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12/03/2018 1 Do Desenvolvimento Sustentável à Educação para a Sustentabilidade Educação Ambiental ACH 4038 Prof.ª Dr.ª Rosely Aparecida Liguori Imbernon 1 Décadas de 1960 e 1970 foram um grande marco no cenário de debates mundiais sobre meio ambiente, e promoveram mudanças significativas em nossa sociedade; mudanças políticas, culturais, sociais... Donald Worster, em seu livro Natures’s economy: a history of ecological ideas, de 1992, aponta que a explosão da primeira bomba atômica como teste, no deserto do Novo México, EUA, e, dois meses após, a explosão sobre Hiroshima e Nagasaki, marcam o momento em que a humanidade se conscientiza da possibilidade de destruição completa do planeta. 2 The population bomb (1968) Silent Spring (1962) de Rachel Carson Suas 44 edições sucessivas apontavam para o problema com os pesticidas na agricultura e o desaparecimento de espécies. OBS: Somente em 2000 a Assembleia Geral das Nações Unidas considerou nocivos ao meio ambiente e à saúde 8 pesticidas, que foram banidos pelos países signatários 3 ...o mundo tinha pessoas demais, e milhões morreriam de fome, se não houvesse um controle do aumento populacional. A Blueprint for Survival, de Edward Goldsmith, Ecologist (1972) Tragedy of the Commons de Garret Hardin, Science (1968) No início dos anos 1970 os trabalhos e debates cresceram em número e importância, e, com a crise do petróleo vários países se direcionam para a produção de energia a partir de combustível nuclear... - no uso de recursos naturais de propriedade comum; - a ambição de usufruí-los individualmente, em detrimento do interesse geral a curto ou a longo prazo; - sem regulação, eventualmente, gerar esgotamento, independentemente da intenção de cada usuário "tragédia dos recursos de propriedade comum" ... propõe um programa, incluindo as mudanças que precisam ser produzidas, e as etapas necessárias para alcançar uma sociedade mais estável e sustentável 4 12/03/2018 2 1968 - O Programa MaB / UNESCO O Programa Homem e Biosfera (MaB – Man and the Biosphere) foi criado como resultado da "Conferência sobre a Biosfera" realizada pela UNESCO em Paris em setembro de 1968, e lançado em 1971, é um programa de cooperação científica internacional sobre as interações entre o homem e seu meio. O objetivo central do Programa MaB é promover o conhecimento, a prática e os valores humanos para implementar as boas relações entre as populações e o meio ambiente em todo o planeta. 5 O relatório Limits to Growth de Meadows et al. (1972) ou o 1º Relatório do Clube de Roma A partir de modelagem computadorizada, buscaram responder a seguinte questão: “Qual será a situação do planeta Terra se a humanidade continuar no mesmo ritmo de relação física, econômica e social que caracteriza a atual sociedade de consumo?” Os autores apresentam um cenário futuro em que o crescimento econômico é impossibilitado devido a exaustão dos recursos naturais; propõe o crescimento econômico zero, ponto discordante entre países desenvolvidos e em desenvolvimento Em 1968 o Clube de Roma, fundado pelo industrial italiano Aurelio Peccei e pelo cientista escocês Alexander King, reune um grupo de 30 especialistas dentre profissionais, empresários, diplomatas, cientistas, educadores, humanistas, economistas e altos funcionários governamentais de dez países diversos que se reuniram para tratar de assuntos relacionados ao uso indiscriminado dos recursos naturais do meio ambiente em termos mundiais 6 • Em 1970 o uso pela primeira vez da expressão enviromental education nos EUA; • e em 30 de outubro do mesmo ano o presidente Richard Nixon assina a Lei Pública 101-619, que estabelece a Lei de Educação Ambiental (EEA); criado o Departamento Federal de Educação Ambiental (OEE) no Departamento de Saúde, Educação e Bem-Estar para conceder bolsas para o desenvolvimento de currículos ambientais e formação de professores; o Congresso americano transfere o OEE para o recém-formado Departamento de Educação em 1979. • É a primeira nação que aprova uma legislação sobre Educação Ambiental. • A National Audubon Society publica A place to live, composto por um manual para professores e outro para alunos para a exploração de vestígios da natureza nas cidades, um clássico da Educação Ambiental Dos debates ambientais à Educação ... • Em 1965 é utilizada a expressão “Educação Ambiental” na Conferência de Educação da Universidade de Keele, na Grã Bretanha. 7 ... e o tema da sobrevivência da humanidade entra oficialmente no cenário mundial com a consolidação do debate ambiental mundial. Em 1972 a Primeira Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente, realizada em Estocolmo, Suécia, introduz de forma definitiva na agenda internacional o fator meio ambiente nas questões relativas ao desenvolvimento econômico ... 8 12/03/2018 3 1º Relatório do Clube de Roma: pela postura neomalthusiana; e apontava como possíveis caminhos o controle populacional e a redução do crescimento econômico ... A Conferência da ONU encontra animosidades e conflitos, por conta de dois documentos O livro Uma terra somente: a preservação de um pequeno planeta, de Barbara Ward e René Jules Dubos, um relatório não oficial da reunião de Estocolmo de 1972, que apresentava reflexões, impressões e observações de consultores convidados* de diversos países * Consultores brasileiros: Edgar Julius Barbosa Arp (Grupo Indl. Arp, RJ); Carlos Chagas (diretor Inst. Biofísca UFRJ, RJ); Francisco M. Salzano (Prof. Genética, Inst. Biociências, UFRGS, Porto Alegre) 9 constata-se um imperativo urgente, que às portas da completa colonização do planeta, era necessário aprender a manejá-lo, e o homem deveria aceitar a responsabilidade de administrar* a Terra. *administrar implica, naturalmente, governar para o bem comum. As opiniões dos consultores de diferentes países divergiam de forma complexa: Alguns paradoxos foram que especialistas consultores, de países altamente industrializados, advogaram o retorno à uma economia essencialmente agrícola, discordando que a tecnologia fosse o caminho para o futuro. ... dois consultores, de diferentes países asiáticos, sugeriram que pouco progresso seria atingido tanto no desenvolvimentos econômico, quanto no meio ambiente até que cada nação não tivesse aprendido como controlar seu próprio ecossistema; 1 Ward, B. e Dubos, R. J. 1973 “Uma Terra somente: A preservação de um pequeno planeta”, Edgar Blücher Ltda. Ed. 270 p. ... ... há uma grande variedade de mundos dentro do nosso mundo. Único, teórico, cada um diferindo do outro, não somente nas características físicas e na estrutura econômica, mas, e isso talvez seja o mais importante, nas tradições culturais e nas aspirações 1 10 Posição do Brasil na Conferência da ONU em Estocolmo, 1972 O governo brasileiro, sob o domínio militar, vivia uma expansão industrial, e não poupava esforços no sentido de uma produção acelerada, ainda que isso viesse a comprometer o meio ambiente. O governo do Brasil liderou o bloco de países em desenvolvimento que tinham uma posição de resistência ao reconhecimento da importância da problemática ambiental e que se negavam a reconhecer, por exemplo, a explosão demográfica 2 2 Viola, E. e Reis, H. R. 1992 “A evolução das políticas ambientais no Brasil, 1971-1991: do bissetorialismo preservacionista para o multissetorialismo orientado para o desenvolvimento sustentável”. In: HOGAN,D. e VIERA, P. (org.) Dilemas Socioambientais e Desenvolvimento Sustentável , Campinas, Ed. UNICAMP. p. 30. ... bem vindos à poluição, estamos abertos a ela. O Brasil é um país que não tem restrições, temos várias cidades que receberiam de braços abertos a sua poluição, porque nós queremos empregos, dólares para o nosso desenvolvimento! 11 ... seção intitulada "O Brasil: o gigante adormecido que pode morrerem breve" (pp. 128-137), Ehrlich critica o Brasil não apenas pelo crescimento populacional, mas também pela adoção de um modelo de crescimento acelerado, baseado em grandes unidades de produção e no consumo abundante de energia, o "milagre brasileiro" da década de 1970 The end of affluence (1974) de P. Ehrlich 12 12/03/2018 4 Declaração de Estocolmo (Declaração das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente) 3 Le Prestre, P. Ecopolítica Internacional. Trad. Jacob Gorender. 2ª ed. São Paulo: SENAC, 2005. p. 174-175. Preâmbulo 7 pontos principais, além de 26 princípios referentes a comportamentos e responsabilidades nortear decisões relativas à questão ambiental, com o objetivo de “garantir um quadro de vida adequado e a perenidade dos recursos naturais” 3 13 Plano de Ação para o Meio Ambiente cujo foco em três grandes tipos de políticas 4 (a) as relativas à avaliação do meio ambiente mundial, o denominado ‘Plano Vigia’ (Earthwatch); (b) as de gestão do meio ambiente; e (c) as relacionadas às medidas de apoio (como a informação, educação e formação de especialistas) 4 SOARES, Guido Fernando Silva. Dos anos 60 à Conferência da ONU de 1972 (Estocolmo). In: Direito internacional do meio ambiente – emergências, obrigações e responsabilidades. 2ªed. São Paulo: Atlas, 2003. p. 54. ... instituição de um organismo especialmente dedicado a coordenar as atividades da ONU no âmbito do meio ambiente, o Programa das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente (PNUMA), o qual deveria agir como catalisador e zelar pela implementação do programa de ação. o tema qualidade ambiental passou a integrar os debates e agendas políticas das nações, e passou a ser considerado como um direito fundamental, essencial para a melhoria da qualidade da vida humana Direitos Humanos Meio Ambiente A Recomendação 96 da Conferência de Estocolmo sobre o Ambiente Humano aponta o desenvolvimento da Educação Ambiental como um dos elementos mais críticos para que se possa combater rapidamente a crise ambiental do mundo. Esta nova Educação Ambiental deve ser baseada e fortemente relacionada aos princípios básicos delineados na Declaração das Nações Unidas na “Nova Ordem Econômicas Mundial”. 14 Abandona-se a premissa do Primeiro Relatório, de um sistema global homogêneo, para conceber o mundo como um todo inter-relacionado. não apoia uma das conclusões do primeiro relatório, de frear completamente o crescimento Um segundo Relatório do Clube de Roma, produzido por Misarovic e Pestel em 1974, denominado A Humanidade na Encruzilhada, é baseado em uma metodologia diferente da técnica da dinâmica de sistemas, opera mediante uma situação casual e outra de decisão, no diálogo homem-computador. proposta de impulsionar um crescimento orgânico, em detrimento a um crescimento indiferenciado requer uma estratégia global baseada no desenvolvimento equilibrado e diferenciado, e uma urgente necessidade de cooperação global: "ou continuar ao longo de uma trajetória de um crescimento canceroso não diferenciado, ou iniciar-se no caminho do crescimento orgânico“ 5 5 Mesarovic, M. e Pestel, E. La Humanidad en la Encrucijada - Segundo Informe Club de Roma. (México, Fundo de Cultura Económica, 1975) pág. 32. 15 Um terceiro Relatório do Clube de Roma, denominado Reshaping the International Order (Reestruturação da Ordem Internacional), o Relatório RIO, coordenado pelo economista e prêmio Nobel (1976) Tinbergen, foi apresentado em 1974 reduzir as desigualdades existentes, e a redistribuição das oportunidades globais estabelecimento de uma ordem que diminua a distância entre os ricos e os pobres modelo de desenvolvimento que visa ao bem-estar de todos a satisfação das necessidades a erradicação da pobreza o desenvolvimento autônomo o exercício do poder público o ecodesenvolvimento equilibrado, a partir de um sistema de planejamento mundial dos recursos 16 12/03/2018 5 • Em 1974 no Brasil houve uma reunião patrocinada pelo Clube de Roma e do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro para debates com diversos especialistas latino- americanos, e foi duramente criticado; • Clube de Roma conseguiu fundos doados pelo Instituto de Desenvolvimento Internacional do Canadá, e especialistas reuniram-se na Fundação Bariloche, na Argentina; • esta equipe, dirigida por Amílcar Herrera, que apresentou um relatório de investigação como um "modelo alternativo“; tem uma base utópica, e é conhecido, também, como o Modelo Mundial Latino-americano (MML), e foi publicado em 1976 Os impactos dos relatórios do Clube de Roma no Brasil e América Latina: os três relatórios do Clube de Roma desempenharam um importante papel nos debates ambientais: 6 6 Santamaria Campos, B. Ecología y Poder: el discurso medioambiental como mercancía. Madrid, Los Libros de la Catarata, 2006. coloca em evidência a crise da ideia de progresso; questiona o conceito de desenvolvimento entendido como crescimento; apresenta uma posição crítica sobre as possibilidades que oferecem verdadeiramente a ciência e a tecnologia 17 1975 - Em outubro é realizado o Seminário Internacional de Educação Ambiental em Belgrado, Iugoslávia, promovido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), com especialistas de 65 países, e representa um marco conceitual no tratamento das questões ambientais, e produziu um documento denominado “Carta de Belgrado”. 1974 - Seminário de Educação Ambiental em Jammi, Finlândia onde há o reconhecimento da Educação Ambiental como educação integral e permanente Adaptado a partir de http://fiosdegaia.com.br/ acesso em 06 de fevereiro de 2017 A falta de proposições concretas e uma visão pouco realística foram as críticas mais frequentes à Carta de Belgrado 18 Em 1977, a UNESCO e o PNUMA realizaram a 1ª Conferencia Intergovernamental sobre Educação Ambiental, em Tbilisi na Geórgia (ex-URSS): especialistas de todo o mundo definiram os princípios e objetivos da educação ambiental, além de ratificarem muitos dos termos propostos em Belgrado, formularam 41 recomendações para a atuação internacional e regional sobre o tema: “dirigir-se a pessoas de todas as idades, a todos os níveis, na educação formal e não formal. A EA devidamente entendida, deveria constituir uma educação permanente, geral, que reaja às mudanças que se reproduzam em um mundo em rápida evolução”. “dimensão dada ao conteúdo e à prática de educação, orientada para a resolução dos problemas concretos do meio ambiente, através de um enfoque interdisciplinar e de uma participação ativa e responsável de cada indivíduo e da coletividade”. 19 A Recomendação nº. 8 especifica três setores da população aos quais a EA deve ser endereçada A Recomendação nº. 10 é endereçada à formação de profissionais cujas atividades repercutem de maneira importante, direta ou indiretamente, no meio ambiente, e recomenda um programa comum interdisciplinar de estudos ambientais vinculados tanto ao ambiente natural como ao urbano e que estejam relacionados com essas profissões. Recomenda também uma atenção especial quando da elaboração de metodologias e de mecanismos institucionais para atender a esse objetivo. A Recomendação nº. 11 estabelece para esses profissionais dois programas diferentes de EA: 1. programas de formação complementar e de formação prática, ou programas de formação permanente que lhes permitam estabelecer relações mais adequadas sobre uma base interdisciplinar; 2. programas pós-universitários destinados a pessoal já especializado em algumas disciplinas. Dentre as Recomendações... 1. a educação do público em geral; 2. a educação de grupos profissionais ou sociais específicos, cujas atividades e influência tenham repercussões sobre o meio ambiente; 3. a formação de determinadosgrupos de profissionais e cientistas que se ocupam de problemas ambientais específicos. O método de formação eficaz, segundo a Recomendação nº. 11, é o que adota um enfoque pluridisciplinar, centralizado na solução dos problemas e no sistema de equipes multidisciplinares integradas, permitindo a formação de especialistas que, depois de adquirirem uma formação interdisciplinar, acrescentarão às suas próprias capacidades a aptidão para atuarem como membros de equipes multidisciplinares. 20 http://fiosdegaia.com.br/ 12/03/2018 6 1973 - Secretaria Especial do Meio Ambiente - SEMA, no âmbito do Ministério do Interior, que entre outras atividades, responsabiliza-se pela Educação Ambiental 1977 - SEMA constitui um grupo de trabalho para elaboração de um documento de Educação Ambiental para definir seu papel no contexto brasileiro Seminários Encontros e debates preparatórios à Conferência de Tbilisi são realizados pela FEEMARJ A disciplina Ciências Ambientais passa a ser obrigatória nos cursos de Engenharia No Brasil... 1978 - Criação de cursos voltados para as questões ambientais em várias universidades. Cursos de Engenharia Sanitária inserem-se a disciplina de Saneamento Ambiental Propaganda do Ministério do Interior publicada no final de 1970 oferecendo apoio do governo federal para projetos econômicos na Amazônia. ... tirar proveito das riquezas da Amazônia. 21 Décadas de 1950 e 1960 Desenvolvimento como sinônimo de crescimento econômico (PIB) ... necessário incorporar variáveis sociais e políticas, para superar as desigualdades entre países desenvolvidos e em desenvolvimento 8 Divisão entre países desenvolvidos e em desenvolvimento baixo crescimento populacional e acelerada mudança tecnológica, o progresso tecnológico, resultariam em um crescimento econômico Década de 1970 antes da Conferência de Estocolmo de 1972 Comissão Econômica para a América Latina - CEPAL critica o conceito de desenvolvimento que considera somente aspectos econômicos como o PIB ... 8 Cardoso, F.H. e Faletto, E. 1970 Dependência e Desenvolvimento na América Latina: Ensaio de Interpretação Sociológica. 7º ed. Rio de Janeiro: Editora LTC, 1970. O quanto produziam, e o quanto eram industrializados, não se levava em conta o quanto eram poluidores Alemanha, Noruega consideravam a necessidade da proteção ambiental China, Brasil não queriam restrições à sua produção 22 Década de 1980 – continuidade à incorporação de novos aspectos ao conceito de desenvolvimento 9 Sachs, I. 2002 Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável. Rio de Janeiro: Garamond. Equacionar trade off... ...a integração do mundo pelos Tratados Internacionais e Conferências Mundiais sobre questões ambientais ... Ignacy Sachs - conceito de ecodesenvolvimento para embasar projetos do PNUMA ... 9 A Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento – CMMAD, presidida por Gro Harlem Brundtland, à época primeira-ministra da Noruega. ... 1983 a Assembleia Geral da ONU, após uma avaliação dos 10 anos da Conferência de Estocolmo realizada em 1972, cria uma comissão com o objetivo de promover audiências em todo o mundo e produzir um resultado formal das discussões. 23 O trabalho produzido por essa Comissão, e apresentado em 1987, Our Common Future (Nosso Futuro Comum) ou Relatório Brundtland, apresentou um novo olhar sobre o desenvolvimento. A proposta buscava resolver a divisão entre países desenvolvidos e países em desenvolvimento; e equacionar a dicotomia entre crescimento econômico versus proteção ambiental, a partir de 2 ideias centrais: 10 Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD) 1991 - Nosso futuro comum. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1991, p. 122-125 ... que as necessidades, principalmente dos mais pobres do mundo, devem ser prioritárias ... e das limitações, sobretudo das tecnologias e da organização social impostas ao meio ambiente, que “o” impedem de satisfazer às necessidades presentes e futuras 10 processo que “satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades. O relatório dedica especial atenção à educação em geral, e à EA em especial, como meios para alcançar o desenvolvimento sustentável, pois a compreensão dos processos ambientais e de desenvolvimento da maioria das pessoas se fundamenta em crenças tradicionais e em informações transmitidas pela educação convencional14 24 12/03/2018 7 1980 Seminário Regional Europeu sobre EA , para Europa e América do Norte - a importância do intercâmbio de informações e experiências. 1980 Seminário Regional sobre EA nos Estados Árabes, Manama, Bahrein. UNESCO-PNUMA. 1980 Primeira Conferência Asiática sobre EA, Nova Delhi, Índia EA discutida em vários continentes ... Em 1987, em Moscou, na ex-URSS, se realiza a 2ª Conferência Internacional sobre Educação Ambiental reunindo educadores ambientais de 100 países vinculados à organizações não governamentais (ONG’s)... ... reforçou os princípios e objetivos traçados em Tbilisi, na qual a educação ambiental deveria formar os indivíduos, desenvolver habilidades e disseminar valores e princípios que permitissem à sociedade elaborar propostas para solução dos problemas ambientais. O documento elaborado foi composto de duas partes, a primeira apresenta necessidades e prioridades do desenvolvimento da educação e formação ambiental; e a segunda aponta elementos para uma estratégia internacional de ação para a década de 1990. Os temas como “desarmamento”, “acordos de paz entre URSS e EUA”, “democracia e liberdade de opinião” permeavam as discussões ... (a então União Soviética vivia o início da Perestroika e da Glasnost) 25 O cenário brasileiro durante a década de 1980... ... em 31 de agosto de 1981 foi sancionada a Lei nº 6.938, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, que já adotava como um de seus princípios “a educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente”. Em 1974 o governo do General Ernesto Geisel assume a presidência com o projeto de “distensão lenta, segura e gradual”, que resulta em 1985 com a extinção da ditadura militar, durante o mandato do General João Baptista Figueiredo. ... o direito à educação ambiental também é previsto na Constituição Federal de 1988 (CF/88), no capítulo VI – Do Meio Ambiente, art. 225, que incumbe ao poder público o dever “promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente”. O dever do Poder Público não isenta a responsabilidade individual e coletiva, no tocante ao meio ambiente, pois a CF/88 também impõe “à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações”. 26 1988 - A Secretaria de Estado do Meio Ambiente de SP e a CETESB , publicam a edição piloto do livro “Educação Ambiental” Guia para professores de 1º e 2º Graus. 1989 - Criação do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente), pela fusão da SEMA, SUDEPE, SUDEHVEA e IBDF. Nele funciona a Divisão de Educação Ambiental. 1989 – Criado o Fundo Nacional de Meio Ambiente FNMA no Ministério do Meio Ambiente MMA 27 20 anos após Estocolmo, 15 anos depois de Tbilisi, 9 anos após “Nosso futuro comum”, e 5 anos após Moscou ... Em 1992, no Rio de Janeiro, realiza-se a Conferencia das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92 ou Eco-92), que se transformou num momento especial também para a evolução da Educação Ambiental. 28 12/03/2018 8 Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global documento escrito por cerca de 500 pessoas, segundo dados divulgados pela ONU, de diversas nacionalidades que juntasdecidiram como e quais os mandamentos para se aplicar educação ambiental ao redor do mundo de forma a transformar comunidades e os cidadãos. ... presença maciça de Chefes de Estado, fator indicativo da importância atribuída à questão ambiental no início da década de 1990... .. um encontro paralelo realizado pelas organizações não governamentais (ONG’s) o Fórum Global que produziu um documento importante: 29 Adaptado a partir de http://fiosdegaia.com.br/ acesso em 06 de fevereiro de 2017 30 1987 Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas propôs um documento que defendesse os interesses sustentáveis, a paz e a justiça socioeconômica... ... em 1992, a Carta da Terra foi retomada e discutida durante a Rio-92, porém sem atingir um consenso. ONG’s apoiadas pelo governo da Holanda retomaram a proposta e elaboraram um primeiro texto. Em 1995, foi criada em Haia a Comissão da Carta da Terra, que durante 2 anos realizou consulta mundial. Em 1997 o primeiro esboço foi apresentado, sob a coordenação de Maurice Strong (ONU) e Mikhail Gorbachev (Cruz Verde Internacional) Entre 1998-1999 mais de 10 mil pessoas debateram o texto em 46 países. Março de 2000 a Carta da Terra foi ratificada Adaptado a partir de http://fiosdegaia.com.br/ acesso em 06 de fevereiro de 2017 CARTA DA TERRA 31 Resolução nº 44/228 da Assembleia Geral da ONU, de 22-12-89, estabelece uma abordagem equilibrada e integrada das questões relativas a meio ambiente e desenvolvimento O principal documento aprovado durante a Rio-92 foi a Agenda 21 40 Capítulos é um instrumento de planejamento participativo 1. às diversas questões sociais e ambientais de caráter planetário (erradicação da pobreza, proteção da atmosfera, conservação da biodiversidade etc.); 2. ao fortalecimento dos principais grupos de parceiros para implantar as ações recomendadas (ONGs, governos locais, comunidade científica e tecnológica, sindicatos, indústria e comércio etc.); e 3. aos meios de implementação, como mecanismos financeiros, desenvolvimento científico e tecnológico, cooperação internacional e a promoção do ensino. Concretizava lema da Rio 92: “pensar globalmente, agir localmente ”. 32 CAPÍTULO 36: - Promoção do ensino, da conscientização e do treinamento http://fiosdegaia.com.br/ http://fiosdegaia.com.br/ 12/03/2018 9 1992 – criada a Comissão de Desenvolvimento Sustentável (CDS) para acompanhar e avaliar a implantação das áreas de programas e atividades recomendadas pela Agenda 21 e a cooperação internacional relacionada com elas. 1994 – a coordenação das atividades do Capítulo 36 da Agenda são assumidas pela UNESCO, que promove uma iniciativa internacional denominada Educação para o Futuro Sustentável, com o propósito de reforçar os objetivos, as propostas e as recomendações constantes nesse capítulo. 1997 - realizada a 1ª Conferência Nacional de Educação Ambiental (CNEA), que resgata a sabedoria acumulada de 20 anos de Tbilisi: resulta em uma construção coletiva, que reafirmou a educação ambiental como o espaço de criação da ecocidadania, e cria um espaço para reflexão sobre as práticas da educação ambiental no Brasil, avaliando suas tendências e identificando as perspectivas e estratégias futuras. DECLARAÇÃO DE BRASÍLIA PARA A EDUCAÇÃO AMBIENTALNo Brasil... 33 Capítulo 36 da Agenda 21 Promoção do Ensino, da Conscientização e do Treinamento a. Reorientação do ensino no sentido do desenvolvimento sustentável; b. Aumento da consciência pública; c. Promoção do treinamento. A educação ambiental tornou-se obrigatória por meio da Lei n. 9.795 de 27 de abril de 1999... o art. 2º afirma: “A educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal”. Adaptado a partir de http://fiosdegaia.com.br/ acesso em 06 de fevereiro de 2017 34 Educação Agenda 21 Agenda 21 Escolar O Programa “Vamos Cuidar do Brasil com as escolas” orientou a implantação da Agenda 21 Escolar, com o documento publicado em 2007: ... em 2003 com a regulamentação da PNEA “Consumo Sustentável: manual de educação”, e o “Com-Vida / Agenda 21”, que enfatiza a reflexão da EA na perspectiva política, pedagógica e sustentável... 35 Ações do Ministério da Educação voltadas à Educação Ambiental: (i) 1997 - os Parâmetros Curriculares Nacionais, elaborados em 1997, que incluem, entre as dimensões transversais, o meio ambiente (ii) 1999 - os Parâmetros em Ação-Meio Ambiente na Escola e o Programa de Formação Continuada de Professores (iv) 2003 e 2006 - a realização da I e II Conferência Nacional Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente, desenvolvidas pelo Órgão Gestor da Política Nacional de Educação Ambiental (iii) 2001 - a inclusão da Educação Ambiental no Censo Escolar (v) a formação continuada de professores em Educação Ambiental, no âmbito do programa denominado Vamos Cuidar do Brasil com as Escolas 36 http://fiosdegaia.com.br/ 12/03/2018 10 Educação formal ... • objetivo da proposta era que os TTs fossem debatidos no âmbito das disciplinas e a “transversalidade” garantiria que os temas não fossem contemplados por apenas uma área do conhecimento, ou que constituíssem novas áreas, em outros termos, como “disciplinas”. Ética Orientação Sexual Meio Ambiente Saúde Pluralidade Cultural Trabalho e Consumo • a inclusão dos Temas Transversais – TTs no currículo do ensino fundamental denotava a preocupação com a “formação integral do aluno”, como cidadão que irá atuar na sociedade; • os TTs, devem estar centrados em “questões sociais consideradas relevantes”, “problemáticas sociais atuais e urgentes, consideradas de abrangência nacional e até mesmo de caráter universal” (BRASIL, 1997, p.64) 13 13 Brasil Secretaria de Educação Fundamental 1997 - Parâmetros curriculares nacionais : apresentação dos temas transversais Secretaria de Educação Fundamental – Brasília : MEC/SEF, 1997. 146p. Resolução nº 02 de 15 de junho de 2012 CNE - MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade Diretoria de Educação Integral, Direitos Humanos e Cidadania Coordenação-Geral de Educação Ambiental Assunto - 2012 – Proposta de Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental. Acesso http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/publicacao13.pdf Acesso em 10 fev. 2017. 37 Educação Ambiental Educação para o Desenvolvimento Sustentável 38 • em 1995 encerram-se as atividades do PIEA; • em1996, com base em uma avaliação sobre o progresso geral alcançado pelas áreas de programas do Capítulo 36 da Agenda 21, a CDS, modificaria a atuação da UNESCO e do PNUMA em relação à EA, propõe novas prioridades constantes em três objetivos fundamentais: 14 ASAMBLEA GENERAL DE LAS NACIONES UNIDAS 1997 - Conferencia internacional sobre medio ambiente y sociedad: educación y sensibilización para la sostenibilidad (Declaración de Salónica). Salónica: ONU, 1997. Disponível em: http://www.jmarcano.com/educa/docs/salonica.html. Acesso em: 30 jan/2017 17 h 41 min. 1. reorientar a educação básica para o desenvolvimento sustentável, por meio de uma reforma do ensino em seu conjunto, e não apenas por meio de modificações nos planos de estudos vigentes ou pela adição de novos componentes; 2. aumentar a consciência do público, uma vez que o apoio e a participação da população é um fator cada vez mais importante para as mudanças que esse tipo de desenvolvimento requer; e 3. fomentar capacitação para que se possa contar com os recursos humanos necessários para planejar e aplicar o desenvolvimento sustentável nos diversos setores da atividade humana.18 • em 1997, a Assembleia Geral da ONU, com base nessa avaliação da CDS, adota um programa paraimplantar a Agenda 21, na qual os temas do Capítulo 36 passaram a ter as prioridades citadas e usa as expressões educação para a sustentabilidade e educação para o futuro sustentável, cujos temas centrais incluem, entre outros, a educação permanente, a educação interdisciplinar e a educação multicultural, e a UNESCO tem a tarefa de desenvolver esse novo conceito de educação 14 39 Agenda 21, estabeleceu a necessidade de cada país comprometer-se global e localmente a encontrar soluções para a solução dos problemas sociais e ambientais do planeta, por todas as organizações, e em junho de 1997, uma primeira conferência teve lugar na sede das Nações Unidas em Nova York, cinco anos após a Rio-92... ...em setembro de 2000, a Declaração do Milênio das Nações Unidas, foi aprovada pela Assembleia Geral da ONU, que estabeleceu os seguintes valores essenciais: a liberdade; igualdade; solidariedade; tolerância; o respeito pela natureza e a responsabilidade compartilhada como fundamentais nas relações entre os países do século XXI. 15 15 Nations, The Millennium Development Goals Report, United Nations, New York, 2015. Para pôr em prática estes valores essenciais, foram estabelecidos 8 objetivos a se atingir até 2015, os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio 40 12/03/2018 11 A Resolução nº 57/254 de dezembro/2002 proclama a Década da Educação das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, de 2005 a 2014, tendo a UNESCO como responsável pelos programas propostos. Entre agosto e setembro 2002, ocorre em Johannesburgo a Rio+10 O documento THE JOHANNESBURG DECLARATION demonstra poucas diferenças com as propostas da Rio-92. 2003 - A UNESCO contribui para a Governança Global Ambiental (GGA) através da Educação para o Desenvolvimento Sustentável (EDS), promoveu ações e debates na Bacia Amazônica relacionados principalmente com o Programa Latino-Americano e Caribenho de Educação Ambiental (PLACEA), no âmbito da Iniciativa Latino Americana e Caribenha de Desenvolvimento Sustentável (ILAC), proposta pela Venezuela em 2003, e o Plano Andinoamazônico de Comunicação e Educação Ambiental (PANACEA), proposto pelo Peru em 2005. O Brasil, juntamente com outros países da América Latina e do Caribe, assumiu compromissos internacionais com a implementação destes programas. 41 ... até a Cúpula da Terra, o termo utilizado foi Educação Ambiental e seu significado sempre foi focado nos problemas e preocupações ambientais (poluição, ameaça nuclear, resíduos tóxicos, etc.), sem deixar em segundo plano questões sociais e econômicas. EDUCAÇÃO AMBIENTAL - EA EDUCAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL - EDS Década de 1970... Século XXI, 2002... 16 Mckeown, R.; Hopkins, C. 2003 - EE≠ESD: defusing the worry. Environmental Education Research, 9(1):117-128 17 Dlouha, J.; Dlouhy, J. 2014 - Higher education for sustainability - a change of education genre? Envigogika, 9(1):1-31. 18 Sauvé, L. 2005 - Currents in environmental education: mapping a complex and evolving pedagogical field. Canadian J. of Env. Education, Ontario, 10(1):11-37. ... no entanto, com a integração dos três pilares no conceito de sustentabilidade e desenvolvimento sustentável, foi necessário readaptar a educação ambiental e torná-la mais abrangente e equitativa, com enfoque na interação humana e no meio ambiente 16 Em nível nacional e internacional, a educação ambiental utiliza diferentes abordagens nas escolas, adaptando-as às necessidades sociais e políticas de cada país. 17 A EA desenvolvida pelo PIEA, que vigorou de 1972 a 1995, como uma corrente específica denominada resolução de problemas, que era distinta da corrente proposta para o desenvolvimento sustentável. 18 42 19 UNESCO (1997) Environment and Society: Education and public awareness for sustainability, Background Paper prepared for UNESCO International Conference, Thessaloniki, 7. 20 UNESCO 2002 - Education for Sustainability from Rio to Johannesburg: Lessons learnt from a decade of commitment. World Summit on Sustainable Development Johannesburg, 26 August – 4 September 2002 Educação para o Desenvolvimento Sustentável (EDS) é um processo de aprendizagem (ou abordagem ao ensino) baseado nos ideais e princípios da sustentabilidade e está preocupado com todos os níveis e tipos de educação. 19 A natureza holística da EDS permite que ela seja uma possível ferramenta para a consecução dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) e dos objetivos da Educação para Todos. Ambas as iniciativas têm um conjunto de objetivos a atingir num determinado prazo. A EDS pode ser entendida como o veículo para atingir esses objetivos. 20 A EA se estabeleceu ao longo do tempo e no espírito da Declaração de Tbilisi, que considera amplamente questões de pobreza, desigualdade, valores e ética. O surgimento da EDS não era, necessariamente, visto como uma oportunidade para a renovação ou reforma. ... que pode realmente ter um efeito negativo sobre o bom trabalho realizado sob a EA, já que este campo não é mais visto como atualizado ou relevante pelos formuladores de políticas, uma vez que não reflete a EDS apoiada, por exemplo, pela Década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável - DEDD e pela comunidade internacional. 43 Em países com uma forte tradição em EA, em sintonia com a Declaração de Tbilisi, as questões socioeconômicas e aspectos políticos foram incorporadas, e EA e EDS tornaram-se quase sinônimo. Em outros países, onde o governo se uniu a grupos de nações que se comprometeram com a EDS, foi adotada a EDS de forma estratégica ou pragmática, sem necessariamente mudar sua prática de EA, pois assim permanecem elegíveis para financiamento e apoio governamental. 21 UNESCO United Nations Decade of Education for Sustainable Development (DESD, 2005-2014) 2009 - Review of Contexts and Structures for Education for Sustainable Development Learning for a sustainable world 2009. Prepared by: Arjen Wals (Wageningen University, the Netherlands) 79 p. Neste último caso, pode-se às vezes ver o surgimento da EA para o desenvolvimento sustentável (por exemplo, Taiwan) ou EA para sociedades sustentáveis como é o caso no Brasil. 21 Em alguns países, a EA continua a evoluir e continua a ser popular, pois as pessoas se identificam melhor com EA do que com EDS (por exemplo, EUA). 44 12/03/2018 12 Em algumas países, o surgimento da EDS proporcionou um estímulo para a revisão da EA, e em países onde não havia uma tradição na EA ou onde ela estava marginalmente presente, o movimento DESD proporcionou uma oportunidade para um início (por exemplo, o Vietnã, muitos países árabes). 21 UNESCO United Nations Decade of Education for Sustainable Development (DESD, 2005-2014) 2009 - Review of Contexts and Structures for Education for Sustainable Development Learning for a sustainable world 2009. Prepared by: Arjen Wals (Wageningen University, the Netherlands) 79 p. A EDS e a EA são distintas, e se sobrepõe; a antiga infraestrutura de EA e os programas existentes, devem ser ainda apoiados, para que a EDS não se sobrepor à custa da EA. Ao mesmo tempo, é necessário apoiar o desenvolvimento da EDS, bem como acrescentar novas dimensões importantes à EA (por exemplo, as dimensões socioeconômicas e culturais). Como resultado, existem fluxos de políticas e mecanismos de apoio paralelos: um centrado na EA e outro na EDS (por exemplo, Holanda, Canadá, Grécia), existem mecanismos de coordenação para assegurar que o fluxo entre EA e EDS se mantenha. 21 45 Em 2012, no Rio de Janeiro, a Conferência da ONU Rio+20 buscou-se renovar e relembrar o compromisso político com o desenvolvimento sustentável... ... dois temas centrais da Rio+20 22 22 United Nations 2012 - Resolution adopted by the General Assembly on 27 July 2012, July 2012. http://www.un.org/ga/search/view_doc.asp?symbol=A/RES/66/288&Lang=E. Acessado em 20 de outubro2016 23 Carlos Alfredo Joly, coordenador do Programa BIOTA-FAPESP – Agência FAPESP. Acesso em 22/jan/2017 http://agencia.fapesp.br/cientistas_fazem_balanco_dos_resultados_da_rio20/16082/ • a economia verde - no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza e a estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável; • a estrutura institucional - formas para melhorar a coordenação e a eficácia das atividades desenvolvidas pelas diversas instituições do sistema ONU que se dedicam aos diferentes pilares do desenvolvimento sustentável (econômico, social e ambiental). No documento “O futuro que queremos” somente uma página (final da pág. 48 até o final da 49) se refere explicita e diretamente à educação (não é usado o termo “educação ambiental”, mas fala-se simplesmente em “educação”)... não reivindica-reafirma todos os princípios filosófico- pedagógicos da educação ambiental que foram construídos no âmbito das conferências patrocinadas pela ONU desde a realizada em Estocolmo em 1972 Documento genérico que não determina metas e prazos e não estabelece uma agenda de transição para uma economia mais verde ou uma sustentabilidade maior da economia 23 46 ... em 25 de setembro de 2015, a ONU reuniu 150 líderes mundiais para criar uma nova agenda, a Transforming our world: a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, composta por 17 objetivos de desenvolvimento sustentável (Metas Globais) e 169 metas a serem alcançadas até o ano 2030... 26 26 United Nations 2015 -Transforming Our World: The 2030 Agenda for Sustainable Development, United Nations. 27 United Nations 2016 - The Sustainable Development Agenda, January 2016. [Online]. Acessado em 22/maio/2016 em http://www.un.org/sustainabledevelopment/development-agenda/ ...plano de ação para as pessoas, o planeta e a prosperidade. objetivos e metas serão analisadas e avaliadas de acordo com indicadores globais, complementados por indicadores regionais e nacionais, a serem desenvolvidos pelos Estados membros, sempre sob a supervisão e o apoio das Nações Unidas; os direitos e deveres dos Estados, mas de acordo com o direito internacional; os países têm a responsabilidade primária de fazer o acompanhamento e a revisão dos progressos realizados na implementação dos objetivos. 27 47 28 UNCHS-Habitat 1996 - An urbanizing world : global report on human settlements. United Nations Centre for Human Settlements. HT65.U73 1996 96-1388 307.76-dc20 - ISBN 0-19-823346-9 (Pbk) ISBN 0-19-823347-7 O grande desafio do Milênio... 28 Outubro de 2011 a população mundial atingiu a marca de 7 bilhões 48 12/03/2018 13 Em regiões já desenvolvidas, um movimento contrário tem sido observado. No leste europeu e na Comunidade de Estados Independentes (CEI) observou-se um declínio no crescimento populacional nos centros urbanos, e um movimento de mudança da população em direção para áreas rurais, pela primeira vez nos últimos 50 anos. ¾ da população da AL e Caribe estão em centros urbanos, e projeções indicam que haverá uma duplicação dessa população entre 2000 e 2025. Pela primeira vez na história da humanidade a grande maioria dos 7 bilhões de habitantes do planeta vivem em centros urbanos. 49 As políticas ambientais que foram promulgadas no Brasil desde a década de 1970, apresentam-se, de maneira geral, vinculadas aos Acordos Internacionais dos quais o Brasil é signatário... ...que criou leis e programas com o objetivo de cumprir as metas propostas pelos Acordos Internacionais propostos em grandes eventos ambientais. Década de 1960 Década de 1970 Década de 1980 Década de 1990 Século XXI Como atingir o Desenvolvimento Sustentável a partir de uma Educação para a Sustentabilidade? 50
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