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História da Psicologia NP2

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História da Psicologia (NP2)
· 
· Historicamente, é concedido a Wilhelm Wundt (1832 – 1920) o título de fundador da Psicologia, como ciência independente. Evidentemente, o estabelecimento de um campo de estudos envolve uma longa pré-história, antes que ocorra “oficialmente” sua fundação. Este foi também o caso da Psicologia. 
· Muitos cientistas desenvolviam estudos em áreas que vieram, mais tarde, a pertencer ao escopo da Psicologia. Aqui, destaque deve ser dado ao trabalho desenvolvido por Fechner (1801 – 1887) que, com suas pesquisas na área da psicofísica, permitiu o estudo das relações existentes entre os processos físicos (por exemplo, a estimulação ambiental) e os processos mentais (sensações, experiência consciente). 
· Cabe inegavelmente a Wundt, no entanto, o mérito da instalação do primeiro laboratório em Leipzig (Alemanha), bem como do lançamento da primeira revista especializada. Além disso, Wundt teve a intenção deliberada de, em suas próprias palavras, “demarcar um novo domínio da ciência” (da Introdução de Principles of Physiological Psychology, publicado em 1873-1874 – apud. SCHULTZ, D.P. & SCHULTZ, S.E, 2007, p. 78)
· O projeto de Wundt para a Psicologia é peculiar porque já põe a nu a duplicidade da Psicologia e a complexidade dos procedimentos necessários à investigação dos fenômenos psicológicos: Wundt concebeu-a como uma ciência intermediária entre as ciências da natureza e da cultura, entendendo que os estudos psicológicos deveriam se desdobrar em uma investigação da experiência imediata dos sujeitos – o que se poderia alcançar pela utilização do método experimental – e o estudo de como os elementos componentes desta experiência se combinavam nos sujeitos, numa síntese criativa.
· Para Wundt, portanto, desde logo se colocou a demanda por um método que, indo além dos procedimentos investigativos da ciência natural, possibilitasse o estudo dos fenômenos culturais – linguagem, sistemas religiosos, mitos, etc. – enquanto manifestações da subjetividade humana. Wundt propunha a utilização dos métodos advindos da Antropologia e da Filologia como forma de acesso aos processos mentais superiores que produzem a cultura e a linguagem.
· Esta dupla Psicologia – uma fisiológica experimental e uma social (“dos povos”) – apresentava dificuldades metodológicas extremas, especialmente em um período histórico em que imperavam o Empirismo e o Positivismo. Wundt acabou por obter maior adesão da comunidade científica em sua investigação experimental. Sua Psicologia dos povos (Völkerpsychologie) sofreu um certo desprestígio, especialmente em território americano, tendo sido, no entanto, fundamental no estabelecimento de uma Psicologia Social Sociológica na Europa.
· Wundt utilizava métodos experimentais em seus estudos desenvolvidos em laboratório. Ele adaptou métodos empregados por fisiologistas para desenvolver estudos sobre a consciência, que para ele seria o objeto de estudo da Psicologia. A consciência, para Wundt, deveria ser estudada, inicialmente, por meio da descrição dos elementos individuais da consciência, a qual teria um papel ativo em organizar seu conteúdo. A capacidade própria de organização da mente era classificada por Wundt como Voluntarismo, em referência à volição, que significa força ou ato de vontade, tendo em vista que a mente organizaria seus conteúdos a partir de um ato de vontade próprio, o que exemplificaria seu papel ativo. 
· O primeiro objetivo do psicólogo (...) é determinar a natureza e o número dos elementos mentais. Ele toma a experiência mental, parte por parte, dividindo-a e subdividindo-a, até que a divisão não possa prosseguir. Quando atinge esse ponto, ele encontrou um elemento da consciência.
· Depois de Wundt, muitos de seus discípulos abandonaram a proposta da Völkerpsychologie, prosseguindo as suas investigações na área da psicologia experimental. Titchener (1867 – 1927) foi um deles. Responsável pela divulgação dos trabalhos do mestre nos EUA, aproximou-se gradativamente de uma psicologia puramente fisiológica, em que os sujeitos eram pensados como organismos e não como membros de uma dada cultura, como queria Wundt.
· O trabalho de Titchener visava o estabelecimento das unidades elementares da consciência, através da análise progressiva dos processos conscientes – daí a expressão Estruturalismo para nomear sua psicologia.
· Para Titchener, a Psicologia deveria ser uma ciência puramente positivista, caracteristicamente experimental. Não deveria preocupar-se nas possibilidades práticas de aplicação do conhecimento nele gerado.
· Com base em seus estudos, Titchener identificou três tipos de processos mentais elementares: as sensações, as imagens e os afetos. Cada um desses elementos possuía vários atributos. As sensações e as imagens tinham os atributos de qualidade (o que distingue uma sensação da outra), intensidade (a força do estímulo), duração e clareza (posição que assume na consciência em relação aos demais elementos); já os afetos possuíam os atributos de qualidade, intensidade e duração, mas não de clareza. Por outro lado, os afetos podiam ser agradáveis ou desagradáveis, atributos que não poderiam se resumir à mera sensação.
· A proposta inicial de Titchener sofreu mudanças ao longo dos anos. Na década de 20, Titchener propõe um modelo mais fenomenológico para compreender a mente humana, descrevendo os processos sensoriais em termos de dimensões e abandonando a ênfase inicial nos elementos da consciência
· Em sua inserção em solo americano, o duplo projeto de Psicologia de Wundt foi preterido, a exemplo do que já havia ocorrido na Europa, sendo mais amplamente divulgada e aceita a sua Psicologia Experimental. Na década de 70, análises mais detalhadas da obra de Wundt recuperaram suas ideias referentes à Psicologia Cultural e sua preocupação com a síntese criativa, elementos que haviam pouco a pouco perdido importância em solo americano.
· Titchener, discípulo de Wundt, leva suas ideias aos EUA, aonde afasta-se da proposta wundtiana, na medida em que abandona a investigação da organização dos elementos da consciência em processos cognitivos superiores.
· Ao fundar o primeiro laboratório de Psicologia em Leipzig, Wundt delimitou um campo de estudo para a nova ciência e definiu um método de investigação estudar a organização dos elementos da experiência consciente, a qual ele denominou de 'apercepção', ou seja, o processo pelo qual elementos mentais são organizados, descobrir como se dá a organização e síntese dos elementos básicos dos processos conscientes e descobrir as leis que regem a organização dos elementos básicos na consciência.

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