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Desenvolvimento Sustentável e Educação

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12/03/2018
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Do Desenvolvimento 
Sustentável à Educação para a 
Sustentabilidade
Educação Ambiental ACH 4038
Prof.ª Dr.ª Rosely Aparecida Liguori Imbernon
1
Décadas de 1960 e 1970 foram um grande marco no 
cenário de debates mundiais sobre meio ambiente, e 
promoveram mudanças significativas em nossa 
sociedade; mudanças políticas, culturais, sociais...
Donald Worster, em seu livro 
Natures’s economy: a history 
of ecological ideas, de 1992, 
aponta que a explosão da 
primeira bomba atômica como 
teste, no deserto do Novo 
México, EUA, e, dois meses 
após, a explosão sobre 
Hiroshima e Nagasaki, 
marcam o momento em que a 
humanidade se conscientiza 
da possibilidade de destruição 
completa do planeta. 
2
The population bomb (1968)
Silent Spring (1962) de Rachel Carson
Suas 44 edições sucessivas 
apontavam para o problema com 
os pesticidas na agricultura e o 
desaparecimento de espécies. 
OBS: Somente em 2000 a Assembleia Geral das 
Nações Unidas considerou nocivos ao meio 
ambiente e à saúde 8 pesticidas, que foram 
banidos pelos países signatários 3
...o mundo tinha pessoas demais, e milhões 
morreriam de fome, se não houvesse um controle do 
aumento populacional.
A Blueprint for Survival, de Edward 
Goldsmith, Ecologist (1972) 
Tragedy of the Commons de Garret 
Hardin, Science (1968)
No início dos anos 1970 os trabalhos e debates 
cresceram em número e importância, e, com a crise 
do petróleo vários países se direcionam para a 
produção de energia a partir de combustível nuclear...
- no uso de recursos naturais de propriedade comum; 
- a ambição de usufruí-los individualmente, em detrimento 
do interesse geral a curto ou a longo prazo;
- sem regulação, eventualmente, gerar esgotamento, 
independentemente da intenção de cada usuário
"tragédia dos recursos de propriedade comum"
... propõe um programa, incluindo as mudanças que 
precisam ser produzidas, e as etapas necessárias para 
alcançar uma sociedade mais estável e sustentável
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1968 - O Programa 
MaB / UNESCO
O Programa Homem e 
Biosfera (MaB – Man and 
the Biosphere) foi criado 
como resultado da 
"Conferência sobre a 
Biosfera" realizada pela 
UNESCO em Paris em 
setembro de 1968, e 
lançado em 1971, é um 
programa de cooperação 
científica internacional 
sobre as interações entre 
o homem e seu meio. 
O objetivo central do Programa MaB é 
promover o conhecimento, a prática e 
os valores humanos para implementar 
as boas relações entre as populações e 
o meio ambiente em todo o planeta.
5
O relatório Limits to Growth de Meadows et al. (1972) ou o 1º Relatório do Clube de Roma
A partir de modelagem computadorizada, buscaram 
responder a seguinte questão:
“Qual será a situação do planeta Terra se a 
humanidade continuar no mesmo ritmo de 
relação física, econômica e social que 
caracteriza a atual sociedade de consumo?”
Os autores apresentam um cenário futuro em que o crescimento 
econômico é impossibilitado devido a exaustão dos recursos 
naturais; propõe o crescimento econômico zero, ponto 
discordante entre países desenvolvidos e em desenvolvimento
Em 1968 o Clube de Roma, fundado pelo industrial italiano Aurelio Peccei e pelo cientista 
escocês Alexander King, reune um grupo de 30 especialistas dentre profissionais, empresários, 
diplomatas, cientistas, educadores, humanistas, economistas e altos funcionários 
governamentais de dez países diversos que se reuniram para tratar de assuntos relacionados 
ao uso indiscriminado dos recursos naturais do meio ambiente em termos mundiais
6
• Em 1970 o uso pela primeira vez da expressão enviromental education nos 
EUA; 
• e em 30 de outubro do mesmo ano o presidente Richard Nixon assina a Lei 
Pública 101-619, que estabelece a Lei de Educação Ambiental (EEA); criado o 
Departamento Federal de Educação Ambiental (OEE) no Departamento de 
Saúde, Educação e Bem-Estar para conceder bolsas para o desenvolvimento 
de currículos ambientais e formação de professores; o Congresso americano 
transfere o OEE para o recém-formado Departamento de Educação em 1979. 
• É a primeira nação que aprova uma legislação sobre Educação Ambiental.
• A National Audubon Society publica A place to live, composto por um manual 
para professores e outro para alunos para a exploração de vestígios da natureza 
nas cidades, um clássico da Educação Ambiental
Dos debates ambientais à Educação ...
• Em 1965 é utilizada a expressão “Educação Ambiental” na Conferência de 
Educação da Universidade de Keele, na Grã Bretanha.
7
... e o tema da sobrevivência da humanidade entra oficialmente no cenário 
mundial com a consolidação do debate ambiental mundial.
Em 1972 a Primeira Conferência das Nações Unidas sobre Meio 
Ambiente, realizada em Estocolmo, Suécia, introduz de forma definitiva 
na agenda internacional o fator meio ambiente nas questões relativas 
ao desenvolvimento econômico ...
8
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1º Relatório do Clube de Roma: pela 
postura neomalthusiana; e apontava 
como possíveis caminhos o controle 
populacional e a redução do 
crescimento econômico ...
A Conferência da ONU encontra 
animosidades e conflitos, 
por conta de dois documentos
O livro Uma terra somente: a preservação de 
um pequeno planeta, de Barbara Ward e René 
Jules Dubos, um relatório não oficial da reunião 
de Estocolmo de 1972, que apresentava 
reflexões, impressões e observações de 
consultores convidados* de diversos países
* Consultores brasileiros: Edgar Julius Barbosa Arp (Grupo Indl. Arp, RJ); Carlos Chagas (diretor Inst. Biofísca 
UFRJ, RJ); Francisco M. Salzano (Prof. Genética, Inst. Biociências, UFRGS, Porto Alegre) 9
constata-se um imperativo urgente, que às portas da completa colonização do 
planeta, era necessário aprender a manejá-lo, e o homem deveria aceitar a 
responsabilidade de administrar* a Terra.
*administrar implica, naturalmente, governar para o bem comum.
As opiniões dos consultores de diferentes países divergiam de forma complexa:
Alguns paradoxos foram que especialistas consultores, de países altamente 
industrializados, advogaram o retorno à uma economia essencialmente agrícola, 
discordando que a tecnologia fosse o caminho para o futuro.
... dois consultores, de diferentes países asiáticos, sugeriram que pouco progresso 
seria atingido tanto no desenvolvimentos econômico, quanto no meio ambiente até 
que cada nação não tivesse aprendido como controlar seu próprio ecossistema;
1 Ward, B. e Dubos, R. J. 1973 “Uma Terra somente: A preservação de um pequeno planeta”, Edgar Blücher Ltda. Ed. 270 p.
... ... há uma grande variedade de mundos dentro do nosso 
mundo. Único, teórico, cada um diferindo do outro, não somente 
nas características físicas e na estrutura econômica, mas, e isso 
talvez seja o mais importante, nas tradições culturais e nas 
aspirações 1
10
Posição do Brasil na 
Conferência da ONU 
em Estocolmo, 1972
O governo brasileiro, sob o domínio militar, vivia uma expansão industrial, e não 
poupava esforços no sentido de uma produção acelerada, ainda que isso 
viesse a comprometer o meio ambiente.
O governo do Brasil liderou o bloco de países em 
desenvolvimento que tinham uma posição de 
resistência ao reconhecimento da importância da 
problemática ambiental e que se negavam a 
reconhecer, por exemplo, a explosão demográfica 2
2 Viola, E. e Reis, H. R. 1992 “A evolução das políticas ambientais no Brasil, 1971-1991: do bissetorialismo preservacionista para 
o multissetorialismo orientado para o desenvolvimento sustentável”. In: HOGAN,D. e VIERA, P. (org.) Dilemas Socioambientais e 
Desenvolvimento Sustentável , Campinas, Ed. UNICAMP. p. 30.
... bem vindos à poluição, estamos abertos 
a ela. O Brasil é um país que não tem 
restrições, temos várias cidades que 
receberiam de braços abertos a sua 
poluição, porque nós queremos empregos, 
dólares para o nosso desenvolvimento!
11
... seção intitulada "O Brasil: o 
gigante adormecido que pode 
morrerem breve" (pp. 128-137), 
Ehrlich critica o Brasil não apenas 
pelo crescimento populacional, mas 
também pela adoção de um modelo 
de crescimento acelerado, baseado 
em grandes unidades de produção 
e no consumo abundante de 
energia, o "milagre brasileiro" da 
década de 1970
The end of affluence (1974) de P. Ehrlich
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4
Declaração de Estocolmo (Declaração das Nações 
Unidas sobre o Meio Ambiente)
3 Le Prestre, P. Ecopolítica Internacional. Trad. Jacob Gorender. 2ª ed. São Paulo: SENAC, 2005. p. 174-175. 
Preâmbulo 7 pontos principais, além 
de 26 princípios referentes a 
comportamentos e responsabilidades
nortear decisões relativas à 
questão ambiental, com o 
objetivo de “garantir um quadro 
de vida adequado e a perenidade 
dos recursos naturais” 3
13
Plano de Ação para o Meio Ambiente cujo 
foco em três grandes tipos de políticas 4
(a) as relativas à avaliação do meio ambiente 
mundial, o denominado ‘Plano Vigia’ 
(Earthwatch); 
(b) as de gestão do meio ambiente; e 
(c) as relacionadas às medidas de apoio (como 
a informação, educação e formação de 
especialistas)
4 SOARES, Guido Fernando Silva. Dos anos 60 à Conferência da ONU de 1972 (Estocolmo). In: Direito internacional do meio 
ambiente – emergências, obrigações e responsabilidades. 2ªed. São Paulo: Atlas, 2003. p. 54.
... instituição de um organismo especialmente dedicado a coordenar 
as atividades da ONU no âmbito do meio ambiente, o Programa das 
Nações Unidas sobre o Meio Ambiente (PNUMA), o qual deveria agir 
como catalisador e zelar pela implementação do programa de ação.
o tema qualidade ambiental passou a integrar os debates e agendas 
políticas das nações, e passou a ser considerado como um direito 
fundamental, essencial para a melhoria da qualidade da vida humana
Direitos Humanos Meio Ambiente
A Recomendação 96 da Conferência de 
Estocolmo sobre o Ambiente Humano 
aponta o desenvolvimento da Educação 
Ambiental como um dos elementos mais 
críticos para que se possa combater 
rapidamente a crise ambiental do mundo. 
Esta nova Educação Ambiental deve ser 
baseada e fortemente relacionada aos 
princípios básicos delineados na 
Declaração das Nações Unidas na “Nova 
Ordem Econômicas Mundial”.
14
Abandona-se a premissa do Primeiro Relatório, de um sistema global homogêneo, para 
conceber o mundo como um todo inter-relacionado. 
não apoia uma das conclusões do 
primeiro relatório, de frear 
completamente o crescimento
Um segundo Relatório do Clube de Roma, produzido por Misarovic e Pestel em 1974, 
denominado A Humanidade na Encruzilhada, é baseado em uma metodologia diferente da 
técnica da dinâmica de sistemas, opera mediante uma situação casual e outra de decisão, no 
diálogo homem-computador. 
proposta de impulsionar um crescimento 
orgânico, em detrimento a um 
crescimento indiferenciado
requer uma estratégia global baseada no desenvolvimento equilibrado 
e diferenciado, e uma urgente necessidade de cooperação global: "ou 
continuar ao longo de uma trajetória de um crescimento canceroso 
não diferenciado, ou iniciar-se no caminho do crescimento orgânico“ 5
5 Mesarovic, M. e Pestel, E. La Humanidad en la Encrucijada - Segundo Informe Club de Roma. (México, Fundo de Cultura 
Económica, 1975) pág. 32. 
15
Um terceiro Relatório do Clube de Roma, 
denominado Reshaping the International Order 
(Reestruturação da Ordem Internacional), o Relatório 
RIO, coordenado pelo economista e prêmio Nobel 
(1976) Tinbergen, foi apresentado em 1974
reduzir as 
desigualdades 
existentes, e a 
redistribuição das 
oportunidades globais
estabelecimento de 
uma ordem que 
diminua a distância 
entre os ricos e os 
pobres
modelo de desenvolvimento 
que visa ao bem-estar de todos
a satisfação das necessidades
a erradicação da pobreza 
o desenvolvimento autônomo 
o exercício do poder público 
o ecodesenvolvimento equilibrado, a partir de um 
sistema de planejamento mundial dos recursos 16
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• Em 1974 no Brasil houve uma reunião patrocinada pelo Clube 
de Roma e do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de 
Janeiro para debates com diversos especialistas latino-
americanos, e foi duramente criticado; 
• Clube de Roma conseguiu fundos doados pelo Instituto de 
Desenvolvimento Internacional do Canadá, e especialistas 
reuniram-se na Fundação Bariloche, na Argentina;
• esta equipe, dirigida por Amílcar Herrera, que apresentou um 
relatório de investigação como um "modelo alternativo“; tem 
uma base utópica, e é conhecido, também, como o Modelo 
Mundial Latino-americano (MML), e foi publicado em 1976
Os impactos dos relatórios do Clube de Roma no Brasil e América Latina:
os três relatórios do Clube de 
Roma desempenharam um 
importante papel nos 
debates ambientais: 6
6 Santamaria Campos, B. Ecología y Poder: el discurso medioambiental como mercancía. Madrid, Los Libros de la 
Catarata, 2006.
 coloca em evidência a crise da ideia de progresso;
 questiona o conceito de desenvolvimento entendido como 
crescimento;
 apresenta uma posição crítica sobre as possibilidades 
que oferecem verdadeiramente a ciência e a tecnologia
17
1975 - Em outubro é realizado o Seminário Internacional de Educação 
Ambiental em Belgrado, Iugoslávia, promovido pela Organização das Nações 
Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), com especialistas 
de 65 países, e representa um marco conceitual no tratamento das questões 
ambientais, e produziu um documento denominado “Carta de Belgrado”. 
1974 - Seminário de Educação Ambiental em Jammi, Finlândia onde há o 
reconhecimento da Educação Ambiental como educação integral e permanente 
Adaptado a partir de http://fiosdegaia.com.br/ acesso em 06 de fevereiro de 2017
A falta de proposições concretas e uma visão 
pouco realística foram as críticas mais 
frequentes à Carta de Belgrado
18
Em 1977, a UNESCO e o 
PNUMA realizaram a 
1ª Conferencia 
Intergovernamental sobre 
Educação Ambiental, em Tbilisi 
na Geórgia (ex-URSS): 
especialistas de todo o mundo 
definiram os princípios e 
objetivos da educação ambiental, 
além de ratificarem muitos dos 
termos propostos em Belgrado, 
formularam 41 recomendações 
para a atuação internacional e 
regional sobre o tema:
“dirigir-se a pessoas de todas as 
idades, a todos os níveis, na educação 
formal e não formal. A EA devidamente 
entendida, deveria constituir uma 
educação permanente, geral, que reaja 
às mudanças que se reproduzam em 
um mundo em rápida evolução”.
“dimensão dada ao conteúdo e à 
prática de educação, orientada para a 
resolução dos problemas concretos do 
meio ambiente, através de um enfoque 
interdisciplinar e de uma participação 
ativa e responsável de cada indivíduo e 
da coletividade”. 
19
A Recomendação nº. 8 
especifica três setores da 
população aos quais a EA 
deve ser endereçada
A Recomendação nº. 10 é endereçada 
à formação de profissionais cujas 
atividades repercutem de maneira 
importante, direta ou indiretamente, no 
meio ambiente, e recomenda um 
programa comum interdisciplinar de 
estudos ambientais vinculados tanto ao 
ambiente natural como ao urbano e que 
estejam relacionados com essas 
profissões. Recomenda também uma 
atenção especial quando da elaboração 
de metodologias e de mecanismos 
institucionais para atender a esse 
objetivo.
A Recomendação nº. 11 estabelece para 
esses profissionais dois programas diferentes 
de EA: 
1. programas de formação complementar e 
de formação prática, ou programas de 
formação permanente que lhes permitam 
estabelecer relações mais adequadas 
sobre uma base interdisciplinar; 
2. programas pós-universitários destinados a 
pessoal já especializado em algumas 
disciplinas.
Dentre as Recomendações...
1. a educação do público em geral; 
2. a educação de grupos profissionais ou sociais 
específicos, cujas atividades e influência 
tenham repercussões sobre o meio ambiente;
3. a formação de determinadosgrupos de 
profissionais e cientistas que se ocupam de 
problemas ambientais específicos.
O método de formação eficaz, segundo a 
Recomendação nº. 11, é o que adota um 
enfoque pluridisciplinar, centralizado na 
solução dos problemas e no sistema de 
equipes multidisciplinares integradas, 
permitindo a formação de especialistas que, 
depois de adquirirem uma formação 
interdisciplinar, acrescentarão às suas 
próprias capacidades a aptidão para 
atuarem como membros de equipes 
multidisciplinares.
20
http://fiosdegaia.com.br/
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6
1973 - Secretaria Especial do Meio Ambiente - SEMA, no âmbito do Ministério do Interior, que 
entre outras atividades, responsabiliza-se pela Educação Ambiental
1977 - SEMA constitui um grupo de trabalho para elaboração de um documento de Educação 
Ambiental para definir seu papel no contexto brasileiro
Seminários Encontros e debates preparatórios à Conferência de Tbilisi são realizados 
pela FEEMARJ
A disciplina Ciências Ambientais passa a ser obrigatória nos cursos de Engenharia
No Brasil...
1978 - Criação de cursos voltados para as questões ambientais em várias universidades.
Cursos de Engenharia Sanitária inserem-se a disciplina de Saneamento Ambiental
Propaganda do Ministério do Interior publicada no final de 1970 oferecendo apoio 
do governo federal para projetos econômicos na Amazônia.
... tirar proveito das 
riquezas da Amazônia.
21
Décadas de 1950 e 1960 Desenvolvimento como sinônimo de 
crescimento econômico (PIB)
... necessário incorporar 
variáveis sociais e políticas, para 
superar as desigualdades entre 
países desenvolvidos e em 
desenvolvimento 8
Divisão entre países desenvolvidos 
e em desenvolvimento
baixo crescimento populacional e acelerada mudança tecnológica, o 
progresso tecnológico, resultariam em um crescimento econômico
Década de 1970 antes da 
Conferência de Estocolmo de 1972
Comissão Econômica para a 
América Latina - CEPAL critica o 
conceito de desenvolvimento que 
considera somente aspectos 
econômicos como o PIB ...
8 Cardoso, F.H. e Faletto, E. 1970 Dependência e Desenvolvimento na América Latina: Ensaio de Interpretação Sociológica. 7º 
ed. Rio de Janeiro: Editora LTC, 1970.
O quanto produziam, e o quanto eram 
industrializados, não se levava em conta 
o quanto eram poluidores
Alemanha, Noruega 
consideravam a necessidade 
da proteção ambiental
China, Brasil não queriam 
restrições à sua produção
22
Década de 1980 – continuidade à 
incorporação de novos aspectos ao 
conceito de desenvolvimento
9 Sachs, I. 2002 Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável. Rio de Janeiro: Garamond.
Equacionar trade off...
...a integração do mundo pelos Tratados 
Internacionais e Conferências Mundiais sobre 
questões ambientais
... Ignacy Sachs - conceito 
de ecodesenvolvimento 
para embasar projetos do 
PNUMA ... 9
A Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento – CMMAD, 
presidida por Gro Harlem Brundtland, à época primeira-ministra da Noruega. 
... 1983 a Assembleia Geral da ONU, 
após uma avaliação dos 10 anos da 
Conferência de Estocolmo realizada 
em 1972, cria uma comissão com o 
objetivo de promover audiências em 
todo o mundo e produzir um resultado 
formal das discussões.
23
O trabalho produzido por essa Comissão, e apresentado em 1987, Our Common 
Future (Nosso Futuro Comum) ou Relatório Brundtland, apresentou um novo olhar 
sobre o desenvolvimento. 
A proposta buscava resolver a divisão entre países 
desenvolvidos e países em desenvolvimento; e 
equacionar a dicotomia entre crescimento econômico 
versus proteção ambiental, a partir de 2 ideias 
centrais:
10 Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD) 1991 - Nosso futuro comum. Rio de 
Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1991, p. 122-125
... que as 
necessidades, 
principalmente dos 
mais pobres do mundo, 
devem ser prioritárias
... e das limitações, sobretudo 
das tecnologias e da organização 
social impostas ao meio 
ambiente, que “o” impedem de 
satisfazer às necessidades 
presentes e futuras 10
processo que “satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a 
capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades.
O relatório dedica especial atenção à 
educação em geral, e à EA em especial, 
como meios para alcançar o 
desenvolvimento sustentável, pois a 
compreensão dos processos ambientais e 
de desenvolvimento da maioria das 
pessoas se fundamenta em crenças 
tradicionais e em informações transmitidas 
pela educação convencional14
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1980 Seminário Regional Europeu sobre EA , para Europa e América do Norte - a importância 
do intercâmbio de informações e experiências.
1980 Seminário Regional sobre EA nos Estados Árabes, Manama, Bahrein. UNESCO-PNUMA.
1980 Primeira Conferência Asiática sobre EA, Nova Delhi, Índia
EA discutida em vários continentes ...
Em 1987, em Moscou, na ex-URSS, se realiza a 2ª 
Conferência Internacional sobre Educação Ambiental 
reunindo educadores ambientais de 100 países 
vinculados à organizações não governamentais 
(ONG’s)... 
... reforçou os princípios e objetivos traçados em Tbilisi, na 
qual a educação ambiental deveria formar os indivíduos, 
desenvolver habilidades e disseminar valores e princípios 
que permitissem à sociedade elaborar propostas para 
solução dos problemas ambientais. 
O documento elaborado foi composto de duas partes, 
a primeira apresenta necessidades e prioridades do 
desenvolvimento da educação e formação ambiental; 
e a segunda aponta elementos para uma estratégia 
internacional de ação para a década de 1990.
Os temas como “desarmamento”, “acordos 
de paz entre URSS e EUA”, “democracia e 
liberdade de opinião” permeavam as 
discussões ... (a então União Soviética vivia 
o início da Perestroika e da Glasnost)
25
O cenário brasileiro durante a década de 1980... 
... em 31 de agosto de 1981 foi sancionada a Lei nº 6.938, que 
dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, que já adotava 
como um de seus princípios “a educação ambiental a todos os 
níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando 
capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente”.
Em 1974 o governo do General Ernesto Geisel assume a presidência com o 
projeto de “distensão lenta, segura e gradual”, que resulta em 1985 com a extinção 
da ditadura militar, durante o mandato do General João Baptista Figueiredo.
... o direito à educação ambiental também é previsto 
na Constituição Federal de 1988 (CF/88), no capítulo 
VI – Do Meio Ambiente, art. 225, que incumbe ao 
poder público o dever “promover a educação ambiental 
em todos os níveis de ensino e a conscientização 
pública para a preservação do meio ambiente”. 
O dever do Poder Público não isenta a 
responsabilidade individual e coletiva, no tocante ao 
meio ambiente, pois a CF/88 também impõe “à 
coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para 
as presentes e futuras gerações”.
26
1988 - A Secretaria de Estado do Meio Ambiente de SP e a CETESB , publicam a 
edição piloto do livro “Educação Ambiental” Guia para professores de 1º e 2º Graus.
1989 - Criação do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio 
Ambiente), pela fusão da SEMA, SUDEPE, SUDEHVEA 
e IBDF. Nele funciona a Divisão de Educação 
Ambiental.
1989 – Criado o Fundo Nacional de Meio Ambiente FNMA no 
Ministério do Meio Ambiente MMA
27
20 anos após Estocolmo, 15 anos depois de Tbilisi, 9 anos após “Nosso futuro 
comum”, e 5 anos após Moscou ...
Em 1992, no Rio de Janeiro, realiza-se a Conferencia das Nações Unidas sobre Meio 
Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92 ou Eco-92), que se transformou num momento 
especial também para a evolução da Educação Ambiental. 28
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Tratado de Educação Ambiental para 
Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade 
Global documento escrito por cerca de 500 
pessoas, segundo dados divulgados pela 
ONU, de diversas nacionalidades que juntasdecidiram como e quais os mandamentos 
para se aplicar educação ambiental ao redor 
do mundo de forma a transformar 
comunidades e os cidadãos.
... presença maciça de Chefes de Estado, 
fator indicativo da importância atribuída à 
questão ambiental no início da década de 
1990...
.. um encontro paralelo 
realizado pelas 
organizações não 
governamentais 
(ONG’s) o Fórum Global 
que produziu um 
documento importante:
29 Adaptado a partir de http://fiosdegaia.com.br/ acesso em 06 de fevereiro de 2017 30
1987 Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas 
propôs um documento que defendesse os interesses sustentáveis, a paz e a justiça 
socioeconômica...
... em 1992, a Carta da Terra foi retomada e discutida durante a Rio-92, porém sem atingir 
um consenso.
ONG’s apoiadas pelo governo da Holanda retomaram a proposta e elaboraram um primeiro 
texto.
Em 1995, foi criada em Haia a Comissão da Carta da Terra, que durante 2 anos realizou 
consulta mundial.
Em 1997 o primeiro esboço foi apresentado, sob a coordenação de Maurice Strong (ONU) 
e Mikhail Gorbachev (Cruz Verde Internacional)
Entre 1998-1999 mais de 10 mil pessoas debateram o texto em 46 países.
Março de 2000 a Carta da Terra foi ratificada
Adaptado a partir de http://fiosdegaia.com.br/ acesso em 06 de fevereiro de 2017
CARTA DA TERRA
31
Resolução nº 44/228 da Assembleia 
Geral da ONU, de 22-12-89, estabelece 
uma abordagem equilibrada e integrada 
das questões relativas a meio ambiente 
e desenvolvimento
O principal documento 
aprovado durante a Rio-92 
foi a Agenda 21
40 Capítulos é um 
instrumento de 
planejamento participativo 
1. às diversas questões sociais e ambientais 
de caráter planetário (erradicação da 
pobreza, proteção da atmosfera, 
conservação da biodiversidade etc.); 
2. ao fortalecimento dos principais grupos de 
parceiros para implantar as ações 
recomendadas (ONGs, governos locais, 
comunidade científica e tecnológica, 
sindicatos, indústria e comércio etc.); e 
3. aos meios de implementação, como 
mecanismos financeiros, desenvolvimento 
científico e tecnológico, cooperação 
internacional e a promoção do ensino.
Concretizava lema da Rio 92: “pensar 
globalmente, agir localmente ”.
32
CAPÍTULO 36: - Promoção do ensino, da 
conscientização e do treinamento
http://fiosdegaia.com.br/
http://fiosdegaia.com.br/
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1992 – criada a Comissão de Desenvolvimento Sustentável (CDS) para acompanhar e avaliar 
a implantação das áreas de programas e atividades recomendadas pela Agenda 21 e a 
cooperação internacional relacionada com elas.
1994 – a coordenação das atividades do Capítulo 36 da Agenda são assumidas pela 
UNESCO, que promove uma iniciativa internacional denominada Educação para o Futuro 
Sustentável, com o propósito de reforçar os objetivos, as propostas e as recomendações 
constantes nesse capítulo.
1997 - realizada a 1ª Conferência Nacional de Educação 
Ambiental (CNEA), que resgata a sabedoria acumulada 
de 20 anos de Tbilisi: resulta em uma construção coletiva, 
que reafirmou a educação ambiental como o espaço de 
criação da ecocidadania, e cria um espaço para reflexão 
sobre as práticas da educação ambiental no Brasil, 
avaliando suas tendências e identificando as perspectivas 
e estratégias futuras.
DECLARAÇÃO DE BRASÍLIA PARA 
A EDUCAÇÃO AMBIENTALNo Brasil...
33
Capítulo 36 da Agenda 21 Promoção do Ensino, da Conscientização e do Treinamento
a. Reorientação do ensino no sentido do desenvolvimento sustentável;
b. Aumento da consciência pública;
c. Promoção do treinamento.
A educação ambiental tornou-se obrigatória por meio da Lei n. 9.795 de 27 de 
abril de 1999...
o art. 2º afirma: “A educação ambiental é um componente essencial e 
permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma 
articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter 
formal e não-formal”.
Adaptado a partir de http://fiosdegaia.com.br/ acesso em 06 de fevereiro de 2017
34
Educação Agenda 21
Agenda 21 Escolar
O Programa “Vamos Cuidar do Brasil com 
as escolas” orientou a implantação da 
Agenda 21 Escolar, com o documento 
publicado em 2007:
... em 2003 com a regulamentação da PNEA
“Consumo Sustentável: manual de 
educação”, e o “Com-Vida / Agenda 21”, que 
enfatiza a reflexão da EA na perspectiva 
política, pedagógica e sustentável...
35
Ações do Ministério da Educação voltadas à Educação Ambiental: 
(i) 1997 - os Parâmetros Curriculares 
Nacionais, elaborados em 1997, que 
incluem, entre as dimensões transversais, 
o meio ambiente
(ii) 1999 - os Parâmetros 
em Ação-Meio Ambiente na 
Escola e o Programa de 
Formação Continuada de 
Professores 
(iv) 2003 e 2006 - a realização da I e II 
Conferência Nacional Infanto-Juvenil pelo Meio 
Ambiente, desenvolvidas pelo Órgão Gestor da 
Política Nacional de Educação Ambiental
(iii) 2001 - a inclusão da Educação 
Ambiental no Censo Escolar 
(v) a formação continuada de professores 
em Educação Ambiental, no âmbito do 
programa denominado Vamos Cuidar do 
Brasil com as Escolas
36
http://fiosdegaia.com.br/
12/03/2018
10
Educação formal ...
• objetivo da proposta era que os TTs 
fossem debatidos no âmbito das 
disciplinas e a “transversalidade” 
garantiria que os temas não fossem 
contemplados por apenas uma área 
do conhecimento, ou que 
constituíssem novas áreas, em 
outros termos, como “disciplinas”. 
Ética
Orientação Sexual 
Meio Ambiente
Saúde
Pluralidade Cultural 
Trabalho e Consumo 
• a inclusão dos Temas Transversais – TTs no currículo 
do ensino fundamental denotava a preocupação com 
a “formação integral do aluno”, como cidadão que 
irá atuar na sociedade; 
• os TTs, devem estar centrados em “questões sociais 
consideradas relevantes”, “problemáticas sociais 
atuais e urgentes, consideradas de abrangência 
nacional e até mesmo de caráter universal” (BRASIL, 
1997, p.64) 13
13 Brasil Secretaria de Educação Fundamental 1997 - Parâmetros curriculares nacionais : apresentação dos temas transversais 
Secretaria de Educação Fundamental – Brasília : MEC/SEF, 1997. 146p.
Resolução nº 02 de 15 de junho de 2012 CNE - MINISTÉRIO DA 
EDUCAÇÃO Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e 
Diversidade Diretoria de Educação Integral, Direitos Humanos e Cidadania 
Coordenação-Geral de Educação Ambiental Assunto - 2012 – Proposta de 
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental. Acesso 
http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/publicacao13.pdf Acesso em 10 fev. 
2017.
37
Educação Ambiental 
Educação para o 
Desenvolvimento Sustentável 
38
• em 1995 encerram-se as atividades do PIEA;
• em1996, com base em uma avaliação sobre o 
progresso geral alcançado pelas áreas de 
programas do Capítulo 36 da Agenda 21, a CDS, 
modificaria a atuação da UNESCO e do PNUMA 
em relação à EA, propõe novas prioridades 
constantes em três objetivos fundamentais: 
14 ASAMBLEA GENERAL DE LAS NACIONES UNIDAS 1997 - Conferencia internacional sobre medio ambiente y 
sociedad: educación y sensibilización para la sostenibilidad (Declaración de Salónica). Salónica: ONU, 1997. Disponível 
em: http://www.jmarcano.com/educa/docs/salonica.html. Acesso em: 30 jan/2017 17 h 41 min.
1. reorientar a educação básica para o 
desenvolvimento sustentável, por 
meio de uma reforma do ensino em 
seu conjunto, e não apenas por meio 
de modificações nos planos de 
estudos vigentes ou pela adição de 
novos componentes;
2. aumentar a consciência do público, 
uma vez que o apoio e a participação 
da população é um fator cada vez 
mais importante para as mudanças 
que esse tipo de desenvolvimento 
requer; e 
3. fomentar capacitação para que se 
possa contar com os recursos 
humanos necessários para planejar e 
aplicar o desenvolvimento sustentável 
nos diversos setores da atividade 
humana.18
• em 1997, a Assembleia Geral da ONU, com base 
nessa avaliação da CDS, adota um programa paraimplantar a Agenda 21, na qual os temas do 
Capítulo 36 passaram a ter as prioridades citadas 
e usa as expressões educação para a 
sustentabilidade e educação para o futuro 
sustentável, cujos temas centrais incluem, entre 
outros, a educação permanente, a educação 
interdisciplinar e a educação multicultural, e a 
UNESCO tem a tarefa de desenvolver esse novo 
conceito de educação 14
39
Agenda 21, estabeleceu a necessidade de cada país comprometer-se global e 
localmente a encontrar soluções para a solução dos problemas sociais e 
ambientais do planeta, por todas as organizações, e em junho de 1997, uma 
primeira conferência teve lugar na sede das Nações Unidas em Nova York, cinco 
anos após a Rio-92...
...em setembro de 2000, a Declaração do Milênio das Nações Unidas, foi 
aprovada pela Assembleia Geral da ONU, que estabeleceu os seguintes 
valores essenciais: a liberdade; igualdade; solidariedade; tolerância; o
respeito pela natureza e a responsabilidade compartilhada como 
fundamentais nas relações entre os países do século XXI. 15
15 Nations, The Millennium Development Goals Report, United Nations, New York, 2015. 
Para pôr em prática 
estes valores 
essenciais, foram 
estabelecidos 8 
objetivos a se 
atingir até 2015, os 
Objetivos de 
Desenvolvimento 
do Milênio
40
12/03/2018
11
A Resolução nº 57/254 de dezembro/2002 proclama a 
Década da Educação das Nações Unidas para o 
Desenvolvimento Sustentável, de 2005 a 2014, tendo a 
UNESCO como responsável pelos programas propostos. 
Entre agosto e setembro 2002, 
ocorre em Johannesburgo a Rio+10 
O documento THE JOHANNESBURG DECLARATION 
demonstra poucas diferenças com as propostas da Rio-92. 
2003 - A UNESCO contribui para a Governança Global Ambiental (GGA) através da 
Educação para o Desenvolvimento Sustentável (EDS), promoveu ações e debates na 
Bacia Amazônica relacionados principalmente com o Programa Latino-Americano e 
Caribenho de Educação Ambiental (PLACEA), no âmbito da Iniciativa Latino Americana e 
Caribenha de Desenvolvimento Sustentável (ILAC), proposta pela Venezuela em 2003, e 
o Plano Andinoamazônico de Comunicação e Educação Ambiental (PANACEA), proposto 
pelo Peru em 2005. O Brasil, juntamente com outros países da América Latina e do 
Caribe, assumiu compromissos internacionais com a implementação destes programas.
41
... até a Cúpula da Terra, o termo utilizado foi Educação Ambiental e seu significado sempre 
foi focado nos problemas e preocupações ambientais (poluição, ameaça nuclear, resíduos 
tóxicos, etc.), sem deixar em segundo plano questões sociais e econômicas. 
EDUCAÇÃO AMBIENTAL - EA EDUCAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO 
SUSTENTÁVEL - EDS 
Década de 1970... Século XXI, 2002...
16 Mckeown, R.; Hopkins, C. 2003 - EE≠ESD: defusing the worry. Environmental Education Research, 9(1):117-128
17 Dlouha, J.; Dlouhy, J. 2014 - Higher education for sustainability - a change of education genre? Envigogika, 9(1):1-31.
18 Sauvé, L. 2005 - Currents in environmental education: mapping a complex and evolving pedagogical field. Canadian J. of Env. 
Education, Ontario, 10(1):11-37. 
... no entanto, com a integração dos três pilares no conceito de 
sustentabilidade e desenvolvimento sustentável, foi necessário 
readaptar a educação ambiental e torná-la mais abrangente e 
equitativa, com enfoque na interação humana e no meio ambiente 16
Em nível nacional e internacional, a educação ambiental utiliza diferentes abordagens nas 
escolas, adaptando-as às necessidades sociais e políticas de cada país. 17
A EA desenvolvida pelo PIEA, que vigorou de 1972 a 1995, como uma corrente específica 
denominada resolução de problemas, que era distinta da corrente proposta para o 
desenvolvimento sustentável. 18
42
19 UNESCO (1997) Environment and Society: Education and public awareness for sustainability, Background Paper prepared for 
UNESCO International Conference, Thessaloniki, 7. 
20 UNESCO 2002 - Education for Sustainability from Rio to Johannesburg: Lessons learnt from a decade of commitment. World 
Summit on Sustainable Development Johannesburg, 26 August – 4 September 2002
Educação para o Desenvolvimento 
Sustentável (EDS) é um processo de 
aprendizagem (ou abordagem ao ensino) 
baseado nos ideais e princípios da 
sustentabilidade e está preocupado com 
todos os níveis e tipos de educação. 19
A natureza holística da EDS permite que ela seja uma possível ferramenta para a consecução 
dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) e dos objetivos da Educação para 
Todos. Ambas as iniciativas têm um conjunto de objetivos a atingir num determinado prazo. A 
EDS pode ser entendida como o veículo para atingir esses objetivos. 20
A EA se estabeleceu ao longo do tempo e no espírito da Declaração de Tbilisi, que 
considera amplamente questões de pobreza, desigualdade, valores e ética. O surgimento da 
EDS não era, necessariamente, visto como uma oportunidade para a renovação ou reforma.
... que pode realmente ter um efeito negativo sobre o bom trabalho realizado sob a EA, já 
que este campo não é mais visto como atualizado ou relevante pelos formuladores de 
políticas, uma vez que não reflete a EDS apoiada, por exemplo, pela Década da Educação 
para o Desenvolvimento Sustentável - DEDD e pela comunidade internacional.
43
Em países com uma forte tradição em EA, em 
sintonia com a Declaração de Tbilisi, as questões 
socioeconômicas e aspectos políticos foram 
incorporadas, e EA e EDS tornaram-se quase 
sinônimo.
Em outros países, onde o governo se uniu a 
grupos de nações que se comprometeram com a 
EDS, foi adotada a EDS de forma estratégica ou 
pragmática, sem necessariamente mudar sua 
prática de EA, pois assim permanecem elegíveis 
para financiamento e apoio governamental. 
21 UNESCO United Nations Decade of Education for Sustainable Development (DESD, 2005-2014) 2009 - Review of Contexts and 
Structures for Education for Sustainable Development Learning for a sustainable world 2009. Prepared by: Arjen Wals (Wageningen 
University, the Netherlands) 79 p. 
Neste último caso, pode-se às vezes ver o surgimento da EA para o desenvolvimento sustentável 
(por exemplo, Taiwan) ou EA para sociedades sustentáveis ​​como é o caso no Brasil. 21
Em alguns países, a EA continua a evoluir e continua a ser popular, pois as 
pessoas se identificam melhor com EA do que com EDS (por exemplo, EUA). 
44
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12
Em algumas países, o surgimento da EDS proporcionou um estímulo para a revisão 
da EA, e em países onde não havia uma tradição na EA ou onde ela estava 
marginalmente presente, o movimento DESD proporcionou uma oportunidade para 
um início (por exemplo, o Vietnã, muitos países árabes). 
21 UNESCO United Nations Decade of Education for Sustainable Development (DESD, 2005-2014) 2009 - Review of Contexts 
and Structures for Education for Sustainable Development Learning for a sustainable world 2009. Prepared by: Arjen Wals 
(Wageningen University, the Netherlands) 79 p. 
A EDS e a EA são distintas, e se sobrepõe; a antiga infraestrutura de EA e os programas 
existentes, devem ser ainda apoiados, para que a EDS não se sobrepor à custa da EA. Ao 
mesmo tempo, é necessário apoiar o desenvolvimento da EDS, bem como acrescentar 
novas dimensões importantes à EA (por exemplo, as dimensões socioeconômicas e 
culturais). Como resultado, existem fluxos de políticas e mecanismos de apoio paralelos: 
um centrado na EA e outro na EDS (por exemplo, Holanda, Canadá, Grécia), existem 
mecanismos de coordenação para assegurar que o fluxo entre EA e EDS se mantenha. 21 
45
Em 2012, no Rio de Janeiro, a Conferência da 
ONU Rio+20 buscou-se renovar e relembrar o 
compromisso político com o desenvolvimento 
sustentável...
... dois temas centrais da Rio+20 22
22 United Nations 2012 - Resolution adopted by the General Assembly on 27 July 2012, July 2012. 
http://www.un.org/ga/search/view_doc.asp?symbol=A/RES/66/288&Lang=E. Acessado em 20 de outubro2016
23 Carlos Alfredo Joly, coordenador do Programa BIOTA-FAPESP – Agência FAPESP. Acesso em 22/jan/2017 
http://agencia.fapesp.br/cientistas_fazem_balanco_dos_resultados_da_rio20/16082/
• a economia verde - no contexto do desenvolvimento sustentável e da 
erradicação da pobreza e a estrutura institucional para o desenvolvimento 
sustentável;
• a estrutura institucional - formas para melhorar a coordenação e a eficácia das 
atividades desenvolvidas pelas diversas instituições do sistema ONU que se 
dedicam aos diferentes pilares do desenvolvimento sustentável (econômico, 
social e ambiental).
No documento “O futuro que queremos” somente uma página (final da pág. 
48 até o final da 49) se refere explicita e diretamente à educação (não é 
usado o termo “educação ambiental”, mas fala-se simplesmente em 
“educação”)... não reivindica-reafirma todos os princípios filosófico-
pedagógicos da educação ambiental que foram construídos no âmbito das 
conferências patrocinadas pela ONU desde a realizada em Estocolmo em 
1972
Documento genérico que não determina metas e prazos e não estabelece 
uma agenda de transição para uma economia mais verde ou uma 
sustentabilidade maior da economia 23
46
... em 25 de setembro de 2015, a ONU reuniu 150 líderes mundiais para criar uma 
nova agenda, a Transforming our world: a Agenda 2030 para o Desenvolvimento 
Sustentável, composta por 17 objetivos de desenvolvimento sustentável (Metas 
Globais) e 169 metas a serem alcançadas até o ano 2030... 26
26 United Nations 2015 -Transforming Our World: The 2030 Agenda for Sustainable Development, United Nations.
27 United Nations 2016 - The Sustainable Development Agenda, January 2016. [Online]. Acessado em 22/maio/2016 em 
http://www.un.org/sustainabledevelopment/development-agenda/
...plano de ação para as pessoas, o planeta 
e a prosperidade.
 objetivos e metas serão 
analisadas e avaliadas de acordo 
com indicadores globais, 
complementados por indicadores 
regionais e nacionais, a serem 
desenvolvidos pelos Estados 
membros, sempre sob a 
supervisão e o apoio das Nações 
Unidas;
 os direitos e deveres dos Estados, 
mas de acordo com o direito 
internacional; 
 os países têm a responsabilidade 
primária de fazer o 
acompanhamento e a revisão dos 
progressos realizados na 
implementação dos objetivos. 27
47
28 UNCHS-Habitat 1996 - An urbanizing world : global report on human settlements. United Nations Centre for Human
Settlements. HT65.U73 1996 96-1388 307.76-dc20 - ISBN 0-19-823346-9 (Pbk) ISBN 0-19-823347-7 
O grande desafio do Milênio... 28
Outubro de 2011 a população mundial atingiu a 
marca de 7 bilhões
48
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13
Em regiões já desenvolvidas, um movimento contrário tem sido 
observado. No leste europeu e na Comunidade de Estados 
Independentes (CEI) observou-se um declínio no crescimento 
populacional nos centros urbanos, e um movimento de mudança 
da população em direção para áreas rurais, pela primeira vez nos 
últimos 50 anos.
¾ da população da AL e Caribe estão em centros urbanos, e 
projeções indicam que haverá uma duplicação dessa população 
entre 2000 e 2025.
Pela primeira vez na história da humanidade a grande maioria dos 7 
bilhões de habitantes do planeta vivem em centros urbanos. 
49
As políticas ambientais que foram promulgadas no Brasil 
desde a década de 1970, apresentam-se, de maneira geral, 
vinculadas aos Acordos Internacionais dos quais o Brasil é 
signatário...
...que criou leis e programas com o objetivo de 
cumprir as metas propostas pelos Acordos 
Internacionais propostos em grandes eventos 
ambientais.
Década 
de 1960
Década 
de 1970
Década 
de 1980
Década 
de 1990
Século 
XXI
Como atingir o 
Desenvolvimento Sustentável a 
partir de uma Educação para a 
Sustentabilidade?
50

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