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Semiologia respiratorio - Resumo

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· iratorio
Semiologia do Sistema respiratorio
O sistema respiratório tem como principal função a promoção das 
trocas gasosas. É responsável pelo transporte de ar do ambiente 
para os alvéolos pulmonares, onde ocorre a extração de oxigênio 
e a liberação de dióxido de carbono (CO,). Esse sistema 
compreende as vias aéreas superiores e inferiores.
• vias aéreas superiores: fossas 
nasais, nasofaringe, orofaringe, 
laringofaringe e laringe. Suas funções 
são a condução do ar para as vias 
aéreas inferiores, a proteção contra 
corpos estranhos, além de aqueci-
mento, filtração e umidificação do ar 
inspirado.
• vias aéreas inferiores: traqueia, brônquios, bronquíolos e 
alvéolos. Suas funções são a condução (zona condutora 
composta por traqueia, brônquios e bronquíolos 
membranosos) e a troca gasosa (zona de transição composta 
por bronquíolos respiratórios e ductos alveolares com 
funções de condução e troca gasosa, e zona respiratória 
com função de troca gasosa, sendo composta por alvéolos).
Respiraçao
Compreende 4 processos cuja finalidade é a transferência de O2 
do exterior até o nível celular e a eliminação de CO2. 
• ventilação: processo pelo qual o ar chega aos pulmões e se 
distribui, entrando em contato com os capilares para trocas 
gasosas.
• Ocorre pela ação dos músculos respiratórios: contração 
coordenada, de modo a aumentar ou reduzir o volume da 
capacidade torácica. São os músculos esqueléticos inspiratório 
e expiratórios;
• Inspiração: depende da contração do diafragma e de músculos 
acessórios
• Expiração: passiva, força de retração elástica dos pulmões e 
pelo relaxamento dos músculos inspiratórios;
Relação ventilação/perfusão
• posição ortostática: perfusão sanguínea nas bases pulmonares;
• Perfusão e ventilação não é uniforme: menor nos alvéolos dos 
ápices do que na base
• Alteração: hipoxemia (shunt: alvéolo hipoventilado), produção 
de hipercapnia (efeito espaço morto: alvéolo não perfundido 
mas ventilado 
Difusão 
• mecanismo pelo qual um gás se movimenta de uma regiao para 
outra. Processo passivo por difusão da pressão mais alta para 
mais baixa.
• Transporte de gases das vias respiratórias distais para a 
membrana alvéolo capilar e desta para o sangue que circula no 
capilar pulmonar.
Anamnese
Exame clinico 
Meta principal: história da doença atual 
• identificação
1. Idade: ter cuidado cm as malformações congênitas, 
crianças em fase de lactente, escolar e idosos por 
envelhecimento natural do organismo;
2. Sexo: associação da predominância em mulherres de 
doenças pulmonares parênquimatosas como no lupus, 
artrite reumatoide e sarcoidose. Já os homens estão 
relacionados a maior exposição ocupacional;
3. Cor da pele: tuberculose e sarcoidose predominante em 
negros;
4. Procedência, profissão e ocupação: nomologia prevalente 
como nos países industrializados ocorre mais 
pneumoconioses. Ocupação para saber com qual material 
o paciente lida, se trabalha em ambiente fechado ou 
aberto.
5. História da doença atual: destacando tempo de evolução 
dos sintomas, fatores desencadeante ou agravantes, 
sintomas associados; 
6. Antecedentes pessoais e familiares: infecções pulmonares 
graves e extensas na infância (reduz a reserva 
respiratória por deposição de tecido cicatricial), 
traumáticos com ou sem fraturas (pneumotórax, 
hemotorax), pneumonia, otite, perda da consciência, 
anestesia, passado alérgico, rinite alérgica, asma, 
bronquite, diabéticos (vulnerável a infecções), uso de 
corticoides, imunossupressores, antibióticos (infecções 
oportunistas)
7. Doenças preexistentes, medicação em uso e imunização: 
contexto clinico onde uma situação pode levar a outra;
8. Hábitos de vida: tabagismo, etilismo, sedentarismo; 
9. Interrogatório sintomatológico: esclarecer se doença 
primitivamente pulmonar ou como um espelho de doença 
geral; sobre dispneia: grau de dificuldade respiratória, 
momento do aparecimento da dispneia, associação com 
outros sintomas respiratorio; expectoração; quantidade, 
cor, presença de sangue, odor ou sabor; dor torácica. 
Sintomas associados como febre, perda de peso, fadiga, 
sibilância.
• Quando e em que situações os sintomas ocorrem com 
maior frequência? O aparecimento é gradual ou súbito? 
Há quanto tempo ocorrem? O que os alivia? 
• As queixas respiratórias mais comum são dispneia, tosse, 
expectoração, hemoptise, dor torácica e rouquidão 
Júlia Cedraz
HM II
Semiologia do Sistema respiratorio
Os principais sintomas e sinais das afecções: dor torácica, tosse, 
expectoração, hemoptise, vômica, dispneia, sibilância, rouquidão e 
carnagem.
• Dor torácica: inúmeras causas de dor; avaliar as 
características semiológicas da dor;
• Tosse: estimulação dos receptores da mucosa das vias 
respiratórias. Os estímulos podem ser de natureza inflamatória 
(hiperemia, edema, secreções e ulcerações), mecânica (poeira, 
corpo estranho, aumento ou diminuição da pressão pleural), 
química (gases irritantes) e térmicas (frio ou calor excessivo). 
Trata-se de um mecanismo de defesa, contudo, pode tornar-
se nociva ao sistema respiratório por aumento da pressão na 
árvore brônquica causando distensão dos septos alveolares 
causando hemorragias conjuntivas, fratura de arcos costais, 
hérnias inguinais em idosos. Possui múltiplas causas. A tosse 
do tabagista “normal”acontece pela manhã. Sua investigação 
clinica inclui: frequência, intensidade, tonalidade, existência 
ou não de expectoração, relação com o decúbito, período do 
dia da intensidade. Pode ser:
1. produtiva ou úmida (quando há secreção); 
. Quintosa: surgir em acessos, madrugada, intervalos de 
acalmia, acompanhados com vômitos e sensação de asfixia. 
Característica da coqueluche e afeccoes broncopulmonares;
3. Seca: origem fora da árvore brônquica como canal auditivo, 
faringe, seios paranasais, palato mole, pleura, medicamentos 
inibidores da nzima conversora da angiotensina corpo 
estranho podem provocar a tosse seca. 
4. Síncope; após crise intensa, resulta na perda de consciência;
5. Bitonal: paresia ou paralisia das cordas vocais;
6. Rouca: lairginte cronica como nos tabagistas;
7. Reprimida: que o paciente é vida. 
8. Tosse relacionada a beber ou comer esta relacionada com a 
doença do estofago superior. 
9. Tosse psicogenica: implicação de tensão emocional.
• Expectoração: permite diferenciar de uma síndrome brônquica 
de pleural. Características dependem de volume, cor, odor, 
transparência e consistência. Mulheres e crianças tem costume 
de deglutir a expectoração. Características dependem da sua 
composição: 
1. Seroso; água, eletrólitos, proteínas e pobre em células;
2. Mucoide: muita água, proteína, muco proteínas, eletrólitos, 
celularidade baixa;
3. Purulento: piocitos e alta celularidade;
4. Hemoptoico: rajas de sangue 
• Hemoptise: eliminação de sangue pela boca. Pode ser derivada 
de hemorragia brônquica ou alveolar
• Vômica: mais ou menos brusca de pus ou liquido de outra 
natureza originada do tórax ou abdomen. 
Queixas principais • Dispneia: dificuldade para respirar, podendo o paciente 
ter ou não consciência do estado. Subjetiva quando 
percebida pelo paciente e objetiva pelo profissional no 
exame físico. A subjetiva nem sempre é confirmada pelos 
medicos e a objetiva nem sempre é admitida pelos 
pacientes;
1. Relacionada as atividades físicas: grandes, médios e 
pequenos;
2. Dispneia em repouso
3. Pode acompanhar taquipneia (aumento da FC) ou 
hiperpneia (amplitude aumentada)
4. Ortopneia: impede paciente de ficar deitado e obriga a 
sentar ou a ficar de pé 
5. Trepopneia; decúbito lateral 
6. Platipneia: dispneia quando o paciente passa da posição 
deitada para sentado ou em pé 
7. Causas atmosféricas ou obstrutivas 
• Sibilância, chiado: ruído na fase expiratório 
acompanhado de dispneia. Timbre elevado, tom musical, 
comparado ao miado de um gato. Presente na asma, 
bronquite…
• Rouquidão ou disfonia: mudançado timbre da voz 
traduz alteração na dinâmica das cordas vocais 
• Cornagem: dificuldade inspiratório por redução do 
calibre das vias respiratórias superiores, manifestado por 
ruído estridor e tiragem. Utiliza a musculatura 
acessória.
Júlia Cedraz
HM II
Semiologia do Sistema respiratorio
Linhas e regioes toracicas 
LINHAS
• medioesternal: divide o tórax em 
hemitorax direito e esquerdo
• Axilar anterior: margem inferior do 
músculo peitoral maior
• Axilar posterior: músculo grande dorsal
• Vertebral: processo espinhoso das vértebras 
Linhas torácicas verticais e horizontais das faces do tórax.
 A. Face anterior. B. Face lateral. C. Face posterior.
Projeçoes dos pulmoes
Regiões das faces anterior (A), lateral (B) e posterior (C) 
do tórax.
Júlia Cedraz
HM II
Semiologia do Sistema respiratorio
INSPEÇÃO 
• Paciente sentado ou deitado 
• Estática: forma do tórax, anomalias estruturais, congênitas, 
adquiridas, localização ou difusas, simétricas ou não
• Dinâmica: movimentos respiratórios, características e 
alterações 
• Avaliar, de início, estado de consciência, cor da pele, grau 
de hidratação, se há lesões elementares sólidas, lesões de 
conteúdo líquido, mamas quanto volume, posição, nódulos, 
avaliar de maneira simétrica e comparativa o sistema 
muscular (sinal de Ramons: contratura da musculatura para 
verterbal torácica unilateral e sina, de Lemos Torres: 
abaulamento dos espaços intercostals na expiração 
sinalizando derrame pleural), procurar retração e 
abaulamento ósseos
- Tipos de tórax 
Exame fisico • tórax normal
• Tórax chato ou plano: perde convexidade da parede 
anterior, consequente, redução do diâmetro, costelas 
aumentam por inclinação, espaço intercostal diminui e o 
ângulo de Louis torna-se mais nítido. Clavículas mais 
oblíquas e salientes
• Tórax alado: musculatura pouco desenvolvida, 
omoplatas estão mais baixas, afastando da caixa 
torácica 
• Tórax em tonel ou globoso: aumento do diâmetro 
anteroposterior, horizontalizacao dos arcos costais e 
abaulamento da coluna. Processo de envelhecimento 
• Tórax infundibuliforme: depressao inferior no esterno e 
região epigástrica, congênita 
• Tórax cariniforme: esterno proeminente, costela 
horixzontalizadas, parece de ave
• Tórax cônico ou em sino parte inferior alargada, 
hepatoesplenomegalias e ascites
• Tórax cifotico: curvatura da coluna dorsal formando 
gibosidade, pode ser por postura, neoplasia…
• Tórax cifoescoliotico: além da cifose, desvio da coluna 
para o lado (escoliose)
• Inspeção dinâmica 
• Movimentos respiratórios torácicos paradoxais: trauma
• Tipo respiratório: observar movimentação do tórax e 
abdômen 
• Ritmo respiratório 
Tiragem. Durante a inspiração em condições de normalidade, os 
espaços intercostais deprimem-se ligeiramente. Tal fenômeno é 
mais visível na face lateral do tórax dos indivíduos magros e 
longilíneos, resultando do aumento da pressão negativa, na 
cavidade pleural, durante a fase inspiratória. Se ocorrer obstrução 
brônquica, o parênquima correspondente àquele brônquio entra em 
colapso e a pressão negativa torna-se ainda maior, provocando 
assim a retração dos espaços intercostais.
Júlia Cedraz
HM II
Semiologia do Sistema respiratorio
• Avaliação da mobilidade da caixa torácica, examinar lesões 
superficiais quanto forma, volume e consistência 
• Dorso da mão: temperatura (comparando os lados)
• Grupo de linfonodos 
• Expansibilidade dos ápices pulmonares: avaliados com ambas 
mãos espalmadas, de modo que as bordas internas toquem a 
base do pescoço, polegares se apoiem na coluna vertebral e 
demais dedos nas fossas supraclaviculares
• Expansibilidade das bases pulmonares: apoiam-se os polegares 
nas linhas paravertebrais, demais dedos recobrem os últimos 
arcos costais. Paciente deve estar sentado, médico atrás do 
paciente que deve respirar profunda e pausadamente. Útil para 
ver processos que diminuem a mobilidade da base.
• fremito toracovocal: vibração das cordas vocais, paciente deve 
falar palavras ricas em consoantes (usa-se 33). Nos homens é 
mais nítido. Deve-se colocar a mão direita espalmada sobre a 
superfície do tórax, comparando a intensidade e vibração 
• Fremito bronquico: tátil dos estertores
• Fremito pleural sensação tátil do ruído de atrito provocado 
pelas duas superfícies rugosas dos folhetos pleurais 
Palpaçao
• começa pela face posterior, de cima para baixo, ficando 
o médico atrás e a esquerda do paciente. Percute-se 
separadamente cada hemitorax. Na segunda etapa, 
percutir comparativamente e simetricamente as regiões. 
Mão esquerda, com os dedos ligeiramente separados, 
deve apoiar-se sobre a parede, e o dedo médio. 
Movimento da mão que percute é flexão e extensão sobre 
o punho.
• Tonalidades de som:
- claro pulmonar ou sonoridade pulmonar: nas áreas de 
projeção dos pulmões 
- som timpânico no espaço de Traube
- som maciço na região inferior do esterno por estar 
próximo ao fígado que é maciço 
- som submacico na região precordial 
Mais importante, possibilita analisar o funcionamento 
pulmonar. Médico deve estar atrás do paciente, com tórax 
despedido, respirar pausada e profundamente, o, boca 
aberta e sem fazer ruído. Realizada com o diafragma do 
estetoscópio, de maneira simétrica nas faces posterior, 
lateral e anterior do tórax. 
• Sons normais: traqueal, brônquico, murmúrio vesicular e 
broncovesicular
• Sons anormais: descontínuos (estertores finos e grossos), 
contínuos (roncos, sibilos e estridor), sopros, atrito 
pleural
• Sons vocais: brincofonia, ergofobia, pectoriloquia fônica 
e afônica 
Percussao
Ausculta
Júlia Cedraz
HM II
Semiologia do Sistema respiratorio
• Som traqueal
O som traqueal é originado na passagem de ar pela fenda glótica e pela traqueia.
Pode ser auscultado tanto na inspiração quanto na expiração, sendo nesta última mais prolongado. É caracterizado por uma 
inspiração grosseira e muito audível, seguido de uma pausa, a qual é seguida de uma expiração também grosseira e audível'. O som 
traqueal pode ser auscultado tanto na região onde projeta-se a traqueia, quanto no pescoço e na região esternal.
• Respiração brônquica
É o som auscultado na região anterior do tórax, na região próxima ao esterno e na área de projeção dos brônquios de grande 
calibre. É possível ouvi-la nas duas fases do ciclo respiratório, porém, difere-se da respiração traqueal por ter o componente 
expiratório menos intenso.
A ausculta da respiração brônquica em regiões periféricas do pulmão não é fisiológico. As patologias envolvidas nesse fenômeno 
costumam ser as consolidações do parênquima pulmonar, derrames pleurais.
Murmúrio Vesicular
O murmúrio vesicular consiste na passagem de ar turbulenta pelas diferentes regiões do pulmão (traqueia, bifurcações brônquicas, 
bronquíolos, alvéolos). Está presente nos dois componentes respiratórios, não tendo intervalo silencioso entre as fases 
respiratórias. Apresenta-se de forma alta, intensa e duradoura durante a inspiração quando comparada à sua característica 
expiratória, a qual é baixa, fraca e de duração mais curta.
Pode ser auscultado em quase todo o tórax, não tendo intensidade homogênea em toda a região torácica. As alterações 
fisiológicas da intensidade ocorrem nas regiões anterosuperiores do tórax, nas axilas e nas regiões infraescapulares, nas quais 
ocorre murmúrio vesicular mais intenso; já em pessoas obesas ou musculosas, é menos intenso. As alterações do murmúrio 
vesicular podem estar relacionadas com o grau de obstrução das vias aéreas como em DPOC, asma e bronquite. Ou por barreiras 
criadas que impedem a passagem do som como em derrames pleurais.
Caracterizacao sons normais
REFERÊNCIAS
[1] Exame Clínico. : Porto & Porto [bibliography]. 7ª ed. Brasil: Guanabara Koogan; 2012. 544 páginas
[2] Rocco J.R. Semiologia médica. 1ª ed. Brasil: Elsevier Brasil; 2011.
[3] Angélico F. V, Souza A. B. Manual de Exame Físico. 1ª ed. Brasil: Elsevier; 2019. ISBN: 9788535290998.[4] Procedimentos e Intervenções de Enfermagem: Adaptado à realidade brasileira [bibliography]. 5ª ed.Brasil: Elsevier; 2013. 816 páginas p.
Júlia Cedraz
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