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GASTRONOMIA E EVENTOS AULA 2 Profª Sandra Kuchnir 2 CONVERSA INICIAL Uma cozinha bem estruturada e organizada é grande parte do sucesso de um empreendimento gastronômico, seja em termos de satisfação do cliente ou retorno financeiro. Cada profissional que compõe uma cozinha tem suas responsabilidades e funções. Executar adequadamente o trabalho, respeitando a hierarquia dentro de uma cozinha. fará com que o ambiente de trabalho flua melhor e com mais eficiência. Estudaremos nesse capítulo o funcionamento de uma cozinha, desde a estrutura funcional, com os cargos e atribuições, o recebimento das mercadorias de forma correta e dentro das normas sanitárias, as fases do trabalho, o mise en place bem executado até a importância da higiene e manipulação dos alimentos. TEMA 1 – ESTRUTURA FUNCIONAL Para falarmos da estrutura funcional de uma cozinha é necessário, que conheçamos quem foi o responsável pela organização do trabalho na cozinha, dividindo-a em funções: o admirável cozinheiro Auguste Escoffier (1846-1935). “O Imperador das Cozinhas do Mundo”, como era chamado Escoffier, foi o grande expoente das cozinhas na segunda metade do Século XIX, influenciando muitos profissionais da área. Segundo Freixa (2010), “seu nome está ligado também ao desenvolvimento da hotelaria francesa, sobretudo aos hotéis de luxo de César Ritz” (Freixa; Chaves, 2010, p. 134). Escoffier instituiu o sistema de brigada, com o intuito de tornar o trabalho nas cozinhas de hotéis ágil e simplificado. Ele definiu as responsabilidades de cada cozinheiro, objetivando evitar retrabalho e sobrecarga de atividades, dividindo a cozinha em cinco funções, sendo elas: • Gard-manger (responsável pelos pratos frios e suprimentos da cozinha); • Entremetier (preparação de legumes, sopas e sobremesas); • Rôtisseur (responsável pelos assados, grelhados e fritos); • Saucier (executa a preparação dos molhos e fundos de base); • Pâtissier (responsável pela confeitaria) (Freixa; Chaves, 2010). 3 O sistema permanece praticamente o mesmo até os dias atuais, tendo havido poucas alterações. Crédito: Gorodenkoff/Shutterstock. Nem todos os restaurantes possuem todas essas funções, pois elas podem variar de acordo com o tamanho e finalidade do restaurante, sendo que, em estabelecimentos menores, a brigada é reduzida e as responsabilidades são divididas de maneira a aproveitar melhor o espaço disponível e as competências de cada profissional. 1.1 Funções e divisão de tarefas A brigada clássica da cozinha utilizada atualmente é composta por: Quadro 1 – Funções e tarefas da brigada de cozinha FUNÇÃO TAREFAS Chef de cuisine ou chef executivo Responsável pelos pedidos, desenvolvimento do cardápio, supervisão das praças e contratação de pessoal. Sous-chef Considerado o braço direito do chef, assume a responsabilidade pela cozinha quando ele não está presente. Em estabelecimentos 4 menores, é pouco comum encontrarmos essa função. Chef gard-manger Responsável pelas entradas frias e quentes, além da preparação de patês, terrines, geleias e galantines.1 Chef saucier Responsável pela produção de todas as bases, molhos e derivados, além de fundos e sopas. Chef boucher Responsável pelos cortes e preparo de carnes, aves e peixes. Chef entremetier Responsável pelas massas, fundos e pratos com ovos. Chef rotisseur Responsável pelos assados e grelhados. Chef pâtissier Responsável pelo preparo dos doces, petit-fours, tortas e sobremesas. Fonte: SENAC.DN. Além dessas funções, temos ainda: o auxiliar ou ajudante de cozinha, que dá suporte aos cozinheiros nos preparos; o chefe de limpeza (chef steward), que é responsável pela higiene e manutenção da cozinha, inclusive lavagem de panelas e louças, além de cuidar do inventário dos utensílios de cozinha; e o steward, que é responsável por serviços gerais de apoio. TEMA 2 – RECEBIMENTO DE GÊNEROS ALIMENTÍCIOS O recebimento e inspeção dos gêneros alimentícios em uma cozinha é parte essencial para que os preparos sejam de qualidade e para que se possa trabalhar com segurança alimentar. Para tanto, é necessário que haja uma pessoa designada para fazer a inspeção dos produtos recebidos, observando as condições organolépticas, ou seja, cor, odor, aspecto e consistência dos insumos, além das condições da embalagem e data de validade. Para as carnes vermelhas, é necessário que se observe a cor, o odor, o aspecto geral e a consistência; a gordura deve ser branca e firme. A carne 1 Galantine. Prato frio com carne de aves desossadas, desfiadas, preparadas e cozidas numa forma, junto com gelatina feita com o caldo da própria ave. Deve ser servido frio (Gomensoro, 1999). 5 suína deve seguir as mesmas instruções das carnes vermelhas. Para as aves, deve ter coloração que pode variar entre o branco e o amarelo e a sua consistência deve ser firme. Os peixes devem ter guelras rosadas ou vermelhas, barriga firme quando pressionada com as mãos, as escamas devem estar brilhantes e as nadadeiras em perfeito estado (Zanella, 2002). Quanto aos camarões e lagostas, devem ter uma curvatura no corpo, a cor deve estar uniforme e não devem apresentar manchas ou pigmentos estranhos (Zanella, 2002). Crédito: Esteveg/Shutterstock. Já os legumes, verduras e frutas devem estar os mais frescos possíveis, observando se possuem cores brilhantes e se estão sem manchas ou mofo. As hortaliças não devem estar murchas e as frutas não devem ter aparência de enrugadas e com perfurações (SENAC, 2011). TEMA 3 – FASES DO TRABALHO Para que o trabalho em uma cozinha flua de forma eficiente e harmônica, deverá haver um planejamento das fases que os cozinheiros devem seguir. Devem ser otimizados o tempo e o espaço de trabalho, de forma que o serviço flua melhor. Podemos dividir as fases do trabalho em uma cozinha da seguinte forma: 6 • Planejamento do cardápio e compras: ambos estão interligados. As compras serão realizadas conforme é feito o planejamento do cardápio; a frequência em que elas são feitas dependerá do porte do estabelecimento e da sua capacidade de armazenamento. É imprescindível que se conheça os fornecedores a fim de exigir que os insumos sejam de qualidade; • Mise en place (organização): a praça de trabalho de um cozinheiro deve ser organizada para um bom resultado. Essa organização se dá por meio de um mise en place bem feito e falaremos mais sobre ele no tema 4; • Produção: ela deve ser planejada de acordo com a demanda do restaurante e às necessidades da cozinha, de forma a evitar desperdício de alimentos ou falta deles; • Execução do prato: devem ser aplicadas as técnicas de cocção corretas, cuidando para que tenha diferentes texturas e cores e que a combinação dos ingredientes seja adequada; • Finalização: já ouvimos várias vezes que primeiro “comemos com os olhos”, ou seja, a montagem do prato deve ser atraente e causar uma boa impressão no cliente. Por isso, deve ser utilizada a criatividade, sempre usando texturas diferentes e alimentos com cores diferentes. Crédito: tiagosilvafotografia/Shutterstock. 7 Importante ainda salientar que, para que os pratos tenham padrão de produção, deverá ser empregado o uso da ficha técnica para cada preparação. Isso porque uma mesma receita poderá ser executada por mais de um profissional, em decorrência de turnos diferentes ou da ausência de determinado funcionário em um ou mais dias, e o uso da ficha técnica fará com que a preparação saia sempre com o mesmo padrão. A ficha técnica de preparo é um instrumento de apoio operacional, pois ela fornece os ingredientes necessários para a preparação do prato, a ordem do preparo, o levantamento dos custos e o cálculo do valor nutricional da preparação. Para que um planejamentode cardápio seja completo, deve haver a descrição das etapas de produção e a definição correta de cada preparação. 3.1 Uso dos EPIs na cozinha A saúde do trabalhador deve ser um fator de grande atenção para se evitar doenças ocupacionais e acidentes de trabalho. Por isso, a utilização dos Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs) numa cozinha é necessária e obrigatória. Falaremos dos principais EPIs que são utilizados dentro de uma cozinha e sua função: • Avental: ao usar o avental, o cozinheiro se protege contra respingos de óleo quente e produtos químicos que são utilizados na limpeza da cozinha; além disso, também se protege contra temperaturas extremas. Temos dois tipos de aventais: o avental para proteção térmica, que protege contra temperaturas extremas e respingos de óleos, é usado em atividades em que o cozinheiro realiza tarefas próximas a fogões e fornos; há ainda o avental de PVC ou silicone, que protege o cozinheiro quando ele realiza atividades que envolvem grande volume de água e utilização de produtos químicos; • Calçados de segurança: protegem o trabalhador contra escorregões e quedas. Ele deve ser antiderrapante, tendo em vista que, nas cozinhas, os pisos podem estar molhados ou até sujos com gorduras e alimentos durante a jornada de trabalho. Além do sapato de segurança, temos ainda o uso das botas de segurança, que são utilizadas para proteger da 8 umidade quando se faz a limpeza da cozinha, em que se utiliza bastante água e produtos de limpeza; • Touca de proteção: a utilização da touca evita que fios de cabelo caiam sobre os alimentos que são preparados pelo cozinheiro. Seu uso garante a higiene e segurança do alimento; • Luvas: as luvas de segurança são um EPI muito importante nas cozinhas. Elas garantem a proteção das mãos e braços dos profissionais e são utilizadas em diversas atividades; porém, existe um tipo de luva para cada atividade: • Luva térmica: utilizada no manuseio em fornos, fogões e no transporte de recipientes quentes ou ainda no manuseio de alimentos congelados. Ou seja, protege contra calor extremo ou frio extremo; • Luva anticorte: protegem o trabalhador quando ele está manuseando facas, serras e outros tipos de ferramentas utilizadas na cozinha industrial, protegendo contra cortes. Crédito: 135pixels/shutterstock. • Luvas de procedimento: elas impedem a contaminação dos alimentos na manipulação de alimentos; • Luvas de látex: protegem contra os agentes químicos que são utilizados para a higienização dos utensílios e da cozinha. 9 Crédito: Maridav/shutterstock. • Jaqueta térmica: é utilizada quando o trabalhador necessita entrar em câmara fria, evitando o choque térmico causado pelo calor da cozinha e o frio da câmara. Todos os EPIs devem ter indicação do Certificado de Aprovação (CA), expedido pelo órgão competente do Ministério do Trabalho e Emprego. TEMA 4 – MISE EN PLACE O termo mise en place é um termo francês que significa colocar em ordem. A organização da cozinha e a separação de todos os ingredientes e utensílios que serão utilizados em uma receita refletem o significado dessa expressão. 10 Crédito: Syvoravong/Shutterstock. O mise en place é decisivo para o uso do tempo e para a eficácia das operações necessárias para as preparações; por isso, é importante que ele seja realizado antes de iniciar o preparo de um prato. TEMA 5 – HIGIENE E MANIPULAÇÃO DE ALIMENTOS Após o recebimento dos insumos, a etapa do preparo dos alimentos é bastante importante e envolve cuidados com a higiene pessoal do manipulador, bem como do ambiente de trabalho. A higiene na manipulação dos alimentos em uma cozinha deve ser sempre priorizada, de forma que esse alimento não represente um risco à saúde do consumidor. Qualquer dano à saúde do consumidor poderá representar uma indenização a ser paga pelo estabelecimento que o causou, de acordo com a legislação consumerista. Aliás, o art. 6º, Inciso I do Código de Defesa do Consumidor (Lei n. 8.078/90), dispõe que é direito básico do consumidor “a proteção da vida, saúde e segurança contra riscos provocados por práticas no fornecimento de 11 produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos” (CDC, art. 6º, Inciso I, 1990). Está se protegendo aqui a integridade física do consumidor e o seu direito a não ser exposto a perigos, razão pela qual o fornecedor deve garantir uma segurança razoável de seus serviços ou produtos (Júnior, 2017). Podemos tomar como exemplo a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) no seguinte caso: Código de Defesa do Consumidor. Lata de tomate Arisco. Dano na abertura da lata. Responsabilidade civil da fabricante. O fabricante de massa de tomate que coloca no mercado produto acondicionado em latas cuja abertura requer certos cuidados, sob pena de risco à saúde do consumidor, e sem prestar a devida informação, deve indenizar os danos materiais e morais daí resultantes. (Junior, 2017, p. 48) Portanto, todo o processo de produção dos alimentos deve seguir as normas de higiene e a manipulação de alimentos e deve ser norteado pelas boas práticas, para que o produto final não apresente riscos de contaminação microbiológica, química ou física, suficiente para garantir a saúde e a integridade física do consumidor. A segurança dos alimentos envolve todas as etapas de produção, desde a fabricação do produto até a sua distribuição e consumo. A produção de alimentos está associada sempre às normas de higiene, começando pelos padrões microbiológicos, resíduos de pesticidas e contaminantes diversos, até a sua manipulação e fiscalização. Para se obter um controle de qualidade eficiente, é necessário que ele envolva todas as etapas de preparação e que sejam definidas todas as situações que envolvem a preparação do alimento. As técnicas utilizadas devem possibilitar o preparo dos alimentos em condições higiênico-sanitários e elas devem ser ensinadas aos manipuladores tanto teoricamente como na prática, para que todo o processo seja feito de forma segura, evitando intoxicações ou infecções alimentares (Silva Jr, 2014). O manipulador de alimentos deve estar sempre com uma proteção nos cabelos, não os deixando soltos e descobertos; as unhas devem ser curtas, limpas e sem esmalte ou base; não deve haver adereços, como brincos, anéis e colares; o uniforme deve estar impecavelmente limpo; as mãos devem ser lavadas antes e depois de cada operação para que não haja a contaminação por bactérias. 12 Crédito: LightField Studios/Shutterstock. Além disso, todos os utensílios devem estar limpos e desinfetados antes e após o uso, em especial as tábuas de corte e os locais onde os alimentos serão depositados. 5.1 Legislações Existem legislações específicas no Brasil, que servem para nortear os responsáveis, sejam eles diretos ou indiretos, pela manipulação adequada dos alimentos. Comecemos pela Resolução n. 216 de 2004, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que estabelece procedimentos de boas práticas em serviços de alimentação para garantir condições higiênico- sanitários do alimento que é preparado. Todos os estabelecimentos da área gastronômica, desde a sua abertura até o seu funcionamento regular, devem utilizar os manuais de boas práticas de fabricação, os quais são concebidos baseados nessa resolução. Além da RDC n. 216/2004 da Anvisa, temos outras legislações que podem auxiliar garantindo alimentos mais seguros ao consumidor. Como exemplo, temos a Resolução n. 275, de 21 de outubro de 2002, também da Anvisa, que dispõe sobre o regulamento técnico de Procedimentos Operacionais Padronizados (POP’s). Esse regulamento nada mais é do que um documento que define o passo a passo de tarefas que são realizadas na rotina 13 de um serviço de alimentação, como, por exemplo, as de execuçãoe de materiais utilizados. A Lei n. 6.437, de 20 de agosto de 1977, estabelece infrações à legislação sanitária federal e impõe as respectivas penalidades para casos como venda de alimentos fora do prazo de validade, sem registro ou licença sanitária ou ainda que passaram por processos de fraude, falsificação ou adulteração durante seu processamento. Além dos processos de manipulação, armazenamento e distribuição de alimentos, as edificações do estabelecimento também devem seguir normas, seja na instalação elétrica, nas caixas de gordura ou no abastecimento de água. Vamos ver na prática alguns exemplos de normas estabelecidas pela RDC n. 216/2004. Quadro 2 – Exemplos de normas estabelecidas pela RDC n. 216/2004 Tipo de procedimento Exemplo de norma aplicada, segundo RDC n. 216/2004 Abastecimento de água A origem do gelo utilizado em alimentos deve ser de água potável e mantido em condição higiênico- sanitária evitando contaminações. Manejo de resíduos Os lixeiros usados para recolher resíduos na área de produção devem possuir tampas acionadas com pedal (sem contato manual). Manipuladores Os manipuladores devem usar cabelos presos e protegidos por redes, toucas ou outro acessório apropriado para esse fim, não sendo permitido o uso de barba. As unhas devem estar curtas e sem esmalte ou base. Durante a manipulação, devem ser retirados todos os objetos de adorno pessoal e a maquiagem. Matérias-primas, ingredientes e embalagens A recepção das matérias-primas, dos ingredientes e das embalagens deve ser realizada em área protegida e 14 limpa. Devem ser adotadas medidas para evitar que esses insumos contaminem o alimento preparado. Preparação do alimento Os manipuladores de alimentos devem realizar a lavagem das mãos antes de manusear alimentos preparados. É necessário que todos os envolvidos no preparo de alimentos conheçam essas legislações e possam consultá-las a fim de nortear todo o processamento de alimentos. 5.2 Fiscalização Para que a legislação seja aplicada, há necessidade de uma fiscalização e, no caso dos estabelecimentos gastronômicos, ela é executada por agentes da vigilância sanitária. Esses profissionais são capacitados para, no ato da inspeção, verificarem se todos os procedimentos e normas estabelecidos pela legislação vigente foram cumpridos. Os serviços de alimentação só podem funcionar regularmente quando a licença sanitária é liberada. No Brasil, a fiscalização sanitária dos alimentos é gerida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que, além de instituir e regulamentar a legislação federal, coordena as ações de âmbito nacional. Durante a pandemia do COVID-19, por exemplo, a Anvisa publicou a Nota Técnica 23/2020/SEI/GGALI/DIRE2/ANVISA, informando a não obrigatoriedade do uso de luvas descartáveis e máscaras em estabelecimentos da área de alimentação. Além da Anvisa, no âmbito estadual e municipal temos as vigilâncias sanitárias que executam ações nas suas respectivas esferas e ajudam na implementação de legislações complementares. Há ainda os laboratórios de saúde pública, responsáveis pelas análises de alimentos que atua em parceria com a Anvisa e vigilâncias sanitárias estaduais e municipais, além, é claro, do Ministério da Agricultura e Ministério da Saúde. Portanto, o conhecimento das legislações que regem os princípios higiênico-sanitários e a fiscalização dos órgãos apropriados fazem com que o 15 consumidor esteja seguro de que os alimentos servidos em sua mesa serão de qualidade e sem apresentar qualquer risco à saúde. NA PRÁTICA Você é nutricionista e foi contratado(a) para organizar o setor de recebimento de alimentos de um restaurante. O proprietário informou que estava tendo prejuízo com a perda de muitos alimentos, pois não havia um processo organizado no recebimento deles. Monte um Procedimento Operacional Padrão para recebimento de produtos (POP) com todas as fases necessárias. FINALIZANDO Vimos, portanto, que uma cozinha funcionará melhor se todas as normas de higiene e segurança alimentar forem cumpridas, se houver higiene pessoal dos trabalhadores e do ambiente, equipamentos e utensílios, minimizando a possibilidade de provocar algum dano no consumidor, de ordem alimentar. Também é necessário que se estipulem processos e procedimentos para o recebimento de mercadoria, estocagem e produção de pratos, dividindo a cozinha em brigadas ou, no caso de estabelecimentos menores, deixando claro os cargos, responsabilidades e funções de cada um. O uso de equipamento de segurança pelos trabalhadores de uma cozinha é obrigatório e evitará acidentes, devendo haver um treinamento da forma correta de utilizá-los. Com isso, o trabalho fluirá de forma eficiente e com muita organização. 16 REFERÊNCIAS BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. 4ª T. REsp.237.964/SP, Rel. Min. Ruy Rosado de Aguiar, ac. 16 de dezembro de 1999, DJU 08.03.2000. _____. Lei n. 6.437, de 20 de agosto de 1977. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 24 de agosto de 1977. _____. Lei n. 8.078, de 11 de setembro de 1990. Código de Defesa do Consumidor. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 12 set. 1990. _____. Resolução: RDC 216, de 15 de abril de 2004. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2004/res0216_15_09_2004. html>. Acesso em: 9 ago. 2021. _____. Resolução: RDC 275, de 21 de outubro de 2002. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2002/anexos/anexo_res0275 _21_10_2002_rep.pdf>. Acesso em: 9 ago. 2021. _____. Nota Técnica n. 23/2020/SEI/GGALI/DIRE2/ANVISA. Disponível em: <http://site.sindicarnes-sp.org.br/wp2/wp-content/uploads/2020/04/nota- t%c3%89cnica-23-2020-uso-de-mascara-e-luvas-covid-19.pdf>. Acesso em: 9 ago. 2021. FREIXA, D.; CHAVES, G. Gastronomia no Brasil e no mundo. São Paulo: Senac São Paulo, 2017. GOMENSORO, M. L. Pequeno Dicionário de Gastronomia. Rio de Janeiro: Objetiva Ltda, 1999. JÚNIOR, H. T. Direitos do Consumidor. 9. ed. ref., ver. e atual. Rio de Janeiro: Forense, 2017. SENAC.DN. Sou cozinheiro: técnicas, tendências e informações para o aperfeiçoamento profissional. Rio de Janeiro: Senac Nacional, 2011. SILVA JR, E. A. Manual de Controle Higiênico Sanitário em Serviços de Alimentação. São Paulo: Varela, 2014. ZANELLA, L. C. Restaurante: técnicas e processos de administração e operação. Caxias do Sul: EDUCS 2002.
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