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ALFABETIZAÇÃO 
E LETRAMENTO
Denise A. M. de Oliveira
1ª Edição, 2022
EAD
Reitor e Diretor Campus Engenheiro Coelho: Martin Kuhn 
Vice-reitor para a Educação Básica e Diretor Campus Hortolândia: Douglas Jefferson Menslin
Vice-reitor para a Educação Superior e Diretor Campus São Paulo: Afonso Cardoso Ligório
Vice-reitor administrativo: Telson Bombassaro Vargas 
Pró-reitor de graduação: Afonso Cardoso Ligório 
Pró-reitor de pesquisa e desenvolvimento institucional: Allan Macedo de Novaes 
Pró-reitor de educação à distância: Fabiano Leichsenring Silva 
Pró-reitor de desenvolvimento espiritual e comunitário: Henrique Melo Gonçalves
Pró-reitor de Desenvolvimento Estudantil: Carlos Alberto Ferri
Pró-reitor de Gestão Integrada: Claudio Knoener 
Educação Adventista a Distância
Conselho editorial e artístico: Dr. Adolfo Suárez; Dr. Afonso Cardoso; Dr. Allan Novaes; 
Me. Diogo Cavalcanti; Dr. Douglas Menslin; Pr. Eber Liesse; Me. Edilson Valiante; 
Dr. Fabiano Leichsenring, Dr. Fabio Alfieri; Pr. Gilberto Damasceno; Dra. Gildene Silva; 
Pr. Henrique Gonçalves; Pr. José Prudêncio Júnior; Pr. Luis Strumiello; Dr. Martin Kuhn; 
Dr. Reinaldo Siqueira; Dr. Rodrigo Follis; Esp. Telson Vargas
Editor-chefe: Rodrigo Follis
Gerente administrativo: Bruno Sales Ferreira
Editor associado: Werter Gouveia
Responsável editorial pelo EaD: Luiza Simões
Editora Universitária Adventista
Presidente Divisão Sul-Americana: Stanley Arco
Diretor do Departamento de Educação para a Divisão Sul-Americana: Antônio Marcos
Presidente Mantenedora Unasp (IAE): Maurício Lima
1ª Edição, 2022
ALFABETIZAÇÃO 
E LETRAMENTO
Editora Universitária Adventista 
Engenheiro Coelho, SP
Denise Andrade Moura de Oliveira
Mestra em Educação pelo UNASP - EC
Campagnoni, Mariana / dos Santos, Diego Henrique Moreira
Formação da identidade profissional do contador [livro eletrônico] / Mariana Campagnoni. -- 1. 
ed. -- Engenheiro Coelho, SP : Unaspress, 2020.
1 Mb ; PDF
ISBN 978-85-8463-172-8
1. Carreira profissional 2. Contabilidade 3. Contabilidade como profissão 4. Contabilidade como 
profissão - Leis e legislação 5. Formação profissional 6. Negócios I. Título.
20-33026 CDD-370.113
Dados Internacionais da Catalogação na Publicação (CIP)
(Ficha catalográfica elaborada por Hermenérico Siqueira de Morais Netto – CRB 7370)
Alfabetização e Letramento
1ª edição – 2022
e-book (pdf)
OP 00123_006
Coordenação editorial: Késia Santos
Conteudista: Denise A. Moura de Oliveira
Preparador: Kawanna Cordeiro
Projeto gráfico: Ana Paula Pirani 
Capa e Diagramação: William Nunes 
Caixa Postal 88 – Reitoria Unasp
Engenheiro Coelho, SP – CEP 13448-900
Tel.: (19) 3858-5171 / 3858-5172 
www.unaspress.com.br
Editora Universitária Adventista
Validação editorial científica ad hoc:
Vanessa Raquel de Almeida Meira
Doutora em Teologia pela Faculdades EST.
Editora associada:
Todos os direitos reservados à Unaspress - Editora Universitária Adventista. Proibida 
a reprodução por quaisquer meios, sem prévia autorização escrita da editora, salvo 
em breves citações, com indicação da fonte.
SUMÁRIO
ALFABETIZAÇÃO: A HISTÓRIA SOBRE COMO 
ENSINAR A LER E A ESCREVER ............................... 13
Introdução ........................................................................................14
Alfabetização: conhecendo a história da 
escrita ao longo dos tempos ...........................................................15
Conceito de alfabetização ................................................................23
Métodos sintéticos ...........................................................................38
Método alfabético ...................................................................39
Método fônico .........................................................................41
Método silábico .......................................................................45
Métodos analíticos de alfabetização ...............................................48
Método da palavração ............................................................51
Método da sentenciação .........................................................53
Método do conto .....................................................................54
A didática das cartilhas utilizadas para o 
ensino da leitura e da escrita ...........................................................56
Considerações finais.........................................................................65
Referências .......................................................................................69
COMO A CRIANÇA APRENDE 
A ESCREVER E LER ................................................. 73
Introdução ........................................................................................74
A ressignificação do ensino 
da leitura e da escrita .......................................................................75
Psicogênese da língua escrita .................................................82
Definindo psicogênese da língua escrita ................................86
Níveis da psicogênese 
da alfabetização ...............................................................................88
Procedimentos para classificação 
dos níveis psicogenéticos .......................................................90
Nível silábico ...........................................................................96
Nível alfabético.......................................................................104
Processos de construção 
da linguagem escrita .............................................................109
Considerações finais........................................................................114
Referências ......................................................................................117
LETRAMENTO: O SENTIDO DE APRENDER 
E ENSINAR A LER E A ESCREVER .......................... 121
Introdução .......................................................................................122
Letramento: conceito ......................................................................123
Diferenciando letramento ..............................................................137
O letramento na escola ...................................................................148
Letramento: BNCC e PNA ................................................................158
Considerações finais........................................................................170
Referências ......................................................................................173
ALFABETIZAR LETRANDO: 
O TEXTO NA SALA DE AULA .................................. 177
Introdução .......................................................................................178
Alfabetizar letrando: 
centralidade do texto ......................................................................179
Produção escrita a partir do texto ..........................................196
Letramento literário ........................................................................201
Estágios psicológicos da criança ............................................206
Proposta didática com literatura infantil ...............................212
Letramento: um conceito plural .....................................................219
Considerações finais........................................................................225
Referências ......................................................................................229
ALFABETIZAÇÃO: ESTUDO DA 
ESPECIFICIDADE DA LÍNGUA ................................ 233
Introdução .......................................................................................234
Consciência fonológica ...................................................................235
Conceito de palavra.........................................................................246
VO
CÊ
 ES
TÁ
 A
QU
I
Rimas e aliterações .........................................................................253A sílaba ............................................................................................256
Consciência fonêmica .....................................................................263
Considerações finais........................................................................273
Referências ......................................................................................277
VO
CÊ
 ES
TÁ
 A
QU
I
PARA OTIMIZAR A IMPRESSÃO DESTE ARQUIVO, CONFIGURE 
A IMPRESSORA PARA DUAS PÁGINAS POR FOLHA.
EMENTA
Estudo das concepções da aquisição da 
linguagem e do processo sócio-histórico 
e cultural da alfabetização, articulados 
ao desenvolvimento das práticas 
pedagógicas que promovam o letramento 
do cotidiano e literário na formação 
do leitor/escritor crítico, consciente e 
comprometido com a sociedade.
- Selecionar atividades pedagógicas adequadas à leitura e 
à escrita possibilitando a alfabetização e o letramento;
- Avaliar atividades para o desenvolvimento da consciência 
fonológica e as especificidades da língua;
- Assumir uma postura crítico reflexiva sobre as próprias 
práticas pedagógicas.
ALFABETIZAÇÃO: ESTUDO DA 
ESPECIFICIDADE DA LÍNGUA
UNIDADE 5
OB
JE
TI
VO
S
234
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
INTRODUÇÃO
Olá! Seja muito bem-vindo (a) ao nosso conteúdo sobre 
alfabetização: estudo da especificidade da língua. Como em 
um jogo de quebra-cabeça, acredito que você já visualizou a 
panorama sobre que é a língua, o texto e suas funções. Agora 
é o momento de focarmos nas “peças” do jogo, ou seja, os 
elementos que compõem a língua escrita. Sem a compreensão 
dessas partes, a alfabetização não se efetiva, pois é preciso 
conhecer como a escrita é estruturada.
A aprendizagem da língua escrita é necessária para 
a escolarização e para a inserção da criança no mundo 
letrado. De acordo com os dados da Avaliação nacional 
de alfabetização (ANA), as crianças chegam ao 3º ano do 
ensino fundamental com um nível insuficiente de leitura e 
escrita. Esse baixo rendimento prejudica a criança nos anos 
seguintes da escolarização. 
Como ajudar a criança a ser plenamente alfabetizada? 
Quais os conceitos que ela precisa dominar para saber como a 
escrita é estruturada? Quais os procedimentos que o professor 
deve adotar para ajudar a criança a avançar na trajetória da 
alfabetização? Por meio deste estudo, vamos refletir sobre 
os conceitos e conhecimentos dos quais a criança deve se 
235
ALfABETIzAçãO: ESTUDO DA ESPECIfICIDADE DA LíNgUA
apropriar para ler e escrever. O tema central discutido por 
meio das linhas que se seguem é a especificidade da língua 
escrita. Isso posto, ao final desta leitura, espera-se que você 
entenda os seguinte tópicos:
• Consciência fonológica;
• Consciência da palavra;
• Percepção das rimas e aliterações;
• Consciência silábica;
• Consciência fonêmica.
Bom estudo!
CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA
“O gato pulou na lata. O pato pulou o bule. O rato pulou na 
panela” (FRANÇA; FRANÇA, 2019, p. 7). Esse pequenos texto é 
um trecho do livro O pote de melado, de Mary e Eliardo França, 
e é indicado para o leitor iniciante. O livro é divertido e conta 
a história dos três animaizinhos que, às escondidas, queriam 
236
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
pegar melado. Observe as três personagens do texto: o que há 
de comum e de diferente entre eles? 
Nós que somos alfabetizados lemos sem pensar, pois essa 
habilidade já está automatizada, mas para aquele que está no 
início do processo de alfabetização, a reflexão sobre a escrita 
não pode passar despercebida. Sob a orientação da professora, 
o aluno precisa observar que uma letra muda o significado da 
palavra. Nas três palavras, o radical é o mesmo “ATO” e as 
letras G, P e R, colocadas no início, formam, respectivamente, 
GATO, PATO e RATO. 
A consciência de como são formadas as palavras é uma 
atividade essencial no processo de alfabetização. Observar a 
estrutura das palavras comparando semelhanças e diferenças 
não é uma ação que surge naturalmente— é preciso ser 
ensinada como parte da escolarização formal. Por isso, para 
orientar os alunos sobre a especificidade da língua escrita, os 
professores precisam conhecer com clareza como funciona 
o sistema de escrita alfabética (SEA) e como a consciência 
fonológica (CF) é importante para a construção deste sistema.
No entanto, a CF na alfabetização deve ser trabalhada a 
partir do contexto de letramento, pois esses dois processos são 
237
ALfABETIzAçãO: ESTUDO DA ESPECIfICIDADE DA LíNgUA
indissociáveis. Por isso, quando o professor planeja sua aula 
e as atividades para o estudo da língua, a primeira escolha 
que deve fazer é a de “um texto que desperte o interesse das 
crianças e seja compatível com o nível linguístico e cognitivo 
delas” (SOARES, 2020, p. 39). Ou seja, estudar a língua tendo 
como centro o texto, para que a compreensão do SEA aconteça 
no contexto do letramento.
Como as crianças estão em contato com a escrita no seu 
cotidiano, tentam imitar e elaboram ideias, hipóteses sobre 
a escrita criando, inicialmente, rabiscos. Quando escutam a 
leitura de um livro ou uma contação de história, preocupam-se 
mais com o significado das palavras do que com o significante, 
a pauta sonora. Por isso, é muito comum a criança trazer para 
a escrita características do objeto, como: escrever o nome 
de coisas ou seres grandes é necessário muitas letras. Isto é 
denominado realismo nominal (SOARES, 2020, p. 79).
Por isso o professor precisa orientar a criança a 
compreender o que a escrita representa desvinculando 
o significado do significante. O alfabetizando precisa 
compreender que o SEA é orientado pelo significante e não pelo 
significado. O alfabeto do sistema de escrita representa os sons 
das palavras e não os seus significados (SOARES, 2020, p.46).
238
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
SAIBA MAIS
Saber a diferença entre significado e significante é muito 
importante, pois ajuda o professor a ser mais eficiente 
no momento do ensino. Isso posto significado é o con-
teúdo semântico da fala; significante são os sons da fala, 
o que a escrita alfabética grafa decompondo em unida-
des mínimas, os fonemas (SOARES, 2018, p. 46). Para se 
entender com mais profundidade esse assunto, sugeri-
mos que você assista ao vídeo “Linguística: significado e 
significante”. Disponível em: https://www.youtube.com/
watch?v=cxMri-iFYRk Acesso em 17 jan. 2023.
A criança precisa compreender que o SEA necessita de 
letras, e essas letras têm um significado arbitrário, por isso não 
possuem um significado em si mesmo. Então, é necessário que 
reflitam sobre a escrita compreendendo que ela é um sistema 
notacional ou de representações e não um conjunto de códigos.
Sobre sistemas notacionais, pode compreender o seguinte: 
da mesma forma que a numeração decimal e a moderna 
notação musical —com pentagrama, claves de sol etc.— a 
escrita alfabética é um sistema notacional. Nesses sistemas, 
temos não somente “um conjunto de “caracteres” ou símbolos 
(números, notas musicais, letras), mas, para cada sistema, 
há um conjunto de “regras” ou propriedades, que definem 
https://www.youtube.com/watch?v=cxMri-iFYRk
239
ALfABETIzAçãO: ESTUDO DA ESPECIfICIDADE DA LíNgUA
rigidamente como aqueles símbolos funcionam para poder 
substituir os elementos da realidade que notam ou registram”. 
Isso posto, no processo de aquisição da língua escrita, há duas 
abordagens (figura 50), a saber:
Figura 50- Abordagens
Cognitivismo
Empirista
- Tábula rasa.
- Recebe informações prontas.
- Repetição.
- Memorização.
- Uso da mente.
- Poder criativo.
- Descoberta/ Reconstrução.
Fonte: elaborada pela autora.
Segundo a concepção empirista, a aprendizagem da escrita 
é vista como a aquisição de um código aprendido por treinos e 
repetições. Por essa ótica, a criança memoriza um código como 
um processo simples de acúmulo de informações recebidas de 
fora para dentro. Não há necessidade de pensar ou refletir sobre 
a escrita para compreender como é constituída.
Os empiristasensinam que a escrita é dominar um conjunto 
de códigos de transcrição da língua oral. Por ser uma mera 
240
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
lista de correspondências entre letras e fonemas, o alfabeto não 
teria propriedades ou princípios conceituais que o aprendiz 
precisaria compreender (MORAIS, 2012, p. 27-28). 
Conforme a visão cognitivista, a escrita alfabética é vista 
como um sistema notacional, porque o aprendiz precisa construir 
na mente as propriedades necessárias para o aprendizado da 
leitura e escrita. A criança reconstrói a sua própria história da 
escrita compreendendo como funciona o SEA e isso se dá por 
um processo de reflexão da língua. Para orientar a criança nesse 
processo, o professor precisa entender que:
a. a escrita alfabética ainda não está pronta 
na mente do indivíduo; ele ainda não 
sabe como isso funciona, por isso cria 
“hipóteses” sobre a escrita;
b. é necessário muito tempo para que o 
aprendiz desvende as propriedades do 
alfabeto como sistema notacional;
c. a criança precisa compreender: o que as 
letras representam e como as letras criam 
representações/notações (MORAIS,2012, 
p. 48-49).
241
ALfABETIzAçãO: ESTUDO DA ESPECIfICIDADE DA LíNgUA
De acordo com Cagliari e Cagliari (1999), para uma 
criança saber ler e escrever, primeiro ela precisa ser falante 
da língua, ou seja, precisa conhecer os fonemas, as regras e 
a gramática da língua. Como falantes, elas têm interiorizada 
uma gramática com todas as regras necessárias para usarem 
a linguagem de maneira perfeita, segundo seus próprios 
dialetos (CAGLIARI; CAGLIARI, 1999, p. 135).
O desenvolvimento da linguagem oral depende do bom 
funcionamento de alguns órgãos do corpo humano, pois o 
ser humano é a única criatura dotada da razão e do dom da 
fala. A criança começa a falar a partir da percepção da fala dos 
adultos ao seu redor, isso quer dizer que, sua audição deve 
estar preservada para perceber a diferença entre os fonemas.
Além disso, o aparelho fonador é essencial para a 
pronúncia dos sons da fala começando com os balbucios 
até o domínio da linguagem oral. O aparelho fonador é 
constituído de pulmões que atuam como propulsor do ar, 
para que este, em sua passagem pela laringe, possibilite 
a produção da voz (STAMPA, 2009, p. 31). A propósito, 
um conjunto de movimentos corporais necessários para a 
produção dos sons que compõe a fala fazem parte da técnica 
articulatória ao pronunciar os diferentes fonemas da língua 
(MARTELOTTA, 2008, p. 16).
242
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
Portanto, o desenvolvimento e domínio da linguagem oral 
e escrita faz parte de um sistema bem estruturado e complexo, e 
o professor precisa compreender como tudo isso funciona para 
poder perceber as dificuldades dos alunos e buscar estratégias e 
recursos que os auxiliarão no processo de alfabetização.
Este estudo, no entanto, não se propõe a recomendar este 
ou aquele método de base fonética, mas sim esclarecer os 
conhecimentos necessários para a apropriação da língua escrita 
no processo de alfabetização. O professor, antes de preocupar-
se em adotar um método, precisa saber como a criança aprende 
e o que precisa saber para ler e escrever.
De acordo com Morais (2012), há algumas propriedades sobre 
o SEA que a criança precisa reconstruir durante o processo de 
alfabetização; acompanhe-as por meio da figura 51:
Figura 51- Propriedades sobre o SEA
1
Escreve-se com letras, que não podem ser inventadas, que têm um repertório finito e que são 
diferentes de números e de outros símbolos;
2
as letras têm formatos fixos e pequenas variações que produzem mudanças na identidade delas (p, q, 
b, d), embora uma letra assuma formatos variados (P, p, P, p);
3 a ordem das letras no interior da palavra não pode ser mudada;
4
uma letra pode se repetir no interior de uma palavra e em diferentes palavras, ao mesmo tempo em 
que distintas palavras compartilham as mesmas letras;
243
ALfABETIzAçãO: ESTUDO DA ESPECIfICIDADE DA LíNgUA
5
nem todas as letras podem ocupar certas posições no interior das palavras e nem todas as letras 
podem vir juntas de quaisquer outras;
6
as letras notam ou substituem a pauta sonora das palavras que pronunciamos e nunca levam em 
conta as características físicas ou funcionais dos referentes que substituem;
7 as letras notam segmentos sonoros menores que as sílabas orais que pronunciamos;
8
as letras têm valores sonoros fixos, apesar de muitas terem mais de um valor sonoro e certos sons 
poderem ser notados com mais de uma letra;
9
além de letras, na escrita de palavras usam-se, também, algumas marcas (acentos) que podem 
modificar a tonicidade ou o som das letras ou sílabas onde aparecem;
10
as sílabas podem variar quanto às combinações entre consoantes e vogais (CV, CCV, CVV, CVC, V, VC, 
VCC, CCVCC), mas a estrutura predominante no português é a sílaba CV (consoante – vogal), e todas 
as sílabas do português contêm, ao menos, uma vogal.
Fonte: adaptada de Morais (2012, p. 51).
A maioria dessas propriedades serão compreendidas por 
meio do desenvolvimentos de habilidades metalinguísticas, 
entre elas destacamos a importância da CF no conjunto dessas 
habilidades. O desenvolvimento da consciência fonológica 
é o caminho para a compreensão do princípio alfabético 
fortalecendo a alfabetização, pois promove ações cognitivas 
de reflexão fonológica da língua. Inclusive, a consciência ou 
conhecimento fonológico, segundo Zorzi (2003, p. 28)
faz parte do que se considera como conhecimento 
metalinguístico, mais precisamente, uma forma de 
conhecimento ligado à capacidade de o sujeito poder pensar 
244
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
sobre a linguagem e operar com ela em seus distintos níveis: 
textual, pragmático, semântico, sintático e fonológico.
Morais apresenta a CF como um grande conjunto 
ou uma constelação de habilidades de refletir sobre os 
segmentos sonoros das palavras (MORAIS, 2012). Para o 
autor, as habilidades metafonológicas são sinônimo de CF. 
Essas habilidades nos leva a notar, por exemplo, que casa 
e cavalo iniciam de modo semelhante “ou que “bola” e 
“gola” rimam, o que é fundamental para compreendermos 
por que compartilham, no começo ou no final, as mesmas 
sequências de letras (C-A-, O-L-A) e nos apropriamos daquelas 
correspondências som-grafia (MORAIS, 2019, p. 43).
Para Morais (2012), desenvolver algumas habilidades de 
CF constitui uma condição obrigatória para que uma criança 
sem deficiência auditiva avance em seu aprendizado de um 
sistema de escrita alfabética. A propósito, a CF é a capacidade 
de focalizar e segmentar a cadeia sonora que constitui a 
palavra e de refletir sobre seus segmentos sonoros, que se 
distinguem por usa dimensão: a palavra, as sílabas, as rimas 
os fonemas (SOARES, 2020). 
De acordo com Stampa (2009) a CF é o conjunto de 
habilidades por meio da percepção acústica sonora da fala que 
possibilita a manipulação e a diversidade de possibilidades das 
245
ALfABETIzAçãO: ESTUDO DA ESPECIfICIDADE DA LíNgUA
unidades silábicas e fonêmicas, sendo esta 
um pré-requisito para a construção da 
linguagem escrita. 
Desenvolver a CF é, portanto, pensar 
e analisar a palavra num processo de 
metacognição para tornar efetiva a 
alfabetização e o letramento. O desafio 
é encontrar formas de fazer com que as 
crianças notem os fonemas, descubram sua 
existência e a possibilidade de separá-los 
por meio de atividades envolvendo rima, 
ritmo, escuta e sons (ADAMS, et. al., 2006).
Por isso estudaremos alguns conceitos 
que constituem o conjunto da formação 
da CF e algumas estratégias para auxiliar 
o professor nas intervenções com alunos 
em fase de alfabetização, porque é muito 
importante estar atento à relação grafema/
fonema na formação das palavras no 
período de aquisição da escrita. Como 
parte deste conjunto que compõe a CF, 
é necessário trabalhar a consciência da 
palavra, da sílaba e dos fonemas.
METACOGNIÇÃO
Segundo o site Psicologiaex-
plica, metacognição é a “ha-
bilidade de refletir sobre uma 
determinada tarefa (ler,calcular, 
pensar, tomar uma decisão) e 
sozinho selecionar e usar o me-
lhor método para resolver essa 
tarefa”. fonte: https://www.
psicologiaexplica.com.br/o-
-que-e-metacognicao/. Acesso 
em: 22 mar. 2022.
https://www.psicologiaexplica.com.br/o-que-e-metacognicao/
246
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
CONCEITO DE PALAVRA
O professor precisa auxiliar a criança a compreender 
que a palavra é uma unidade da fala e da escrita. Por isso, a 
importância do contato com o texto escrito, pois será mais fácil 
a percepção das segmentações. Apesar de existirem outros 
sinais para a expressão, como gestos, por exemplo, a palavra é o 
principal veículo de comunicação.
O uso da palavra só funciona quando o associamos a 
um contexto, a “um sentido construído em uma situação 
culturalmente definida” (FERRAREZI, 2008, p. 37). Por isso, o 
aprendizado da língua não acontece de modo isolado, mas a 
partir do texto apresentando os usos e funções da escrita. Para 
isso, a criança precisa aprender que:
a. As frases são cadeias linguísticas pelas quais 
transmitimos nossos pensamentos.
b. As frases são, por outro lado, compostas 
de sequências de palavras com significado, 
passíveis de serem faladas.
c. A presença ou ausência de significado em uma 
frase depende das palavras que ela venha a 
247
ALfABETIzAçãO: ESTUDO DA ESPECIfICIDADE DA LíNgUA
conter, bem como da ordem específica dessas 
palavras (ADAMS, et. al., 2006, p. 65).
Perceber as palavras em seu contexto e como são 
constituídas é o desenvolvimento da consciência lexical. Como 
não identificamos a separação das palavras no momento 
da fala, “a capacidade de segmentar frases em palavras, e o 
próprio conceito de palavra, só são claramente compreendidos 
pela criança quando ela se alfabetiza (SOARES, 2020, p. 78). 
A palavra, como unidade, só é percebida na escrita porque é 
separada por espaços.
Existem duas categorias de palavras: as de conteúdo e 
as funcionais. As de conteúdo ou lexicais são as palavras que 
apresentam um sentido, como substantivos, adjetivos ou 
verbos. A palavras funcionais ou gramaticais são os conectores 
das palavras de conteúdo para a construção de uma ideia, 
são elas: conjunções, preposições ou artigos (SOARES, 2020, 
p. 78). Por isso, é comum crianças, no início da aquisição da 
escrita, acreditarem que somente se escreve substantivos, pois 
representam um objeto ou ser, mas artigos ou preposições não 
são identificados como palavras (GROSSI, 1990, p. 57).
Essa forma de pensar é muito comum, principalmente 
no nível silábico, pois a criança, nessa fase, acredita ser 
248
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
necessário muitas letras para escrever (GROSSI, 1990). No 
entanto, crianças que estão no nível alfabético, têm dificuldade 
de identificar as segmentações das palavras nas frases, 
pois escrevem com apoio na oralidade, por isso é comum 
“escreverem sem deixar espaços entre as palavras quando se 
trata de uma oração” (FERREIRO; TEBEROSKY 1999, p. 221), 
como por exemplo: omenino jogabola.
As crianças também precisam perceber que as palavras não 
são definidas por tamanho – curtas ou longas- mas pelo significado. 
Adams et. al. (2006) propõem um jogo para que as crianças 
abandonem a ideia de que as palavras são formadas pelas mesmas 
quantidades de sílabas. Acompanhe-o por meio da figura 52:
Figura 52- Exercício com palavras curtas e longas
O professor deverá selecionar alguns pares de palavras de tamanhos diferentes. 
Para jogar, pronuncie um par de palavras (por exemplo, leão e mosquito) 
e pergunte às crianças qual delas acham que é maior. Quando tiverem 
respondido, mostre-lhes as palavras escritas para que possam ver se suas 
avaliações estão corretas. Entre os pares úteis de palavras, estão as seguintes
Objeto maior Objeto menor
Borboleta Borboleta
formiga formiga
Casinha Casinha
gato gato
249
ALfABETIzAçãO: ESTUDO DA ESPECIfICIDADE DA LíNgUA
zebra zebra
Mosquito Mosquito
Passarinho Passarinho
flor flor
Estrelinha Estrelinha
Fonte: adaptada de Adams et. al. (2006, p.73).
Para perceber as segmentações da frase em palavras, 
o professor também pode propor que os alunos pintem os 
espaços entre as palavras, recorte a frase em palavras para 
depois remontá-la. Outra proposta de atividade é partir de um 
texto possibilitando a identificação das frases e palavras, como 
por exemplo uma música conhecida. Confira a figura 53:
Figura 53- Exemplos de atividades
O SAPO NãO LAVA O PÉ
NãO LAVA PORQUE NãO QUER
ELE MORA LÁ NA LAgOA
NãO LAVA O PÉ PORQUE NãO QUER
MAS QUE CHULÉ!
Atividade 1:
Perceber a sequência das frases dando sentido à música. A proposta é que, depois de 
memorizada a música, a criança organize as frases na sequência. Esta atividade tem a 
intenção de mostrar que as frases precisam estar numa ordem para dar sentido ao texto.
NãO LAVA O PÉ PORQUE NãO QUER
NãO LAVA PORQUE NãO QUER
ELE MORA LÁ NA LAgOA
O SAPO NãO LAVA O PÉ
250
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
Atividade 2:
Completar as palavras que faltam na música. Nesta atividade a criança pode colar ou 
escrever as palavras.
O _____ NãO ______ O ______
NãO _______ PORQUE ______ QUER
ELE MORA LÁ NA __________
NãO ______ O _______ PORQUE NãO _____
elaborada pela autora. 
Outras atividades que podem ser realizadas com o intuito 
de ajudar esse grupo de crianças que está no início de sua 
alfabetização são as seguintes:
• Identificar as letras do seu nome percebendo que elas 
podem ser utilizadas na formação de outras palavras;
• Identificar o começo e o fim da palavra;
• Contar a quantidade de letras que compõe a palavra;
Ao chamar a atenção da criança para perceber os 
“pedacinhos” que compõem a palavra, o professor trabalha a 
ideia dos morfemas, sem precisar definir o conceito do termo 
(FERRAREZI, 2008, p. 43). Para Morais (2019) essa é a habilidade 
metamorfológica, pois a criança é capaz de identificar as partes 
que compõem unidades de significado das palavras podendo 
refletir sobre a função gramatical de cada palavra.
251
ALfABETIzAçãO: ESTUDO DA ESPECIfICIDADE DA LíNgUA
Há um exercício interessante de percepção da palavra, 
embora na alfabetização não se trabalhe as classes gramaticais 
intencionalmente, a saber: O professor pode apresentar uma 
palavra e pedir que as crianças falem outra palavra originada 
da primeira. Depois que a lista de palavras estiver formada, 
pode chamar a atenção para os elementos que compõem a 
estrutura, ajudando a criança a perceber o radical/raiz das 
palavras, ou seja, a parte que permanece comum na lista de 
palavras. Veja um exemplo por meio da Figura 54.
Figura 54- Exercício sobre radical/raiz das palavras
AMEI CASA PEIXE
AMAMOS CASEBRE PEIXINHO
AMAVA CASARãO PEIXARIA
AMOU CASINHA PEIXADA
AMAREI CASAMENTO PEIXãO
AMANDO CASONA
AMADO CASAVA
AMAR
Fonte: adaptada de Ferrarezi (2008, p. 44).
O importante nesta atividade da figura 54 é que as 
palavras estejam escritas uma abaixo da outra para facilitar a 
visualização do que é semelhante e diferente. Observe que as 
classes gramaticais aparecem nesta atividade e a criança já vai 
se familiarizando com esta composição.
252
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
Perceber a palavra é também destacar as “palavras escondidas” 
em sua estrutura, percebendo que uma palavra pode ser formada 
por mais de uma palavra apresentando um significado diferente 
daquelas que a compõe. Por exemplo: em “sapato” temos as 
palavras “sapa” e “pato”; em “soldado” temos as palavras “sol” e 
“dado”; em “camaleão” temos as palavras “cama” e “leão”. Essa 
é uma atividade bem divertida para as crianças, pois se torna um 
desafio, um mistério a ser desvendado; para ter ideia de como essa 
atividade pode ser realizada, acompanhe a figura 55.
Figura 55- Desafio: descobrindo palavras
Palavra dentro de palavra
Meta do jogo:
• ganha o jogo quem formar mais pares de palavras usando as fichas que recebeu.
• Jogadores: 2, 3 ou 4 jogadores ou grupos.
Componentes:
• 12 fichas de cor azul: contendo as figuras e as palavras correspondentes.
• 12 fichas de cor vermelha:contendo figuras cujos nomes se encontram dentro das palavras das fichas azuis.
Regras:
• As 12 fichas de cor vermelha são distribuídas igualmente entre os jogadores.
• As fichas de cor azul devem ficar em um monte, viradas para baixo, no meio da mesa.
• Decide-se quem iniciará o jogo e a ordem das jogadas.
• Dado o sinal de início do jogo, o primeiro jogador deve desvirar uma ficha do monte e verificar quais, entre as suas fichas 
vermelhas, apresenta, “a palavra dentro da palavra” da ficha azul que foi desvirada. Caso encontre um par, o jogador deve 
baixá-lo sobre a mesa; se nenhuma de suas fichas vermelhas tiver uma “palavra dentro da palavra” que foi desvirada, ou 
o jogador não perceber o par, ela é colocada no final do monte e o jogo continua.
• ganha o jogo quem se livrar das suas cartelas primeiro.
Repertório de palavras usados no jogo:
Mamão – mão; casa – asa; lampião – pião; luva – uva; sacola – cola; fivela – vela; galho – alho; sapato – pato; galinha – 
linha; tucano – cano; repolho – olho; soldado – dado.
Fonte: adaptada de Brandão et.al. (2009, p. 72 - 73).
253
ALfABETIzAçãO: ESTUDO DA ESPECIfICIDADE DA LíNgUA
RIMAS E ALITERAÇÕES
As rimas e as aliterações são dimensões da CF essenciais 
para a aprendizagem da leitura e escrita. Rimas e aliterações 
são facilmente percebidas pelas crianças e os jogos com rimas 
são uma excelente iniciação à CF. Por direcionar a atenção das 
crianças às semelhanças e diferenças entre os sons das palavras, 
o jogo com rimas é uma forma útil de alertá-las para a ideia 
de que a língua não tem apenas significado e mensagem, mas 
também uma forma física (ADAMS, e.t al., 2006, p. 51).
Segundo Zorzi (2003), a sensibilidade à rima implica uma 
capacidade para detectar estruturas sonoras semelhantes em 
diferentes palavras. Segundo o autor, a noção de rima auxilia no 
desenvolvimento da CF e consequentemente na aprendizagem 
da leitura. Já as aliterações são mais facilmente percebidas 
quando é solicitado pronunciar uma palavra que inicie com 
a mesma sílaba, mas identificar o fonema inicial é mais difícil 
(MORAIS, 2004, p. 187). Observe o exemplo a seguir:
1. Aliteração com base na sílaba– Palavra estí-
mulo - Pipoca; palavra produzida – Pipa.
2. Aliteração com base no fonema– Palavra estí-
mulo – Boneca; palavra produzida – Batata.
254
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
Uma forma lúdica, atrativa e cativante para trabalhar 
a CF são textos que exploram rimas e aliterações, como: 
cantigas, parlendas, trava-línguas, poemas, quadras e 
canções. Segundo Morais (2019), os trava-línguas são 
textos marcados por aliterações e repetições de palavras; 
esses textos são desafiadores e divertidos, pois realmente 
travam a língua. Alguns são curtinho e sem sentido e outros 
envolvem mais frases, veja:
1. O peito do pé do pai do padre Pedro é preto.
2. O rato roeu a roupa do rei de Roma 
E a rainha, de raiva, rasgou o resto.
As parlendas, por sua vez, são brincadeiras com as 
palavras e são ricas em rimas; envolvem diferentes temáticas e 
finalidades - existem parlendas para ensinar coisas, para decidir 
quem começa uma brincadeira, para cantar enquanto brinca 
(Morais, 2019). Também temos as cantigas populares que, 
inclusive, podem variar bastante. Existem cantigas de ninar, de 
roda e cirandas infantis.
Essas cantigas são transmitidas de geração para 
geração, elas tendem a não ser muito longas, contêm muitas 
rimas e refrãos. Além de serem facilmente memorizadas, 
255
ALfABETIzAçãO: ESTUDO DA ESPECIfICIDADE DA LíNgUA
propiciam brincadeiras em que os participantes repetem 
certos gestos (rodopios, cumprimentos, palmas) quando 
alguns versos são recitados. Numa família com bisavós 
e bisnetos, certamente todos, em algum momento, já 
brincaram com uma cantiga. Para ver exemplos de parlenda 
e cantiga popular, confira a figura 56:
Figura 56- Parlenda e cantiga popular
PARLENDA CANTIGA
Hoje é domingo,
pé de cachimbo
O cachimbo é de ouro,
bate no touro.
O touro é valente,
bate na gente.
A gente é fraco,
cai no buraco.
O buraco é fundo,
acabou-se o mundo.
A canoa virou
pois deixaram virar,
foi por causa de [fulana/o],
que não soube remar.
Se eu fosse um peixinho
e soubesse nadar,
eu tirava [fulana/o]
do fundo do mar.
Siri pra cá,
Siri pra lá,
[fulana/o] é bela (o)
E quer casar.
Fonte: adaptada de Morais (2019, p. 159 – 161).
Ainda sobre essas atividades que prendem a atenção 
das crianças e que sejam úteis para o ensino infantil, temos 
a sugestão de jogos com rimas. As rimas, em geral, são uma 
ótima ferramenta para ensinar esse público que gosta de 
novidade e de uma aprendizagem lúdica. Abaixo segue um 
exemplo de atividade envolvendo rimas. Confira a figura 57:
256
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
Figura 57- Caça - rimas
Palavra dentro de palavra
Meta do jogo:
• Vence o jogo quem localizar corretamente mais figuras cujas palavras rimam com os nomes das figuras que estão numa cartela.
• Jogadores: 4 ou duplas
Componentes:
• 4 cartelas iguais com 20 figuras.
• 20 fichas pequenas com uma figura em cada.
Regras:
• Cada jogador recebe uma cartela.
• As 20 fichas de figuras são distribuídas igualmente entre os jogadores (cinco fichas para cada jogador).
• Dado o sinal de início do jogo, cada jogador deve localizar, o mais rápido possível, na sua cartela, as figuras cujas palavras 
rimam com as fichas que estão em suas mãos. Cada ficha deve ser colocada em cima da figura correspondente na cartela.
• O jogo é finalizado quando o primeiro jogador encontrar o par de todas as fichas que recebeu. Este jogador deve gritar 
“parou” e todos devem contar quantas fichas foram colocadas corretamente por cada jogador.
Repertório de palavras usados no jogo:
Avião – leão; rato – gato; faca – vaca; jarro – carro; mamadeira – cadeira; chupeta – borboleta; dinheiro – brigadeiro; 
garrafa – girafa; ovelha – abelha; rainha – galinha; dente – presente; piscina – buzina; vassoura – tesoura; mola – bola; 
tijolo – bolo; anel – pincel; barriga – formiga; roda – corda; laço – palhaço; luva – chuva.
Fonte: adaptada de Brandão et.al. (2009, p. 40 e 41).
A SÍLABA
Depois que os alunos entenderam que as frases são formadas 
por palavras, deverão aprender que as palavras são compostas 
por sequências menores, as sílabas. A identificação das sílabas 
orais são facilmente percebida por crianças nos níveis silábico, 
silábico-alfabético e alfabético com excelente capacidade de 
refletir sobre a sílabas iniciais das palavras, mas o mesmo não 
acontece com o nível pré-silábico (MORAIS, 2004, p. 188).
257
ALfABETIzAçãO: ESTUDO DA ESPECIfICIDADE DA LíNgUA
As sílabas escritas, ao contrário das sílabas orais, não 
são tão fáceis de serem percebidas. No início do processo de 
alfabetização, o alfabetizando já consegue contar, oralmente, 
a quantidade de sílabas de uma palavra, principalmente a 
criança que se encontra no nível silábico. Essa criança, no 
entanto, entende que cada projeção de som equivale a uma 
letra, por isso, agora precisa compreender como as sílabas são 
constituídas. Esse é um momento importante na compreensão 
da escrita, como comenta Magda Soares (2018, p. 187):
O passo inicial da fonetização da escrita é a escrita 
silábica: capaz de recortar oralmente a palavra em sílabas, 
e já compreendendo que a escrita representa os sons 
das palavras, e que estes são representados por letras, 
a criança começa a escrever silabicamente – a usar as 
letras para representar os recortes orais que identifica 
nas palavras: neste momento inicial, as sílabas.
A criança que está no nível silábico, ou seja, no processo de 
fonetização, precisa compreender que a quantidade de sílabas (de 
vezes que abre a boca para pronunciar as palavras) é diferente 
da quantidade de letras usadas para escrever a palavra. Quando 
a criança é incentivada a esse exercício de metacognição, começa 
a refletir sobre sua hipótese e avança na compreensão do SEA. É 
importante compreender que as sílabas são unidades fonológicas 
constituídas por uma margem esquerda ou ataque silábico,um 
258
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
núcleo vocálico e uma margem direita ou coda (CASTILHO, 
2019, p. 50). Esta é a estrutura da sílaba. Confira a figura 58:
Figura 58- estrutura da sílaba
Fonte: adaptada de Castilho (2019, p. 50).
Uma sílaba pode não conter todos os elementos, mas, 
obrigatoriamente, toda sílaba tem uma vogal que é o seu 
núcleo, por isso existem sílabas com apenas a vogal, mas 
sílabas somente com consoante não é possível na nossa 
língua. Há muitas combinações de sílabas, e as crianças 
precisam familiarizar-se com as diferentes composições 
silábicas. As mais comuns na língua portuguesa são as 
sílabas canônicas de combinação CV (consoante/vogal) – 
como em: macaco – ma-ca-co. Mas a criança também deve 
ter contato com outras formações silábicas, como: V, (a-ve); 
259
ALfABETIzAçãO: ESTUDO DA ESPECIfICIDADE DA LíNgUA
CCV, (tra-po); CVV (mau); CVC (pan- da); VC (on-ça); VCC 
(ins-cre-ver); CCVCC (trans-por-te).
Diferentemente das palavras, as sílabas não têm 
significado, por isso as crianças podem nunca ter analisado ou 
refletido sobre elas. As sílabas podem ser ouvidas e sentidas: 
elas correspondem às pulsações de som da voz, bem como aos 
ciclos de abertura e fechamento das mandíbulas (ADAMS, 
et.al., 2006, p. 77). Uma forma de identificar as sílabas é o 
trabalho com o próprio nome das crianças. 
Quando a professora explora a chamada dos nomes em 
sala, ela está oportunizando que as crianças entrem em contato 
com uma variedade de informações linguísticas. Entrar em 
contato com a escrita dos nomes ajuda na percepção visual da 
escrita, ajudando, não somente na observação das sílabas, mas 
também dos fonemas. As crianças também irão perceber que 
diferentes nomes podem ter a mesma quantidade de sílabas.
Atividades lúdicas, brincadeiras e jogos são bem 
significativas para a percepção dos elementos que compõem 
a palavra. Na alfabetização, os jogos podem ser aliados 
poderosos para o aluno refletir sobre a escrita, sem precisar 
fazer exercícios enfadonhos e sem sentido (BRANDÃO, 
2009, p. 13). O jogo favorece e consolida o aprendizado do 
260
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
funcionamento do SEA. A seguir, por meio da figura 59, 
confira uma sugestão de jogo:
Figura 59- Atividade para o desenvolvimento da consciência silábica
Pensar sobre as sílabas
Na primeira coluna, deve ficar uma imagem. Na segunda coluna, a escrita da palavra. Na 
terceira coluna, a criança deve identificar quantas vezes abre a boca para pronunciar a palavra, 
ou seja, a quantidade de sílabas. Na última coluna, deve escrever a quantidade de letras 
necessárias para escrever a palavra.
Esta atividade é interessante para a criança que está no nível silábico, pois irá repensar sua 
hipótese avançando na compreensão do SEA.
Fonte: elaborada pela autora.
Ainda sobre desenvolvimento de consciência silábica, 
poderíamos seguir a sugestão de Adams et. al. (2006, p. 80) 
descrita por meio da figura 60. Como forma de exercitar essa 
261
ALfABETIzAçãO: ESTUDO DA ESPECIfICIDADE DA LíNgUA
consciência, os autores sugerem alguns jogos; separamos dois 
deles como exemplo, acompanhe:
Figura 60- Jogos para desenvolvimento da consciência silábica
Jogo 1 - Pegue uma coisa na caixa
1. Junte uma série de objetos em uma caixa ou em um cesto.
2. Certifique-se de que haja objetos que se distinguem por terem diferentes números de sílabas, por exemplo, 
va-ca (2), lá-pis (2), ca-va-lo (3), bor-bo-le-ta (4).
3. Convide um aluno a fechar os olhos, escolher um objeto e nomeá-lo (por exemplo, “isto é um lápis”). Todas as 
crianças devem repetir o nome do objeto escolhido enquanto acompanham suas sílabas com palmas, lá-pis.
4. Pergunte quantas sílabas foram ouvidas.
5. Podem ser feitos movimentos físicos no lugar de palmas, como: balançar a cabeça, marcar com os pés ou 
balançar o tronco corpo.
Jogo 2 - Escutar primeiro, olhar depois
Este jogo requer um conjunto de figuras, cada uma mostrando um objeto familiar. Escolha figuras de objetos que 
tenham nomes com diferentes números de sílabas – por exemplo, computador (4), telefone (4), boneca (3) casa (2). 
Mostre seu conjunto de figuras e explique que dirá o nome de cada uma, mas de forma muito estranha – uma sílaba 
de cada vez. faça com que as crianças escutem com atenção e descubram o nome de cada objeto citado.
Ao citar cada figura, fale em tom monocórdio (mesmo tom, sem alteração) e faça uma pausa clara entre cada 
sílaba. Quando as crianças descobrirem cada palavra, levante a figura e faça-as repetir a palavra, tanto na forma 
normal, como sílaba por sílaba.
Fonte: adaptada de Adams et. al. (2006, p. 80 – 84).
Por fim, para elucidar a nossa compreensão sobre como levar 
os alunos a praticarem tal teoria, sugerimos este dois últimos 
jogos. Dessa vez poderemos enfatizar a formação de palavras por 
262
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
meio de suas respectivas sílabas. Essa é uma mecânica que ajudará 
o aluno a desenvolver de forma prática a sua consciência silábica. 
Acompanhe essas sugestões por meio da figura 61 a seguir:
Figura 61- As sílabas e a formação de palavras
Jogo 1 - Jogo de sílabas
Componentes:
• Caixas de fósforo com figuras na parte de cima;
• Sílabas correspondentes a cada figura dentro da caixa;
• Palavra completa escrita no fundo da “gaveta” da caixa de fósforo;
Para jogar:
Este jogo pode ser individual. A criança escolhe uma caixa, retira as 
sílabas e monta a palavra que a se refere a figura na parte de cima da 
caixa. Após montar a palavra, a criança confere, no fundo da “gaveta” da 
caixa, se as sílabas foram organizadas corretamente para a formação da 
palavra (ver na imagem).
Jogo 2 - Encaixe de sílabas
Componentes:
• O jogo deve ser composto de fichas com imagens e palavras de 3 ou mais sílabas.
• As fichas devem ser recortadas em “pedaços”, de acordo com a quantidade de sílabas que contém a palavra 
da imagem correspondente.
Para jogar:
Colocar todas as fichas viradas para baixo, como no jogo de memória. 
O primeiro jogador vira duas fichas. Se pertencerem à mesma imagem, 
deve pegar para si. Caso tenha errado, passa a vez para o próximo jogador. 
Depois que cada jogador conseguir acertar duas fichas, na próxima jogada 
deve virar apenas uma ficha para ver se completa a imagem.
Fonte: elaborada pela autora.
263
ALfABETIzAçãO: ESTUDO DA ESPECIfICIDADE DA LíNgUA
CONSCIÊNCIA FONÊMICA
Depois que a criança percebe a palavra e a sílaba, é 
necessário identificar e reconhecer os fonemas. Consciência 
fonêmica é o conhecimento consciente das menores unidades 
fonológicas da fala (fonemas) e a capacidade de manipulá-los 
intencionalmente (BRASIL, 2019, p. 33).
Palavras e sílabas são facilmente percebidas na oralidade, 
mas a percepção dos fonemas não é espontânea. Os fonemas 
não são audíveis e nem observáveis diretamente, são a unidade 
mínima da estrutura fonológica e, embora portadora de 
significados, por si mesmo não tem significado (CASTILHO, 
p. 48). São difíceis de serem percebidos, pois, ao contrário das 
sílabas, não são segmentados na fala. É necessária a intervenção 
do professor conduzindo atividades apropriadas para o 
alfabetizando perceber essas unidades sonoras. 
Uma unidade sonora é identificada como fonema não por 
se distinguir como um segmento isolável de seu contexto 
linguístico (da cadeia sonora da palavra), mas por estar em 
oposição a outras unidades sonoras que ocorrem em um 
mesmo contexto linguístico produzindo significados diferentes: 
identificamos /p/ e /b/ como fonemas porque distinguimos 
pata de bata; identificamos /c/ e /g/ como fonemas porque 
distinguimos fica de figa (SOARES, 2018, p. 195).
264
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
SAIBA MAIS
Na literatura, os fonemas são representados entre barras 
inclinadas “/ /” (CASTILHO, 2019, p. 48), assim podemos 
entender que aquele que escreve refere-se ao “som” de 
determinada letra. Para conhecer melhor como os fone-
mas são representados, veja o Alfabeto fonético interna-
cional (AFI), que é um sistema de notação fonética.Disponível em: https://michaelis.uol.com.br/escolar-espanhol/transcricao-fonetica-do-por-
tugues/. Acesso em: 23 mar. 2022.
A identificação da consoante depende da vogal a que 
está associada, ou seja, uma consoante sempre apoia-
se numa vogal para que possa ser distinguida. Sendo 
assim, percebe-se os fonemas implicitamente, mas não são 
reconhecidos explicitamente. No entanto, a compreensão 
da sensibilidade ao fonema só se dá no nível silábico – 
alfabético (MORAIS, 2004, p. 188).
Os fonemas, além de serem as menores unidades da 
língua, são mais difíceis de serem percebido, porque não 
possuem significados em si mesmos. Por isso, crianças que 
estão no nível pré-silábico ainda encontram dificuldade de 
identificar e perceber os sons das palavras ou segmentá-las em 
sílabas (SOARES, 2018, p. 187).
https://michaelis.uol.com.br/escolar-espanhol/transcricao-fonetica-do-portugues/
265
ALfABETIzAçãO: ESTUDO DA ESPECIfICIDADE DA LíNgUA
A transição da consciência silábica para a fonêmica segue 
uma rota diferente. Primeiro a criança apoia-se na oralidade 
para perceber a palavra fonológica de sua segmentação em 
sílabas e, depois, compreende a representação dos sons na 
escrita. A propósito, para atingir
a representação fonêmica, constitutiva da escrita 
alfabética, a direção é outra: é a escrita que suscita a 
consciência fonêmica, ao mesmo tempo que esta, por sua 
vez, impulsiona e facilita a aprendizagem da escrita, na 
medida em que dirige a atenção do aprendiz para os sons 
da fala no nível do fonema (SOARES, 2018, p. 205).
Segundo a autora, como os fonemas não são 
pronunciáveis e audíveis, são observáveis ao serem 
representados pelos grafemas/letras, por isso a importância 
da compreensão da relação grafema/fonema (SOARES, 2018, 
p. 2007). Essa habilidade faz parte da faceta linguística da 
alfabetização e precisa ser ensinada, pois sem orientação 
ou ajuda, o aprendiz terá dificuldade de compreender as 
relações entre grafemas e fonemas.
Quando a criança aprende a falar, estão envolvidos 
uma série de automatismos que não exigem uma 
consciência ativa em termos de processamento sonoros, 
266
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
mas o aprendizado da escrita é diferente. Ao escrever uma 
palavra, a criança trabalha com imagens mentais, mais 
especificamente, ela deve evocar em sua mente imagens 
acústicas e articulatórias (ZORZI, 2003, p. 65). 
Dessa forma será capaz de segmentar a palavra produzindo 
a escrita, mas este processo deve estar bem claro na mente de 
quem escreve, pois se não conhecer bem os valores sonoros das 
letras, as correspondências não poderão ser precisas (ZORZI, 
2003, p. 66). Inclusive, os valores sonoros das consoantes, por 
exemplo, devem ser percebido de acordo com o ponto de 
articulação que envolve os movimentos dos lábios, língua, 
dentes e mandíbulas:
a. Bilabiais: lábios + lábios para a pronúncia 
de palavras com: P, B e M - como em: 
pato, bala, mato;
b. Labiodentais: lábios + dentes superiores 
para a pronúncia de palavras com: F, V - 
como em: faca, vaca;
c. Linguodentais: lábios + dentes superiores 
para a pronúncia de palavras com: T, D - 
como em: tatu, dado;
267
ALfABETIzAçãO: ESTUDO DA ESPECIfICIDADE DA LíNgUA
d. Alveolares: língua + alvéolos dos dentes 
para a pronúncia de palavras com: S, Z - 
como em: sapato, zebra;
e. Palatais: dorso da língua mais céu da boca 
para a pronúncia de palavras com: X, G - 
como em: xícara, girafa;
f. Velares: parte superior da língua + palato 
mole para a pronúncia de palavras com: 
NH, LH - como em: ninho, lhama;
Em relação à produção sonora é necessário que a criança 
perceba os elementos fonéticos fazendo distinção entre 
fonemas sonoros e surdos. Nos fonemas sonoros, a glote 
(espaço entre as cordas vocais) está semifechada, fazendo 
com que o ar, ao passar, ponha as cordas vocais em vibração 
(MARTELOTTA, 2008), como em “bode”. Já nos fonemas 
surdos a glote está aberta, o que faz com que o ar passe 
sem dificuldade e sem causar a vibração das cordas vocais 
(MARTELOTTA, 2008), como em “pode”. Essas diferenças 
devem ser percebidas tanto na fala como na escrita.
Para desenvolver a consciência fonêmica, é necessário 
um ensino intencional e sistematizado, que pode ser 
268
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
acompanhado de atividades lúdicas, com o apoio de 
objetos e melodias (BRASIL, 2019, p. 33). A seguir, algumas 
atividades que podem ser realizadas com as crianças para o 
desenvolvimento da consciência fonêmica. Essas atividades 
devem oportunizar a reflexão da escrita de forma atrativa e 
significativa. Confira a Figura 62:
Figura 62- Identificação de fonemas
Identificação de fonemas
Disponibilizar para as crianças várias figuras para serem organizadas em grupos.
Solicitar à criança que separe dois conjuntos, conforme o som que a palavra representa; por exemplo, o 
grupo das figuras que tem o som /f/ e o grupo das que tem o som /v/. As figuras podem ser divididas em 
caixas demarcadas com as letras correspondentes.
Em seguida, escrever as palavras tomando como referência o som que elas possuem, e a letra que pode 
escrever tal som.
Levar a criança a identificar o som alvo, em seguida, nomear a letra que deve escrevê-lo.
Realizar substituições intencionais: por exemplo, perguntar como ficará a palavra “vela”, se tiramos o som 
/v/ e, no lugar, colocarmos o com /f/;
Levar a criança a segmentar palavras, realizando a produção forçada de fonema por fonema e, em seguida, 
fazer a correspondência letra a letra, como numa soletração: “Que som que tem, que lera que escreve”.
Fonte: adaptada de Zorzi (2003, p. 69).
A seguir, apresentaremos uma série de atividades (figuras 
63, 64, 65, 66, e 67) que trazem consigo outras atividades 
sugestivas para que você aplique à sua vida profissional e, 
podemos dizer, até pessoal, pois o nosso lar é a primeira escola 
269
ALfABETIzAçãO: ESTUDO DA ESPECIfICIDADE DA LíNgUA
que uma criança frequenta e, independentemente da idade, 
para qualquer pessoa que não seja alfabetizada, essas atividades 
poderão ser muito úteis.
Figura 63- Uso de música
Música: O sapo não lava o pé
Uma atividade bem divertida para as crianças é cantar a tradicional cantiga: “O sapo não lava o pé”, assim 
elas perceberão como a mudança de um fonema altera todo o significado:
O sapo não lava o pé
Não lava porque não quer
Ele mora lá na lagoa
Não lava o pé porque não quer
Mas que chulé!
Cantar normalmente a cantiga na primeira vez.
Nas próximas vezes, substituir as vogais, primeiro usar somente a vogal “A”, depois a “E” e assim 
sucessivamente a cantiga utilizando somente a vogal “A”, ficaria assim:
A sapa na lava a pá
Na lava parca na cá
Ala mara lá na lagaa
Na lava a pá parcá na cá
Mas cá chalá!
É interessante fazer a criança analisar quais palavras mudaram o sentido e quais não mudaram.
Fonte: elaborada pela autora.
Este jogo tem a intenção de levar o aluno a formar palavras 
por meio da troca de letras, levando em consideração o som 
270
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
que cada grafema/letra representa. Assim, o professor poderá 
reforçar a consciência fonêmica de cada um de seus alunos, 
levando-os a se familiarizar com cada som e cada letra que 
formam um vocábulo. Acompanhe na Figura 64 a seguir:
Figura 64- Troca de letras
Meta do jogo:
• ganha o jogo quem acertar a maior quantidade de palavras formadas a partir da troca de letras.
• Jogadores: 2, 3 ou 4 grupos.
Componentes:
• 1 quadro de pregas.
• 20 fichas com figuras (10 pares de figuras cujas palavras são semelhantes, com diferença apenas em relação 
a uma das letras).
• ficha com as letras.
Regras:
• São formados 2, 3 ou 4 grupos e decide-se qual grupo iniciará o jogo.
• O desafiador (professor) coloca no quadro de pregas 5 figuras e, ao lado, forma com as fichas das letras as 
palavras correspondentes a essas figuras, deixando na mesa as demais fichas de letras.
• Coloca, em ciam de uma das fichas, outra ficha com uma figura cuja palavra é muito semelhante à palavra 
representada pela figuraque primeiramente foi colocada (por exemplo, se antes tinha a ficha da figura pato, 
coloca-se a ficha que tem a figura do rato).
• faz o desafio ao grupo que estiver na vez de jogar: “Que letra devo trocar para que a palavra PATO vire RATO?”
• O grupo escolhe a letra e a coloca no lugar certo, em cima da letra que precisa ser modificada para formar a 
nova palavra.
• Se o grupo acertar ganha cinco pontos, e o professor prossegue com a equipe seguinte.
• O jogo termina quando o desafiador (professor) fizer 8, 9 ou 10 substituições (desafios): 4 grupos, são feitos 
dois desafios; 3 grupos, são feitos 3 desafios; e 2 grupos, são feitos cinco desafios.
Fonte: adaptada de Brandão et.al. (2009, p. 63-64).
271
ALfABETIzAçãO: ESTUDO DA ESPECIfICIDADE DA LíNgUA
Figura 65- Encontros consonantais
Identificação de fonemas
Pronuncie uma palavra que comece com uma consoante e use-a em uma frase para ter certeza de que ela é 
reconhecida (O rato gosta de queijo). faça com que as crianças repitam a palavra e, trabalhando com seus blocos, 
analisem os fonemas. Convide as crianças para revisarem suas análises, certificando-se de que todas elas dividiram a 
palavra corretamente: “[r]...[a]...[t]...[o]”.
Produza uma nova palavra que comece com um encontro consonantal. A nova palavra deve ser apresentada fonema 
por fonema (por exemplo, “[p]...[r]... [a]... [t]... [o]”). O deságio para as crianças é modificar a sequência de seus 
blocos para representar essa nova palavra com mais fonemas. Enquanto apontam para seus respectivos blocos elas 
devem repetir os fones várias vezes, e cada vez mais rápido, em sequência, como aprenderam a fazer nos jogos 
anteriores. Quando tiverem conseguido combinar os fonemas e reconhecer sua palavra, devem levantar a mão e se 
preparar para usá-la em um frase.
Em função da dificuldade especial de entender a natureza dos encontros consonantais, os membros de cada 
par devem ser revisados e comparados explicitamente antes de se avançar. Isso deve ser feito retirando-se e 
substituindo-se repetidas vezes o bloco mais à esquerda, enquanto as duas palavras são pronunciadas no momento 
certo: “rato... prato... rato... prato...rato... prato...rato”.
Fonte: adaptada de Adams et. al. (2006, p.112-113).
Figura 66- Reconhecimento de fonemas
Atividade 1- Adivinhe o fonema
O jogo consiste em figuras com a respectiva palavra escrita e recortadas coladas em prendedores de roupa.
Deve estar faltando uma das letras/fonema. A criança deve dizer qual o nome da letra que está faltando e seu respectivo fone.
Para confirmar se acertou, aperta o prendedor certificando se sua resposta foi correta.
272
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
Atividade 2- Varal de letras
Cartela com imagem e espaços abaixo equivalente à 
quantidade de letras.
Este é um recurso diferente para escrever as palavras. 
É interessante que os espaços devem ser preenchidos, 
portanto, um conflito para as crianças na fase silábica e 
silábica-alfabética.
Fonte: elaborada pela autora.
Figura 67- Reconhecimento audível dos fonemas
Sussurrofone
Objeto confeccionado com cano/joelho de PVC imitando 
um telefone.
Recurso muito utilizado nas escolas para as crianças 
ouvirem a própria voz ao pronunciar as palavras. É usado 
como se fosse um telefone convencional: uma dos lados 
no ouvido e o outro na altura da boca. Pode ser utilizado 
no momento de um ditado, por exemplo.
A criança pode falar baixinho (por isso o nome 
sussurrofone) a palavra que ela mesma falou para 
perceber o som dos fonemas.
Fonte: elaborada pela autora.
As atividades e jogos são inumeráveis; há uma vastidão 
deles. Portanto, cabe aqui a sugestão de que você pesquise mais 
ainda em livros ou na internet. Assim fazendo você vai ter à 
sua disposição várias maneiras de ensinar conteúdos diversos 
aos seus futuros alunos; a prática da constante pesquisa nos 
faz melhorar profissionalmente, pois nos torna profissionais 
273
ALfABETIzAçãO: ESTUDO DA ESPECIfICIDADE DA LíNgUA
diferenciados com um olhar a mais sobre os processos que 
envolvem nosso trabalho. Essa diferença se dar por causa do 
interesse em buscar novidades e inovação. As escolas de hoje 
em dia precisam de educadores a cada dia mais preocupados 
em ensinar com qualidade.
Bons estudos
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste estudo avaliamos a importância de conhecer 
a especificidade da língua no processo de alfabetização. 
Como vimos anteriormente, compreender o uso e a função 
da escrita é o primeiro passo para pertencer ao mundo 
letrado, mas refletir sobre a estrutura da língua escrita 
é a concretização da trajetória da alfabetização. Por isso 
este conteúdo teve como foco a formação da consciência 
fonológica, pois faz parte da compreensão do sistema de 
escrita alfabético como sistema notacional.
Para que a criança se aproprie da leitura e da escrita, 
essas habilidades e conceitos devem ser construídos a partir 
de uma conduta de reflexão sobre a linguagem. Sendo assim, 
a criança precisa compreender que a frase é segmentada em 
274
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
palavras; o que só pode ser percebido na escrita, pois na 
língua oral não há segmentação de palavras. Também precisa 
desenvolver a consciência silábica, ou seja, compreender que 
as palavras são segmentadas em parte menores, as sílabas. 
Por fim, precisa perceber que as sílabas são segmentadas 
em fonemas. ao contrário das sílabas, os fonemas são mais 
difíceis de serem percebidos, por isso a importância de o 
professor intervir neste processo.
Portanto, esses conceitos não são aprendidos de forma 
espontânea, mas precisam ser ensinados sistematicamente 
para o alfabetizando construir a relação grafema/fonema e 
apropriar-se da língua escrita. Para isso é necessário que o 
professor tenha um conhecimento de como a língua funciona 
e como a criança aprende podendo escolher as intervenções 
adequadas para o aprendizado efetivo da língua.
A escrita não é simplesmente o domínio de um código 
por meio de atividades mecânicas, mas um processo 
mental e cognitivo de construção da linguagem. Portanto, 
concluímos que o desenvolvimento da consciência 
fonológica, além de contribuir, é um pilar para uma 
alfabetização efetiva quando esse processo é construído sob 
a perspectiva do letramento, pois alfabetização e letramento 
são processo indissociáveis.
275
ALfABETIzAçãO: ESTUDO DA ESPECIfICIDADE DA LíNgUA
RESUMO
Nesta unidade, aprendemos que:
• O aprendizado do Sistema de escrita alfabético (SEA) 
acontece num processo de reflexão da língua, ou seja, é 
reconstruído pela criança, não é simplesmente memorizado 
ou adquirido como um acúmulo de informações;
• A escrita alfabética é vista como um sistema notacional, 
pelo qual o aprendiz precisa construir em sua mente as 
propriedades necessárias para o aprendizado da leitura e 
escrita. A criança passa por um processo de reconstrução da 
história da escrita compreendendo como funciona o SEA;
• O desenvolvimento da CF é o caminho para a compreensão 
do princípio alfabético fortalecendo a alfabetização, pois esse 
aprendizado acontece mediante ações cognitivas de reflexão 
fonológica da língua. É um conjunto de habilidades que 
permite a observação da língua segmentando a cadeia sonora 
para analisar seus elementos: palavra, sílabas e fonemas;
• As atividades metalinguísticas possibilitam o pensar sobre 
a língua para melhor compreensão do SEA. Uma dessas 
capacidades é a consciência da palavra ou lexical, permitindo 
276
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
a percepção das unidades que compõem a frase. Essa 
habilidade não é observável na fala, por isso é preciso vivenciar 
com a escrita para perceber a segmentação no texto;
• As rimas e as aliterações são conceitos importantes na 
formação da CF. Como são fáceis de serem percebidas, 
direcionam a atenção das crianças para as semelhanças 
e diferenças entre os sons das palavras. É uma forma 
das crianças perceberem que, além de significados, 
as palavras também têm uma forma física;
• A consciência silábica é a percepçãoda menor unidade 
da fala, por isso é facilmente percebida na língua oral. 
Quando a criança começa a perceber a segmentação 
silábica das palavras, dá um passo importante para a 
aprendizagem da escrita, é o início da fonetização da 
escrita; é a capacidade de recortar as palavras em sílabas;
• A consciência fonêmica é o conhecimento das menores 
unidades fonológicas, mas diferente das sílabas, os fonemas 
não são tão simples de serem percebidos, por isso devem 
ser ensinados. Eles são difíceis de serem percebidos, pois, 
diferentemente das sílabas, não são segmentados na fala, 
por isso a percepção dos fonemas não é espontânea.
277
ALfABETIzAçãO: ESTUDO DA ESPECIfICIDADE DA LíNgUA
REFERÊNCIAS
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BRANDÃO, A. C. P A.; FERREIRA, A. T. B.; ALBUQUERQUE, 
E. B. C.; LEAL, T. F. (Orgs.). Jogos de alfabetização: manual 
didático. Brasília: MEC/UFPE/CEEL. 2009.
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Alfabetização. Brasília: MEC, SEALF, 2019.
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alfabetização. Mercado das letras, 1999.
CASTILHO, A. T. Gramática do Português Brasileiro. São 
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São Paulo: Parábola Editorial, 2008.
FERREIRO, E.; TEBEROSKY, A. Psicogênese da língua escrita. 
Porto Alegre: Artmed, 1999.
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FRANÇA, M.; FRANÇA, E. O pote de melado. São Paulo: 
Ática, 2019.
GROSSI, E. P. Didática do nível pré-silábico. Rio de Janeiro: 
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MARTELOTTA, M. E. (Org.). Manual de linguística. São Paulo: 
Editora Contexto, 2008.
MORAIS, A. G. apropriação do sistema de notação alfabética 
e o desenvolvimento de habilidades de reflexão fonológica. 
Letras de hoje, v. 39, n. 3, p. 175– 192, set. 2004. Disponível 
em: https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/fale/
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MORAIS, A. G. Consciência fonológica na educação infantil e 
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MORAIS, A. G. Sistema de escrita alfabética. Editora 
Melhoramentos, 2012.
SOARES, M. Alfabetização: a questão dos métodos. São Paulo: 
Contexto, 2018.
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SOARES, M. Alfaletrar: toda criança pode aprender a ler e 
escrever. São Paulo: Editora Contexto, 2020.
STAMPA, M. Aquisição da leitura e escrita: uma abordagem 
teórica e prática a partir da consciência fonológica. Rio de 
Janeiro: Wak Ed., 2009.
ZORZI, J. L. Aprendizagem e distúrbios da linguagem escrita: 
questões clínicas e educacionais. Porto Alegre: Artmed, 2003.
	Alfabetização: a história sobre como ensinar 
a ler e a escrever
	Introdução
	Alfabetização: conhecendo 
a história da escrita ao 
longo dos tempos
	Conceito de alfabetização
	Métodos sintéticos
	Método alfabético
	Método fônico
	Método silábico
	Métodos analíticos 
de alfabetização
	Método da palavração
	Método da sentenciação
	Método do conto
	A didática das cartilhas utilizadas para o ensino da leitura e da escrita
	Considerações finais
	Referências
	Como a criança aprende 
a escrever e ler
	Introdução
	A ressignificação do ensino 
da leitura e da escrita
	Psicogênese da língua escrita
	Definindo psicogênese da língua escrita
	Níveis da psicogênese 
da alfabetização
	Procedimentos para classificação 
dos níveis psicogenéticos
	Nível silábico
	Nível alfabético
	Processos de construção 
da linguagem escrita
	Considerações finais
	Referências
	Letramento: o sentido de aprender e ensinar a ler e a escrever 
	Introdução
	Letramento: conceito
	Diferenciando letramento 
	O letramento na escola
	Letramento: BNCC e PNA
	Considerações finais
	Referências
	Alfabetizar letrando: o texto na sala de aula
	Introdução
	Alfabetizar letrando: 
centralidade do texto
	Produção escrita a partir do texto
	Letramento literário
	Estágios psicológicos da criança
	Proposta didática com literatura infantil
	Letramento: um conceito plural
	Considerações finais
	Referências
	Alfabetização: estudo da especificidade da língua
	Introdução
	Consciência fonológica
	Conceito de palavra
	Rimas e aliterações
	A sílaba
	Consciência fonêmica
	Considerações finais
	Referências
	Botão 16: 
	Botão 17: 
	Botão 18:

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