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Apostila EPCAR Aeronáutica (FAB) PDF 2020 - Cadetes do Ar

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Escola Preparatória de Cadetes do Ar - Aeronáutica
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Todos os direitos autorais desta obra são protegidos pela Lei nº 9.610, de 19/12/1998.
Proibida a reprodução, total ou parcialmente, sem autorização prévia expressa por escrito da editora e do autor. Se você 
conhece algum caso de “pirataria” de nossos materiais, denuncie pelo sac@novaconcursos.com.br.
www.novaconcursos.com.br
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OBRA
Escola Preparatória de Cadetes do Ar - Aeronáutica
Cadetes do Ar
Portaria DIRENS nº 44/DPE, de 12 de março de 2020
AUTORES
Língua Portuguesa - Profª Zenaide Auxiliadora Pachegas Branco
Matemática - Profº Bruno Chieregatti e Joao de Sá Brasil
Língua Inglesa - Profª Katiuska W. Burgos General
PRODUÇÃO EDITORIAL/REVISÃO
Josiane Sarto
Roberth Kairo
DIAGRAMAÇÃO
Dayverson Ramon
Rodrigo Bernardes
CAPA
Joel Ferreira dos Santos
Edição MAR/2020
APRESENTAÇÃO
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SUMÁRIO
LÍNGUA PORTUGUESA
Intelecção De Textos Literários E Não Literários, Verbais E Não Verbais ................................................................................... 01
Fonologia: Fonemas, Encontros Consonantais E Vocálicos, Dígrafos ......................................................................................... 12
Divisão Silábica ................................................................................................................................................................................................ 15
Acentuação Gráfica E Ortografia De Acordo Com A Nova Ortografia ...................................................................................... 16
Morfologia: Estrutura Das Palavras, Formação De Palavras ........................................................................................................... 23
Classes De Palavras: Classificação, Flexão E Emprego (Substantivo, Adjetivo, Artigo, Numeral, Pronome, Verbo, 
Advérbio, Preposição, Conjunção E Interjeição) ................................................................................................................................. 25
Sintaxe: Análise Sintática Da Oração, Análise Sintática Do Período ........................................................................................... 63
Pontuação .......................................................................................................................................................................................................... 72
Regência E Concordância ............................................................................................................................................................................ 76
Estudo Da Crase .............................................................................................................................................................................................. 82
Colocação Pronominal .................................................................................................................................................................................. 86
Semântica E Estilística; Variedades Linguísticas; Sinonímia E Antonímia, Hiponímia E Hiperonímia, Polissemia, 
Ambiguidade; Denotação E Conotação; Funções Da Linguagem E Vícios Da Linguagem ................................................ 86
Figuras De Linguagem .................................................................................................................................................................................. 90
Versificação ........................................................................................................................................................................................................ 94
MATEMÁTICA
Noções De Conjuntos; Igualdade De Conjuntos; Subconjuntos; Operações Com Conjuntos: Interseção E 
Reunião; Resolução De Problemas ........................................................................................................................................................... 01
Conjuntos Numéricos; Conjunto Dos Números Naturais: Propriedades, Operações, Números Primos E Compostos, 
Divisibilidade, Decomposição Em Fatores Primos, Múltiplos E Divisores, Máximo Divisor Comum (M.d.c.), Mínimo 
Múltiplo Comum (M.m.c.) E Resolução De Problemas ..................................................................................................................... 06
Conjunto Dos Números Inteiros: Propriedades, Operações, Divisibilidade, Múltiplos E Divisores E Resolução De 
Problemas .......................................................................................................................................................................................................... 09
Conjunto Dos Números Racionais: Propriedades, Operações, Equivalência De Frações, Representação Decimal 
E Fracionária, Números Decimais Periódicos (Dízimas Periódicas), Comparação De Frações E Resolução De 
Problemas; Conjunto Dos Números Reais: Propriedades, Operações, Representação Na Reta Real, Relação De 
Ordem E Resolução De Problemas ..........................................................................................................................................................
14
Polinômios; Definição; Adição, Subtração, Multiplicação E Divisão De Polinômios Numa Única Variável; Noção 
Intuitiva Do Conceito De “Zeros” De Um Polinômio ......................................................................................................................... 23
Cálculo Algébrico; Operações Com Expressões Algébricas; Produtos Notáveis; Fatoração; Frações Algébricas; 
Resolução De Problemas ............................................................................................................................................................................. 29
Equações De 1o Grau; Resolução De Equação De 1o Grau; Resolução De Sistema De Equações De 1o Grau; 
Resolução De Problemas Redutíveis A Equação De 1o Grau; Resolução De Problemas Redutíveis A Sistema De 
Equações De 1o Grau .................................................................................................................................................................................... 23
Inequações De 1o Grau; Resolução De Problemas Envolvendo Inequações De 1o Grau .................................................. 43
Equações De 2o Grau Resolução De Equação De 2o Grau; Resolução De Problemas Redutíveis A Equação De 2o 
Grau ...................................................................................................................................................................................................................... 44
Equações Irracionais; Equações Biquadradas ...................................................................................................................................... 46
SUMÁRIO
Funções; Noção Intuitiva E Definição; Notação De Função; Domínio, Imagem E Contradomínio ................................. 48
Função Polinomial Do 1o Grau: Definição, Propriedades, Zero Ou Raiz Da Função, Estudo Da Variação Do Sinal E 
Gráfico; Função Polinomial Do 2o Grau: Definição, Propriedades, Zeros Ou Raízes Da Função, Estudo Da Variação 
Do Sinal E Gráfico ........................................................................................................................................................................................... 58
Resolução De Problemas Envolvendo Função De 1o Grau; Resolução De Problemas Envolvendo Função De 2o Grau ... 61
Geometria Plana; Conceitos Fundamentais; Círculo E Circunferência: Definição E Diferenciação; Propriedades De 
Arcos, Ângulos E Cordas; Relações Métricas; Segmentos Proporcionais; Feixe De Paralelas; Teorema De Tales .............. 61
Congruência E Semelhança De Triângulos; Relações Métricas No Triângulo Retângulo; Relações Métricas Em 
Um Triângulo Qualquer; Projeção Ortogonal; Transformações Geométricas Elementares: Translação, Rotação E 
Simetria ............................................................................................................................................................................................................... 75
Razões Trigonométricas No Triângulo Retângulo; Razões Trigonométricas Em Um Triângulo Qualquer; Cálculo 
De Perímetro ..................................................................................................................................................................................................... 82
Comprimento De Circunferência; Áreas De Superfícies Planas; Polígonos Regulares ......................................................... 85
Medidas De Comprimento, De Área, De Capacidade E De Volume: Transformações. Volume De Paralelepípedo 
Reto Retângulo. Resolução De Problemas ............................................................................................................................................ 85
Razões, Porcentagens E Noções Básicas De Matemática Financeira Razões E Proporções; Números E Grandezas 
Proporcionais .................................................................................................................................................................................................... 92
Regra De Três Simples E Composta ......................................................................................................................................................... 102
Porcentagens .................................................................................................................................................................................................... 104
Juros Simples; Resolução De Problemas ................................................................................................................................................ 107
Noções De Estatística Básica Tabelas; Representações Gráficas: Barras, Colunas, Setores, Linhas E Pictogramas; 
Média Aritmética Simples E Ponderada ................................................................................................................................................. 108
Contagem E Probabilidade; Noções De Contagem; Noções De Probabilidade .................................................................... 129
LÍNGUA INGLESA
Compreensão e Interpretação de Textos ............................................................................................................................................... 01
Estruturas Gramaticais. Substantivos: gênero, número, contáveis e incontáveis .................................................................. 05
Pronomes: pessoal, oblíquo, possessivo, reflexivo, demonstrativo, relativo, indefinido e interrogativo ..................... 07
Adjetivos: graus comparativo e superlativo ......................................................................................................................................... 10
Preposições ....................................................................................................................................................................................................... 13
Conjunções ........................................................................................................................................................................................................ 14
Advérbios: tempo, lugar, modo e frequência ...................................................................................................................................... 15
Numerais ............................................................................................................................................................................................................ 16
Artigos: definidos e indefinidos ................................................................................................................................................................ 17
Verbos: modos, tempos, formas e vozes. Caso possessivo. Question tag e respostas curtas. Orações 
condicionais ...................................................................................................................................................................................................... 18
LÍNGUA PORTUGUESA
ÍNDICE
Intelecção De Textos Literários E Não Literários, Verbais E Não Verbais ......................................................................................... 1
Fonologia: Fonemas, Encontros Consonantais E Vocálicos, Dígrafos ............................................................................................... 12
Divisão Silábica ...................................................................................................................................................................................................... 15
Acentuação Gráfica E Ortografia De Acordo Com A Nova Ortografia ............................................................................................ 16
Morfologia: Estrutura Das Palavras, Formação De Palavras ................................................................................................................. 23
Classes De Palavras: Classificação, Flexão E Emprego
(Substantivo, Adjetivo, Artigo, Numeral, Pronome, Verbo, 
Advérbio, Preposição, Conjunção E Interjeição) ....................................................................................................................................... 25
Sintaxe: Análise Sintática Da Oração, Análise Sintática Do Período ................................................................................................. 63
Pontuação ................................................................................................................................................................................................................ 72
Regência E Concordância .................................................................................................................................................................................. 76
Estudo Da Crase .................................................................................................................................................................................................... 82
Colocação Pronominal ........................................................................................................................................................................................ 86
Semântica E Estilística; Variedades Linguísticas; Sinonímia E Antonímia, Hiponímia E Hiperonímia, Polissemia, 
Ambiguidade; Denotação E Conotação; Funções Da Linguagem E Vícios Da Linguagem ...................................................... 86
Figuras De Linguagem ........................................................................................................................................................................................ 90
Versificação .............................................................................................................................................................................................................. 94
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Compreender significa
Entendimento, atenção ao que realmente está escrito.
O texto diz que...
É sugerido pelo autor que...
De acordo com o texto, é correta ou errada a afirmação...
O narrador afirma...
Erros de interpretação
 
• Extrapolação (“viagem”) = ocorre quando se sai do 
contexto, acrescentando ideias que não estão no 
texto, quer por conhecimento prévio do tema quer 
pela imaginação.
• Redução = é o oposto da extrapolação. Dá-se aten-
ção apenas a um aspecto (esquecendo que um tex-
to é um conjunto de ideias), o que pode ser insufi-
ciente para o entendimento do tema desenvolvido. 
• Contradição = às vezes o texto apresenta ideias 
contrárias às do candidato, fazendo-o tirar con-
clusões equivocadas e, consequentemente, errar a 
questão.
 
Observação: Muitos pensam que existem a ótica do 
escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas em 
uma prova de concurso, o que deve ser levado em consi-
deração é o que o autor diz e nada mais.
 
Os pronomes relativos são muito importantes na in-
terpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de 
coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que 
existe um pronome relativo adequado a cada circunstân-
cia, a saber:
que (neutro) - relaciona-se com qualquer anteceden-
te, mas depende das condições da frase.
qual (neutro) idem ao anterior.
quem (pessoa)
cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois 
o objeto possuído. 
como (modo)
onde (lugar)
quando (tempo)
quanto (montante) 
Exemplo:
Falou tudo QUANTO queria (correto)
Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria 
aparecer o demonstrativo O).
 
Dicas para melhorar a interpretação de textos
• Leia todo o texto, procurando ter uma visão geral 
do assunto. Se ele for longo, não desista! Há muitos 
candidatos na disputa, portanto, quanto mais infor-
mação você absorver com a leitura, mais chances 
terá de resolver as questões. 
• Se encontrar palavras desconhecidas, não interrom-
pa a leitura.
• Leia o texto, pelo menos, duas vezes – ou quantas 
forem necessárias.
• Procure fazer inferências, deduções (chegar a uma 
conclusão).
• Volte ao texto quantas vezes precisar.
• Não permita que prevaleçam suas ideias sobre 
as do autor. 
INTELECÇÃO DE TEXTOS LITERÁRIOS E NÃO 
LITERÁRIOS, VERBAIS E NÃO VERBAIS
INTERPRETAÇÃO TEXTUAL
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e rela-
cionadas entre si, formando um todo significativo capaz 
de produzir interação comunicativa (capacidade de codi-
ficar e decodificar).
Contexto – um texto é constituído por diversas frases. 
Em cada uma delas, há uma informação que se liga com 
a anterior e/ou com a posterior, criando condições para 
a estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa in-
terligação dá-se o nome de contexto. O relacionamento 
entre as frases é tão grande que, se uma frase for retirada 
de seu contexto original e analisada separadamente, po-
derá ter um significado diferente daquele inicial.
Intertexto - comumente, os textos apresentam refe-
rências diretas ou indiretas a outros autores através de 
citações. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto. 
Interpretação de texto - o objetivo da interpretação 
de um texto é a identificação de sua ideia principal. A 
partir daí, localizam-se as ideias secundárias (ou fun-
damentações), as argumentações (ou explicações), que 
levam ao esclarecimento das questões apresentadas na 
prova.
 
Normalmente, em uma prova, o candidato deve:
• Identificar os elementos fundamentais de uma ar-
gumentação, de um processo, de uma época (nes-
te caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os 
quais definem o tempo).
• Comparar as relações de semelhança ou de dife-
renças entre as situações do texto.
• Comentar/relacionar o conteúdo apresentado com 
uma realidade. 
• Resumir as ideias centrais e/ou secundárias. 
• Parafrasear = reescrever o texto com outras 
palavras.
Condições básicas para interpretar
 
Fazem-se necessários: conhecimento histórico-literá-
rio (escolas e gêneros literários, estrutura do texto), lei-
tura e prática; conhecimento gramatical, estilístico (qua-
lidades do texto) e semântico; capacidade de observação 
e de síntese; capacidade de raciocínio.
Interpretar/Compreender
Interpretar significa:
Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir.
Através do texto, infere-se que...
É possível deduzir que...
O autor permite concluir que...
Qual é a intenção do autor ao afirmar que...
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Talvez porque eu tenha começado tarde, guiar me pare-
ce, ainda hoje, uma experiência incomum. É um ato que, 
mesmo repetido de forma diária, nunca se banalizou 
inteiramente.
Na véspera do Ano Novo, em Ubatuba, eu fiz outra des-
coberta temporã.
Depois de décadas de tentativas inúteis e frustrantes, 
num final de tarde ensolarado eu conquistei o dom da 
flutuação. Nas águas cálidas e translúcidas da praia Bra-
va, sob o olhar risonho da minha mulher, finalmente con-
segui boiar.
Não riam, por favor. Vocês que fazem isso desde os oito 
anos, vocês que já enjoaram da ausência de peso e esfor-
ço, vocês que não mais se surpreendem com a sensação 
de balançar ao ritmo da água – sinto dizer, mas vocês se 
esqueceram de como tudo isso é bom.
Nadar é uma forma de sobrepujar a água e impor-se a 
ela. Boiar é fazer parte dela – assim como do sol e das 
montanhas ao redor, dos sons que chegam filtrados ao 
ouvido submerso, do vento que ergue a onda e lança 
água em nosso rosto. Boiar é ser feliz sem fazer força, e 
isso, curiosamente, não é fácil.
Essa experiência me sugeriu algumas considerações so-
bre a vida em geral.
Uma delas, óbvia, é que a gente nunca para de aprender 
ou de avançar. Intelectualmente e emocionalmente, de 
um jeito prático ou subjetivo, estamos sempre incorpo-
rando novidades que nos transformam. Somos geneti-
camente elaborados para lidar com o novo, mas não só. 
Também somos profundamente modificados por ele. A 
cada momento da vida, quando achamos que tudo já 
aconteceu, novas capacidades irrompem e fazem de nós 
uma pessoa diferente do
que éramos. Uma pessoa capaz 
de boiar é diferente daquelas que afundam como pedras.
Suspeito que isso tenha importância também para os 
relacionamentos.
Se a gente não congela ou enferruja – e tem gente que já 
está assim aos 30 anos – nosso repertório íntimo tende a 
se ampliar, a cada ano que passa e a cada nova relação. 
Penso em aprender a escutar e a falar, em olhar o outro, 
em tocar o corpo do outro com propriedade e deixar-se 
tocar sem susto. Penso em conter a nossa própria frustra-
ção e a nossa fúria, em permitir que o parceiro floresça, 
em dar atenção aos detalhes dele. Penso, sobretudo, em 
conquistar, aos poucos, a ansiedade e insegurança que 
nos bloqueiam o caminho do prazer, não apenas no sen-
tido sexual. Penso em estar mais tranquilo na companhia 
do outro e de si mesmo, no mundo.
Assim como boiar, essas coisas são simples, mas preci-
sam ser aprendidas.
Estar no interior de uma relação verdadeira é como estar 
na água do mar. Às vezes você nada, outras vezes você 
boia, de vez em quando, morto de medo, sente que pode 
afundar. É uma experiência que exige, ao mesmo tem-
po, relaxamento e atenção, e nem sempre essas coisas 
se combinam. Se a gente se põe muito tenso e cerebral, 
a relação perde a espontaneidade. Afunda. Mas, largada 
apenas ao sabor das ondas, sem atenção ao equilíbrio, a 
relação também naufraga. Há uma ciência sem cálculos 
que tem de ser assimilada a cada novo amor, por cada 
um de nós. Ela fornece a combinação exata de atenção 
e relaxamento que permite boiar. Quer dizer, viver de 
• Fragmente o texto (parágrafos, partes) para melhor 
compreensão.
• Verifique, com atenção e cuidado, o enunciado de 
cada questão.
• O autor defende ideias e você deve percebê-las.
• Observe as relações interparágrafos. Um parágra-
fo geralmente mantém com outro uma relação de 
continuação, conclusão ou falsa oposição. Identifi-
que muito bem essas relações. 
• Sublinhe, em cada parágrafo, o tópico frasal, ou seja, 
a ideia mais importante. 
• Nos enunciados, grife palavras como “correto” ou 
“incorreto”, evitando, assim, uma confusão na 
hora da resposta – o que vale não somente para 
Interpretação de Texto, mas para todas as demais 
questões! 
• Se o foco do enunciado for o tema ou a ideia 
principal, leia com atenção a introdução e/ou a 
conclusão.
• Olhe com especial atenção os pronomes relativos, 
pronomes pessoais, pronomes demonstrativos, 
etc., chamados vocábulos relatores, porque reme-
tem a outros vocábulos do texto.
 
SITES
Disponível em: <http://www.tudosobreconcursos.
com/materiais/portugues/como-interpretar-textos>
Disponível em: <http://portuguesemfoco.com/pf/
09-dicas-para-melhorar-a-interpretacao-de-textos-em-
-provas>
Disponível em: <http://www.portuguesnarede.
com/2014/03/dicas-para-voce-interpretar-melhor-um.
html>
Disponível em: <http://vestibular.uol.com.br/cursi-
nho/questoes/questao-117-portugues.htm>
EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (EBSERH – Analista Administrativo – Estatística 
– AOCP-2015) 
O verão em que aprendi a boiar
Quando achamos que tudo já aconteceu, novas ca-
pacidades fazem de nós pessoas diferentes do que 
éramos
IVAN MARTINS
Sei que a palavra da moda é precocidade, mas eu acre-
dito em conquistas tardias. Elas têm na minha vida um 
gosto especial.
Quando aprendi a guiar, aos 34 anos, tudo se transfor-
mou. De repente, ganhei mobilidade e autonomia. A ci-
dade, minha cidade, mudou de tamanho e de fisionomia. 
Descer a Avenida Rebouças num táxi, de madrugada, era 
diferente – e pior – do que descer a mesma avenida com 
as mãos ao volante, ouvindo rock and roll no rádio. Pegar 
a estrada com os filhos pequenos revelou-se uma delícia 
insuspeitada.
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2. (TJ-SC – ANALISTA ADMINISTRATIVO – FGV-2018) 
Observe a charge a seguir:
A charge acima é uma homenagem a Stephen Hawking, 
destacando o fato de o cientista:
a) ter alcançado o céu após sua morte;
b) mostrar determinação no combate à doença;
c) ser comparado a cientistas famosos;
d) ser reconhecido como uma mente brilhante;
e) localizar seus interesses nos estudos de Física.
Resposta: Letra D
Em “a”: ter alcançado o céu após sua morte; = incorreto
Em “b”: mostrar determinação no combate à doença; 
= incorreto
Em “c”: ser comparado a cientistas famosos; = incorreto
Em “d”: ser reconhecido como uma mente brilhante;
Em “e”: localizar seus interesses nos estudos de Física. 
= incorreto
Usemos a fala de Einstein: “a mente brilhante que es-
távamos esperando”.
3. (BANPARÁ – ASSISTENTE SOCIAL – FADESP-2018)
Lastro e o Sistema Bancário
 [...]
Até os anos 60, o papel-moeda e o dinheiro deposita-
do nos bancos deviam estar ligados a uma quantidade 
de ouro num sistema chamado lastro-ouro. Como esse 
metal é limitado, isso garantia que a produção de dinhei-
ro fosse também limitada. Com o tempo, os banqueiros 
se deram conta de que ninguém estava interessado em 
trocar dinheiro por ouro e criaram manobras, como a re-
serva fracional, para emprestar muito mais dinheiro do 
que realmente tinham em ouro nos cofres. Nas crises, 
como em 1929, todos queriam sacar dinheiro para pagar 
suas contas e os bancos quebravam por falta de fundos, 
deixando sem nada as pessoas que acreditavam ter suas 
economias seguramente guardadas.
forma relaxada e consciente um grande amor.
Na minha experiência, esse aprendizado não se fez ra-
pidamente. Demorou anos e ainda se faz. Talvez porque 
eu seja homem, talvez porque seja obtuso para as coi-
sas do afeto. Provavelmente, porque sofro das limitações 
emocionais que muitos sofrem e que tornam as relações 
afetivas mais tensas e trabalhosas do que deveriam ser.
Sabemos nadar, mas nos custa relaxar e ser felizes nas 
águas do amor e do sexo. Nos custa boiar.
A boa notícia, que eu redescobri na praia, é que tudo 
se aprende, mesmo as coisas simples que pareciam 
impossíveis.
Enquanto se está vivo e relação existe, há chance de me-
lhorar. Mesmo se ela acabou, é certo que haverá outra 
no futuro, no qual faremos melhor: com mais calma, com 
mais prazer, com mais intensidade e menos medo.
O verão, afinal, está apenas começando. Todos os dias se 
pode tentar boiar.
http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-martins/
noticia/2014/01/overao-em-que-aprendi-boiar.html
De acordo com o texto, quando o autor afirma que “To-
dos os dias se pode tentar boiar.”, ele refere-se ao fato de
a) haver sempre tempo para aprender, para tentar relaxar 
e ser feliz nas águas do amor, agindo com mais cal-
ma, com mais prazer, com mais intensidade e menos 
medo.
b) ser necessário agir com mais cautela nos relaciona-
mentos amorosos para que eles não se desfaçam.
c) haver sempre tempo para aprender a ser mais criterio-
so com seus relacionamentos, a fim de que eles sejam 
vividos intensamente.
d) haver sempre tempo para aprender coisas novas, in-
clusive agir com o raciocínio nas relações amorosas.
e) ser necessário aprender nos relacionamentos, porém 
sempre estando alerta para aquilo de ruim que pode 
acontecer.
Resposta: Letra A
Ao texto: (...) tudo se aprende, mesmo as coisas simples 
que pareciam impossíveis. / Enquanto se está vivo e 
relação existe, há chance de melhorar = sempre há 
tempo para boiar (aprender).
Em “a”: haver sempre tempo para aprender, para ten-
tar relaxar e ser feliz nas águas do amor, agindo com 
mais calma, com mais prazer, com mais intensidade e 
menos medo = correta.
Em “b”: ser necessário agir com mais cautela nos rela-
cionamentos amorosos para que eles não se desfaçam 
= incorreta – o autor propõe viver intensamente.
Em “c”: haver sempre tempo para aprender a ser mais 
criterioso com seus relacionamentos, a fim de que eles 
sejam vividos intensamente = incorreta – ser menos 
objetivo nos relacionamentos.
Em “d”: haver sempre tempo para aprender coisas no-
vas, inclusive agir com o raciocínio nas relações amo-
rosas = incorreta – ser mais emoção.
Em “e”: ser necessário aprender nos relacionamentos, 
porém sempre estando alerta para aquilo de ruim que 
pode acontecer = incorreta – estar sempre cuidando, 
não
pensando em algo ruim.
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4. (BANPARÁ – ASSISTENTE SOCIAL – FADESP-2018) 
A leitura do texto permite a compreensão de que 
a) as dívidas dos clientes são o que sustenta os bancos.
b) todo o dinheiro que os bancos emprestam é imaginário.
c) quem pede um empréstimo deve a outros clientes.
d) o pagamento de dívidas depende do “livre-mercado”.
e) os bancos confiscam os bens dos clientes endividados.
Resposta: Letra A
Em “a”, as dívidas dos clientes são o que sustenta os 
bancos = correta
Em “b”, todo o dinheiro que os bancos emprestam é 
imaginário = nem todo
Em “c”, quem pede um empréstimo deve a outros 
clientes = deve ao banco, este paga/empresta a ou-
tros clientes
Em “d”, o pagamento de dívidas depende do “livre-
-mercado” = não só: (...) preciso ir até o dito “livre-
-mercado” e trabalhar, lutar, talvez trapacear.
Em “e”, os bancos confiscam os bens dos clientes endi-
vidados = desde que não paguem a dívida
5. (BANESTES – ANALISTA ECONÔMICO FINANCEI-
RO GESTÃO CONTÁBIL – FGV-2018) Observe a charge 
abaixo, publicada no momento da intervenção nas ati-
vidades de segurança do Rio de Janeiro, em março de 
2018.
Há uma série de informações implícitas na charge; NÃO 
pode, no entanto, ser inferida da imagem e das frases a 
seguinte informação:
a) a classe social mais alta está envolvida nos crimes co-
metidos no Rio;
b) a tarefa da investigação criminal não está sendo 
bem-feita;
c) a linguagem do personagem mostra intimidade com 
o interlocutor;
d) a presença do orelhão indica o atraso do local da 
charge;
e) as imagens dos tanques de guerra denunciam a pre-
sença do Exército.
Em 1971, o presidente dos EUA acabou com o padrão-
-ouro. Desde então, o dinheiro, na forma de cédulas e 
principalmente de valores em contas bancárias, já não 
tendo nenhuma riqueza material para representar, é cria-
do a partir de empréstimos. Quando alguém vai até o 
banco e recebe um empréstimo, o valor colocado em sua 
conta é gerado naquele instante, criado a partir de uma 
decisão administrativa, e assim entra na economia. Essa 
explicação permaneceu controversa e escondida por 
muito tempo, mas hoje está clara em um relatório do 
Bank of England de 2014. 
Praticamente todo o dinheiro que existe no mundo é 
criado assim, inventado em canetaços a partir da conces-
são de empréstimos. O que torna tudo mais estranho e 
perverso é que, sobre esse empréstimo, é cobrada uma 
dívida. Então, se eu peço dinheiro ao banco, ele inventa 
números em uma tabela com meu nome e pede que eu 
devolva uma quantidade maior do que essa. Para pagar 
a dívida, preciso ir até o dito “livre-mercado” e trabalhar, 
lutar, talvez trapacear, para conseguir o dinheiro que o 
banco inventou na conta de outras pessoas. Esse é o di-
nheiro que vai ser usado para pagar a dívida, já que a 
única fonte de moeda é o empréstimo bancário. No fim, 
os bancos acabam com todo o dinheiro que foi inventa-
do e ainda confiscam os bens da pessoa endividada cujo 
dinheiro tomei. 
Assim, o sistema monetário atual funciona com uma 
moeda que é ao mesmo tempo escassa e abundante. Es-
cassa porque só banqueiros podem criá-la, e abundante 
porque é gerada pela simples manipulação de bancos de 
dados. O resultado é uma acumulação de riqueza e po-
der sem precedentes: um mundo onde o patrimônio de 
80 pessoas é maior do que o de 3,6 bilhões, e onde o 1% 
mais rico tem mais do que os outros 99% juntos.
 [...]
Disponível em https://fagulha.org/artigos/
inventando-dinheiro/
Acessado em 20/03/2018
De acordo com o autor do texto Lastro e o sistema bancá-
rio, a reserva fracional foi criada com o objetivo de
a) tornar ilimitada a produção de dinheiro.
b) proteger os bens dos clientes de bancos.
c) impedir que os bancos fossem à falência.
d) permitir o empréstimo de mais dinheiro
e) preservar as economias das pessoas.
Resposta: Letra D
Ao texto: (...) Com o tempo, os banqueiros se deram 
conta de que ninguém estava interessado em trocar 
dinheiro por ouro e criaram manobras, como a reserva 
fracional, para emprestar muito mais dinheiro do que 
realmente tinham em ouro nos cofres.
Em “a”, tornar ilimitada a produção de dinheiro = 
incorreta
Em “b”, proteger os bens dos clientes de bancos = 
incorreta
Em “c”, impedir que os bancos fossem à falência = 
incorreta
Em “d”, permitir o empréstimo de mais dinheiro = 
correta
Em “e”, preservar as economias das pessoas = incorreta
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7. (Câmara de Salvador-BA – Assistente Legislativo 
Municipal – FGV-2018-adaptada) “Hoje, esse termo 
denota, além da agressão física, diversos tipos de impo-
sição sobre a vida civil, como a repressão política, familiar 
ou de gênero, ou a censura da fala e do pensamento de 
determinados indivíduos e, ainda, o desgaste causado 
pelas condições de trabalho e condições econômicas”. A 
manchete jornalística abaixo que NÃO se enquadra em 
nenhum tipo de violência citado nesse segmento é: 
a) Presa por mensagem racista na internet; 
b) Vinte pessoas são vítimas da ditadura venezuelana; 
c) Apanhou de policiais por destruir caixa eletrônico; 
d) Homossexuais são perseguidos e presos na Rússia; 
e) Quatro funcionários ficaram livres do trabalho escravo.
Resposta: Letra C
Em “a”: Presa por mensagem racista na internet = 
como a repressão política, familiar ou de gênero
Em “b”: Vinte pessoas são vítimas da ditadura vene-
zuelana = como a repressão política, familiar ou de 
gênero 
Em “c”: Apanhou de policiais por destruir caixa eletrô-
nico = não consta na Manchete acima 
Em “d”: Homossexuais são perseguidos e presos na 
Rússia = como a repressão política, familiar ou de 
gênero 
Em “e”: Quatro funcionários ficaram livres do traba-
lho escravo = o desgaste causado pelas condições de 
trabalho
8. (MPE-AL – ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO – 
ÁREA JURÍDICA – FGV-2018)
Oportunismo à Direita e à Esquerda
Numa democracia, é livre a expressão, estão garantidos 
o direito de reunião e de greve, entre outros, obedecidas 
leis e regras, lastreadas na Constituição. Em um regime 
de liberdades, há sempre o risco de excessos, a serem 
devidamente contidos e seus responsáveis, punidos, 
conforme estabelecido na legislação.
É o que precisa acontecer no rescaldo da greve dos cami-
nhoneiros, concluídas as investigações, por exemplo, da 
ajuda ilegal de patrões ao movimento, interessados em 
se beneficiar do barateamento do combustível.
Sempre há, também, o oportunismo político-ideológico 
para se aproveitar da crise. Inclusive, neste ano de elei-
ção, com o objetivo de obter apoio a candidatos. Não 
faltam, também, os arautos do quanto pior, melhor, para 
desgastar governantes e reforçar seus projetos de po-
der, por mais delirantes que sejam. Também aqui vale o 
que está delimitado pelo estado democrático de direito, 
defendido pelos diversos instrumentos institucionais de 
que conta o Estado – Polícia, Justiça, Ministério Público, 
Forças Armadas etc.
A greve atravessou vários sinais ao estrangular as vias de 
suprimento que mantêm o sistema produtivo funcionan-
do, do qual depende a sobrevivência física da população. 
Isso não pode ser esquecido e serve de alerta para que as 
autoridades desenvolvam planos de contingência.
O Globo, 31/05/2018.
Resposta: Letra D
NÃO pode ser inferida da imagem e das frases a se-
guinte informação:
Em “a”, a classe social mais alta está envolvida nos cri-
mes cometidos no Rio = inferência correta
Em “b”, a tarefa da investigação criminal não está sen-
do bem-feita = inferência correta
Em “c”, a linguagem do personagem mostra intimida-
de com o interlocutor = inferência correta
Em “d”, a presença do orelhão indica o atraso do local 
da charge = incorreta
Em “e”, as imagens dos tanques de guerra denunciam 
a presença do Exército = inferência correta
6. (TJ-AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FGV-2018) Observe 
a charge abaixo.
No caso da charge, a crítica feita à internet é: 
a) a criação de uma dependência tecnológica excessiva; 
b) a falta de exercícios físicos nas crianças;
c) o risco de contatos perigosos;
d) o abandono dos estudos regulares; 
e) a falta de contato entre membros da família.
Resposta: Letra A
Em “a”: a criação de uma dependência tecnológica 
excessiva; 
Em “b”: a falta de exercícios físicos nas crianças; = 
incorreto
Em “c”: o risco de contatos perigosos; = incorreto
Em “d”: o abandono dos estudos regulares; = incorreto
Em “e”: a falta de contato entre membros da família. = 
incorreto
Através da fala do garoto chegamos à resposta: de-
pendência tecnológica - expressa em sua fala.
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de ser, então, a temática principal. Não que ela vá ser 
esquecida ou abafada; ela pertence ao nosso dia a dia e 
temos consciência disso. Porém, o sentido do discurso, a 
ideologia que o alimenta, precisa impregná-lo de pala-
vras e conceitos que anunciem os valores humanos que 
decantam a paz, que lhe proclamam e promovem. A vio-
lência já é bastante denunciada, e quanto mais falamos 
dela, mais lembramos de sua existência em nosso meio 
social. É hora de começarmos a convocar a presença da 
paz em nós, entre nós, entre nações, entre povos.
Um dos primeiros passos nesse sentido refere-se à ges-
tão de conflitos. Ou seja, prevenir os conflitos potencial-
mente violentos e reconstruir a paz e a confiança en-
tre pessoas originárias de situação de guerra é um dos 
exemplos mais comuns a serem considerados. Tal missão 
estende-se às escolas, instituições públicas e outros lo-
cais de trabalho por todo o mundo, bem como aos par-
lamentos e centros de comunicação e associações.
Outro passo é tentar erradicar a pobreza e reduzir as de-
sigualdades, lutando para atingir um desenvolvimento 
sustentado e o respeito pelos direitos humanos, refor-
çando as instituições democráticas, promovendo a liber-
dade de expressão, preservando a diversidade cultural e 
o ambiente.
É, então, no entrelaçamento “paz — desenvolvimento — 
direitos humanos — democracia” que podemos vislum-
brar a educação para a paz.
Leila Dupret. Cultura de paz e ações sócio-educati-
vas: desafios para a escola contemporânea. In: Psicol. 
Esc. Educ. (Impr.) v. 6, n.º 1. Campinas, jun./2002 (com 
adaptações).
De acordo com o texto CG1A1AAA, os elementos “gestão 
de conflitos” e “erradicar a pobreza” devem ser concebi-
dos como
a) obstáculos para a construção da cultura da paz.
b) dispensáveis para a construção da cultura da paz.
c) irrelevantes na construção da cultura da paz.
d) etapas para a construção da cultura da paz.
e) consequências da construção da cultura da paz.
Resposta: Letra D
Em “a”: obstáculos para a construção da cultura da paz. 
= incorreto
Em “b”: dispensáveis para a construção da cultura da 
paz. = incorreto
Em “c”: irrelevantes na construção da cultura da paz. 
= incorreto
Em “d”: etapas para a construção da cultura da paz.
Em “e”: consequências da construção da cultura da paz. 
= incorreto
Ao texto: Um dos primeiros passos nesse sentido refe-
re-se à gestão de conflitos. (...) Outro passo é tentar er-
radicar a pobreza e reduzir as desigualdades = etapas 
para construção da paz.
“É o que precisa acontecer no rescaldo da greve dos ca-
minhoneiros, concluídas as investigações, por exemplo, 
da ajuda ilegal de patrões ao movimento, interessados 
em se beneficiar do barateamento do combustível.” Se-
gundo esse parágrafo do texto, o que “precisa acontecer” 
é
a) manter-se o direito de livre expressão do pensamento.
b) garantir-se o direito de reunião e de greve.
c) lastrear leis e regras na Constituição.
d) punirem-se os responsáveis por excessos.
e) concluírem-se as investigações sobre a greve.
Resposta: Letra D
Em “a”: manter-se o direito de livre expressão do pensa-
mento. = incorreto
Em “b”: garantir-se o direito de reunião e de greve. = 
incorreto
Em “c”: lastrear leis e regras na Constituição. = incorreto
Em “d”: punirem-se os responsáveis por excessos.
Em “e”: concluírem-se as investigações sobre a greve. 
= incorreto
Ao texto: (...) há sempre o risco de excessos, a se-
rem devidamente contidos e seus responsáveis, pu-
nidos, conforme estabelecido na legislação. / É o que 
precisa acontecer... = precisa acontecer a punição dos 
excessos.
9. (PC-MA – DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL 
– CESPE-2018) 
Texto CG1A1AAA
A paz não pode ser garantida apenas pelos acordos 
políticos, econômicos ou militares. Cada um de nós, in-
dependentemente de idade, sexo, estrato social, crença 
religiosa etc. é chamado à criação de um mundo pacifica-
do, um mundo sob a égide de uma cultura da paz.
Mas, o que significa “cultura da paz”?
Construir uma cultura da paz envolve dotar as crianças 
e os adultos da compreensão de princípios como liber-
dade, justiça, democracia, direitos humanos, tolerância, 
igualdade e solidariedade. Implica uma rejeição, indivi-
dual e coletiva, da violência que tem sido percebida na 
sociedade, em seus mais variados contextos. A cultura da 
paz tem de procurar soluções que advenham de dentro 
da(s) sociedade(s), que não sejam impostas do exterior.
Cabe ressaltar que o conceito de paz pode ser abordado 
em sentido negativo, quando se traduz em um estado 
de não guerra, em ausência de conflito, em passividade 
e permissividade, sem dinamismo próprio; em síntese, 
condenada a um vazio, a uma não existência palpável, 
difícil de se concretizar e de se precisar. Em sua concep-
ção positiva, a paz não é o contrário da guerra, mas a 
prática da não violência para resolver conflitos, a prática 
do diálogo na relação entre pessoas, a postura democrá-
tica frente à vida, que pressupõe a dinâmica da coope-
ração planejada e o movimento constante da instalação 
de justiça.
Uma cultura de paz exige esforço para modificar o pen-
samento e a ação das pessoas para que se promova a 
paz. Falar de violência e de como ela nos assola deixa 
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Com sua fala, a personagem revela que
a) a violência era comum no passado.
b) as pessoas lutam contra a violência.
c) a violência está banalizada.
d) o preço que pagou pela violência foi alto.
Resposta: Letra C
Em “a”: a violência era comum no passado. = incorreto
Em “b”: as pessoas lutam contra a violência. = incorreto
Em “c”: a violência está banalizada.
Em “d”: o preço que pagou pela violência foi alto. = 
incorreto
Infelizmente, a personagem revela que a violên-
cia está banalizada, nem há mais “punições” para os 
agressivos.
12. (PM-SP - ASPIRANTE DA POLÍCIA MILITAR [INTE-
RIOR] – VUNESP-2017) Leia a charge.
(Pancho. www.gazetadopovo.com.br)
É correto associar o humor da charge ao fato de que
a) os personagens têm uma autoestima elevada e são 
otimistas, mesmo vivendo em uma situação de com-
pleto confinamento.
b) os dois personagens estão muito bem informados so-
bre a economia, o que não condiz com a imagem de 
criminosos.
c) o valor dos cosméticos afetará diretamente a vida dos 
personagens, pois eles demonstram preocupação 
com a aparência.
d) o aumento dos preços de cosméticos não surpreende 
os personagens, que estão acostumados a pagar caro 
por eles nos presídios.
e) os preços de cosméticos não deveriam ser relevan-
tes para os personagens, dada a condição em que se 
encontram.
Resposta: Letra E
Em “a”: os personagens têm uma autoestima elevada 
e são otimistas, mesmo vivendo em uma situação de 
completo confinamento. = incorreto
Em “b”: os dois personagens estão muito bem infor-
mados sobre a economia, o que não condiz com a 
imagem de criminosos. = incorreto
Em “c”: o valor dos cosméticos afetará diretamente a 
vida dos personagens, pois eles demonstram preocu-
pação com a aparência. = incorreto
10. (TJ-AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUS-
TIÇA AVALIADOR – FGV-2018)
O humor da tira é conseguido através de uma quebra de 
expectativa, que é:
a) o fato de um adulto colecionar figurinhas;
b) as figurinhas serem de temas sociais e não esportivos;
c) a falta de muitas figurinhas no álbum;
d) a reclamação ser apresentada pelo pai e não pelo filho;
e) uma criança ajudar a um adulto e não o contrário.
Resposta: Letra B
Em “a”: o fato de um adulto colecionar figurinhas; = 
incorreto
Em “b”: as figurinhas
serem de temas sociais e não 
esportivos;
Em “c”: a falta de muitas figurinhas no álbum; = 
incorreto
Em “d”: a reclamação ser apresentada pelo pai e não 
pelo filho; = incorreto
Em “e”: uma criança ajudar a um adulto e não o con-
trário. = incorreto
O humor está no fato de o álbum ser sobre um tema 
incomum: assuntos sociais.
11. (PM-SP - SARGENTO DA POLÍCIA MILITAR – VU-
NESP-2015) Leia a tira.
(Folha de S.Paulo, 02.10.2015. Adaptado)
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A
INTRODUÇÃO À LITERATURA 
A ARTE LITERÁRIA
A palavra “literatura” vem de “littera”, palabra presen-
te no latim que significa “letra”. Litterator era o professor 
latim responsável pelo ensino das letras, isto é, pela es-
crita e pela leitura.
Qual é, afinal, a função da Literatura? Por que tanto se 
discute sobre gêneros, estruturas, ou ainda sobre a difi-
culdade de se entenderem os enigmas, as ambiguidades, 
as metáforas da literatura. 
Mas é exatamente aí que reside o seu encanto: da 
mesma forma que um pintor faz mágica com pinceis e 
tintas, poetas fazem mágica com palavras, no trabalho 
com a palavra, com seu aspecto conotativo, com finali-
dade estética e com seus enigmas.
A Literatura, juntamente com a História ou demais 
ciências, apresenta-se como o instrumento artístico de 
análise de mundo e de compreensão do homem. En-
quanto a história relata o que o homem fez, a literatura é 
uma das expressões artísticas que falam como o homem 
era, como ele pensava, como compreendia a si mesmo 
e ao mundo. A função da Literatura é “humanizadora”, 
isto é, ela confirma humanidade do homem, a concepção 
sobre si mesmo no tempo, no espaço, na sociedade.
Artistas como Homero, Sófocles, Camões, Shakes-
peare, Balzac, Dostoievski, Machado de Assis, Kafka, 
João Guimarães Rosa tornaram possível que a arte lite-
rária acontecesse, pois nos forneceram os condões para 
a compreensão do grande mistério: a alma humana. A 
matéria prima é a palavra.
OS GÊNEROS LITERÁRIOS 
Se considerarmos os primórdios literários, desde a 
civilização grega, há uma série de criações e caracterís-
ticas da arte literária que são encontradas nos poemas 
e demais expressões da arte até os dias atuais. A essas 
características, damos o nome gêneros literários. 
Há vários gêneros literários e entre eles se destacam 
aqueles que alcançam os sentimentos do ser humano. 
Este é o motivo pelo qual as criações literárias sempre tra-
zem à tona temas como amor, ódio, traição, sonhos, justi-
ça, mesmo nas canções, sitcons (filmes, novelas e séries) e 
tantas representações contemporâneas. Como são senti-
mentos bem expressivos da nossa própria natureza huma-
na, acabam nos seduzindo e permitindo uma determinada 
percepção necessária para o entendimento da arte.
Além disso, a dramaticidade também é uma caracte-
rística bem presente na arte literária, já que o drama no 
caso faz parte de cada uma das criações literárias, pelo 
fato de que assim consegue despertar melhor o interesse 
dos indivíduos que o leem.
Estes são os mais conhecidos:
● Gênero Lírico
Este gênero consiste no texto poético, seja em versos 
ou não. 
Em “d”: o aumento dos preços de cosméticos não sur-
preende os personagens, que estão acostumados a 
pagar caro por eles nos presídios. = incorreto
Em “e”: os preços de cosméticos não deveriam ser 
relevantes para os personagens, dada a condição em 
que se encontram.
Pela condição em que as personagens se encontram, o 
aumento no preço dos cosméticos não os afeta.
13. (TJ-AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUS-
TIÇA AVALIADOR – FGV-2018)
Texto 1 – Além do celular e da carteira, cuidado com 
as figurinhas da Copa
Gilberto Porcidônio – O Globo, 12/04/2018
A febre do troca-troca de figurinhas pode estar atingindo 
uma temperatura muito alta. Preocupados que os mais 
afoitos pelos cromos possam até roubá-los, muitos jor-
naleiros estão levando seus estoques para casa quando 
termina o expediente. Pode parecer piada, mas há até 
boatos sobre quadrilhas de roubo de figurinha espalha-
dos por mensagens de celular.
Sobre a estrutura do título dado ao texto 1, a afirmativa 
adequada é:
a) as figurinhas da Copa passaram a ocupar o lugar do 
celular e da carteira nos roubos urbanos;
b) as figurinhas da Copa se somaram ao celular e à cartei-
ra como alvo de desejo dos assaltantes;
c) o alerta dado no título se dirige aos jornaleiros que 
vendem as figurinhas da Copa;
d) os ladrões passaram a roubar as figurinhas da Copa 
nas bancas de jornais;
e) as figurinhas da Copa se transformaram no alvo prin-
cipal dos ladrões.
Resposta: Letra B
Em “a”: as figurinhas da Copa passaram a ocupar o 
lugar do celular e da carteira nos roubos urbanos; = 
incorreto
Em “b”: as figurinhas da Copa se somaram ao celular e 
à carteira como alvo de desejo dos assaltantes;
Em “c”: o alerta dado no título se dirige aos jornaleiros 
que vendem as figurinhas da Copa; = incorreto
Em “d”: os ladrões passaram a roubar as figurinhas da 
Copa nas bancas de jornais; = incorreto
Em “e”: as figurinhas da Copa se transformaram no 
alvo principal dos ladrões. = incorreto
O título do texto já nos dá a resposta: além do celular 
e da carteira, ou seja, as figurinhas da Copa também 
passaram a ser alvo dos assaltantes. 
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encerramento da narrativa. O tempo verbal foca-se no 
passado. Há constantes referências à mitologia greco-ro-
mana e ao sobrenatural.
Exemplos de epopeias 
“Ilíada” e “Odisseia”, de Homero
“Eneida”, de Virgílio
“A Divina Comédia”, de Dante Alighieri 
“Os Lusíadas”, de Luís de Camões.
● Gênero Dramático
São os textos literários feitos com o intuito de serem 
encenados ou dramatizados. Na Grécia antiga, os princi-
pais autores de tragédias e comédias foram Sófocles (496-
406 a.C.), Eurípedes (480-406 a.C.) e Ésquilo (524-456 a.C.).
Desde a Antiguidade, esses textos teatrais eram en-
cenados essencialmente como culto aos deuses, os quais 
eram representados nas festas religiosas. A encenação dos 
textos de gênero dramático tinha o objetivo de despertar 
emoções na plateia, fenômeno chamado de “catarse”. 
Características
O texto é focado em diálogos e monólogos, sem de-
talhar a encenação cênica (linguagem gestual e sonoplas-
tia). O discurso é predominantemente em segunda pessoa 
(tu, vós). São constituídos de personagens (protagonistas, 
secundárias ou figurantes), são compostos pelo espaço 
cênico (palco teatral e cenários) e o tempo. De maneira 
geral, possuem uma estrutura interna que consiste em 
apresentação (dos personagens e da ação a ser desen-
volvida, conflito (momento em que surge as peripécias 
da ação dramática) e desenlace (momento de conclusão, 
encerramento ou desfecho da ação dramática).
Exemplos de Textos Dramáticos
Tragédia: acontecimentos trágicos, temas derivados 
das paixões humanas do qual fazem parte personagens 
nobres e heroicas, sejam deuses ou semideuses. Os finais 
são sempre nefastos. Como exemplo, podemos citar “Édi-
po Rei”, de Sófocles; “Romeu e Julieta”, de Shakespeare.
Comédia: textos humorísticos de caráter crítico, irô-
nico, jocoso e satírico, podendo ser até mesmo obsceno, 
cuja temática são ações cotidianas das quais fazem parte 
personagens humanos e estereotipados, geralmente o 
povo e a nobreza. O objetivo era fazer sátiras políticas, crí-
ticas sociais, fazer paródias com o intuito de causar o riso. 
Tragicomédia: textos que trazem a junção de ele-
mentos trágicos e cômicos na representação teatral.
Farsa: surgida por volta do século XIV, a farsa carac-
teriza-se pela crítica social. É um texto curto, formado por 
diálogos simples e representado por personagens cari-
caturais em ações corriqueiras, cômicas, burlescas. Como 
exemplo famoso na língua portuguesa, podemos citar “A 
farsa de Inês Pereira”, de Gil Vicente.
Auto: surgido na Idade Média, os autos são textos 
curtos, de linguagem simples, com elementos cômicos e 
intenção moralizadora. Suas personagens simbolizam as 
virtudes, os pecados, ou representam anjos, demônios e 
santos. Um dos autos mais famosos na
língua portugue-
sa é o “Monólogo do Vaqueiro ou Auto da Visitação”, de 
Gil Vicente. Modernamente, encontramos textos notáveis 
que revelam certa influência medieval, como é o caso 
do “Auto da Compadecida”, de Ariano Suassuna.
Características
 Subjetividade com que, por meio da poesia, o au-
tor revela seu “eu-lírico”, extravasando emoções e senti-
mentos pela expressão verbal rítmica e melodiosa. Desde 
os tempos da Antiguidade, este gênero é cultuado pelo 
canto e pelo som da lira – instrumento de cordas, forma 
pela qual as composições poéticas eram apresentadas. 
A musicalidade era concebida como fonte inspiradora e 
criativa de todo o sentimentalismo em ascendência.
Observe neste poema as características do gênero 
lírico, o espírito subjetivo, que aparece embalado por 
emoções e sentimentos.
Eu cantarei de amor tão docemente,
Por uns termos em si tão concertados,
Que dois mil acidentes namorados
Faça sentir ao peito que não sente.
Farei que amor a todos avivente,
Pintando mil segredos delicados,
Brandas iras, suspiros magoados,
Temerosa ousadia e pena ausente.
Também, Senhora, do desprezo honesto
De vossa vista branda e rigorosa,
Contentar-me-ei dizendo a menor parte.
Porém, pera cantar de vosso gesto
A composição alta e milagrosa
Aqui falta saber, engenho e arte.
Luís de Camões
FIQUE ATENTO!
Para a compreensão dos gêneros literários, 
precisamos saber que o lirismo, a subjetivi-
dade, não são exclusividade do gênero líri-
co, podendo aparecer nos demais. Também 
é preciso saber separar a participação do 
“eu-lírico”, ou seja, a própria voz que fala no 
poema do artista (o poeta).
● Gênero Épico
Do grego, “epikós” este gênero consiste na narrati-
va de acontecimentos grandiosos (seja fatos históricos 
reais, lendários ou mitológicos), vinculados à figura de 
um herói, podendo ser ele um semideus, ou alguém do-
tado de atributos superiores, como bondade, coragem, 
realeza. Trata-se de uma das mais antigas manifestações 
literárias, sendo Homero o principal representante, e 
eram retratados necessariamente em versos. 
Características 
O texto narrativo, geralmente em versos, com come-
ço, meio e fim, organizados em proposição (introdução 
da obra, onde se apresentam o herói da trama, bem com 
o assunto que será abordado); invocação (para que as di-
vindades auxiliem o herói da epopeia ou o poeta a escre-
vê-la; dedicatória; Narração (parte mais longa do texto 
em que são relatadas todos os feitos do herói) e epílogo: 
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Guerreiros, ouvi: 
Sou filho das selvas, 
Nas selvas cresci; 
Guerreiros, descendo 
Da tribo tupi. 
Da tribo pujante, 
Que agora anda errante 
Por fado inconstante, 
Guerreiros, nasci; 
Sou bravo, sou forte, 
Sou filho do Norte; 
Meu canto de morte, 
Guerreiros, ouvi.”
a) Possui características do gênero lírico e do épico.
b) Possui características do gênero épico e dramático.
c) Possui características do gênero lírico e do dramático
d) Possui características apenas do épico.
Resposta: Letra A. Embora seja um poema narrativo, 
com uma musicalidade que alterna versos contos e 
rimas que ajudam a dar o ritmo da aventura de um 
herói, o lirismo também é um ponto forte no poema.
3. (ENEM – 2009)
Confidência do Itabirano
Alguns anos vivi em Itabira.
Principalmente nasci em Itabira.
Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.
Noventa por cento de ferro nas calçadas.
Oitenta por cento de ferro nas almas.
E esse alheamento do que na vida é porosidade e 
comunicação.
A vontade de amar, que me paralisa o trabalho,
vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e 
sem horizontes.
E o hábito de sofrer, que tanto me diverte,
é doce herança itabirana.
De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço:
esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil,
este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval;
este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas;
este orgulho, esta cabeça baixa…
Tive ouro, tive gado, tive fazendas.
Hoje sou funcionário público.
Itabira é apenas uma fotografia na parede.
Mas como dói!
ANDRADE, C. D. Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova 
Aguilar, 2003.
Carlos Drummond de Andrade é um dos expoentes do 
movimento modernista brasileiro. Com seus poemas, pe-
netrou fundo na alma do Brasil e trabalhou poeticamente 
as inquietudes e os dilemas humanos. Sua poesia é fei-
ta de uma relação tensa entre o universal e o particular, 
como se percebe claramente na construção do poema 
Confidência do Itabirano. Tendo em vista os procedimen-
tos de construção do texto literário e as concepções ar-
tísticas modernistas, conclui-se que o poema acima:
a) representa a fase heroica do modernismo, devido ao 
EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (ENEM – 2009) 
Gênero dramático é aquele em que o artista usa como 
intermediária entre si e o público a representação. A 
palavra vem do grego drao (fazer) e quer dizer ação. A 
peça teatral é, pois, uma composição literária destinada 
à apresentação por atores em um palco, atuando e dia-
logando entre si. O texto dramático é complementado 
pela atuação dos atores no espetáculo teatral e possui 
uma estrutura específica, caracterizada: 1) pela presen-
ça de personagens que devem estar ligados com lógica 
uns aos outros e à ação; 2) pela ação dramática (trama, 
enredo), que é o conjunto de atos dramáticos, maneiras 
de ser e de agir das personagens encadeadas à unidade 
do efeito e segundo uma ordem composta de exposição, 
conflito, complicação, clímax e desfecho; 3) pela situação 
ou ambiente, que é o conjunto de circunstâncias físicas, 
sociais, espirituais em que se situa a ação; 4) pelo tema, 
ou seja, a ideia que o autor (dramaturgo) deseja expor, 
ou sua interpretação real por meio da representação.
COUTINHO, A. Notas de teoria literária. Rio de Janeiro: 
Civilização Brasileira, 1973 (adaptado).
Considerando o texto e analisando os elementos que 
constituem um espetáculo teatral, conclui-se que:
a) a criação do espetáculo teatral apresenta-se como um 
fenômeno de ordem individual, pois não é possível 
sua concepção de forma coletiva.
b) o cenário onde se desenrola a ação cênica é concebi-
do e construído pelo cenógrafo de modo autônomo 
e independente do tema da peça e do trabalho inter-
pretativo dos atores.
c) o texto cênico pode originar-se dos mais variados gê-
neros textuais, como contos, lendas, romances, poe-
sias, crônicas, notícias, imagens e fragmentos textuais, 
entre outros.
d) o corpo do ator na cena tem pouca importância na 
comunicação teatral, visto que o mais importante é 
a expressão verbal, base da comunicação cênica em 
toda a trajetória do teatro até os dias atuais.
e) a iluminação e o som de um espetáculo cênico inde-
pendem do processo de produção/recepção do espe-
táculo teatral, já que se trata de linguagens artísticas 
diferentes, agregadas posteriormente à cena teatral.
Resposta: C. A criação de um espetáculo acontece de 
forma coletiva, em cenário que corresponda ao tema 
da peça e ao trabalho interpretativo dos atores, que 
assumem a importância central da peça, seguidos dos 
efeitos de luz e som. Essa afirmação invalida as alter-
nativas a, b, d e e. Além disso, há vários textos cênicos 
que se originaram de contos, lendas, romances, poe-
sias e crônicas, entre outros.
2. (ENEM – 2009) Assinale a alternativa que que melhor 
descreve este trecho de Juca Pirama, de Gonçalves Dias.
“IV 
Meu canto de morte, 
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tom contestatório e à utilização de expressões e usos linguísticos típicos da oralidade.
b) apresenta uma característica importante do gênero lírico, que é a apresentação objetiva de fatos e dados históricos.
c) evidencia uma tensão histórica entre o “eu” e a sua comunidade, por intermédio de imagens que representam a 
forma como a sociedade e o mundo colaboram para a constituição do indivíduo.
d) critica, por meio de um discurso irônico, a posição de inutilidade do poeta e da poesia em comparação com as pren-
das resgatadas de Itabira.
e) apresenta influências românticas, uma vez que
trata da individualidade, da saudade da infância e do amor pela terra 
natal, por meio de recursos retóricos pomposos.
Resposta: Letra C. O gênero lírico é caracterizado pela subjetividade, pela emoção e pelo sentimento ao qual o 
eu-lírico, cujas experiências em Itabira o fizeram triste, orgulhoso e habituado ao sofrimento e à dor, dá a voz.
3. (ENEM – 2009)
Texto 1
No meio do caminho
No meio do caminho tinha
uma pedra
Tinha uma pedra no meio
do caminho
Tinha uma pedra
No meio do caminho tinha
uma pedra
[…]
(ANDRADE, C. D. Antologia poética. Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 2000. (fragmento).
Texto II
A comparação entre os recursos expressivos que constituem os dois textos revela que:
a) o texto 1 perde suas características de gênero poético ao ser vulgarizado por histórias em quadrinho.
b) o texto 2 pertence ao gênero literário, porque as escolhas linguísticas o tornam uma réplica do texto 1.
c) a escolha do tema, desenvolvido por frases semelhantes, caracteriza-os como pertencentes ao mesmo gênero.
d) os textos são de gêneros diferentes porque, apesar da intertextualidade, foram elaborados com finalidades distintas.
e) as linguagens que constroem significados nos dois textos permitem classificá-los como pertencentes ao mesmo 
gênero.
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● O Parnasianismo no Brasil
● O Simbolismo em Portugal (1890-1915)
● O Simbolismo no Brasil (1893-1902)
● Modernismo em Portugal - 1ª fase (Orphismo)
● Modernismo em Portugal - 2ª fase (Presencismo)
● Modernismo no Brasil - 1ª Fase - Semana de Arte 
Moderna
● Modernismo no Brasil - 2ª Fase (1930-1945)
● Pós-Modernismo em Portugal: (Neo-realismo e ten-
dências contemporâneas)
● Pós-Modernismo no Brasil - Geração de 45
LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL
O que é linguagem? É o uso da língua como forma de 
expressão e comunicação entre as pessoas. A linguagem 
não é somente um conjunto de palavras faladas ou es-
critas, mas também de gestos e imagens. Afinal, não nos 
comunicamos apenas pela fala ou escrita, não é verdade?
Então, a linguagem pode ser verbalizada, e daí vem 
a analogia ao verbo. Você já tentou se pronunciar sem 
utilizar o verbo? Se não, tente, e verá que é impossível se 
ter algo fundamentado e coerente! Assim, a linguagem 
verbal é a que utiliza palavras quando se fala ou quando 
se escreve.
A linguagem pode ser não verbal, ao contrário da ver-
bal, não utiliza vocábulo, palavras para se comunicar. O 
objetivo, neste caso, não é de expor verbalmente o que 
se quer dizer ou o que se está pensando, mas se utilizar 
de outros meios comunicativos, como: placas, figuras, 
gestos, objetos, cores, ou seja, dos signos visuais.
Vejamos: um texto narrativo, uma carta, o diálogo, 
uma entrevista, uma reportagem no jornal escrito ou tele-
visionado, um bilhete? = Linguagem verbal!
Agora: o semáforo, o apito do juiz numa partida de 
futebol, o cartão vermelho, o cartão amarelo, uma dança, 
o aviso de “não fume” ou de “silêncio”, o bocejo, a identi-
ficação de “feminino” e “masculino” através de figuras na 
porta do banheiro, as placas de trânsito? = Linguagem 
não verbal!
A linguagem pode ser ainda verbal e não verbal ao 
mesmo tempo, como nos casos das charges, cartoons e 
anúncios publicitários.
Alguns exemplos: 
Cartão vermelho – denúncia de falta grave no futebol.
Placas de trânsito.
Imagem indicativa de “silêncio”.
Semáforo com sinal amarelo advertindo “atenção”. 
SITE
Disponível em: <http://www.brasilescola.com/reda-
cao/linguagem.htm>
Resposta: Letra D. Os textos são de gêneros diferen-
tes, sendo o primeiro é um poema com o intuito de 
despertar emoção ao leitor, o sentimento de incô-
modo causado pela “pedra” no caminho. O segun-
do texto, uma tirinha, apesar da intertextualidade, foi 
elaborado com a finalidade de divertir o leitor sobre a 
hipótese de que a cortina gerar o mesmo incômodo 
para o personagem.
A EVOLUÇÃO DA ARTE LITERÁRIA, EM PORTUGAL 
E NO BRASIL 
Antes de mais nada, importante salientar que toda a 
produção literária no Ocidente foi dividida didaticamente 
em “Eras ou Épocas”, as quais compreenderemos melhor 
mais adiante.
A Literatura Portuguesa, obviamente, foi a primeira 
e maior influência da Literatura Brasileira. Considerando 
que a maioria dos movimentos literários surgiram na Eu-
ropa, sobretudo, França, sabemos que a Literatura Portu-
guesa se alimentou de fontes principalmente francesas e 
inglesas o que, de certa forma, caracteriza-se a Literatura 
Brasileira também, especialmente até o Realismo. Afinal, 
até o período que chamamos de Realismo, a maioria dos 
escritores renomados da literatura brasileira nasceram, 
cresceram ou estudaram na Europa.
Na Literatura de Portugal, as Eras são classificadas em: 
Medieval, Clássica e Moderna, sendo que dentro de cada 
uma há um conjunto de movimentos literários. Portanto, 
os movimentos literários do Trovadorismo (1189) e do 
Humanismo (1418) estão agrupados na Era Medieval. 
Na Era Clássica deparamos com o Classicismo (1527), 
Barroco (1580) e o Arcadismo (1756).
Por fim, na Era Moderna, também denominada Era 
Romântica, estão os movimentos: Romantismo (1825), 
Realismo-Naturalismo (1865), Simbolismo (1890) e Mo-
dernismo (1915).
No entanto, de forma geral, os movimentos literários 
no Brasil sempre afloraram com uma ou duas décadas 
de defasagem em relação a Portugal, como você pode 
conferir nesta linha do tempo:
● Trovadorismo (Portugal:1189/1198-1418)
● Humanismo (Portugal:1418-1527)
● Classicismo (Portugal:1527-1580)
● Literatura de Informação sobre o Brasil e Literatura 
dos Jesuítas (Brasil:1500 1601)
● Barroco em Portugal (1580-1756)
● Barroco no Brasil (1601-1768)
● Arcadismo em Portugal (1756-1825)
● Arcadismo no Brasil (1768-1836)
● O Romantismo em Portugal (1825-1865)
● O Romantismo no Brasil (1836-1881)
● O Realismo Naturalismo em Portugal (1865-1890)
● O Realismo Naturalismo no Brasil (1881-1893)
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letras: t ó x i c o
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Galho:
fonemas: /g/a/lh/o/
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letras: g a l h o
 1 2 3 4 5
As letras “m” e “n”, em determinadas palavras, não 
representam fonemas. Observe os exemplos: compra, 
conta. Nestas palavras, “m” e “n” indicam a nasalização 
das vogais que as antecedem: /õ/. Veja ainda: nave: o /n/ 
é um fonema; dança: o “n” não é um fonema; o fonema é 
/ã/, representado na escrita pelas letras “a” e “n”.
A letra h, ao iniciar uma palavra, não representa 
fonema.
Hoje:
fonemas: ho / j / e /
 1 2 3
letras: h o j e
 1 2 3 4
Classificação dos Fonemas
Os fonemas da língua portuguesa são classificados 
em:
Vogais
As vogais são os fonemas sonoros produzidos por 
uma corrente de ar que passa livremente pela boca. Em 
nossa língua, desempenham o papel de núcleo das síla-
bas. Isso significa que em toda sílaba há, necessariamen-
te, uma única vogal.
Na produção de vogais, a boca fica aberta ou entrea-
berta. As vogais podem ser:
Orais: quando o ar sai apenas pela boca: /a/, /e/, /i/, 
/o/, /u/.
Nasais: quando o ar sai pela boca e pelas fossas 
nasais.
/ã/: fã, canto, tampa 
/ ẽ /: dente, tempero
/ ĩ/: lindo, mim
/õ/: bonde, tombo
/ ũ /: nunca, algum
Átonas: pronunciadas com menor intensidade: até, 
bola.
Tônicas: pronunciadas com maior intensidade: até, 
bola.
Quanto ao timbre, as vogais podem ser:
Abertas: pé, lata, pó
Fechadas: mês, luta, amor
Reduzidas - Aparecem quase sempre no final das pa-
lavras: dedo (“dedu”), ave (“avi”), gente (“genti”).
FONOLOGIA: FONEMAS, ENCONTROS CON-
SONANTAIS E VOCÁLICOS, DÍGRAFOS
LETRA E FONEMA
A palavra fonologia é formada pelos elementos gre-
gos fono (“som, voz”) e log, logia (“estudo”, “conhecimen-
to”). Significa literalmente “estudo dos sons” ou “estudo 
dos sons da voz”. Fonologia é a parte da gramática que 
estuda os sons da língua quanto à sua função no sistema 
de comunicação linguística, quanto à sua organização e 
classificação. Cuida, também, de aspectos relacionados à 
divisão silábica, à ortografia, à acentuação, bem como da 
forma correta de pronunciar certas
palavras. Lembrando 
que, cada indivíduo tem uma maneira própria de realizar 
estes sons no ato da fala. Particularidades na pronúncia 
de cada falante são estudadas pela Fonética.
Na língua falada, as palavras se constituem de fo-
nemas; na língua escrita, as palavras são reproduzidas 
por meio de símbolos gráficos, chamados de letras ou 
grafemas. Dá-se o nome de fonema ao menor elemen-
to sonoro capaz de estabelecer uma distinção de signi-
ficado entre as palavras. Observe, nos exemplos a seguir, 
os fonemas que marcam a distinção entre os pares de 
palavras: 
amor – ator / morro – corro / vento - cento
Cada segmento sonoro se refere a um dado da língua 
portuguesa que está em sua memória: a imagem acústica 
que você - como falante de português - guarda de cada 
um deles. É essa imagem acústica que constitui o fone-
ma. Este forma os significantes dos signos linguísticos. 
Geralmente, aparece representado entre barras: /m/, /b/, 
/a/, /v/, etc.
O fonema não deve ser confundido com a letra. Esta 
é a representação gráfica do fonema. Na palavra sapo, 
por exemplo, a letra “s” representa o fonema /s/ (lê-se 
sê); já na palavra brasa, a letra “s” representa o fonema 
/z/ (lê-se zê).
Às vezes, o mesmo fonema pode ser representado 
por mais de uma letra do alfabeto. É o caso do fonema 
/z/, que pode ser representado pelas letras z, s, x: zebra, 
casamento, exílio.
Em alguns casos, a mesma letra pode represen-
tar mais de um fonema. A letra “x”, por exemplo, pode 
representar:
A) o fonema /sê/: texto
B) o fonema /zê/: exibir
C) o fonema /che/: enxame
D) o grupo de sons /ks/: táxi
O número de letras nem sempre coincide com o nú-
mero de fonemas.
Tóxico:
fonemas: /t/ó/k/s/i/c/o/
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Há ainda grupos consonantais que surgem no início 
dos vocábulos; são, por isso, inseparáveis: pneu, gno-mo, 
psi-có-lo-go.
Dígrafos
De maneira geral, cada fonema é representado, na es-
crita, por apenas uma letra: lixo - Possui quatro fonemas 
e quatro letras.
Há, no entanto, fonemas que são representados, na 
escrita, por duas letras: bicho - Possui quatro fonemas e 
cinco letras.
Na palavra acima, para representar o fonema /xe/ fo-
ram utilizadas duas letras: o “c” e o “h”.
Assim, o dígrafo ocorre quando duas letras são usadas 
para representar um único fonema (di = dois + grafo = 
letra). Em nossa língua, há um número razoável de dígra-
fos que convém conhecer. Podemos agrupá-los em dois 
tipos: consonantais e vocálicos.
A) Dígrafos Consonantais
Letras Fonemas Exemplos
lh /lhe/ telhado
nh /nhe/ marinheiro
ch /xe/ chave
rr /re/ (no interior da palavra) carro
ss /se/ (no interior da palavra) passo
qu /k/ (qu seguido de e e i) queijo, quiabo
gu /g/ ( gu seguido de e e i) guerra, guia
sc /se/ crescer
sç /se/ desço
xc /se/ exceção
B) Dígrafos Vocálicos
Registram-se na representação das vogais nasais:
Fonemas Letras Exemplos
/ã/ am tampa
an canto
/ẽ/ em templo
en lenda 
/ĩ/ im limpo
in lindo
õ/ om tombo 
on tonto 
/ũ/ um chumbo
un corcunda
Observação: 
“gu” e “qu” são dígrafos somente quando seguidos 
de “e” ou “i”, representam os fonemas /g/ e /k/: guitarra, 
aquilo. Nestes casos, a letra “u” não corresponde a ne-
nhum fonema. Em algumas palavras, no entanto, o “u” 
representa um fonema - semivogal ou vogal - (aguentar, 
Semivogais
Os fonemas /i/ e /u/, algumas vezes, não são vogais. 
Aparecem apoiados em uma vogal, formando com ela 
uma só emissão de voz (uma sílaba). Neste caso, estes 
fonemas são chamados de semivogais. A diferença fun-
damental entre vogais e semivogais está no fato de que 
estas não desempenham o papel de núcleo silábico.
Observe a palavra papai. Ela é formada de duas síla-
bas: pa - pai. Na última sílaba, o fonema vocálico que se 
destaca é o “a”. Ele é a vogal. O outro fonema vocálico “i” 
não é tão forte quanto ele. É a semivogal. Outros exem-
plos: saudade, história, série.
Consoantes
Para a produção das consoantes, a corrente de ar ex-
pirada pelos pulmões encontra obstáculos ao passar pela 
cavidade bucal, fazendo com que as consoantes sejam 
verdadeiros “ruídos”, incapazes de atuar como núcleos 
silábicos. Seu nome provém justamente desse fato, pois, 
em português, sempre consoam (“soam com”) as vogais. 
Exemplos: /b/, /t/, /d/, /v/, /l/, /m/, etc.
Encontros Vocálicos
Os encontros vocálicos são agrupamentos de vogais e 
semivogais, sem consoantes intermediárias. É importan-
te reconhecê-los para dividir corretamente os vocábulos 
em sílabas. Existem três tipos de encontros: o ditongo, o 
tritongo e o hiato.
A) Ditongo
É o encontro de uma vogal e uma semivogal (ou vice-
-versa) numa mesma sílaba. Pode ser:
Crescente: quando a semivogal vem antes da vogal: 
sé-rie (i = semivogal, e = vogal)
Decrescente: quando a vogal vem antes da semivo-
gal: pai (a = vogal, i = semivogal)
Oral: quando o ar sai apenas pela boca: pai
Nasal: quando o ar sai pela boca e pelas fossas nasais: 
mãe
B) Tritongo
É a sequência formada por uma semivogal, uma vogal 
e uma semivogal, sempre nesta ordem, numa só sílaba. 
Pode ser oral ou nasal: Paraguai - Tritongo oral, quão - 
Tritongo nasal.
C) Hiato
É a sequência de duas vogais numa mesma palavra 
que pertencem a sílabas diferentes, uma vez que nunca 
há mais de uma vogal numa mesma sílaba: saída (sa-í-
-da), poesia (po-e-si-a).
Encontros Consonantais
O agrupamento de duas ou mais consoantes, sem vo-
gal intermediária, recebe o nome de encontro consonan-
tal. Existem basicamente dois tipos:
A) os que resultam do contato consoante + “l” ou “r” 
e ocorrem numa mesma sílaba, como em: pe-dra, 
pla-no, a-tle-ta, cri-se.
B) os que resultam do contato de duas consoantes 
pertencentes a sílabas diferentes: por-ta, rit-mo, 
lis-ta.
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- Separam-se os encontros consonantais das sílabas 
internas, excetuando-se aqueles em que a segunda con-
soante é l ou r. Exemplos: ap-to, bis-ne-to, con-vic-ção, 
a-brir, a-pli-car.
Acento Tônico
Na emissão de uma palavra de duas ou mais sílabas, 
percebe-se que há uma sílaba de maior intensidade so-
nora do que as demais.
calor - a sílaba lor é a de maior intensidade.
faceiro - a sílaba cei é a de maior intensidade.
sólido - a sílaba só é a de maior intensidade.
Obs.: a presença da sílaba de maior intensidade nas 
palavras, em meio à sílabas de menor intensidade, é um 
dos elementos que dão melodia à frase.
Classificação da sílaba quanto a intensidade
-Tônica: é a sílaba pronunciada com maior intensidade.
- Átona: é a sílaba pronunciada com menor 
intensidade.
- Subtônica: é a sílaba de intensidade intermediária. 
Ocorre, principalmente, nas palavras derivadas, corres-
pondendo à tônica da palavra primitiva. 
Classificação das palavras quanto à posição da sí-
laba tônica
De acordo com a posição da sílaba tônica, os vocá-
bulos da língua portuguesa que contêm duas ou mais 
sílabas são classificados em:
- Oxítonos: são aqueles cuja sílaba tônica é a última. 
Exemplos: avó, urubu, parabéns
- Paroxítonos: são aqueles cuja sílaba tônica é a pe-
núltima. Exemplos: dócil, suavemente, banana
- Proparoxítonos: são aqueles cuja sílaba tônica é a 
antepenúltima. Exemplos: máximo, parábola, íntimo
Saiba que: 
- São palavras oxítonas, entre outras: cateter, mister, 
Nobel, novel, ruim, sutil, transistor, ureter. 
- São palavras paroxítonas, entre outras: avaro, azia-
go, boêmia, caracteres, cartomancia, celtibero, circuito, 
decano, filantropo, fluido, fortuito, gratuito, Hungria, ibe-
ro, impudico, inaudito, intuito, maquinaria, meteorito, mi-
santropo, necropsia (alguns dicionários admitem também 
necrópsia), Normandia, pegada, policromo, pudico, quiro-
mancia, rubrica, subido(a). 
- São palavras proparoxítonas, entre outras: aeróli-
to, bávaro, bímano, crisântemo, ímprobo, ínterim, lêvedo, 
ômega, pântano, trânsfuga. 
- As seguintes palavras, entre outras, admitem du-
pla tonicidade: acróbata/acrobata, hieróglifo/hieroglifo, 
Oceânia/Oceania, ortoépia/ortoepia, projétil/projetil, rép-

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