ao desencadear o trabalho de parto, canais de sódio são ativados e o líquido Danieli G Giacomin – Pediatria Aula 8 e 9(27/03 e 03/04) começa a se movimentar para fora dos alvéolos (70% é reabsorvido antes do nascimento). Além disso, a compressão torácica decorrente da passagem pelo canal de parto, a ventilação pulmonar e captação linfática contribuem para remoção desse líquido ao nascimento, apesar deste processo só ser finalizar totalmente aproximadamente 2 horas após o parto. ●Síndrome do pulmão úmido ou síndrome do desconforto respiratório tipo II; ● Taquipneia nas primeiras horas de vida; Alguns fatores acabam prejudicando a absorção do líquido pulmonar e predispondo a TTRN, são eles: cesariana eletiva sem trabalho de parto, asfixia perinatal, diabetes e asma brônquica materna, policitemia. Quadro Clínico: O sinal clínico mais evidente é a taquipneia, porém, diferente da SDR, esse desconforto da TTRN melhora a partir das 24-48h. Apesar disso, muitas vezes é difícil fazer o diagnóstico diferencial de ambas doenças apenas com dados clínicos. Apresentação radiológica: A apresentação é típica com: congestão peri-hilar radiada e simétrica, espessamento das cisuras interlobares, hiperinsuflação pulmonar e por vezes, cardiomegalia e derrame pleural. ● Tratamento: oxigenioterapia e suporte ventilatório com CPAP; A incidência de mecônio no líquido amniótico varia 5-25% em todas as gestações, podendo ocorrer em 30% das gestações > 42 semanas. Porém, apenas 5-10% desenvolvem a SAM. Diferente dos acometimentos que vimos até então, esta síndrome acomete principalmente RN> 40 semanas ou que sofreu asfixia perinatal. O mecônio deveria ser eliminado após o nascimento, no entanto, é possível elencar alguns fatores predisponentes para eliminação anterior, são eles: maturidade fetal, sofrimento fetal e compressão mecânica do abdome durante o trabalho de parto. ● Líquido amniótico meconial: → Presente em 10-20% das gestações; → Composto por lanugo, bile, vérnix caseoso, enzimas pancreáticas, epitélio descamado, muco; → Presente no TGI desde 16a semana; → Cólon descendente na 34a semana; A aspiração de mecônio desencadeia fatores obstrutivos e inflamatórios. Quando muito espesso, produz obstrução das grandes vias aéreas. No entanto, quando as partículas de mecônio são menores ocorre obstrução da via aérea distal levando a atelectasias e, em algumas regiões o ar fica aprisionado em um padrão de obstrução valvular acarretando no surgimento de áreas hiperinsufladas que podem levar a Danieli G Giacomin – Pediatria Aula 8 e 9(27/03 e 03/04) baro/volutrauma. A presença do mecônio nas vias aéreas distais leva à alteração na função do surfactante, inativando-o na superfície alveolar. A ação inflamatória resulta em pneumonite química e necrose celular o que pode ser agravado por uma infecção bacteriana associada. Além disso, o mecônio possui substância que induzem a agregação plaquetária formando microtrombos na vasculatura pulmonar e posterior liberação de substâncias vasoativas pelas plaquetas agregadas o que leva a constrição do leito vascular e hipertensão pulmonar (aproximadamente 30% dos RN desenvolvem este quadro). Deste modo, ocorrem alterações na relação ventilação/perfusão levando ao aparecimento de hipoxemia, hipercapnia e acidose. *Hipertensão pulmonar persistente: hipoxemia, vasoconstricção pulmonar, aumento da resistência vascular pulmonar, perpetua a resistência da circulação fetal (com desvios e shuntos) = RVP > RVS; Hipertensão pulmonar: hipertransparente, redução vascular e vasocontrição pulmonar; Ecocardiograma: identificar hipertensão pulmonar e descartar doenças cardíacas associadas; Quadro clínico :O diagnóstico sempre deve ser considerado quando houver presença de líquido amniótico meconial na traqueia do RN. Costuma ocorrer em RN a termo ou pós-termo com história de líquido amniótico meconial e asfixia perinatal. Os sintomas são precoces e progressivos, com presença de cianose. Na ausência de complicações (baro/volutrauma e ou hipertensão pulmonar) o quadro se resolve em 5-7 dias devido a absorção gradativa o mecônio. Apresentação radiológica: O exame radiológico apresenta opacidades irregulares, áreas de atelectasia, áreas hiperinsufladas, retificação do diafragma e aumento do diâmetro ântero-posterior. Podem surgir achados de pneumotórax, pneumomediastino e cardiomegalia Tratamento :O RN deve ser avaliado logo após o parto quanto a sua vitalidade e necessidade ou não de suporte ventilatório, bem como se há necessidade de aspiração. Alguns RN podem se beneficiar do uso do CPAP, sobretudo, se a radiografia não mostrar áreas hiperinsufladas. Quanto à necessidade de antibioticoterapia, pode ser indicada em caso de distúrbio respiratório grave e radiografia muito alterada, sendo importante a coleta de hemocultura e demais exames para então avaliar como será feito o uso do antibiótico ● Fisiopatologia Danieli G Giacomin – Pediatria Aula 8 e 9(27/03 e 03/04) Costuma acometer 1-2 a cada 1.000 nascidos vivos, geralmente decorrente de um distúrbio do processo de transição circulatória da vida fetal para a neonatal, de modo que o RN com HPP possui, assim como o feto, uma resistência vascular pulmonar aumentada e shunt da direita para a esquerda por meio do forame oval e/ou canal arterial, que resulta em hipóxia grave, muitas vezes refratária a tratamento. Alguns fatores perinatais estão mais associados a HPP, são eles: SDR, SAM, sepse, pneumonia, hipoplasia pulmonar, cardiopatias congênitas e asfixia perinatal. Acredita-se que qualquer fator que interfira na adaptação cardiorrespiratória perinatal, desde a formação e o desenvolvimento dos vasos pulmonares até a transição cardiopulmonar que ocorre ao nascimento, pode desencadear o surgimento dessa síndrome. Quadro clínico: O quadro clínico é bastante variável a depender da doença de base. É mais comum em neonatos a termo ou pós- -termo, mas algunsestudos já mostram que a HPP pode ser subestimada nos pré- termo. Chama atenção para a HPP uma desproporção entre a gravidade da hipoxemia e o grau de desconforto respiratório; com frequência, esses RN necessitam de altas concentrações de O2 para manter a oxigenação arterial com piora da saturação a qualquer manipulação. Danieli G Giacomin – Pediatria Aula 8 e 9(27/03 e 03/04) Diagnóstico: A ecocardiografia com doppler é o método de escolha tanto para diagnóstico quanto para avaliação da eficácia da terapêutica instituída, podendo documentar o grau do shunt direito-esquerdo, bem como avaliar a contração miocárdica e afastar doenças estruturais cardíacas. Os critérios diagnósticos são: Ventilação mecânica com FiO2 de 1,0 mantendo cianose central PaO2 abaixo de 100 mmHg ou SatO2 < 90%; Mais que dois episódios de queda da SatO2 < 85% no período de 12 horas, que necessitem de aumento no suporte ventilatório ou ventilação manual para revertê-los; Diferença da oxigenação arterial entre os sítios pré-ductais (membro superior direito) e pós-ductais (membros inferiores). Considerar diferença significante quando o gradiente de PaO2 pré e pós-ductal for > 20 mmHg ou de SatO2 pré e pós-ductal > 5%; Evidências ecocardiográficas de hipertensão pulmonar. Tratamento :O tratamento tem como meta reverter a hipóxia, restaurar a oxigenação e o equilíbrio ácido- base, em seguida, deve-se melhorar a função miocárdica, reduzir a resistência vascular pulmonar e otimizar a pressão arterial sistêmica. O suporte ventilatório pode ser dado por CPAP e em alguns casos há necessidade de ventilação mecânica, os parâmetros iniciais são: FR= 40-60ipm, PEEP= 5 cmH2O, Pinspiratória= 20 cmH2O. Uma vez que a resposta não seja satisfatória, pode-se alterar os parâmetros iniciais ou indicar ventilação de alta frequência. O uso de óxido nítrico inalatório está indicado quando, após medidas gerais, a criança permanece com hipoxemia. Recomenda-se o uso se o RN tiver mais de 34 semanas, devendo usar a dose inicial de 20 ppm, sendo esperada uma melhora da oxigenação em torno de 20% após 30-60 minutos de início da terapia. O desmame deve ser feito de modo gradual quando a oxigenação estiver melhor e a criança estiver recendo uma FiO2 < 70%. Para manter a função cardíaca e perfusão tecidual satisfatórias de modo a favorecer um bom fluxo pulmonar e garantindo oxigenação adequada, em alguns casos é necessário o uso de drogas vasoativas com o objetivo de aumentar o débito cardíaco e manter uma pressão arterial capaz de vencer a resistência pulmonar. A pneumonia neonatal é um processo inflamatório pulmonar resultante de infecção bacteriana, viral, fúngica ou química. Representa o principal sítio de estabelecimento da sepse neonatal. Costuma ocorrer aproximadamente 1/3 dos neonatos que evoluem para óbito nas primeiras 48 horas. Pode ser considerada precoce se acontece antes das primeiras 48h de vida, sendo o principal agente etiológico as bactérias gram negativas ou tardia onde predomina as bactérias gram positivas. É considerada adquirida antes do nascimento ou congênita quando decorrente de processos pneumônicos que ocorrem no ambiente intrauterino por via transplacentária secundárias a: infecção sistêmica materna (citomegalovírus, tuberculose, toxoplasmose, sífilis, HIV, listeriose, etc.) ou aspiração de líquido amniótico infectado (corioamnionite). Alguns antecedentes perinatais são fatores de risco para pneumonia congênita ou adquirida antes do nascimento: rotura prematura de membranas > 18 horas, ausência de profilaxia para estreptococos do grupo B, trabalho de parto prematuro ou corioamnionite. As pneumonias adquiridas durante o nascimento têm relação com processos infecciosos no canal de parto que contaminam o neonato. Além disso, algumas pneumonias podem ser adquiridas após internamento do RN em UTI, logo, são influenciadas pela taxa de infecção nosocomial de cada unidade neonatal. O principal patógeno é o estreptococo do grupo B, mas outras bactérias também podem estar envolvidas, são elas: E. coli, Klebisiella, Listeria e Estafilococos. Resumindo: Congênita: infecção transplacentária ou corioamnionite, parto prematuro e RPMO, Streptococcus do grupo B; Neonatal: Precoce: intrauterina, primeiras 48h de vida; Tardia: pós-natal por infecção hospitalar; GRAM+; Danieli G Giacomin – Pediatria Aula 8 e 9(27/03 e 03/04) Diagnóstico :O quadro clínico, radiológico e os exames laboratoriais costumam ser inespecíficos e muitas vezes são comuns a outras doenças já citadas que causam desconforto respiratório no RN. Logo, deve-se suspeitar de PN em qualquer RN com desconforto respiratório acompanhado de hemoculturas positivas ou 2 ou mais critérios abaixo: Tratamento : Suporte ventilatório: CPAP nasal; ■ RN < 1500g com desconforto, RN > 1500g SatO2 < 89% com FiO2 > ou = 40%, pós-extubação traqueal em todos < 1500g, apneia neonatal; ■ Previne atelectasias; ○ Ventilação mecânica: falha no CAPAP nasal, > ou = 2 episódios de apneia por hora, pH < 7,2; ○ Surfactante terapêutico; ○ Antibioticoterapia: penicilina cristalina + amicacina ou ampicilina + gentamicina;
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