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Resenha- Uma agenda para estudos da água no México1

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ- UFPA 
SOCIOLOGIA GERAL E URBANA 
 
 RESENHA: UMA AGENDA PARA ESTUDOS DA ÁGUA NO MÉXICO 
Aboites AGUILAR, Luis. Lá cadência del água e la nación: estudo sobre 
desigualdade social y cambio político em México, segunda mitad del siglo XX. 
 
A mudança de pensar sobre o uso da água é abordada na visão de lima 
(2009) apud Aboites (2009), como o gerenciamento da água é feito no México. 
Inicialmente, são abordadas as formas de uso da água, tais como: irrigação ligada à 
reforma agrária, as obras de drenagem em áreas pantanosas e as barragens em 
projetos realizados pelo governo mexicano. 
 Posteriormente, é feito críticas aos historiadores e cientistas sociais que 
estudaram a temática da água em sua época. Lá o discurso do governo era de 
viabilizar água o que de fato não aconteceu o que acabou gerando conflitos por 
acesso a água, devido o valor mercantil atribuído ao uso desse recurso hídrico, o 
que ocasiona a “valorização” para entregar ao mercado sem perder a proteção do 
meio ambiente. 
 A crítica do livro relata a decadência do modelo da água na nação, essa visão 
é exposta pelos autores, com o enfraquecimento do estado mexicano ocasionado 
pelo neoliberalismo, o que deixa inoperante o governo e aumenta a diversificação do 
uso da água, levando insatisfação de segmentos sociais, pois por mais de cinco 
décadas o problema não se resolvia. 
 Nesse contexto, há o confronto entre classes, dominante e popular. As 
indústrias perfuraram poços, em alguns pontos, o que significou o desabastecimento 
de água potável para cidade, por conseguinte, a população teve que recorrer a 
caminhões pipa. Tal fato prejudicou os agricultores, que por sua vez, não aceitaram 
a regulamentação estatal. 
 Diante do fato da falta de água situação com a população foi mais complexa, 
pois o povo sabia que o estado estava privilegiando obras e intervenções, com o 
discurso de modernização. Mas não para a população que vivia da irrigação, mas 
sim para setores externos, isto é, privados. 
 Daí houve o enfrentamento entre Estado e camponeses, no que diz respeito à 
usurpação das águas, sejam para abastecimento público ou irrigação. A oposição 
era sobre a privatização da água para qualquer fim, pois alegaram que a água já era 
paga por meio dos impostos que financiavam as grandes obras. 
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 O manejo das águas no modelo SRH se refletia de que o governo federal era 
motor da economia. Por meio de investimentos públicos, tal medida seria benefício 
ao Estado, porém não aos moradores e agricultores. 
 Ademais, é feito críticas no modelo mercantil que visa a privatização da água 
em que Aboites (2009) põe entre aspas a “sociedade”, pois é claro o distanciamento 
entre população e os interesses privados.O discurso de proteção ambiental, se 
mostrou um grave problema a população,porque a arrecadação fiscal desencadeou 
um problema social.Sem falar que houve mais exploração aqüífera,mais descarga 
de esgoto sem tratamento.Além disso,o discurso de desenvolvimento sustentável se 
tornou mais um processo de exclusão ,visto que, possibilitou a concentração de 
água nas mãos de poucos e debilitação da autoridade federal. 
 Aboites (2009) conclui que, a água da nação é a água mercantil-industrial não 
tem divergências, porém na desaparecem os investimentos públicos o que não 
aconteceu no México. 
 Portanto, o modelo de proteção ambiental empregado nesse texto é 
considerado defasado, porque dentro da engenharia sanitária e ambiental não se 
usa o termo “proteção”, pois seria algo intocável o que na sociedade capitalista em 
que vivemos é impossível resguardar os recursos naturais, inclusive, a água. O é 
cabível seria a conservação na qual são usados os recursos naturais, mas de forma 
sustentável visando o lado ambiental e social. Outro aspecto importante seria 
destacar a radicalização em privatizar o sistema de abastecimento de água usando 
de forma incorreta os conceitos ambientais, o que seria necessário é um trabalho de 
educação ambiental, visando à reeducação e racionalização dos recursos hídricos 
no México. Tal fato se mostraria satisfatório ao longo prazo. O que ficou claro no 
texto foi privatização da água em detrimento de privilégios mercantis, é também a 
ausência do governo em solucionar problemas importantes aos moradores 
mexicanos.

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