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Aula2A_Taxonomia

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Organizando a 
diversidade 
biológica existente
Espécies
Refletem um fato biológico ou uma 
invenção humana para entender a 
natureza?
Carl Von Linné (Lineu) – séc
XVIII
• conjunto de seres vivos dotados de
grande semelhança física entre si,
demonstrando um padrão típico em
todo o grupo.
...CONCEITO TIPOLÓGICO
Carl von Linné (1707-1778)
Seria este o conceito mais apropriado?
Qual é o grau mínimo de semelhança entre dois indivíduos
para que eles sejam considerados da mesma espécie?
Conceito biológico de espécie e os processos de especiação.
Couve Couve de 
bruxelas
Brócolis
Nabo
Repolho Couve-flor
Conceito biológico de espécie e os processos de especiação.
Brassica oleracea
Quais as desvantagens dos nomes vulgares, 
comuns, populares ou vernaculares?
NOMES POPULARES
2- Por vezes, o mesmo nome comum é aplicado a muitos taxons 
diferentes. 
Ex. Ipê-amarelo – é usado para: Tabebuia alba, T. chrysotricha, T. ochracea e 
T. vellosoi.
Tabebuia alba Tabebuia chrysotricha Tabebuia ochracea Tabebuia vellosoi
Espécies e especiação
Espécie: grupo de indivíduos que realmente ou 
potencialmente se cruzam na natureza
Theridion grallator
Dificuldades de aplicação do conceito
•Reprodução assexuada
•Híbridos
...CONCEITO BIOLÓGICO
Espécies e especiação
Especiação é um evento de divergência de linhagens 
que produz 2 ou mais espécies
A taxonomia é a ciência que elabora as leis de classificação.
Esta assume um caráter analítico-descritivo, que inclui a
identificação e nomenclatura. Restringe-se aos princípios que
regem um sistema de classificação, contidos no Código
Internacional de Nomenclatura Botânica.
A sistemática é uma ciência de síntese, de caráter dinâmico, ao
contrário da taxonomia que é regida por leis. Nesta são
incorporados os conhecimentos e pensamentos contemporâneos
na elaboração de um sistema de classificação dos organismos.
A Sistemática compreende:
3 - Identificação (Determinação de um taxon, como idêntico ou 
semelhante a outro já conhecido.). 
2 - Nomenclatura (Está relacionada com o emprego correto 
dos nomes das plantas, através de regras do ICBN.).
1 - Classificação (Processo de situar um organismo em um 
sistema logicamente organizado).
Taxon – um grupo de organismos que foi formalmente
denominado por um nome científico seguindo as regras da
nomenclatura.
Nomenclatura
Nomes sempre representativos desde a
antiguidade
Necessidade de padronização:
Rosa silvestre:
Rosa sylvestris inodora seu canina
Rosa sylvestris alba
cum rubore folio glabro
Carolus Linnaeus
(1707-1778)
• Naturalista (Botânico) da Universidade de Uppsala
(Suécia).
• Sistema hierárquico de Classificação com pelo
menos 7 taxons (outros podem ser incluídos)
• Nomenclatura binomial - gênero e espécie:
gênero sempre substantivo – espécie quase sempre
adjetivo, devendo concordar com o gênero
O sistema de agrupamento das espécies numa hierarquia de 
categorias crescentes formaliza a diversidade biológica. 
A Nomenclatura Binomial é a primeira etapa no 
agrupamento: espécies similares são agrupadas no 
mesmo gênero. 
Unidades sistemáticas ou categorias taxonômicas
Parte IV - Circunscrição
O Que é circunscrição ?
Parte IV - Circunscrição
Categorias Taxonômicas
Taxon (plural = Taxa) ou Táxon (plural = Táxons)
= unidade taxonômica de qualquer hierarquia
REINO (Plantae)
DIVISÃO (phyta = Spermatophyta; Magnoliophyta)
CLASSE (ae = Monocotyledoneae;
opsida = Liliopsida)
ORDEM (ales = Bromeliales)
FAMÍLIA (aceae = Bromeliaceae)
GÊNERO = primeira letra em MAIÚSCULO (*)
ESPÉCIE = tudo em minúsculo (*)
(*) grafia diferenciada no texto! Pode ser em itálico, negrito ou sublinhado
Parte IV - Circunscrição
Níveis Secundários
• Tribo
• Seção 
• Variedade 
• Forma
Ainda pode-se utilizar o prefixo “Sub”
Ser Humano Gorila Esperança
Reino Animalia Animalia Animalia
Filo Chordata Chordata Arthropoda
Subfilo Vertebrata Vertebrata Uniramia
Classe Mammalia Mammalia Insecta
Subclasse Eutheria Eutheria Pterygota
Ordem Primates Primates Orthoptera
Subordem Anthropoidea Anthropoidea Ensifera
Família Hominidae Hominidae Tettigoniidae
Subfamília ----- ----- Phaneropterinae
Gênero Homo Gorilla Scudderia
Espécie Homo sapiens Gorilla gorilla Scudderia furcata
Subespécie ----- ----- Scudderia furcata furcata
Nomenclatura - ICZN
• Provê nomes para os taxons, permitindo a comunicação entre os
pesquisadores.
• Segue o ICZN - International Commission on Zoological
Nomenclature (http://www.iczn.org), fundado em 1895, tendo
como um dos objetivos assegurar que exista apenas um nome para
cada espécie de animal do planeta.
• Também busca a estabilidade e universalidade dos nomes
científicos.
• Código completo online: http://www.iczn.org/iczn/index.jsp
NOMENCLATURA BOTÂNICA:
PRINCÍPIOS, REGRAS E 
TIPIFICAÇÃO.
CÓDIGO INTERNACIONAL
DE
NOMENCLATURA BOTÂNICA
(CÓDIGO DE VIENA)
2006
“Nomes não ambíguos para os organismos 
são essenciais para a comunicação 
científica efetiva”.
“Os nomes só não serão ambíguos se 
houverem regras internacionalmente 
aceitas que governem sua formação e uso”.
“Estas regras são revistas nas reuniões da 
Sessão de Nomenclatura dos sucessivos 
Congressos Internacionais de Botânica”.
O CÓDIGO INTERNACIONAL DE 
NOMENCLATURA BOTÂNICA (ICBN)
• O Código – ICNB - é o resultado de experiências nomenclaturais 
(todos os conflitos e problemas nomenclaturais que um taxonomista 
pode se deparar ao longo de sua pesquisa).
• Os taxonomistas devem seguir o Código… ou melhor, o último 
Código.
De Paris (1867) à Viena (2006) – hoje, de 6 em 6 anos.
• O Código cobre as embriófitas (plantas terrestres - incluindo fósseis 
e híbridos), algas, fungos, protistas fotossíntéticos (protistas não 
fotossintéticos relacionados taxonomicamente com os fotossintéticos) 
e cianobactérias. Existe um Código a parte para as plantas cultivadas.
NOMENCLATURA:
Parte da sistemática que lida com a aplicação de 
nomes científicos, assim como a criação de 
regras e normas para a aplicação desses nomes.
Filo: Ginkgophyta Reveal
Classe: Ginkgoopsida Engl. 
Ordem: Ginkgoales Gorozh.
Familia: Ginkgoaceae Engl.
Gênero: Ginkgo L.
Espécie: Ginkgo biloba L.
*Sinônimos: Salisburia adiantifolia Sm.; Salisburia biloba Hoffmanns. 
FORMAÇÃO DO NOME CIENTÍFICO
Nome do gênero
(primeira letra sempre 
maiúscula)
Epíteto específico
(primeira letra sempre 
minúscula)
Nome do autor
Binômio (C. Linnaeus 1753 - Species Plantarum)
Caesalpinia echinata Lam.
OBS: O nome do gênero é um substantivo, enquanto que o epíteto específico é 
um adjetivo ou um substantivo.
OBS: Os epítetos específicos geralmente se referem a alguma característica da 
planta ou fazem homenagem a um cientista (geralmente botânico).
BINÔMIOS E AUTORES
1- Acer rubrum L.
2- Macadamia integrifolia Maiden & Betche
ou
Macadamia integrifolia Maiden et Betche
4- Lyonia ferruginea (Walt.) Nutt.
3- Symplocos microstyla Aranha, P.W. Fritsch & Almeda
7- Theobroma grandiflorum (Willd. ex Spreng.) K. Schum.
5- Gossypium tomentosum Nutt. ex Seem.
6- Viburnum ternatum Rehder in Sargent
ou
Gossypium tomentosum Seem.
Viburnum ternatum Rehder
ou
8- Myrciaria glazioviana (Kiaersk.) G. Barroso & Sobral
Symplocos corymboclados Brand var. corymboclados
Symplocos corymboclados Brand var. micromorpha Sleumer
Trinômio
variedade típica
autor da variedade
NOME DE TÁXONS INFRA-ESPECÍFICOS
NOMES CIENTÍFICOS
Qual a importância de um nome científico?
É fundamental para uma comunicação eficiente e 
acurada sobre as plantas em um contexto global.
Os nomes científicos não são ambíguos! ou seja, tanto no 
Japão quanto no Suriname um determinado táxon tem o 
mesmo nome. Styrax camporum é Styrax camporum em 
qualquer país! Isto serve para qualquer nível hierárquico!
Quais as desvantagens dos nomes vulgares, 
comuns, populares ou vernaculares?
1- Muitas vezes, estão limitados a uma única linguagem ou a uma 
região geográfica em particular. 
Ex. Curatella americana L. – é chamadade: Caimbé ou Cajueiro-bravo-do-
campo (GO), Cajueiro-do-mato ou Cambarba (MT), Marajoara (PA) e 
Pentieira ou Sambaíba (BA).
NOMES POPULARES
Curatella americana L.
Quais as desvantagens dos nomes vulgares, 
comuns, populares ou vernaculares?
NOMES POPULARES
2- Por vezes, o mesmo nome comum é aplicado a muitos taxons 
diferentes. 
Ex. Ipê-amarelo – é usado para: Tabebuia alba, T. chrysotricha, T. ochracea e 
T. vellosoi.
Tabebuia alba Tabebuia chrysotricha Tabebuia ochracea Tabebuia vellosoi
Quais as desvantagens dos nomes vulgares, 
comuns, populares ou vernaculares?
NOMES POPULARES
4- Muitas espécies, especialmente as 
raras ou as que não apresentam 
importância para o homem, carecem de 
um nome popular.
3- Com freqüência, os nomes 
populares são enganosos quanto às 
relações filogenéticas.
Ex. Pinha-do-brejo = Magnolia ovata, 
Magnoliaceae, não está relacionada com as 
“Pinhas”do gênero Annona, Annonaceae.
A NOMENCLATURA NÃO É ESTÁVEL!!!
Os nomes científicos podem ser não-universais e estão 
sujeitos a mudanças.
Um dos principais fatores que contribuem para a 
instabilidade nomenclatural é a instabilidade e surgimento 
de sistemas de classificação.
As mudanças acontencem predominantemente no nível 
específico ou infra-específico.
EX: Para Perkins (1902) Styrax myristicifolius era diferente 
de S. polyanthus (1901) e S. argenteus (1835). Mas Fritsch 
(1997) considerou todos eles como uma única espécie (S. 
argenteus), pois considerou os caracteres que os separavam 
como sendo insuficientes para reconhecer três espécies 
distintas.
POR QUE OS NOMES CIENTÍFICOS MUDAM?
1- Devido a opinião contrária dos taxonomistas, que interpretam 
os mesmos dados de maneiras diferentes.
EX: Brand (1901) separou Symplocos altissima de S. 
nitidiflora pois a primeira possuia tricomas no hipanto (vs. 
hipanto glabro em S. nitidiflora). Shimizu (2008) 
examinando mais coleções do que Brand chegou a 
conclusão de que o hipanto da S. altissima pode variar de 
glabro a indumentado (com tricomas)… desta maneira 
Shimizu resolveu sinonimizar as duas espécies.
POR QUE OS NOMES CIENTÍFICOS MUDAM?
2- Porque o conhecimento sobre as plantas não é estático.
EX: Deng (2007) designou um novo nome 
(Fleroya) para o gênero de Rubiaceae 
Hallea J.-F. Leroy (1975), pois já existia 
um outro gênero chamado Hallea G.B. 
Mathews (1948), mais antigo.
POR QUE OS NOMES CIENTÍFICOS MUDAM?
3- Quando possuem o mesmo nome.
O CÓDIGO INTERNACIONAL DE 
NOMENCLATURA BOTÂNICA (ICBN)
I- A nomenclatura botânica é independente da nomenclatura 
zoológica e bacteriológica. O Código se aplica igualmente a 
grupos taxonômicos tratados como plantas, tenham eles sido ou 
não originalmente tratados como tais. 
PRINCÍPIOS
O CÓDIGO INTERNACIONAL DE 
NOMENCLATURA BOTÂNICA (ICBN)
I- A nomenclatura botânica é independente da nomenclatura 
zoológica e bacteriológica. O Código se aplica igualmente a 
grupos taxonômicos tratados como plantas, tenham eles sido ou 
não originalmente tratados como tais. 
PRINCÍPIOS
II- A aplicação de nomes de grupos taxonômicos é determinada a 
através de tipos nomenclaturais.
O QUE SÃO TIPOS NOMENCLATURAIS?
Tipo nomenclatural é uma exsicata 
de herbário ou uma ilustração a 
qual o nome de um táxon está 
permanentemente ligado, seja ele 
um sinônimo ou não.
O CÓDIGO INTERNACIONAL DE 
NOMENCLATURA BOTÂNICA (ICBN)
I- A nomenclatura botânica é independente da nomenclatura 
zoológica e bacteriológica. O Código se aplica igualmente a 
grupos taxonômicos tratados como plantas, tenham eles sido ou 
não originalmente tratados como tais. 
PRINCÍPIOS
II- A aplicação de nomes de grupos taxonômicos é determinada a 
através de tipos nomenclaturais.
III- A nomenclatura de um grupo taxonômico é baseada na 
prioridade da publicação.
01/V/1753 - Linnaeus, Species Plantarum – Gêneros e Espécies.
04/VIII/1789 - Jussieu, Genera Plantarum – Supra-genéricos.
Spermatophyta
e
Pteridophyta
O CÓDIGO INTERNACIONAL DE 
NOMENCLATURA BOTÂNICA (ICBN)
PRINCÍPIOS
IV- Cada grupo taxonômico com uma determinada 
circunscrição, posição e nível, pode ter apenas um único nome 
correto, o mais antigo que está de acordo com as Regras, exceto 
em casos específicos.
O CÓDIGO INTERNACIONAL DE 
NOMENCLATURA BOTÂNICA (ICBN)
PRINCÍPIOS
IV- Cada grupo taxonômico com uma determinada 
circunscrição, posição e nível, pode ter apenas um único nome 
correto, o mais antigo que está de acordo com as Regras, exceto 
em casos específicos.
V- Nomes científicos são latinos, ou tratados como latinos, 
qualquer que seja sua derivação ou etimologia.
O CÓDIGO INTERNACIONAL DE 
NOMENCLATURA BOTÂNICA (ICBN)
PRINCÍPIOS
IV- Cada grupo taxonômico com uma determinada 
circunscrição, posição e nível, pode ter apenas um único nome 
correto, o mais antigo que está de acordo com as Regras, exceto 
em casos específicos.
V- Nomes científicos são latinos, ou tratados como latinos, 
qualquer que seja sua derivação ou etimologia.
VI- As regras de nomenclatura são retroativas (ou seja, 
modifica o que fora feito antes), a menos que expressamente 
limitadas.
O NOME QUE FOI VALIDAMENTE 
PUBLICADO PRIMEIRO TEM 
PRIORIDADE SOBRE O QUE FOI 
VALIDAMENTE PUBLICADO 
POSTERIORMENTE, DESDE QUE 
ESTEJAM NO MESMO NÍVEL 
HIERÁRQUICO!!!!!
Duas leis importantes!!!
• Lei da prioridade: Dentre todos os nomes propostos para um
determinado taxon, o mais antigo é o que tem validade.
• Lei da homonímia: Quando duas espécies diferentes recebem
por coincidência o mesmo nome, o homônimo mais recente deve ser
rejeitado (substituído)
Algumas regras básicas e primordias:
• O nome científico SEMPRE deve vir destacado do texto em
questão, seja escrito em itálico ou sublinhado ou negrito
• O gênero deve SEMPRE iniciar com letra maiúscula, e a espécie
SEMPRE com letra minúscula
• O nome científico geralmente é seguido pelo nome do(s)
AUTOR(ES) que descreveram a espécie. Em publicações
taxonômicas, o ano da descrição é geralmente é solicitado
principalmente para zoólogos, ex:
Musca domestica Linnaeus, 1758
O nome do autor é quase sempre abreviado pela seguinte fórmula: 
1a sílaba + 1a letra da segunda sílaba
(acrescentando-se uma segunda letra se esta última não for uma 
consoante) 
Lamarck  Lam. Jussieu  Juss.
Richard  Rich Bertol.  Bertoloni, 
(para distinguir de Bertero)
Alguns pesquisadores, devido à sua importância e notoriedade, tiveram 
seus nomes abreviados fora desta regra:
Lineu  L.
Quando forem dois os autores suas abreviações devem ser unidas por “et”
ou “&”. Coile & Jones 
Coile et Jones
CITAÇÃO DE AUTOR 
ou
CITAÇÃO DE AUTOR 
Em se tratando de mais de dois autores somente o primeiro é citado 
seguido “et al.” ou “& al.”:
Tillandsia tomentellii De Luca, Sérgio Sabato et Alberto Bladuzil
Tillandsia tomentellii De Luca et al.
Em caso de autores com o mesmo nome ou nos casos em que a redução de 
certos nomes possa levar a confusões, por ser possível ter a mesma 
abreviação, usa-se a abreviatura do pré-nome:
Robin, Roberts, Robinson Rob.
Minasia alpestris H.Rob.
O uso de parênteses indica uma situação taxonômica anterior, relacionada 
com o taxon que precede o nome dentro do parênteses:
Zornia diphylla (L.) Pers.
No caso de mudança de um gênero para outro (nova combinação):
Hedysarum brasilianum Poir De Candolle
Aeschynomene brasiliana (Poir) DC.
Cassia rugosa Don Senna rugosa (Don) Irwin et Barneby
Casos em que a designação de um taxon é seguida de dois nomes de 
autores, intercalando-se entre estes a preposição latina “ex” :
Copaifera cearensis Huber ex Ducke
CITAÇÃO DE AUTOR

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