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Página 1 de 22 UNIVERSIDADE DE RIO VERDE (UNIRV) BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL DANIEL TIRAPELI CALASSI DE OLIVEIRA INTEGRAIS MÚLTIPLAS CÁLCULO II Rio Verde 2023 Página 2 de 22 DANIEL TIRAPELI CALASSI DE OLIVEIRA INTEGRAIS MÚLTIPLAS Trabalho apresentado no curso de graduação de Engenharia Civil, na matéria de Cálculo II, na Universidade de Rio Verde (Unirv). Professor: Rosilei de Souza Novak Rio Verde 2023 Página 3 de 22 SUMÁRIO 1.0 O que são Integrais Múltiplas?............................................................4 1.1 Integral dupla………………………………………………………………4 1.2 Calculo de Integrais Duplas e Integrais Iterada………………………..6 1.3 Centro de Massa e Momentos de Inercia……………………………..10 1.4 A Integral Dupla em Coordenadas Polares………………………...…14 1.5 Área de uma Superfície....................................................................15 1.6 Integral Tripla....................................................................................15 1.7 Integral Tripla em Coordenadas Cilíndricas…………………….…….17 1.8 Mudanças de Variáveis em Integrais Múltiplas………………...…….19 Página 4 de 22 1.0. O que são Integrais Múltiplas? Integrais múltiplas referem-se à extensão do conceito de integração para funções de duas ou mais variáveis. Elas podem ser duplas, triplas, ou envolver um número maior de variáveis. Essas integrais são úteis em cálculos relacionados a volumes, áreas, e uma variedade de aplicações em física, engenharia e outras disciplinas. 1.1. Integral Dupla Integrais duplas são uma extensão do conceito de integrais definidas para funções de duas variáveis em uma região bidimensional do plano. Essas integrais são usadas para calcular a média ponderada de uma função sobre uma região retangular no plano xy. Ou seja, a integral dupla basicamente é uma integral dentro da outra, sendo o processo de cálculo bastante usado para se obter o volume de um sólido. No caso dessas integrais, elas operam acima de um plano Oxy do ℜ2 em uma função de duas variáveis f(x,y), será possível de depreender ao decorrer dessa pesquisa que esses tipos de operações possuem a capacidade de determinar volume de um sólido do ℜ3. Claudio Possani (2017) evidencia que para o cálculo de integrais duplas é imprescindível a identificação dos limites de integração corretos para as variáveis x e y envolvidas de modo a caracterizar corretamente a região de integração. Geralmente a fórmula geral da Integral Dupla pode ser denotada pela seguinte configuração: Fórmula de integral Dupla sobre regiões gerais Fonte: Khan Academy, 2023 Página 5 de 22 Figura 1: Ilustração de como integrar a função não somente sobre retângulos, como também sobre uma região D de forma mais geral. Figura 2: Ilustração de uma situação hipotética que D seja uma região limitada, o que significa que D pode estar contida em uma região retangular R. Resolver integrais duplas envolve uma série de passos: • Entender os Limites de Integração: Identificar os limites de integração para \(x\) e \(y\). • Escrever a Função a Ser Integrada: Seja \(f(x, y)\) a função a ser integrada. • Determinar a Ordem de Integração: Escolher a ordem de integração (integral interna e externa) com base na simplicidade. Às vezes, é mais fácil integrar em relação a \(x\) primeiro e depois \(y\), e vice-versa. • Realizar a Integral Interna: Integrar a função em relação à variável interna, mantendo a variável externa constante. • Aplicar os Limites de Integração Internos: Substituir os limites internos na integral resultante. • Realizar a Integral Externa: Integrar a função resultante (que agora é uma função de uma variável) em relação à variável externa. • Aplicar os Limites de Integração Externos: Substituir os limites externos na integral resultante. Gráfico de integral Dupla sobre regiões gerais Fonte: GeoGebra, 2023 Página 6 de 22 •Simplificar e Avaliar: Simplificar a expressão final, se possível, e avalie numericamente, se necessário. Observação: A ordem de integração e os limites podem variar dependendo do problema específico. 1.2. Cálculo de Integrais Duplas Fonte: Blogspot, 2016 Fonte: Blogspot, 2016 Gráfico Correspondente a Resolução da questão 1 de Integrais duplas Página 7 de 22 Gráfico Correspondente a Resolução da questão 2 de Integrais duplas Fonte: Blogspot, 2016 Fonte: Blogspot, 2016 Página 8 de 22 Fonte: Blogspot, 2016 Fonte: Blogspot, 2016 Gráfico Correspondente a Resolução da questão 3 de Integrais duplas Página 9 de 22 Cálculo de Integrais Iteradas As integrais iteradas são nada mais que um método para calcular as integrais duplas de f(x,y); Em outras palavras conseguimos transformar o calculo de uma integral dupla em duas integrais de uma variável. Passo a passo da resolução de integrais Iteradas: • A priori é possível integrar a função f(x,y) parcialmente em relação à uma variável enquanto a outra variável é considerada uma constante. • Depois que integrado a primeira parcialidade, integramos novamente o resultado obtido pela primeira integral. Exemplo: (a) Olhando x como constante, obtemos: Portanto, a função A da discussão procedente é dada por Neste exemplo Integramos agora essa função de x de 0 até 3: (a) (b) Página 10 de 22 (b) Aqui é integrado primeiro em relação a x: É possível observar que nesse exemplo obtemos a mesma resposta se integramos primeiro em relação a y ou a x. Em geral, acontece de as duas integrais iteradas das equações (a) e (b) serem sempre iguais, ou seja, a ordem da integração não é importante. 1.3 Centro de Massa O centro de massa pode ser interpretado como um ponto de equilíbrio do sistema, ou seja, se a massa toda da superfície se concentrasse em um ponto, este ponto seria o centro de massa. Ele é calculado pelas seguintes fórmulas: Fonte: Responde Aí, 2017 Página 11 de 22 Quando a densidade é constante, ela pode ser retirada da integral. Nesse caso a gente tem o chamado centroide da superfície. Exemplo: Determinar as coordenadas do centro de massa do sistema de partículas a seguir. De posse desses dados, podemos encontrar as coordenadas do centro de massa desse sistema de partículas, utilizando as seguintes expressões: é a densidade da superfície. Onde Fonte: Instituto Claro, 2023 Página 12 de 22 Portanto, as coordenadas do centro de massa do sistema de partículas são: Fonte: Instituto Claro, 2023 Fonte: Instituto Claro, 2023 Página 13 de 22 Momentos de Inércia Na física, precisa-de definir o momento de inércia de um corpo como sendo a medida da distribuição da massa de um corpo ao redor de um eixo fixo de rotação. Exemplo: Determinar os momentos de inércia e os raios de giração da superfície sombreada representada na figura abaixo, relativamente aos eixos x e y: Fonte: Instituto Claro, 2023 Página 14 de 22 1.4 Integrais Duplas em Coordenadas polares A integral dupla em coordenadas polares é uma técnica usada para calcular a área de regiões no plano que não podem ser facilmente descritas por coordenadas retangulares (x, y). Em coordenadas polares, as variáveis são r e θ (raio e ângulo, respectivamente). A fórmula geral para a integral dupla em coordenadas polares é: Exemplo: Fonte: Slideplayer, 2018 Fonte: Slideplayer, 2018 Página 15 de 22 1.5 Área de uma Superfície A área de superfície pode ser calculada usando integrais em cálculo. Para uma superfície parametrizada,a fórmula geral para a área de superfície \( S \) é: R(x,y) = xi + yj + g(x,y)k Exemplo: Sabendo que o centro de massa da casca de um hemisfério de raio A > 0 e densidade uniforme ρ(x, y, z) = c tem coordenadas (0, 0, z¯), Determine z¯. Dica: Lembre-se que a esfera de raio a é descrita por R(φ, θ) = a sen φ cos θi+a sen φ sen θj+a cos φk e krφ ×rθk = a^2 Sen φ. 1.6 Integral Tripla As integrais triplas são como as integrais duplas, mas em três dimensões. Elas são escritas, de forma abstrata, como: Em que • R é alguma região no espaço Tridimensional. • F(a,y,y) é alguma função escalar que pega pontos do espaço tridimensional como entrada. • dV é uma pequena unidade de volume. Em coordenadas cartesianas, isto é expandido como dV = da dy dz. Fonte: Instituto Claro, 2023 Página 16 de 22 Concretamente, estas são calculadas como três integrais unidas: Como as integrais duplas, os limites das integrais internas podem ser funções das variáveis externas. São essas funções de limite que codificam a forma de R. Use uma integral tridimensional sempre que você tiver a sensação de que precisa cortar uma região tridimensional em um número infinito de pequenos pedaços, associar cada pedaço a um valor, e então somar tudo. Isso é surpreendentemente útil quando queremos encontrar o volume de regiões tridimensionais somando diversos pequenos volumes dV. Como nas integrais duplas, a parte difícil é encontrar os limites certos para a sua região. Isso só requer um pouco de prática, e uma vontade de arregaçar as mangas e colocar a mão na massa. Exemplo Determine o volume do sólido limitado por z ✓y os Planos x +y = 1,x= 0 ey=0. A vista do plano yz do sólido é: A vista do plano xz do sólido é: Fonte: Blogspot, 2016 Fonte: Blogspot, 2016 Fonte: Instituto Claro, 2023 Página 17 de 22 1.7. Integral Tripla em Coordenadas Cilíndricas No sistema de coordenadas cilíndricas, um ponto P no espaço tridimensional é representado pela triplo ordenada (r, ø, z) onde r e ø são as coordenadas polares da projeção de P no plano xy e z é a distância orientada do plano xy a P. As coordenadas cilíndrica de um ponto P: Fonte: Matemática Simplificada, 2019 Fonte: Blogspot, 2016 Página 18 de 22 Para convertermos de coordenadas cilíndricas para retangulares, usamos as equações: Enquanto que para converter de coordenadas retangulares para cilíndricas, usamos Exemplo: Marque o ponto com coordenadas cilíndricas (2, 2π /3, 1) e encontre suas coordenadas retangulares. Resolução: O ponto com coordenadas cilíndricas (2, 2π /3, 1) está marcado na Figura: Fonte: Matemática Simplificada, 2019 Página 19 de 22 Das Equações 1, suas coordenadas retangulares são: Logo, o ponto é (–1, , 1), 1) em coordenadas retangulares. 1.8. Mudanças de Variáveis de Integrais Múltiplas Mudanças de variáveis em integrais múltiplas referem-se à técnica de substituir as variáveis de integração para simplificar o cálculo de uma integral múltipla. Isso pode facilitar a resolução de integrais mais complexas, especialmente quando se lida com coordenadas diferentes. A mudança de variáveis é comumente utilizada em integrais duplas e triplas, envolvendo substituições apropriadas para tornar a expressão da integral mais gerenciável. Isso é frequentemente feito para simplificar a região de integração ou para tornar a função integranda mais fácil de lidar. Exemplo: Uma transformação é definida pelas equações: Determine a imagem do quadrado: Fonte: Instituto Claro, 2023 Fonte: Instituto Claro, 2023 Página 20 de 22 Resolução: A transformação leva a fronteira de S na fronteira da Imagem. Assim, começamos por determinar a imagem dos lados de S. O primeiro lado, S1, é dado por v = 0 (0 ≤ u ≤ 1). Das equações dadas, temos x = u^2, y = 0 e, então, 0 ≤ x ≤ 1. Então, S1 é levado no segmento de reta de (0, 0) a (1, 0) no plano xy. O segundo lado, S2, é u = 1 (0 ≤ v ≤ 1) e, colocando u = 1 nas equações dadas, temos: X = 1 – v^2. y = 2v Eliminando v, obtemos: Que é parte de uma parábola. Da mesma forma, S3 é dado por v = 1 (0 ≤ u ≤ 1) , cuja imagem é o arco parabólico: Fonte: Docentes UNIVASP, 2021 Fonte: Docentes UNIVASP, 2021 Página 21 de 22 Finalmente, S4 é dado por u = 0 (0 ≤ v ≤ 1), cuja imagem é X = –v^2, y = 0, ou seja, –1 ≤ x ≤ 0. Observação: quando nos movemos ao redor do quadrado no sentido anti-horário, também nos movemos ao redor da região parabólica no sentido anti-horário). A imagem de S é a região R mostrada na figura supracitada limitada pelo eixo x e as parábolas dadas pelas duas equações também evidenciados anteriormente. Página 22 de 22 Referências ÁVILA, Geraldo, Cálculo 3: Funções de Várias Variáveis, Livros Técnicos e Científicos. Editora, São Paulo, 3a edição, 1982. LEITHOLD, Louis, O Cálculo com Geometria Analítica. Volume 2, Editora Harbra, 1994. STEWART, James,Cálculo. Volume 3, 5a edição, Editora CENGAGE Learning, 2009. SWOKOWSKI, Earl E., Cálculo com Geometria Analítica, Volume 2, 2a edição, Makron Books do Brásil SP, 1994. THOMAS, George B., Cálculo, Volume 2, 10a, Addilson Wesley,2003. KAPLAN, Wilfred, Cálculo Avançado Vol.1 e vol.2 Editora Edgard Blücher 1991.// SPIEGEL, Murray R. Cálculo Avançado, Editora McGraw-Hill do Brasil, 1971. BOUCHARA, Jacques, Cálculo Integral Avançado, EDUSP, 2006. STEWART, J. Cálculo – Volume 2. 8. Ed. São Paulo: Cengage Learning, 2015. ANTON, H.; RORRES, C. Cálculo com Geometria Analítica – Volume 2. 8. Ed. Porto Alegre: Bookman, 2013. THOMAS, D.; HASS, J. G.; WEIR, M. D. Cálculo – Um Curso Moderno e suas Aplicações. 10. Ed. São Paulo: Pearson, 2013. KHAN ACADEMY. Khan Academy. Disponível em: https://pt.khanacademy.org/. Acesso em: 8 set. 2023. LAMAR, P. 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