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14-04- 23 NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL USO INDEVIDO DE MARCA MARASCA AUTOCAR

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Ijuí, 14 de abril de 2023. À MARASCA AUTOCAR
Rua Gen. Carlos de Campos Gay, nº 628, Oliveira, CEP 98801-330, Santo Ângelo - RS
REF.: NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL – USO INDEVIDO DE MARCA.
Prezados	Senhores,	pela	presente,	e	na	qualidade	de
procuradores da empresa LEONARDO MARASCA ME, pessoa
jurídica
de	direito	privado,	inscrita	no
CNPJ	sob	nº
31.976.876/0001-00, estabelecida na Rua Alagoas, nº 923, Bairro Assis Brasil, na cidade de Ijuí/RS, para assuntos atinentes à Propriedade Industrial, vimos apresentar a seguinte
NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL
pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos, para que, ulteriormente, Vossas Senhorias não aleguem desconhecimento das implicações jurídicas nas quais poderão incorrer.
 (
DOS
 
FATOS
)
Cumpre
consignar que a ora Notificante,
desde a sua
constituição galgou uma posição de destaque e prestígio no mercado,
posição atingida a partir de um trabalho sério, eficiente e honesto, sempre voltado para a satisfação de seu público consumidor, exercendo assim com lisura e competência suas atividades.
Portanto, a fim de proteger com exclusividade o sinal distintivo utilizado para identificar seus serviços, buscou proteção marcaria junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial – INPI.
Os pedidos de registros (Processos nºs: 927800462, 927800950 e 928083705) desta notificante, foram depositado junto ao citado órgão federal,
a fim de proteger os proteção.
ativos intelectuais da empresa em várias classes de
	Processo
	Prioridade
	Marca
	Titular
	Classe
	927800462
	25/08/2022
	MARASCA ESTÉTICA
AUTOMOTIVA
	LEONARDO MARASCA ME
	NCL (11) 04
	927800950
	25/08/2022
	MARASCA ESTÉTICA
AUTOMOTIVA
	LEONARDO MARASCA ME
	NCL (11) 35
	928083705
	21/09/2022
	MARASCA ESTÉTICA AUTOMOTIVA
	LEONARDO MARASCA ME
	
NCL (11) 37
Devido à preocupação em proteger o patrimônio intelectual da sua empresa, e por entender que há iminente possibilidade do seu publico
consumidor “confundir” a origem dos serviços prestados, esta NOTIFICANTE
pretende	solucionar	pacificamente	o	conflito	instalado, NOTIFICAÇÃO.
através	desta
 (
DO
 
DIREITO
 
DA 
NOTIFICANTE
)
Com os
depósitos dos pedidos de registros
do seu sinal
distintivo “MARASCA ESTÉTICA AUTOMOTIVA”, na modalidade Mista, esta notificante está protegida pelas diretrizes da anterioridade contempladas na legislação, e possui prioridade legal para proteção da sua marca em todo o território nacional.
Art. 129. A propriedade da marca adquire-se pelo registro
validamente expedido, conforme as disposições desta Lei, sendo assegurado ao titular seu uso exclusivo em todo o
território nacional, observado quanto às marcas coletivas e de certificação o disposto nos arts. 147 e 148.
Art. 131. A proteção de que trata esta Lei abrange o uso da
marca
em papéis, impressos, propaganda
e documentos
relativos à atividade do titular.
No caso em exame, fica evidente que Vossas Senhorias estão
reproduzindo a marca com que os serviços
da Notificante, fato este que, indubitavelmente, fará oferecidos pela Notificada sejam relacionados com
serviços ofertados pela Notificante.
Neste	sentido,	com	a	utilização	do	mesmo	elemento
nominativo e a oferta
dos mesmos serviços, os consumidores
são levados a
acreditar tratar-se do mesmo grupo de empresas, o que é inaceitável para nossa Constituinte.
O nosso ordenamento jurídico adota o princípio da “PRIOR IN TEMPORI, POTIOR IN JURE”, ou seja, quando colidentes os sinais, como se verifica no presente caso, deve sempre prevalecer o direito daquele que primeiro efetuou os registros nos órgãos competentes.
Portanto, gozando da prioridade temporal junto ao Instituto
Nacional da Propriedade Industrial, nossa Constituinte tem o direito de
exclusividade do uso
da expressão “MARASCA ESTÉTICA
AUTOMOTIVA”,
podendo impedir que outros empresários se identifiquem e/ou identifiquem
seus serviços com expressão idêntica ou semelhante, que possa provocar confusão, erro ou associação entre os consumidores ou ainda no meio empresarial.
O direito à propriedade de marca e nome empresarial, bem
como o direito a zelar por eles, é assegurado por nossa legislação pátria,
conforme dispõem o inciso XXIX, do artigo 5º, da Constituição Federal, e o artigo 129 e130, ambos da Lei da Propriedade Industrial, incisos e artigos “in verbis”:
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
“Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País;”
LEI DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL:
Art. 130 – Ao titular da marca ou ao depositante é ainda
assegurado:
I – ceder seu registro ou pedido de registro;
II – licenciar seu uso;
III – zelar pela sua integridade material e reputação.”
Tais garantias legais são imprescindíveis, pois fu cionam como
escudo protetivo aos consumidores, que são expostos a diversos produtos e serviços, sendo suscetíveis associações errôneas quanto sua origem.
Além de proteger os consumidores, a legislação marcária protege também os titulares das marcas, pois garante a exclusividade sobre o uso em todo território nacional, resguardando seu patrimônio, na medida que impede o uso e a apropriação indevida de seu sinal distintivo, para identificar produtos e serviços de terceiros.
No caso em exame, depura-se que a notificada vem utilizando sinal distintivo alheio para designar seus serviços, situação que não pode ocorrer, uma vez que a mesma não possui autorização para tanto.
Vale mencionar, que as empresas em combate atuam em SEGMENTO MERCADOLÓGICO IDÊNTICO, OFERECENDO OS MESMOS SERVIÇOS
AOS CONSUMIDORES, fato este passível a agravar e tornar insustentável a presente situação, e que é veemente proibido pela legislação que rege a proteção das marcas.
Inclusive, esse é o entendimento de nossos Tribunais Pátrios.
Senão vejamos:
PROPRIEDADE INDUSTRIAL - REGISTRO DE REPRODUZ	CARACTERÍSTICO	DE	NOME
MARCA QUE COMERCIAL	-
IMPOSSIBILIDADE - IDENTIDADE GRÁFICA E FONÉTICA ENTRE
OS	TERMOS	-EMPRESAS	QUE	ATUAM	EM	SEGMENTOS
MERCADOLÓGICOS		AFINS	E	ÁREAS	DE	CONSUMO COINCIDENTES	-	APLICAÇÃO		DO	 PRINCÍPIO	DA
ESPECIALIDADE.1-	A	marca	da	apelada,	"CULTURA
AMERICANA",	é	uma	reprodução	do	elemento
característico do nome comercial da apelante. No caso, não se trata de mera semelhança, mas sim de termos que possuem identidade gráfica e fonética, além das empresas prestarem o mesmo tipo de serviço, que é o serviço de exploração e comércio de material didático, acarretando para o consumidor dúvida quanto à origem
dos
serviços prestados pelas empresas
em litígio que
atuam no mesmo segmento mercadológico e no Estado
de São Paulo registraram seus objetos comerciais;2- A
doutrina tem entendido que no caso de marcas e nomes comerciais, aplica-se o
colisão entre princípio da
especialidade o qual implica basicamente uma limitação da regra da novidade relativa a um mercado específico, onde se dá a efetiva competição;3- A coexistência da marca da apelada com o nome comercial está ao arrepio
do artigo 124, inciso V da Lei de Propriedade Industrial.
Proibição esta que já se encontrava prevista no artigo 65, 5 do CPI; AMS 59528 RJ 2002.51.01.507813-4
“PROPRIEDADE INDUSTRIAL – Colidência entre nome e
marca comercial – registros na junta comercial e no INPI – Prevalência de quem registrou em primeiro lugar, sendo vedada a utilização da marca por terceiro, que deverá
abster do uso do nome – Prazo de 10 dias para as
alterações – Exigüidade ficando aumentado para 60 dias – Multa diária de R$ 2.000,00 pelo descumprimento da Exarcebação, ficando diminuída para R$1.000,00 – Apelo provido em parte.(Apelação Cível n.º 63.177-4, São Paulo – 6ªCâmara de Direito Privado – Relator: Testa Marchi – 16.12.99 )
No presente caso, além dos interesses da Notificante, também
estão	sendo	violados
os	direitos	do	consumidor	como
mencionado
anteriormente, atraindo a incidência do art. 4º, inciso VI, da Lei 8.078/90
(Código de Defesa do Consumidor):
“Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo
tem por objetivo o atendimento das necessidades dos
consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a
melhoria da sua qualidade de vida, transparência e harmonia das relações atendidos os seguintes princípios:
bem como a de consumo,
(...)
VI - coibição e repressão eficientes de todos os abusos
praticados	no	mercado	de	consumo,	inclusive	a concorrência desleal e utilização indevida de inventos e
criações industriais das marcas e nomes comerciais e
signos distintivos, que possam causar consumidores;”
prejuízos aos
Ainda é mister destacar que o uso de nome comercial e
marca de titularidade de outrem é vedado expressamente pela lei e, poderá
configurar crime contra registro de marca e crime de concorrência desleal,
conforme segue demonstrado pela Lei da Propriedade Industrial:
“Art. 189 – Comete crime contra registro de marca quem:
I – reproduz, sem autorização do titular, no todo ou em
parte, marca registrada, ou imita-a de modo que possa induzir confusão; ou;
II –
altera marca registrada de outrem
já aposta em
produto colocado no mercado.
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 multa.” (Grifos e negritos nossos)
(um) ano, ou
“Art. 195 – Comete crime de concorrência desleal quem:
(...)
III – emprega meio fraudulento, para desviar, em proveito próprio ou alheio, clientela de outrem;
(...)
V – usa, indevidamente, nome comercial, título de
estabelecimento ou insígnia alheios ou vende, expõe ou oferece à venda ou tem em estoque produto com essas referências;
(...)
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 multa.”
(um) ano, ou
Conforme se pode apreender de todo o transcrito no presente expediente notificatório, nossa Constituinte POSSUI O DIREITO DE USO EXCLUSIVO DA EXPRESSÃO “MARASCA ESTÉTICA AUTOMOTIVA” em seu
segmento mercadológico, não sendo permitido conviver com a marca
“MARASCA	AUTOCAR”
empresariais.
para	assinalar	exatamente	os	mesmos	serviços
Desta forma, não há como se cogitar a manutenção da utilização da expressão “MARASCA AUTOCAR” pela Notificada, para assinalar exatamente os mesmos serviços que a NOTIFICANTE, sendo inviável a coexistência pacífica das expressões em tela, uma vez que seu uso causará enormes prejuízos à Notificante, que verá dispersar a sua clientela, formada ao
longo dos anos, pois, o público consumidor associará os empresários
mercantis, acreditando tratar-se de uma única empresa.
 (
DO
 PEDIDO
)
Nos termos de tudo o que foi exposto, esta notificante solicita que Vossas Senhorias atendam a presente solicitação extrajudicial a fim de
compor pacificamente a controvésia a respeito da utilização indevida de
marca alheia e abstenham-se, no prazo de 10 dias, do uso da expressão
“MARASCA AUTOCAR” para identificação de seus serviços e produtos,
incluindo anúncios publicitários, Internet, letreiros, fachadas, estabelecimento comercial, notas fiscais e/ou quaisquer outros meios que ao público se revele.
Por fim, faz-se necessário esclarecer que, na eventual hipótese em que inexista manifestação satisfatória no prazo assinalado, ou no silêncio, tais atos implicarão, necessariamente, na adoção das medidas que a nossa Constituinte haja por bem em determinar, sem qualquer outro aviso, inclusive, pleiteando-se indenização por perdas e danos, a contar do recebimento da presente notificação.
Acreditamos ainda que não há, por parte da notificada
qualquer intenção em
prejudicar a notificante, com isso nos
colocamos a
disposição para mais esclarecimentos e tentativa de composição pacifica do presente conflito, portanto, qualquer notificação ou contato, referente a
questão vertida na NOTIFICAÇÃO em apreço, deverá ser feita ou endereçada
diretamente ao procurador e advogado LUIZ FERNANDO SOAR S COSTA, com
escritório profissional à Rua 24 de Fevereiro, 606, Centro, nesta cidade de Ijuí,
pelo Fone/Whats (55) 3331.1010 / (55) 8403.1167 ou endereço eletrônico
fernando.lorenzecosta@gmail.com
Sendo o que constava, subscrevo-me atenciosamente,
salientando que continuamos à disposição para sanar qualquer dúvida ou nova manifestação.
Ijuí, 14 de Abril de 2023.
Luiz Fernando Soares da Costa OAB/RS nº 66.379
ÉMILE PAIM BERNARDO OAB/RS nº 97.769
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