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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
CENTRO DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE LETRAS VERNÁCULAS
ESTÁGIO SUPERVISIONADO 
RELATÓRIO DE OBSERVAÇÃO
 ESTÁGIO SUPERVISIONADO DE LÍNGUA PORTUGUESA I
SÃO CRISTÓVÃO-SE
 2019
DAIANE SANTANA SANTOS
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO I
Relatório de observação de estágio, realizado na Escola Municipal Dr. Martinho de Oliveira Bravo, no período de xx de dezembro de 2018 a xx de janeiro de 2019, como parte dos requisitos para conclusão da disciplina Estágio Supervisionado de Língua Portuguesa I, sob a orientação da Profa. Dra. Taysa Mércia dos Santos Souza Damaceno.
SÃO CRISTÓVÃO-SE
 2019
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...........................................................................................................04
DESENVOLVIMENTO...............................................................................................04
1. CARACTERIZAÇÃO DO CAMPO DE ESTÁGIO......................................................04
1.1 A escola: aspectos físicos, legais e institucionais....................................................04
1.2 O projeto político pedagógico: análise de conjuntura...........................................04
2. RELATOS DE OBSERVAÇÃO.......................................................................................08
2.1 Observação do campo de estágio para planejamento das atividades práticas.......................................................................................................................09
CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................................10
REFERÊNCIAS......................................................................................................................10
INTRODUÇÃO 
Aqui mostrarei, com o mais fiel traço de veracidade possível como é a estrutura física da Escola Municipal Dr. Martinho Brava, localizada na  Rua Grugim, nº 673, Jardim Rosa Elze, São Cristóvão - SE, 49100-000. 
A princípio descrevei um panorama geral da escola, me preocupando apenas em mostrar os espaços contidos sem comentários detalhados, para mais tarde desenvolver criticidade a respeito das implicações que esses espaços trazem consigo e como influenciam a qualidade da educação ofertada pela escola. 
DESENVOLVIMENTO
1. CARACTERIZAÇÃO DO CAMPO DE ESTÁGIO
A Dr. Martinho Brava é uma escola municipal que atende tanto ao Ensino Fundamental Menor, turnos manhã e tarde, Educação de Jovens e Adultos, a noite, e está em expansão para o Ensino Fundamental Maior, manhã e tarde. A quantidade de alunos matriculados atualmente (2018) é de 440, desconsiderando a taxa evasiva. O colégio conta com 9 Salas de aula, uma quadra esportiva, Cantina, um pequeno pátio esterno e um interno, Sala de direção e coordenação, uma Biblioteca atualmente desativada, uma sala de leitura desativada, um laboratório de informática desativado, Banheiros masculinos e femininos e alguns problemas congênitos da rede pública que citarei posteriormente. Faltam na escola um laboratório, uma sala de recursos, uma oficina...
1.1 A ESCOLA: ASPECTOS FÍSICOS, LEGAIS E INSTITUCIONAIS
Parte dos componentes da estrutura é também quem a mentem funcionando, e no caso do Dr. Martinho Brava temos os seguintes quadro de funcionários: 2 Agente administrativo, 2 executor de serviços básicos, 2 Merendeiras, 2 oficiais administrativos, 15 Professores de educação básica, 2 Vigilantes. Além da equipe diretiva que conta com Diretora, Coordenadores e Secretária.
1.2 O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO: ANÁLISE DE CONJUNTURA
Segundo o PPP, também já adianto alguns dos problemas que essa comunidade escolar enfrenta, deixando, mais uma vez, para comentá-los cuidadosamente mais tarde: Evasão, repetência, indisciplina, má conservação da estrutura física, participação passiva do educando no processo de aprendizagem, isolamento da comunidade na qual a escola se insere, ausência familiar, entre outros. A essa altura, seria bom destacar que a maior parte do alunado da EMDMOB mora no bairro, e isso terá implicações significativas nas discussões que farei a seguir. 
Comecemos então uma avaliação mais detalhada sobre cada parte da escola pelo local onde a mágica acontece: 
As Salas de Aula: Na EMDMOB, as salas possuem dois ventiladores cada, mas em sua maioria absoluta apenas um funciona, e os alunos se viram como podem para enfrentar o calor. Este por sinal é um fator muito importante levando em consideração o clima de nossa região. Algo que não parece, nem de longe, simples, pois o calor excessivo pode tirar toda a concentração dos alunos na aula e deixá-los inquietos e irritados mais facilmente. A manutenção da temperatura é um dos fatos que mais nos chamou a atenção porque isso também afeta o trabalho do professor. 
Mas os problemas da sala vão além da questão da temperatura. Também temos paredes e tetos manchados e pichados pelos alunos, algumas lousas depredadas e portas que nem têm mais fechaduras. Por causa disso, notei que a todas as salas ficam de portas abertas durante as aulas e isso com certeza também afeta a concentração, pois qualquer movimento externo é percebido e observado pelos alunos. Se posso citar algo que me pareceu adequado, foram as cadeiras e carteiras, aparentemente ainda em bom estado. Isso nem sempre foi assim. A professora me explica que as cadeiras e carteiras foram trocadas recentemente, e que as anteriores estavam em estado bem diferente. 
Ainda sobre as salas de aula, é bom compararmos com algumas observações “exigidas” pelo Regimento Escolar da EMDMOB, que diz o seguinte em seu terceiro capítulo:
“Art.51. A sala de aula, constituída historicamente no locus privilegiado da ação pedagógica, não é o único ambiente em que se realiza o processo ensino-aprendizagem. Parágrafo único. O Colégio deve disponibilizar todos os espaços e prepará-los adequadamente para favorecer a produção e a sociabilização do saber.
Art.52. A Sala de Aula também pode ser utilizada como espaço para deixar fluir as manifestações que traduzam as expressões culturais presentes na comunidade, consideradas como momentos relevantes no processo de aprendizagem e socialização.”
Ou seja, se comparada com o que diz o documento, a sala de aula da EMDMOB ainda precisa de um toque de cuidado e respeito. 
Quadra esportiva: A quadra da EMDMOB talvez seja um dos locais mais carentes de reparos da escola. A arquibancada é muito pequena e desconfortável, o que acabaria sendo insuficiente no caso de um evento esportivo que envolvesse toda a escola. Uma pintura seria de bom tom levando em consideração que o chão está bem apagadinho e há também problemas maiores como a questão a acessibilidade. E este é geral, não envolvendo apenas pessoas com dificuldade de mobilidade. A questão é que não há rampa de acesso e sim uma escada muito íngreme que faz os professores ficarem alerta com relação a todos os alunos para que ninguém se descuide e acabe se machucando através de uma queda.
É importante ressaltar que o espaço esportivo de uma escola é sempre muito valioso, principalmente quando a comunidade o utiliza, pois, o esporte retira das ruas as crianças que poderiam se envolver com a violência e outros problemas das comunidades carentes. Além de tudo, precisamos levar em consideração que as aulas de educação física que envolvem a prática de esportes ficam com a qualidade comprometida quando a quadra não está devidamente equipada.						
Sobre a quadra o Regimento diz o seguinte:
“Art.73. A utilização da quadra de esporte da EMDMOB não deve se limitar exclusivamente às atividades relacionadas à Educação Física será também utilizada como espaço destinado à prática de diversas modalidades de esporte, de lazer, bem como eventos sociais, quando solicitados pela comunidade escolar.”
Sala dos Professores: Este é um espaço que tem que ser pensado, pois é inexistente na escola.	 A questão aqui gira mais em torno do conforto. Os professores teriam mais estrutura para poder descansar entre uma aula e outra ou durante o intervalo.Isso também poderia contribuir para a qualidade das aulas, já que os profissionais poderiam se sentir mais cuidados e descansados antes de entrar em sala de aula. 		
O regimento, neste caso, não especifica nenhuma exigência, mas seria ótimo se as escolas fornecessem aos profissionais de educação um espaço pensado para eles e por eles. Isso serviria de estímulo e valorização do trabalho prestado. 
Cantina: Na cantina da EMDMOB, as merendeiras foram ouvidas e as observações feitas também abrangem o cuidado para com a importância dos serviços delas. Um dos problemas relatados e observados neste ambiente é o mesmo que se repete em quase todos os outros, o calor. As merendeiras dizem que é muito difícil trabalhar com apenas dois ventiladores que não parecem estar trabalhando à força total e isso foi confirmado pelo pouco tempo que suportei estar ali. Há ainda questões de logística que não se resolvem facilmente, como o espaço para o preparo dos alimentos, já que as pias são pequenas e o fogão também. O freezer funciona bem segundo elas, mas a dispensa de alimentos poderia ser maior e mais vedada para evitar qualquer problema com insetos. Como dito antes, o serviço prestado neste local é de suma importância numa escola pública, ainda mais quando esta atende uma comunidade carente, como é o caso. A importância da qualidade da merenda também influencia no aprendizado dos alunos, e muitos deles podem contar com a refeição da escola como sendo a mais nutritiva e completa do dia. Isso infelizmente é uma realidade muito comum no Brasil. 
Algumas das exigências do Regimento Escolar da EMDMOB sobre o serviço de merenda são: prepara e servir a merenda no tempo estabelecido, manter o estoque ativo, cuidar da boa nutrição dos alunos e estimular hábitos de alimentação saudáveis, obedecer ao cardápio estabelecido, entre outras. E ao que parece a escola procura ao máximo seguir à risca cada uma delas. 
Direção e Coordenação: A sala da direção por sua vez é bem arejada e tem sanitários internos que atendem aos funcionários. Há algumas mesas e armários que guardam papéis pertinentes à administração da escola. Também apresenta um estado razoável de conservação. Sobre este espaço não há muito o que se dizer pois não adentrei muito para não parecer invasiva. Mas ao que parece, os profissionais que ali atuam não têm nenhuma crítica muito significativa ao ambiente que os cerca. 
Biblioteca: A Biblioteca é uma questão a ser resolvida na EMDMOB. Isso porque ela está praticamente desativada. Fui informada de que a gestão anterior mudou o acervo de lugar por algum motivo, e esses livros continuam em outra sala que se mantem fechada. Enquanto isso o espaço anterior da Biblioteca virou uma espécie de depósito das cadeiras antigas e os livros não são acessados pelos alunos. O que representa uma perda muito grande para todos. 								
Nesse caso as exigências do regimento ficam sem total amparo: 	 
“Art.58. A Sala de Leitura/Biblioteca funcionará como agente estimulador da participação da comunidade escolar envolvendo docentes, discentes, pedagogos e demais funcionários visando à consulta para a realização de trabalhos pedagógicos e pesquisas.
Art.59. As atividades pedagógicas desenvolvidas na Sala de Leitura/Biblioteca podem ser consideradas para efeito de verificação do rendimento escolar, desde que acompanhadas pelo professor da respectiva disciplina.” 
Como se vê o Regimento projeta na biblioteca um espaço de construção de conhecimento e autonomia tão integro quanto na própria sala de aula para o aluno, e isso é de fato algo muito valioso, mas por enquanto a estrutura não permite a eles o uso desse espaço.
Banheiros: Os banheiros apresentam, apesar de devidamente limpos, algumas falhas estruturais. Não há lixeira em todos as cabines assim como papel higiênico. Os azulejos estão amarelados e as torneiras da pia nem sempre funcionam, ou pelo menos tiveram problemas quando tentei avalia-las no dia da observação. O serviço de limpeza da EMDMOB parece dar conta da tarefa. Mas novamente preciso pensar maneiras de preparar o alunado para contribuir com a manutenção dessa parte tão essencial da vivência escolar. Manter o banheiro limpo, assim como as salas, é um trabalho que vai além de quem executa a limpeza diária. É algo que precisa ser incorporado nas atitudes de cada aluno, individual e coletivamente. 
Laboratórios: É importante ressaltar que o Regimento escolar prevê uso de um espaço laboratorial para desenvolvimento pleno das atividades de diversas disciplinas, mas isso não acontece na EMDMOB, pois não há material ou espaço adequado.
 
2. RELATOS DE OBSERVAÇÃO
A EMDMOB, assim como grande parte das escolas públicas brasileiras enfrenta problemas sérios em relação a manutenção da estrutura e isso se deve a devidos fatores. Um destes acaba sendo o descaso público que muitas vezes retira os investimentos necessários para tal ação de tamanha necessidade. A falta de verba faz com que as escolas não apenas fiquem sem os materiais necessários como também não recebem manutenção adequada nos tempos precisos. No caso da EMDMOB por exemplo, a última reforma foi realizada por estudantes que estudavam no período noturno, assim me conta um dos professores. 
É importante dizer quer a falta de estrutura, que muitas vezes se agrava pelo desafeto dos alunos com a coisa pública, piora muito quando não se recebe uma manutenção cuidadosa dos serviços essenciais. E infelizmente, como já foi dito, esta não é uma realidade exclusiva da escola observada.
A aluna que aqui vos descreve, teve algumas ideias para trabalhar a questão da consciência do alunado para com o cuidado da estrutura da escola. Enquanto observa as lousas depredadas, os espaços inacabados e as paredes pichadas, pensei em posteriormente desenvolver aulas que estimulem a reflexão dos alunos sobre essa questão, assim como trabalharia ideias que revitalizem ou sirvam de paliativos para os danos causados. 
2.1 Observação do campo de estágio para planejamento das atividades práticas
Segundo (VIEIRA, 2001) A estrutura funcional e a organização do sistema escolar, incluem aos prédios, instalações físicas, como bibliotecas, laboratórios, sala de aula, quadra, banheiro, etc. Mas quando se trata de funcionamento, a estrutura é parte fundamental, isto é, uma escola em funcionamento tem a presença de funcionários, professores, alunos, diretores, coordenadores, etc. A autora enfatiza que o bom funcionamento da escola depende do compromisso de todos com a aprendizagem, ou não haverá como se estabelecer um sistema funcional suficientemente aceitável. 
Se levarmos em conta a realidade da EMDMOB, onde os alunos não deixam se quer o chão da sala livre de papeis e lixo, é extremamente necessário que se trabalhe num projeto de conscientização como citei há pouco. 
Ao todos, fui ao campo de estágio 7 vezes para coleta de dados, observação, reuniões com professores, merendeiras, secretária, diretora.
No dia 30 de novembro de 2018, fui a escola para me apresentar e saber da possibilidade de estagiar lá.
No dia 07 de dezembro de 2018, fui à escola para conversar com a professora, saber sobre os alunos, a sua formação acadêmica, os vínculos que a instituição de ensino tem com a comunidade; 
No dia 11 de dezembro tive uma reunião com a diretora para coletar dados para a emissão do termo de compromisso, pegar uma cópia do projeto político pedagógico da instituição e saber sobre as verbas que escola recebe. Porém, a diretora negou-se a me entregar uma cópia do PPP da escola, segundo a mesma, ele estava nas mãos dos conselheiros e não havia nenhuma cópia dele na escola. Então, no dia 12 de dezembro de 2018, retornei à escola para a observação dos espaços físicos, e conversa esclarecer algumas dúvidas com a secretária.
No dia 17 de dezembro, fui a escola para coletar o número do CPF da professora e aproveitei para indagar a secretária em relação ao PPP da escola, o motivo ao qual não havia nenhuma cópia dele na instituição, foi quando descobri que o Projeto Politico Pedagógico da escola nunca estevenas mãos dos conselheiros, porém como já estava tarde, voltei no dia seguinte (18/12) à escola para fazer um estudo detalhado do PPP da escola.
No dia 18 de janeiro, quando finalmente o meu termo de compromisso do estágio foi gerado, fui à escola para coletar a assinatura da diretora e professora, e planejar com a professora como seria as minhas aulas de estágio, porém fui surpreendida ao saber que faltava apenas a avaliação final da turma, impossibilitando, assim, a minha regência de estágio.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Segundo Moran (2000) A preocupação para com a estrutura física da escola tem duas razões principais: A primeira é que uma estrutura adequada e equipada fornece aos profissionais melhores condições de trabalho e isso tende a melhorar os resultados tanto dos que ensinam quanto de quem aprende; a segunda se atrela a importância do trabalho educativo, pois dependemos disso para construir uma sociedade melhor e a infraestrutura diz muito sobre a qualidade do serviço fornecido e dos frutos que colheremos no decorrer do processo. 	
Me arisco ainda a declarar que não se tem educação de qualidade sem escola de qualidade. Exigir dos profissionais uma excelente performance e dos alunos um excelente resultado, requer compreensão das condições de ensino-aprendizagem. A escola é um espaço de construção intelectual, de socialização, de crescimento cultural onde cada coisa precisa ser pensada para o bem-estar dos que estão envolvidos no processo. 
As falhas da EMDMOB que aqui diagnostiquei não diz respeito somente a esta escola. Isso tudo é estrutural e precisa de um olhar mais digno de todas as partes, principalmente do município, que deveria fornecer o melhor para cada instituição de ensino que prepara cidadãos para manter a engrenagem social funcionando.
Espero que minhas observações nos ajudem a refletir possíveis soluções e isso nos encaminhe para um trabalho de excelência que ajude a comunidade da EMDMOB e transforme a realidade dos que desta comunidade participam.
REFERÊNCIAS 
MORAN, José Manuel Masetto. Novas tecnologias e mediação pedagógicas. São Paulo:Papirus editora, 2000.
PPP – Projeto Político Pedagógico. Escola Municipal Dr. Martinho Oliveira Brava. 
VIEIRA, Sofia Lerche. Estrutura e Funcionamento da educação básica. – Fortaleza: Edições Demócrito Rocha, UECE, 2001. 144 P.
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