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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL INTERAÇÃO DROGA NUTRIENTE DOURADOS/MS 2018 INTRODUÇÃO As possibilidades de ocorrência de interações entre fármacos e alimentos, são inúmeras, eventos estes muitas vezes ignorados ou desconhecidos por profissionais e pacientes. De acordo com a literatura, as interações fármaco-alimento podem apresentar um caráter apenas teórico, mas também podem ocorrer interações que resultam em efeitos relevantes à prática clínica. A administração de medicamentos junto das refeições pode ser solicitada, para reduzir irritação da mucosa gastrointestinal, favorecer o horário da terapia, aumento da absorção do fármaco ou manter concentrações plasmáticas efetivas do mesmo. Por outro lado, tal rotina pode ser desvantajosa, devido a intervenção na resposta farmacológica ou na manutenção do estado nutricional do paciente. INTERAÇÃO DROGA NUTRIENTE Para uma satisfatória manutenção do corpo é indispensável e necessário a ingestão de nutrientes que forneçam energia através da dieta alimentar diversificada e regulada em quantidades que garantem o funcionamento e o desempenho da estrutura corporal. A combinação entre fármacos e nutrientes podem causar interações indesejáveis, aumentando ou diminuindo a eficácia da droga ou do nutriente. Conceitua-se interação alimento/medicamento quando um alimento ou nutriente altera o efeito do medicamento ou quando há intervenção do estado nutricional da pessoa. No entanto, assim como os alimentos podem interferir na ação dos fármacos, os mesmos também podem interferir na absorção dos nutrientes (LOPES et al, 2010). Os metabolismos dos nutrientes podem ser modificados pelos fármacos, interações que resultam em alteração do estado nutricional, sendo necessário o controle de substâncias que causam prejuízos à nutrição como o metotrexato (antibiótico – usado no tratamento da artrite reumatoide e psoríase) e a ciclosporina (indicada para transplantes de órgãos prevenindo rejeição) que causam danos a mucosa intestinal, e consequentemente diminuindo a absorção de cálcio. Substâncias como antibióticos, antiácidos e laxativos podem causar perda de nutrientes. O uso a longo prazo de laxantes como o bisacodil, reduz a absorção de glicose, proteína, sódio, potássio e algumas vitaminas. Diuréticos como a furosemida aumentam a excreção de minerais como cálcio, magnésio, zinco e potássio (MOURA e REYES, 2002). Interações fármaco – alimentos que afetam o estado nutricional e medidas a serem adotadas (LOMBARDO e ESPERIAN, 2014): FÁRMACO CLASSE TERAPÊUTICA NUTRIENTE AFETADO EFEITO MEDIDA DIETÉTICA A SER ADOTADA Amoxicilina, ampicilina, benzi penicilina, cefalotina, cefalexina, ceftriaxona, ciprofloxacina, cloranfenicol, eritromicina, gentamicina, oxacilina Antibiótico Vitaminas K e B12 Diminuição da microbiota intestinal Produtos lácteos fermentados e fibras Dexametasona, hidrocortisona e prednisona Anti-inflamatório esteroide Vitaminas A C, B1, B6, B9, cálcio, potássio, fósforo, magnésio e zinco Diminuição da absorção e/ou aumento da excreção Ingestão de frutas nos intervalos das refeições Metotrexato Antineoplásico Ácido fólico Inibição competitiva da enzima diidrofolato-redutase, depleção de folato Suplemento de ácido fólico e dietas ricas em verduras de cor verde escuro Óleo mineral Laxante Vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K) Diminuição da absorção e/ou menor tempo de trânsito intestinal Intervalos adequados entre a administração dos medicamentos e as refeições Omeprazol, ranitidina e cimetidina Anti-ulceroso Vitamina B12 Diminuição da absorção Suplemento de vitamina B12 e dieta rica em alimentos de origem animal CONCLUSÃO A interação entre fármacos e nutrientes está se mostrando cada vez mais importante na equipe multidisciplinar de saúde, uma vez que os alimentos são substâncias químicas diversificadas e constantemente disponíveis no organismo. No que se refere às adversidades destas interações, é de suma importância que os profissionais participem de programas educacionais, implementando procedimentos de prevenção e resolução de problemas. Uma atenção maior deve ser dada aos casos de tratamentos crônicos, pois a biodisponibilidade dos nutrientes, bem como as dos fármacos, é essencial para o processo de cura de doenças. REFERÊNCIAS LOMBARDO, Márcia e ESERIAN, Jaqueline. Fármacos e alimentos: interações e influências na terapêutica. Infarma Ciências Farmacêuticas, v26.e3. a2014.pp188-192. Disponível em:< http://revistas.cff.org.br/?journal=infarma&page=article&op=view&path%5B%5D=632&path%5B%5D=pdf_15>. Acesso em: 19 de junho de 2018. LOPES, Everton et al. Análise das possíveis interações entre medicamentos e alimento/nutrientes em pacientes hospitalizados. Einstein 2010; 8(3 Pt 1):298-302. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/eins/v8n3/pt_1679-4508-eins-8-3-0298.pdf. Acesso em: 19 de junho de 2018. MOURA, Mirian e REYES, Felix. Interação fármaco-nutriente: uma revisão. Rev. Nutr. vol.15 no.2 Campinas maio/agosto. 2002. Disponível em:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732002000200011&lng=en&nrm=iso&tlng=pt. Acesso em: 19 de junho de 2018. image1.png
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