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DD_DD_Caderno de Doutrinas e Questoes

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SEMANA 14 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA PLUS 
 
DELEGADO DE POLÍCIA 
 
SEMANA 14/30 
 
 
 
Sumário 
META 1 .............................................................................................................................................................. 7 
DIREITO PENAL: CRIMES CONTRA A PESSOA (PARTE I) ..................................................................................... 7 
1. CRIMES CONTRA A VIDA ................................................................................................................................ 8 
1.1 Homicídio ................................................................................................................................................................. 9 
1.1.1 Homicídio Simples............................................................................................................................................ 12 
1.1.2 Homicídio Privilegiado ..................................................................................................................................... 15 
1.1.3 Homicídio Qualificado ...................................................................................................................................... 16 
1.1.4 Homicídio Híbrido ............................................................................................................................................ 34 
1.1.5 Causas de aumento de pena no homicídio doloso .......................................................................................... 34 
1.1.6 Homicídio Culposo ........................................................................................................................................... 36 
1.1.7 Perdão Judicial ................................................................................................................................................. 37 
1.2 Induzimento, Instigação ou Auxílio a Suicídio ou a Mutilação ............................................................................... 39 
META 2 ............................................................................................................................................................ 50 
DIREITO PENAL: CRIMES CONTRA A PESSOA (PARTE II) .................................................................................. 50 
1.3 Infanticídio .............................................................................................................................................................. 50 
1.4 Aborto .................................................................................................................................................................... 52 
1.4.1 Autoaborto e Aborto Consentido .................................................................................................................... 56 
1.4.2 Aborto Provocado por Terceiro sem Consentimento da Gestante ................................................................. 57 
1.4.3 Aborto Praticado por Terceiro com Consentimento da Gestante ................................................................... 58 
1.4.4 Causas de Aumento de Pena ........................................................................................................................... 58 
2. DAS LESÕES CORPORAIS .............................................................................................................................. 59 
2.1 Lesão Grave (modalidade qualificada) ................................................................................................................... 61 
2.2 Lesão Corporal de Natureza Gravíssima (modalidade qualificada) ........................................................................ 62 
2.3 Lesão Corporal com Resultado Morte (modalidade qualificada) ........................................................................... 64 
2.4 Lesão Corporal Dolosa Privilegiada ........................................................................................................................ 65 
2.5 Lesão Corporal Culposa .......................................................................................................................................... 65 
2.6 Lesão corporal majorada (art. 129, §7º) ................................................................................................................ 65 
2.7 Perdão Judicial (art. 129, §8º) ................................................................................................................................ 66 
2.8 Violência Doméstica e Familiar .............................................................................................................................. 66 
2.9 Lesão Corporal Contra Autoridade ou Agente de Segurança Pública .................................................................... 67 
2.10 Lesão Corporal Praticada Contra Mulher ............................................................................................................. 67 
3. DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E SAÚDE ........................................................................................................... 71 
3.1 Perigo de contágio venéreo ................................................................................................................................... 72 
3.2 Perigo de contágio de moléstia grave .................................................................................................................... 72 
3.3 Perigo para a vida ou saúde de outrem ................................................................................................................. 73 
3.4 Abandono de incapaz ............................................................................................................................................. 73 
3.5 Exposição ou abandono de recém-nascido ............................................................................................................ 74 
3.6 Omissão de Socorro................................................................................................................................................ 74 
3.7 Condicionamento de atendimento médico hospitalar emergencial ...................................................................... 75 
3.8 Maus-tratos ............................................................................................................................................................ 75 
4. DA RIXA ........................................................................................................................................................ 76 
5. CRIMES CONTRA A HONRA .......................................................................................................................... 78 
5.1 Calúnia .................................................................................................................................................................... 82 
5.2 Difamação ............................................................................................................................................................... 83 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA PLUS 
 
DELEGADO DE POLÍCIA 
 
SEMANA 14/30 
 
 
 
5.3 Injúria ..................................................................................................................................................................... 84 
5.3.1 Injúria real (art. 140, §2º, CP): ......................................................................................................................... 86 
5.3.2 Injúria qualificada (ou injúria preconceituosa) (art. 140, §3º, CP): .................................................................. 87 
5.4 Exceção Da Verdade ............................................................................................................................................... 88 
META 3 ............................................................................................................................................................92 
DIREITO PENAL: CRIMES CONTRA A PESSOA (PARTE III) ................................................................................. 92 
6. DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE PESSOAL ............................................................................................. 92 
6.1. Constrangimento ilegal ......................................................................................................................................... 92 
6.2. Ameaça .................................................................................................................................................................. 95 
6.3. Crime de Perseguição ou “Stalking” ...................................................................................................................... 97 
6.4 Crime de Violência Psicológica contra a Mulher .................................................................................................. 104 
6.5 Sequestro e cárcere privado ................................................................................................................................. 108 
6.6 Redução à condição análoga à de escravo ........................................................................................................... 111 
6.7 Tráfico de pessoas ................................................................................................................................................ 114 
7. DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO ....................................................................... 117 
7.1 Crime de violação de domicílio ............................................................................................................................ 117 
8. DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DE CORRESPONDÊNCIA ......................................................... 119 
9. CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DOS SEGREDOS ............................................................................. 119 
META 4 .......................................................................................................................................................... 126 
DIREITO PROCESSUAL PENAL: LIBERDADE PROVISÓRIA, FIANÇA E MEDIDAS CAUTELARES REAIS .............. 126 
1. LIBERDADE PROVISÓRIA ............................................................................................................................ 127 
1.1 Quanto à Possibilidade de Concessão da Liberdade Provisória ........................................................................... 132 
1.1.1 Liberdade Provisória Obrigatória ................................................................................................................... 132 
1.1.2 Liberdade Provisória Permitida...................................................................................................................... 133 
1.1.3 Liberdade Provisória Proibida ou Vedada ...................................................................................................... 133 
1.2 Quanto à sujeição ao cumprimento de obrigações ............................................................................................. 138 
1.2.1 Liberdade Provisória com Vinculação ............................................................................................................ 138 
1.2.2 Liberdade Provisória sem Vinculação. ........................................................................................................... 139 
1.3 Quanto à Fiança .................................................................................................................................................... 140 
1.3.1 Liberdade Provisória sem Fiança ................................................................................................................... 140 
1.3.2 Liberdade Provisória com Fiança (arts. 322 a art 349, CPP) .......................................................................... 142 
2. FIANÇA ....................................................................................................................................................... 144 
3. MEDIDAS CAUTELARES REAIS (MEDIDAS ASSECURATÓRIAS) ................................................................... 155 
3.1 Conceito ............................................................................................................................................................... 155 
3.2 Jurisdicionalidade ................................................................................................................................................. 157 
3.3 Pressupostos ........................................................................................................................................................ 157 
3.3.1 Fumus boni iuris ............................................................................................................................................. 157 
3.3.2 Periculum in mora .......................................................................................................................................... 157 
3.4 Contraditório Prévio x Diferido ............................................................................................................................ 157 
3.5 Medidas Assecuratórias em Espécie .................................................................................................................... 158 
3.5.1 Sequestro ....................................................................................................................................................... 158 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA PLUS 
 
DELEGADO DE POLÍCIA 
 
SEMANA 14/30 
 
 
 
3.5.2 Hipoteca Legal (Imóveis) e Arresto (Móveis) ................................................................................................. 172 
3.5 Apreensão ............................................................................................................................................................ 177 
3.6 Procedimento de Restituição de Coisas Apreendidas .......................................................................................... 179 
3.7 Alienação Antecipada (incidência da Lei 12.694/12) ........................................................................................... 181 
META 5 .......................................................................................................................................................... 190 
DIREITO CONSTITUCIONA: ESTADO DE DEFESA, ESTADO DE SÍTIO E SEGURANÇA PÚBLICA ........................ 190 
1. SISTEMA CONSTITUCIONAL DE CRISES ...................................................................................................... 191 
2. ESTADO DE DEFESA X ESTADO DE SÍTIO .................................................................................................... 191 
3. FORÇAS ARMADAS .................................................................................................................................... 197 
4. SEGURANÇA PÚBLICA ................................................................................................................................ 199 
4.1. Polícia Federal ..................................................................................................................................................... 202 
4.2. Polícia Rodoviária Federal e Polícia Ferroviária Federal ...................................................................................... 203 
4.3. Polícia Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros .............................................................................................. 203 
4.4. Polícias Penais .................................................................................................................................................... 208 
4.5. (Im)possibilidade de greve de policiais ...............................................................................................................209 
5. GUARDAS MUNICIPAIS .............................................................................................................................. 211 
6. PORTE DE ARMA DE FOGO POR POLICIAIS E AGENTES DE TRÂNSITO ...................................................... 214 
DIREITO CONSTITUCIONA: FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA ........................................................................ 217 
1. MINISTÉRIO PÚBLICO ................................................................................................................................ 218 
2. ADVOCACIA PÚBLICA ................................................................................................................................. 224 
3. ADVOGADO ............................................................................................................................................... 228 
4. DEFENSORIA PÚBLICA ................................................................................................................................ 228 
META 6 – REVISÃO SEMANAL ........................................................................................................................ 234 
DIREITO PENAL: CRIMES CONTRA A PESSOA ................................................................................................. 234 
DIREITO PROCESSUAL PENAL: LIBERDADE PROVISÓRIA, FIANÇA E MEDIDAS CAUTELARES REAIS .............. 236 
DIREITO CONSTITUCIONA: ESTADO DE DEFESA, ESTADO DE SÍTIO E SEGURANÇA PÚBLICA ........................ 238 
DIREITO CONSTITUCIONA: FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA ........................................................................ 239 
 
 
 
 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA PLUS 
 
DELEGADO DE POLÍCIA 
 
SEMANA 14/30 
 
 
 
 
 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA SEMANA 14 
META DIA ASSUNTO 
1 SEG DIREITO PENAL: Crimes Contra a Pessoa (Parte I) 
2 TER DIREITO PENAL: Crimes Contra a Pessoa (Parte II) 
3 QUA DIREITO PENAL: Crimes Contra a Pessoa (Parte III) 
4 QUI 
DIREITO PROCESSUAL PENAL: Liberdade Provisória, Fiança, Medidas 
Cautelares Reais 
5 SEX 
DIREITO CONSTITUCIONAL: Estado de Defesa, Estado de Sítio e 
Segurança Pública 
DIREITO CONSTITUCIONAL: Funções Essenciais à Justiça 
6 SÁB/DOM [REVISÃO SEMANAL] 
 
 
ATENÇÃO 
 
Gostou do nosso material? 
 
Lembre de postar nas suas redes sociais e marcar o @dedicacaodelta. 
 
Conte sempre conosco. 
 
Equipe DD 
 
 
Prezado(a) aluno(a), 
 
Caso possua alguma dúvida jurídica sobre o conteúdo disponibilizado no curso, pedimos que utilize a sua 
área do aluno. Há um campo específico para enviar dúvidas. 
 
 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA PLUS 
 
DELEGADO DE POLÍCIA 
 
SEMANA 14/30 
 
7 
 
META 1 
 
DIREITO PENAL: CRIMES CONTRA A PESSOA (PARTE I) 
 
TODOS OS ARTIGOS RELACIONADOS AO TEMA 
CF/88 
⦁ Art. 5º, XXXVIII 
⦁ Art. 5º, XLIII 
⦁ Art. 142 e 144 
 
CÓDIGO PENAL 
⦁ Art. 13, §2° 
⦁ Art. 61, II, “h” 
⦁ Art. 62, II, “d” 
⦁ Art. 65, III, “d” (análise comparativa com o art. 121, §1º) 
⦁ Art. 100 
⦁ Art. 121 a 128 (crimes contra a vida) 
⦁ Art. 129 (lesões corporais) 
⦁ Art. 130 a 136 (periclitação da vida e da saúde) 
⦁ Art. 137 (crime de rixa) 
⦁ Art. 138 a 145 (crimes contra a honra) 
⦁ Art. 146 a 149-A (crimes contra a liberdade individual) 
⦁ Art. 150 (violação de domicílio) 
⦁ Art. 151 a 154-B 
 
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL 
⦁ Art. 13-A e 13-B 
⦁ Art. 74, §1º 
⦁ Art. 85 
⦁ Art. 566, CPP 
 
OUTROS DIPLOMAS LEGAIS 
⦁ Lei 8072/90 
⦁ Art. 1º, § 3º da Lei 9.455/97 (análise comparativa com o art. 121, §3º, III) 
⦁ Art. 5º, 22 e 24-A da Lei 13.340/06 
⦁ Art. 69 e 89, Lei 9099/95 
⦁ Art. 300 a 303 do CTB 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA PLUS 
 
DELEGADO DE POLÍCIA 
 
SEMANA 14/30 
 
8 
 
⦁ Art. 324, Código Eleitoral 
⦁ Art. 141, §1°, CP – Lei 13.964/2019 
⦁ Art. 41, parágrafo único, da Lei n. 7.210/84 
 
ARTIGOS MAIS IMPORTANTES – NÃO DEIXE DE LER! 
CP 
⦁ Art. 13, §2º 
⦁ Art. 65, III, “d” (análise comparativa com o art. 121, §1º) 
⦁ Art. 121, §1º, 2º e 7º 
⦁ Art. 122 e 123 
⦁ Art. 124, 126, 127 e 128 
⦁ Art. 132, 133, 135 e 136 
⦁ Art. 138, §§2º e 3º 
⦁ Art. 139, §único 
⦁ Art. 140, §3º (análise comparativa com a Lei 7716/89) 
⦁ Art. 143 
⦁ Art. 146 e 147 
⦁ Art.147-A (importantíssimo!!! Novidade legislativa) 
⦁ Art. 154 e 154-B 
 
OUTROS DIPLOMAS LEGAIS 
⦁ Art. 144 da CF/88 
⦁ Art. 300 a 303 do CTB 
⦁ Art. 1º, inc. I e I-A, Lei 8072/90 
⦁ Art. 5º da Lei 13.340/06 (importante para a análise do feminicídio) 
 
1. CRIMES CONTRA A VIDA 
 
Espécies: 
● Homicídio (art. 121, CP); 
● Participação em suicídio (art. 122, CP); 
● Infanticídio (art. 123, CP); 
● Aborto (art. 124 e ss., CP). 
 
Observações importantes: 
☞ Em todos os crimes contra a vida a ação é pública incondicionada. 
☞ Os crimes contra a vida têm competência de sede constitucional (art. 5°, XXXVIII, d, CF). 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA PLUS 
 
DELEGADO DE POLÍCIA 
 
SEMANA 14/30 
 
9 
 
Existe algum crime contra a vida que não é de competência do Tribunal do Júri? SIM, o homicídio 
culposo. O art. 5, XXXVIII, CF fala em “crimes dolosos contra a vida”. 
☞ A competência do Tribunal do Júri é mínima, de modo que o legislador ordinário pode ampliar 
o rol de crimes de competência do Júri. 
☞ Ao Júri Federal compete o julgamento de crime doloso contra a vida de competência da justiça 
federal. Ex.: Homicídio contra funcionário público federal em razão da função. 
 
1.1 Homicídio 
 
Art. 121. Matar alguém: 
 Pena - reclusão, de seis a vinte anos. 
 
1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou 
moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação 
da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. 
 
§ 2° Se o homicídio é cometido: 
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; 
II - por motivo fútil; 
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio 
insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; 
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que 
dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; 
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro 
crime: 
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: (Incluído pela Lei 
nº 13.104, de 2015) 
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição 
Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, 
no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, 
companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição: 
(Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015) 
VIII - com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido: (Incluído pela 
Lei nº 13.964, de 2019) 
IX – contra menor de 14 (quatorze) anos (Incluído pela Lei 14.344/2022) → LEI 
HENRY BOREL. 
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA PLUS 
 
DELEGADO DE POLÍCIA 
 
SEMANA 14/30 
 
10 
 
 
§ 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime 
envolve: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) 
I - violência doméstica e familiar; (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) 
II - Menosprezo ou discriminação à condição de mulher. (Incluído pela Lei nº 
13.104, de 2015) 
 LEI HENRY BOREL (Incluído pela Lei 14.344/2022) 
Foi acrescentado o § 2º-B do art. 121: 
§ 2º-B. A pena do homicídio contra menor de 14 (quatorze) anos é aumentada de: 
I - 1/3 (um terço) até a metade se a vítima é pessoa com deficiência ou com 
doença que implique o aumento de sua vulnerabilidade; 
II - 2/3 (dois terços) se o autor é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, 
cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por 
qualquer outro título tiver autoridadesobre ela. 
 
§ 3º Se o homicídio é culposo: (Vide Lei nº 4.611, de 1965) 
Pena - detenção, de um a três anos. 
 
§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime 
resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente 
deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências 
do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a 
pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor 
de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. (Redação dada pela Lei nº 10.741, 
de 2003) 
 
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se 
as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a 
sanção penal se torne desnecessária. (Incluído pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977) 
 
§ 6º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado 
por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por 
grupo de extermínio. (Incluído pela Lei nº 12.720, de 2012) 
 
§ 7º A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime 
for praticado: 
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA PLUS 
 
DELEGADO DE POLÍCIA 
 
SEMANA 14/30 
 
11 
 
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos, com 
deficiência ou portadora de doenças degenerativas que acarretem condição 
limitante ou de vulnerabilidade física ou mental; (Redação dada pela Lei nº 13.771, 
de 2018) (alteração pela Lei 14.344/2022). 
II - Contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos, com deficiência ou com doenças 
degenerativas que acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade física ou 
mental.→ NOVIDADE LEI HENRY BOREL. 
III - na presença de descendente ou de ascendente da vítima. 
IV - em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas nos incisos 
I, II e III do caput do art. 22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. (Incluído pela 
Lei nº 13.771, de 2018) 
 
a) Estrutura do Tipo Penal: É importante saber a estrutura para eventuais peças ou questões discursivas que 
não permitam o uso do Código. 
 
1 Homicídio doloso: 
⋅ Homicídio simples: caput; 
⋅ Homicídio privilegiado: §1º; 
⋅ Qualificadoras: § 2º; 
⋅ Circunstanciado: §4º, segunda parte, §6º e §7º (são causas de aumento da pena). 
 
2 Homicídio Culposo 
⋅ Simples: §3º; 
⋅ Circunstanciado: §4ª, primeira parte; 
⋅ Perdão judicial: §5º. 
 
b) Conceito: Eliminação da vida humana extrauterina praticada por outra pessoa. 
 
Atenção: 
⋅ NÃO existe homicídio contra animais. 
⋅ Caso a vida seja intrauterina, o crime será aborto. 
⋅ Caso as elementares do art. 123, CP estejam presentes, o crime será infanticídio. 
 
STJ - Iniciado o trabalho de parto, não há falar mais em aborto, mas em homicídio 
ou infanticídio, conforme o caso, pois não se mostra necessário que o nascituro 
tenha respirado para configurar o crime de homicídio, notadamente quando 
existem nos autos outros elementos para demonstrar a vida do ser nascente. STJ. 
5ª Turma. HC 228998-MG, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 23/10/2012. 
 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13771.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13771.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm#art22i
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm#art22i
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm#art22ii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm#art22iii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13771.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13771.htm#art1
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Esquematizando: 
ANTES do início do parto: Aborto (art. 124, CP) 
DEPOIS do início do parto: Infanticídio (art. 123, CP) ou Homicídio (art. 121, CP). 
 
c) Bem jurídico protegido: vida humana extrauterina. 
 
Para a doutrina majoritária, o consentimento do ofendido NÃO afasta a ilicitude da conduta, pois a 
vida é bem jurídico indisponível. Nesse sentido, no ordenamento jurídico brasileiro, eutanásia é crime. 
 
1.1.1 Homicídio Simples 
 
Art. 121. Matar alguém: 
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. 
 
 O homicídio SIMPLES, em regra, NÃO é crime hediondo. Será assim classificado quando praticado 
em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que por 1 só agente. 
Observe que o grupo de extermínio NÃO precisa existir, bastando que haja a atividade típica de grupo 
de extermínio. Ex.: agente sai à noite matando moradores de rua. O grupo não existe, mas a atividade é típica 
de grupo de extermínio. Isso é muito difícil na prática, pois essa atividade típica de grupo de extermínio quase 
sempre envolve alguma qualificadora (como motivo fútil ou torpe), o que já enquadraria o crime como 
hediondo. 
Todo homicídio QUALIFICADO é hediondo. 
 
● Núcleo do tipo: “matar”, no sentido de retirar a vida de alguém. 
 Em regra, a conduta é comissiva, mas é possível que seja omissiva, quando se tratar de garantidor, 
na forma do art. 13, §2°, “a”, “b”, “c”, CP. Ex.: salva-vidas que deixa de prestar socorro a um banhista que se 
afoga; pai que deixa de prover a subsistência do filho, privando-o de alimentos. 
 
● Sujeito ativo: pode ser praticado por qualquer pessoa (crime comum). Admite coautoria e 
participação. 
● Sujeito passivo: pode ser qualquer pessoa, após o nascimento com vida. 
● Elemento subjetivo: dolo (direto ou eventual) ou culpa (prevista no §3º). 
OBS.: O dolo genérico é conhecido como animus necandi ou animus occidendi. 
 
Vamos aprofundar um pouco? 
 
 
 
 
 
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Como fica o caso do agente que atira e mata IRMÃOS XIFÓPAGOS? 
Situação 1: agente queria matar os dois = uma conduta e dois homicídios dolosos → concurso formal 
impróprio ou imperfeito (desígnios autônomos). 
Situação 2: agente queria matar só um, mas assumiu o risco de matar o outro = há dois homicídios, um com 
dolo direito e outro com dolo eventual (dolo de segundo grau ou de consequências necessárias). 
 
● Consumação: trata-se de crime material, o qual exige a morte da vítima para a consumação. 
● Tentativa: Possível, por ser crime plurissubsistente, ou seja, a conduta é composta de dois ou mais 
atos, admitindo o fracionamento. 
Lembrando... 
∘ Tentativa branca/incruenta: não atinge a vítima. 
∘ Tentativa vermelha/cruenta: atinge a vítima. 
 
1.1.1.1 Homicídio contra determinadas autoridades políticas: 
 
Atenção! Quando a conduta de matar alguém seja praticada contra o Presidente da República, do 
Senado Federal, da Câmara dos Deputados ou do STF, em razão de motivação política, ANTES caberia 
aplicação do crime previsto no art. 29 da Lei n. 7.170/83, configurando crime contra a segurança nacional (e 
não crime contra a vida), motivo pelo qual a competência não era do Tribunal do Júri. 
OBS.: Foi o caso que aconteceu em 2018, quando o indivíduo Adélio Bispo de Oliveira desferiu facadas 
contra o candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro, sendo denunciado pela prática de crime contra 
a Segurança Nacional. 
 
ATUALIZAÇÃO! Quando vigorava a Lei 7.170/03 (Lei da Segurança Nacional), se a vítima fosse o Presidente 
da República, do Senado Federal, da Câmara dos Deputados ou do STF, e o agente tivesse motivação e 
objetivos políticos, o crime, em face do princípio da especialidade, era responsabilizado pelo art.29 daquele 
diploma legal. 
Com a revogação operada pela Lei 14.197/21, não houve tipificação de delito semelhante no Título XII, do 
Código Penal. 
Nesse caso, há continuidade normativo-típica no art. 121.Houve novatio legis in mellius, pois a pena 
anterior variava entre 15 e 30 anos. 
 
1.1.1.2 Homicídio x Genocídio 
 
O genocídio é crime contra a humanidade, não se enquadrando nos crimes contra a vida previstos 
no Código Penal (tutelam bens jurídicos diversos). Portanto, a competência NÃO será do Tribunal do Júri. 
 
 
 
 
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No entanto, se houver crime de genocídio em conexão com homicídio, atrairá a competência do 
Tribunal do Júri. (STF - RE: 351487 RR , Relator: Min. CEZAR PELUSO, Data de Julgamento: 03/08/2006, 
Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJ 10-11-2006). 
 
1.1.1.3 Homicídio no Trânsito 
 
 Na morte envolvendo a prática de racha, os resultados lesivos qualificadores (lesão corporal grave e 
morte), previstos nos §§ 1º e 2º do art. 308, CTB, são de natureza culposa, de modo que atrai a incidência do 
art. 308 do CTB e não do art. 121 do CP. 
 Por outro lado, na morte na condução de veículo automotor em estado de embriaguez, é preciso 
analisar o ânimo do agente através de uma análise minuciosa do caso concreto. Para o STJ, a embriaguez do 
agente condutor do automóvel, por si só, NÃO é suficiente para afirmar o dolo eventual em acidente de 
trânsito com resultado morte. Diferente seria a conclusão se, por exemplo, estivesse o condutor do 
automóvel dirigindo em velocidade muito acima do permitido, ou fazendo, propositalmente, zigue-zague na 
pista, sucessivas ultrapassagens perigosas, bem como verificadas quaisquer situações que permitissem, ao 
menos, suscitar a possível presença de um estado anímico compatível com o de quem anui com o resultado 
morte, hipótese em que se trataria de dolo eventual, atraindo a incidência do art. 121 do CP. 
 
O simples fato do condutor do veículo estar embriagado não gera a presunção de 
que tenha havido dolo eventual. A embriaguez do agente condutor do automóvel, 
por si só, não pode servir de premissa bastante para a afirmação do dolo eventual 
em acidente de trânsito com resultado morte. A embriaguez do agente condutor 
do automóvel, sem o acréscimo de outras peculiaridades, não pode servir como 
presunção de que houve dolo eventual. STJ. 6ª Turma. REsp 1689173-SC, Rel. Min. 
Rogério Schietti Cruz, julgado em 21/11/2017 (Info 623). 
 
O STF já entendeu que, se houver outras circunstâncias além da embriaguez, como por exemplo, o 
condutor estar dirigindo em alta velocidade e na contramão, é possível sim atrair o dolo eventual, ensejando 
a responsabilização pelo art. 121, CP, e não art. 302, CTB. 
 
Verifica-se a existência de dolo eventual no ato de dirigir veículo automotor sob a 
influência de álcool, além de fazê-lo na contramão. Esse é, portanto, um caso 
específico que evidencia a diferença entre a culpa consciente e o dolo eventual. O 
condutor assumiu o risco ou, no mínimo, não se preocupou com o risco de, 
eventualmente, causar lesões ou mesmo a morte de outrem. STF. 1ª Turma. HC 
124687/MS, rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 
29/5/2018 (Info 904). 
 
 
 
 
 
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/9873eaad153c6c960616c89e54fe155a?categoria=11&subcategoria=103&assunto=258
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Veja a jurisprudência pertinente sobre o tema: 
 
Juiz da 1ª fase do Júri deve examinar se o agente que conduzia o veículo 
embriagado praticou homicídio doloso ou culposo. Na primeira fase do Tribunal 
do Júri, ao juiz togado cabe apreciar a existência de dolo eventual ou culpa 
consciente do condutor do veículo que, após a ingestão de bebida alcoólica, 
ocasiona acidente de trânsito com resultado morte. STJ. 6ª Turma. REsp 1689173-
SC, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 21/11/2017 (Info 623). 
 
Vale ressaltar que o tema não é pacífico e existem julgados mais recentes em 
sentido contrário: Havendo elementos nos autos que, a princípio, podem 
configurar o dolo eventual, o julgamento acerca da sua ocorrência ou da culpa 
consciente compete ao Tribunal do Júri, sob pena de usurpação de competência 
do conselho de sentença. STJ. 5a Turma. AgRg no REsp 1943072/RS, Rel. Min. Joel 
Ilan Paciornik, julgado em 05/10/2021. 
 
1.1.2 Homicídio Privilegiado 
 
Art. 121, §1°. Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor 
social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta 
provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. 
 
● Natureza jurídica: causa de diminuição da pena. 
 
O homicídio privilegiado é crime hediondo? NÃO, por falta de previsão legal. O Brasil adota o critério legal 
para definir o crime hediondo, ou seja, é aquele que a lei diz ser hediondo. E se o crime for privilegiado 
qualificado também NÃO é hediondo. 
 
● Diminuição da pena: se reconhecido o privilégio pelo veredicto dos jurados, o juiz deve reduzir a 
pena de um sexto a um terço. 
 
● Incomunicabilidade do privilégio: o privilégio não se comunica no concurso de pessoas por ser 
circunstância de natureza pessoal (art. 30, CP). 
 
● Hipóteses de privilégio: 
Todas as hipóteses de privilégio têm natureza subjetiva, pois dizem respeito à pessoa do agente. 
Vejamos: 
a) Motivo de relevante valor social (interesse da coletividade). Ex.: matar o traidor da pátria. 
 
 
 
 
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/681a23b0649e61ca572cb5bb8db206ec?categoria=11&subcategoria=103&assunto=258
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/681a23b0649e61ca572cb5bb8db206ec?categoria=11&subcategoria=103&assunto=258
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b) Motivo de relevante valor moral (interesse particular do agente, considerado nobre ou altruísta); 
Ex.: Eutanásia (pressupõe vítima doente, em estado grave e com muito sofrimento, sem nenhuma 
previsão de cura pela medicina). 
Ex.: Pai que mata o estuprador da filha. 
 
c) Motivo de violenta emoção (dolo de ímpeto) 
. Domínio de violenta emoção; 
. Injusta provocação da vítima (a provocação justa não atrai a causa de diminuição de pena); 
. Reação imediata (o CP não estipulou um prazo temporal máximo). 
 
☞ Os Tribunais entendem que o privilégio se faz presente enquanto estiver presente o 
domínio de violenta emoção. NÃO há tempo definido. 
 
 OBS.1: O erro quanto à injustiça da provocação (era justa, achava injusta) não afasta a incidência do 
privilégio. 
 OBS.2: A provocação injusta não precisa ser dirigida apenas ao sujeito ativo do crime de homicídio. 
Pode ser dirigida a terceiro ou, até mesmo, animais. 
 
 Cuidado para não confundir DOMÍNIO da violenta emoção (causa de diminuição de pena no 
homicídio) com INFLUÊNCIA da violenta emoção (atenuante genérica do CP). 
Veja: 
Art. 165, III, c, do CP prevê atenuante genérica para aquele que praticar o delito sob 
a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima. 
 
● Atenuante genérica: basta a influência de uma violenta emoção, dispensando a reação 
imediata ao ato injusto. 
● Causa de diminuição: tem que agir sob o domínio da violenta emoção, exigindo o 
imediatismo na reação ao ato injusto. 
 
 Cuidado para não confundir AGRESSÃO injusta e PROVOCAÇÃO injusta. 
A agressão injusta corresponde às agressões atuais ou iminentes que autorizam a legítima defesa. 
Não se trata, portanto, de uma injusta provocação. 
 
1.1.3 Homicídio Qualificado 
 
§ 2° Se o homicídio é cometido: 
 
 
 
 
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I - Mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; 
MOTIVO DO CRIME [SUBJETIVA] 
II - Por motivo fútil; MOTIVO DO CRIME [SUBJETIVA]III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio 
insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; MEIO DE EXECUÇÃO 
[OBJETIVA] 
IV - À traição [SUBJETIVA], de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro 
recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; MODO DE 
EXECUÇÃO [OBJETIVA] 
V - Para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro 
crime: CONEXÃO [SUBJETIVA] 
Feminicídio (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) [OBJETIVA - para STF/STJ] 
VI - Contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: 
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição 
Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, 
no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, 
companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa 
condição: [SUBJETIVA] 
VIII – com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido. (Incluído pela Lei 
n. 13.964, de 2019) 
IX – contra menor de 14 (quatorze) anos (Incluído pela Lei 14.344/2022) → 
NOVIDADE LEI HENRY BOREL. 
 
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
 
Trata-se de crime hediondo, qualquer que seja a qualificadora (art. 1°, I, da Lei 8.072/1990) 
 
● Inciso I: mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe 
 
 O legislador utiliza a técnica da interpretação analógica ao prever “ou por outro motivo torpe”. 
A doutrina denomina de homicídio mercenário aquele cometido “mediante paga ou promessa de 
recompensa”. 
O motivo torpe é aquele de caráter repugnante, geralmente está relacionado ao dinheiro, ganância 
(homicídio mercenário), mas não somente, pois há também outras motivações torpes, como o preconceito 
(STF, ADO 26 e MI 4733 – há motivo torpe quando o crime é praticado em atos de homofobia e transfobia). 
 
Pergunta-se: O homicídio mercenário se comunica ao mandante? Trata-se de tema divergente na 
jurisprudência (atenção às decisões recentes). 
 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13104.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art142
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art144
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art144
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1ª Posição: Em regra, é incomunicável, por ser uma qualificadora de caráter pessoal. No entanto, é 
preciso analisar a motivação do crime. Se o mandante contratou o homicídio por um motivo nobre, não será 
possível estender esta qualificadora a ele. Por outro lado, se o motivo pelo qual o mandante quis o crime for 
um motivo torpe/repugnante, poderá incidir a qualificadora. 
Ex.1: homem que contrata pistoleiro para matar o estuprador de sua filha. Neste caso, o executor 
responderá por homicídio qualificado (art. 121, § 2º, I) e o mandante por homicídio simples, podendo até 
mesmo ser beneficiado com o privilégio do §1º. 
Ex.2: indivíduo contrata alguém para matar seu pai para que possa receber a herança. Nesse caso, 
ambos respondem por homicídio qualificado. 
2ª Posição: É incomunicável em qualquer hipótese, visto que a qualificadora se refere apenas ao 
executor do crime, não podendo se estender, em hipótese alguma, ao mandante. 
Vejamos a divergência também à luz da jurisprudência do STJ: 
 
A qualificadora da “paga ou promessa de recompensa” prevista no inciso I do § 2º 
do art. 121 do CP é aplicada, sem dúvidas, ao executor do crime. No entanto, 
indaga-se: essa qualificadora também se comunica ao mandante do crime? Há 
divergência no STJ a respeito do tema: 
 
1ª corrente: NÃO. A qualificadora de ter sido o delito praticado mediante paga ou 
promessa de recompensa é circunstância de caráter pessoal e, portanto, 
incomunicável, por força do art. 30 do CP. Nesse sentido: STJ. 5ª Turma. HC 
403263/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 13/11/2018. 
 
2ª corrente: SIM. No homicídio mercenário, a qualificadora da paga ou promessa 
de recompensa é elementar do tipo qualificado, comunicando-se ao mandante do 
delito. Sobre o tema: STJ. 6ª Turma. AgInt no REsp 1681816/GO, Rel. Min. Nefi 
Cordeiro, julgado em 03/05/2018. 
 
O reconhecimento da qualificadora da "paga ou promessa de recompensa" (inciso 
I do § 2º do art. 121) em relação ao executor do crime de homicídio mercenário 
não qualifica automaticamente o delito em relação ao mandante, nada obstante 
este possa incidir no referido dispositivo caso o motivo que o tenha levado a 
empreitar o óbito alheio seja torpe. STJ. 6ª Turma. REsp 1.209.852-PR, Rel. Min. 
Rogerio Schietti Cruz, julgado em 15/12/2015 (Info 575). 
 
● Inciso II: motivo fútil 
 
 
 
 
 
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O motivo do homicídio NÃO pode ser ao mesmo tempo torpe e fútil. O motivo torpe é aquele 
repugnante (ex.: matou para ficar com a herança; matou por ser um indivíduo homossexual) e fútil é 
desproporcional, um motivo bobo, banal (ex.: matou por causa de um chocolate). 
De acordo com a doutrina majoritária, a ausência de motivo NÃO caracteriza motivo fútil, sob pena 
de configurar analogia in mallan partem. 
 
Pergunta-se: A vingança e o ciúmes são exemplos de motivo torpe ou motivo fútil? 
R.: Não necessariamente (Info. 452, STJ). A vingança e o ciúmes NÃO são exemplos de motivo torpe 
ou motivo fútil, pois podem qualificar ou não a depender da motivação específica. 
 
Veja o entendimento dos Tribunais Superiores sobre o tema: 
 
Hipótese de inexistência de motivo fútil em homicídio decorrente da prática de 
"racha" 
Não incide a qualificadora de motivo fútil (art. 121, § 2°, II, do CP), na hipótese de 
homicídio supostamente praticado por agente que disputava "racha", quando o 
veículo por ele conduzido — em razão de choque com outro automóvel também 
participante do "racha" — tenha atingido o veículo da vítima, terceiro estranho à 
disputa automobilística. STJ. 6ª Turma. HC 307617-SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, Rel. 
para acórdão Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 19/4/2016 (Info 583). 
 
A qualificadora do motivo fútil é compatível com o homicídio praticado com dolo 
eventual 
A qualificadora do motivo fútil (art. 121, § 2º, II, do CP) é compatível com o 
homicídio praticado com dolo eventual? SIM. O fato de o réu ter assumido o risco 
de produzir o resultado morte (dolo eventual), não exclui a possibilidade de o crime 
ter sido praticado por motivo fútil, uma vez que o dolo do agente, direto ou 
indireto, não se confunde com o motivo que ensejou a conduta. STJ. 5ª Turma. REsp 
912.904/SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 06/03/2012. STJ. 6ª Turma. REsp 
1601276/RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 13/06/2017. 
OBS.: O homicídio praticado com dolo eventual NÃO é compatível com a 
qualificadora traição, emboscada ou dissimulação. 
 
Homicídio qualificado por motivo fútil e fato que surgiu como uma bobagem, mas 
virou uma briga 
Se o fato surgiu por conta de uma bobagem, mas depois ocorreu uma briga e, no 
contexto desta, houve o homicídio, tal circunstância pode vir a descaracterizar o 
motivo fútil. Vale ressaltar, no entanto, que a discussão anterior entre vítima e 
 
 
 
 
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/3bf55bbad370a8fcad1d09b005e278c2?categoria=11&subcategoria=103&assunto=258
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/3bf55bbad370a8fcad1d09b005e278c2?categoria=11&subcategoria=103&assunto=258
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/cd758e8f59dfdf06a852adad277986ca?categoria=11&subcategoria=103&assunto=258
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/cd758e8f59dfdf06a852adad277986ca?categoria=11&subcategoria=103&assunto=258
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/884ce4bb65d328ecb03c598409e2b168?categoria=11&subcategoria=103&assunto=258https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/884ce4bb65d328ecb03c598409e2b168?categoria=11&subcategoria=103&assunto=258
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autor do homicídio, por si só, não afasta a qualificadora do motivo fútil. Assim, é 
preciso verificar a situação no caso concreto. STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1113364-
PE, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 06/08/2013 (Info 525) 
 
● Inciso III: emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou 
de que possa resultar perigo comum 
 
 A qualificação é em razão dos MEIOS empregados para a prática do crime: 
· Meios insidiosos; 
· Meios cruéis; 
· Meio que possam acarretar perigo comum. 
 
Meio insidioso: É o meio dissimulado, sub-reptício, no qual a vítima é atingida, sem que tenha 
conhecimento prévio do risco que paira sobre si. Mesmo um meio violento pode ser insidioso. Ex.: sujeito 
cobre a abertura de um poço para que a vítima, ao caminhar, caia em seu interior. 
Meio cruel: É o meio que causa intenso e desnecessário sofrimento à vítima, seja físico ou moral 
(psíquico). Ex.: emprego de substâncias cáusticas. O meio cruel tem que ser empregado enquanto a vítima 
está viva. 
Veneno: a vítima precisa desconhecer que está ingerindo veneno. Caso saiba, pode incidir em outra 
qualificadora (ex.: meio cruel), mas não em razão do emprego de veneno de forma insidiosa. 
 OBS.: A configuração como veneno depende das circunstâncias do caso. Ex.: dar quantidades 
exorbitantes de açúcar para um diabético pode configurar emprego de veneno. 
Tortura: Os crimes de homicídio qualificado pela tortura (art. 121, § 3º, III do CP) e de tortura 
qualificada pela morte (art. 1º, § 3º da Lei 9.455/97) não se confundem. No segundo, a intenção do agente é 
torturar, ocorrendo a morte de forma culposa (crime preterdoloso). Ou seja, a tortura é meio e não fim. No 
primeiro, a intenção é matar, sendo a tortura o meio de execução eleito. 
 
 OBS.1: Pode haver concurso de crimes entre o homicídio e a tortura quando o agente pratica a 
tortura para um dos fins previstos da L. 9455/97 e, depois de concluí-la, mata dolosamente a vítima. 
 OBS.2: Na tortura-crime (art. 1º, I, “b”, Lei 9455/97), em que o agente, mediante o emprego de 
violência ou grave ameaça, causando sofrimento físico ou mental, constrange alguém a praticar um crime 
que, no caso, pode ser de homicídio, o coator responde pelo crime de tortura (autoria imediata) e homicídio 
(autoria mediata). 
 
Vamos treinar uma discursiva? Aponte as diferenças entre os crimes de homicídio qualificado mediante 
tortura e tortura qualificada pela morte. 
 
 
 
 
 
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Quanto ao bem jurídico tutelado, o crime de homicídio qualificado mediante tortura (art. 121, §2º, III, do Código 
Penal) inscreve-se entre os delitos contra a vida humana; a tortura qualificada pela morte (Lei nº 9.455/97, art. 
1º, §3º, 2ª parte) tutela a integridade corporal e a saúde, e, secundariamente, a vida humana. 
 
No tocante ao dolo, no crime de homicídio qualificado pela tortura, o agente dirige sua vontade à morte da 
vítima, figurando a tortura como seu meio de execução, circunstância qualificadora objetiva; na tortura 
qualificada pela morte, o dolo do agente é o de constranger a vítima, mediante violência ou grave ameaça, não 
abrangendo o resultado morte. Diversamente da descrição típica do homicídio mediante tortura, em que basta 
o dolo, no crime de tortura é exigível a especial finalidade do agente, consistente no fim de obter prova (tortura-
prova), provocar ação ou omissão criminosa da vítima (tortura-crime), atingir objetivo discriminatório (tortura-
racismo) ou como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo (tortura prisão ou detentiva). 
No homicídio qualificado mediante tortura, o resultado morte é elementar do tipo; na tortura 
qualificada pela morte, esta é circunstância qualificadora, devendo necessariamente ser produzida a título de 
culpa, sendo o crime preterdoloso. 
O homicídio qualificado pela tortura admite a tentativa; a tortura qualificada pela morte, em se 
tratando de crime preterdoloso, é incompatível com a forma tentada. 
 
Meio de que possa resultar perigo comum: Perigo comum é a probabilidade de dano a um número 
indeterminado de pessoas. Basta a possibilidade de ocorrer o perigo comum. E se efetivamente ocorrer o 
perigo comum? Aí o agente vai responder por 2 crimes: pelo homicídio qualificado e pelo crime de perigo 
comum em concurso formal. 
 
 OBS.: O art. 61, II, “d” do CP prevê o agravamento da pena pelos mesmos meios de execução 
(agravante genérica). Nesse caso, a agravante incidirá APENAS se houver PLURALIDADE de qualificadoras. 
 
Veja a jurisprudência importante sobre o tema: 
 
A qualificadora do meio cruel é compatível com o dolo eventual 
Não há incompatibilidade entre o dolo eventual e o reconhecimento do meio cruel, 
na medida em que o dolo do agente, direto ou indireto, não exclui a possibilidade 
de a prática delitiva envolver o emprego de meio mais reprovável, como veneno, 
fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel (art. 121, § 2º, III, 
do CP). Caso concreto: réu atropelou o pedestre e não parou o veículo, arrastando 
a vítima por 500 metros, assumindo, portanto, o risco de produzir o resultado 
morte; mesmo tendo havido dolo eventual, deve-se reconhecer também a 
qualificadora do meio cruel prevista no art. 121, § 2º, III, do CP. STJ. 5ª Turma. AgRg 
no REsp 1573829/SC, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 
 
 
 
 
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/6495cf7ca745a9443508b86951b8e33a?categoria=11&subcategoria=103&assunto=258
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09/04/2019. STJ. 6ª Turma. REsp 1829601-PR, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 
04/02/2020 (Info 665). 
 
O fato de o agente ter praticado o crime com reiteração de golpes na vítima, ao 
menos em princípio e para fins de pronúncia, é circunstância indiciária do “meio 
cruel”, previsto no art. 121, § 2º, III, do CP. STJ. 6ª Turma. REsp 1241987-PR, Rel. 
Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 6/2/2014 (Info 537). 
 
OBS.: a doutrina critica, afirmando que a mera reiteração de golpes não é 
suficiente para caracterizar o meio cruel, hipótese que só seria reconhecida se 
motiva por sadismo do sujeito ativo. 
 
Pergunta-se: É possível haver homicídio qualificado praticado com dolo eventual? 
 
No caso das qualificadoras do MOTIVO fútil e/ou 
torpe (art. 121, § 2º, I e II, do CP): 
No caso de qualificadoras de MEIO (art. 121, § 2º, III e 
IV, do CP): 
 
SIM. Não há dúvidas quanto a isso. Trata-se da posição 
do STJ e do STF. O fato de o réu ter assumido o risco de 
produzir o resultado morte (dolo eventual), não exclui 
a possibilidade de o crime ter sido praticado por motivo 
fútil, uma vez que o dolo do agente, direto ou indireto, 
não se confunde com o motivo que ensejou a conduta. 
STJ. 6ª Turma. REsp 1601276/RJ, Rel. Min. Rogerio 
Schietti Cruz, julgado em 13/06/2017. 
 
 
DIVERGÊNCIA! 
1ª corrente: SIM. O dolo eventual no crime de 
homicídio é compatível com as qualificadoras objetivas 
previstas no art. 121, § 2º, III e IV, do Código Penal. 
As referidas qualificadoras serão devidas quando 
constatado que o autor delas se utilizou dolosamente 
como meio ou como modo específico mais reprovável 
para agir e alcançar outro resultado, mesmo sendo 
previsível e tendo admitido o resultado morte. 
STJ. 5ª Turma. REsp 1836556-PR, Rel. Min. Joel Ilan 
Paciornik, julgado em 15/06/2021 (Info 701). 
 
2ª corrente: NÃO. O dolo eventual não se compatibiliza 
com a qualificadora do art. 121, § 2º, IV (traição, 
emboscada dissimulação). Para que incida a 
qualificadora da surpresaé indispensável que fique 
provado que o agente teve a vontade de surpreender a 
vítima, impedindo ou dificultando que ela se 
defendesse. Ora, no caso do dolo eventual, o agente 
não tem essa intenção, considerando que não quer 
matar a vítima, mas apenas assume o risco de produzir 
 
 
 
 
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esse resultado. Como o agente não deseja a produção 
do resultado, ele não direcionou sua vontade para 
causar surpresa à vítima. Logo, não pode responder por 
essa circunstância (surpresa). STF. 2ª Turma. HC 
111442/RS, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 
28/8/2012 (Info 677). 
 
A qualificadora de natureza objetiva prevista no inciso 
III do § 2º do art. 121 do Código Penal não se 
compatibiliza com a figura do dolo eventual, pois 
enquanto a qualificadora sugere a ideia de 
premeditação, em que se exige do agente um 
empenho pessoal, por meio da utilização de meio hábil, 
como forma de garantia do sucesso da execução, tem-
se que o agente que age movido pelo dolo eventual não 
atua de forma direcionada à obtenção de ofensa ao 
bem jurídico tutelado, embora, com a sua conduta, 
assuma o risco de produzi-la. STJ. 6ª Turma. EDcl no 
REsp 1848841/MG, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado 
em 2/2/2021. 
 
Vamos fazer um link com parte geral? 
Pergunta-se: É possível tentativa em caso de dolo eventual? 
R.: Apesar de haver doutrina lecionando não ser possível tentativa no dolo eventual, argumentando 
que, nessa espécie, o agente não tem vontade de realizar o resultado (apenas o aceita como possível), 
prevalece a tese em sentido contrário. A lei equiparou, em termos de vontade, o dolo eventual ao dolo direto, 
sendo possível o conatus nos dois casos. Nesse sentido: 
 
“Se o agente aquiesce no advento do resultado específico do crime, previsto como 
possível, é claro que este entra na órbita de sua volição: logo, se, por circunstâncias 
fortuitas, tal resultado não ocorre, é inegável que o agente deve responder por 
tentativa. É verdade que, na prática, será difícil identificar-se a tentativa no caso de 
dolo eventual, notadamente quando resulta totalmente improfícua (tentativa 
branca). Mas, repita-se: a dificuldade de prova não pode influir na conceituação de 
tentativa” Manual de Direito Penal (parte geral) Rogério Sanches. 
 
● Inciso IV: à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou 
torne impossível a defesa do ofendido 
 
 
 
 
https://goo.gl/GxtIjn
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Traição: Quebra de confiança (qualificadora de ordem subjetiva que enseja crime próprio). 
Emboscada: Surpresa, pressupõe ocultamento do agressor. 
Dissimulação: Ocultação da intenção homicida. 
 
 OBS.: 
(1) Sem o elemento surpresa, sem a atuação sub-reptícia não há qualificadora. 
 (2) Cuidado para não confundir traição com dissimulação. Na traição, a confiança preexistente é 
verdadeira. Na dissimulação o agente faz surgir uma situação da falsa confiança. 
 (3) Para a doutrina amplamente majoritária, a superioridade de armas, por si só, NÃO qualifica o 
crime com base neste inciso. 
 (4) As circunstâncias relativas ao meio e modo de execução, por serem objetivas, a todos se 
comunicam, desde que conheçam a situação de sua incidência. 
 (5) A dificuldade e impossibilidade de defesa da vítima deve derivar do modo adotado pelo agente, 
NÃO de circunstâncias pessoais da vítima. Ex.: paraplégico, criança, idoso. 
 (6) São incompatíveis com o dolo eventual (Info STF 618 e 677). 
 
● Inciso V: para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime 
 
Hipótese em que há conexão do homicídio com outros crimes, que pode ser: teleológica (assegurar 
a execução de crime futuro) ou consequencial (assegurar a ocultação, impunidade ou vantagem crime 
passado). 
 Para a doutrina, haverá a presença da qualificadora mesmo que o 2° crime não venha a ser praticado 
e mesmo ou se cuide de crime impossível, bastando, portanto, a intenção de praticá-lo. 
Se o indivíduo praticar o crime para assegurar a execução, ocultação, impunidade ou vantagem de 
outra contravenção penal, NÃO incidirá a presente qualificadora. 
 
Pergunta-se: A conexão ocasional qualifica o crime de homicídio? 
R.: A conexão ocasional ocorre quando o homicídio é praticado em razão da ocasião, da facilidade. 
Essa conexão NÃO qualifica o homicídio por ausência de vínculo finalístico entre as infrações. Ex.: sujeito 
furta uma casa aleatoriamente e, constando que se trata da residência de um desafeto o mata enquanto 
estava dormindo (há, nesse caso, concurso de crimes). 
 
Pergunta-se: Para qualificar por uma das conexões aceitas, o crime futuro ou pretérito tem que ser 
ou ter sido praticado pelo homicida? 
R.: NÃO. O “outro crime” pode ser de autoria do próprio homicida ou de pessoa diversa. 
 
Pergunta-se: A premeditação qualifica o homicídio? 
 
 
 
 
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R.: A premeditação, por si só, NÃO qualifica o homicídio. Muitas vezes a premeditação pode ser uma 
resistência à prática do crime. 
 
● Inciso VI (feminicídio): contra a mulher por razões de condição do sexo feminino 
 
Qualificadora criada pela Lei n. 13.104/15. (novatio legis in pejus) 
O sujeito ativo pode ser homem ou mulher, mas o sujeito passivo precisa ser mulher. 
 
Pergunta-se: É possível figurar como vítima de feminicídio o transexual? 
R.: Quanto ao tema, há duas correntes: 
1ª Corrente: Como geneticamente não é mulher, NÃO poderá sofrer feminicídio e é isso que a letra 
do artigo exige, não sendo cabível analogia in malam partem no direito penal (entende-se que o legislador 
tinha a opção de equiparar e não o fez, não cabendo tal atividade ao intérprete). 
2ª Corrente: É possível, caso o transexual mude o sexo de forma irreversível, passando a ter uma 
outra realidade morfológica, já que para todos os efeitos ela é mulher. 
Ainda sobre o tema, decidiu o STJ: 
 
HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO PRÓPRIO. DIREITO PENAL. TRIBUNAL 
DO JÚRI. FEMINICÍDIO TENTADO. VÍTIMA TRANSEXUAL. PEDIDO DE EXCLUSÃO DA 
QUALIFICADORA. TESE A SER APRECIADA PELO CONSELHO DE SENTENÇA. 
PRINCÍPIO IN DUBIO PRO SOCIETATE. EXCLUSÃO DA QUALIFICADORA. 
IMPROCEDENTE. HABEAS CORPUS NÃO CONHECIDO. 
(...) 
2. A sentença de pronuncia deve se ater aos limites estritos da acusação, na justa 
medida em que serão os jurados os verdadeiros juízes da causa, razão pela qual as 
qualificadoras somente devem ser afastadas quando evidentemente desalinhadas 
das provas carreadas e produzidas no processo. 3. No caso, havendo indicativo de 
prova e concatenada demonstração de possível ocorrência da qualificadora do 
feminicídio, o debate acerca da sua efetiva aplicação ao caso concreto é tarefa 
que incumbirá aos jurados na vindoura Sessão de Julgamento do Tribunal do Júri. 
4. Habeas Corpus não conhecido. (HC 541.237/DF, Rel. Ministro JOEL ILAN 
PACIORNIK, QUINTA TURMA, julgado em 15/12/2020, DJe 18/12/2020) 
 
São consideradas razões de condição do sexo feminino quando o crime envolve: (§2º-A consiste em 
norma penal explicativa interpretativa): 
(1) VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR (conceito: art. 5º da Lei Maria da Penha) 
O feminicídio, assim, pode ocorrer: 
 
 
 
 
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· No âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente 
de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas; 
· No âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são 
ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade 
expressa; 
· Em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com 
a ofendida, independentemente de coabitação.(2) MENOSPREZO OU DISCRIMINAÇÃO À CONDIÇÃO DE MULHER 
Nesse caso, não se exige a violência doméstica ou familiar. Ex.: se o sujeito ativo mata uma 
mulher com quem diretamente trabalha por considerá-la menos inteligente em virtude do sexo 
feminino, o que comprometeria, na concepção dele, a produtividade da dupla, há feminicídio. 
 
 Cuidado: São esses motivos que diferem o feminicídio do femicídio, sendo o segundo o simples fato 
de matar mulher, sem ser por razões de gênero. 
 
Pergunta-se: A previsão do feminicídio é inconstitucional por violação ao princípio da igualdade, 
por realizar distinção entre homens e mulheres? 
R.: Prevalece que NÃO, uma vez que promove a igualdade em sentido material. 
 
CAUSAS DE AUMENTO DA PENA NO FEMINICÍDIO: 
O §7o do art. 121 prevê causas de aumento da pena de 1/3 até a metade da pena, para casos de 
crime de feminicídio (cuidado: aplicáveis apenas a essa modalidade de homicídio qualificado): 
 
§ 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime 
for praticado: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) 
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; (Incluído pela 
Lei nº 13.104, de 2015) 
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos, com 
deficiência ou portadora de doenças degenerativas que acarretem condição 
limitante ou de vulnerabilidade física ou mental; (Redação dada pela Lei nº 13.771, 
de 2018) (alteração pela Lei 14.344/2022). 
II - Contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos, com deficiência ou com doenças 
degenerativas que acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade física ou 
mental.→ NOVIDADE LEI HENRY BOREL. 
III - na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da 
vítima; (Redação dada pela Lei nº 13.771, de 2018) 
 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13104.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13104.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13104.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13771.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13771.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13771.htm#art1
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IV - em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas nos incisos 
I, II e III do caput do art. 22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. (Incluído pela 
Lei nº 13.771, de 2018) 
 
Inciso I: durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto 
 
Se o feminicídio é praticado durante a gestação e o feto morre, o agente vai responder por dois 
crimes: (1) feminicídio com a causa de aumento de pena; (2) aborto sem o consentimento da gestante (art. 
125, CP). A regra vai ser o concurso formal impróprio ou imperfeito (uma conduta, dois crimes). 
Ressalta-se que NÃO há bis in idem, pois os bens jurídicos são diversos: o bem jurídico tutelado pelo 
feminicídio é a condição de mulher, ao passo que o bem jurídico tutelado pelo aborto é a vida intrauterina. 
Só vai incidir a causa de aumento de pena se o agente tinha ciência dessa gravidez, pois não se admite 
a responsabilidade penal objetiva. 
 NÃO importa se houve o nascimento com vida ou a presença de um natimorto, basta que tenha 
havido um parto. Ressalta-se, contudo, que não basta a constatação temporal (até 3 meses após o parto), de 
ordem objetiva. É indispensável a verificação da real condição da vítima. O que determina a maior 
punibilidade é a menor capacidade defensiva da vítima no período pós-parto, quer haja nascimento com 
vida, quer não. 
 
Inciso II: - Contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos, com deficiência ou com doenças degenerativas que 
acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade física ou mental.→ LEI HENRY BOREL. 
 
Antiga redação alteração pela Lei 14.344/2022 
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 
60 (sessenta) anos, com deficiência ou portadora de 
doenças degenerativas que acarretem condição 
limitante ou de vulnerabilidade física ou mental; 
(Redação dada pela Lei nº 13.771, de 2018) 
II - Contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos, com 
deficiência ou com doenças degenerativas que 
acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade 
física ou mental.→ LEI HENRY BOREL. 
 
Com a atualização da lei Henry Borel (Lei 14.344/2022) foi retirado a condição contra menor de 14 anos 
das causas de aumento de feminicídio, por ter ganho contornos próprios, isto é, foi adicionada uma nova 
qualificadora específica e causas de aumento para quem comete homicídio contra menor de 14 anos. 
 
 Logo, podemos concluir que o crime se torna ainda mais grave pela fragilidade da vítima. 
· Maior de 60 anos; 
· Pessoa portadora de deficiência; 
· Pessoa portadora de doenças degenerativas 
 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm#art22i
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm#art22i
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm#art22ii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm#art22iii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13771.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13771.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13771.htm#art1
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CAIU EM PROVA: Delegado - PCPB (2022): O feminicídio – crime cometido contra a vida da mulher devido à 
sua condição de sexo feminino – tem aumento de pena se praticado contra vítima portadora de doença 
degenerativa que acarrete condição limitante. (Item correto) 
 
Inciso III: na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da vítima 
 
O aumento da pena é fundamentado pelo trauma psicológico causado, e pela frieza no crime. A 
justificativa para a exasperação reside na lesão causada não apenas à vida da vítima primária (a mulher), mas 
também à integridade psíquica da vítima secundária (ascendente ou descendente). 
OBS.1: NÃO há limitação quanto ao grau de parentesco, bastando que seja em linha reta. 
OBS.2: É necessária a capacidade de compreensão da pessoa ou o risco inexistirá, falecendo a 
justificativa para a majorante. 
Sobre o tema, ainda, a jurisprudência: 
 
A majorante do art. 121, §7º, III, do CP, incide ainda que os descendentes da 
vítima não tenham presenciado todo o caminho do crime. Não se mostra 
necessário, para a incidência da causa de aumento de pena prevista no inciso III do 
§ 7º do art. 121 do CP, que os descendentes presenciem todo o iter criminis. Tendo 
os filhos da vítima testemunhado parte do evento criminoso, integra-se o suporte 
fático da majorante em causa, tornando obrigatório o incremento da sanção penal. 
STF. 1ª Turma. RHC 189.088/DF AgR, Relatora Ministra Rosa Weber, julgado em 
3/08/2021. 
 
Inciso IV: em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas nos incisos I, II e III do caput 
do art. 22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. 
 
 Pune-se o agente de forma mais severa pela maior determinação em seu comportamento, que 
descumpre uma ordem judicial para ceifar a vida da vítima. 
Neste caso, quem pratica feminicídio apenas sofre a incidência desta majorante, NÃO responde pelo 
crime de descumprimento previsto no art. 24-A da Lei Maria da Penha. 
 
Natureza da qualificadora do feminicídio 
 
Em que pese a doutrina amplamente majoritária entender que a qualificadora do feminicídio é de ordem 
SUBJETIVA, por considerar as questões que envolvem o sexo feminino, os Tribunais Superiores possuem 
 
 
 
 
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/71c1806ca28b555c76650f52bb0d2810?categoria=11&subcategoria=103&criterio-pesquisa=e
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/71c1806ca28b555c76650f52bb0d2810?categoria=11&subcategoria=103&criterio-pesquisa=ePREPARAÇÃO EXTENSIVA PLUS 
 
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entendimento consolidado no sentido de que se trata de qualificadora de ordem OBJETIVA. Esse 
entendimento acarreta alguns efeitos práticos: 
(1) Qualificadoras de ordem objetiva podem se comunicar aos demais autores e partícipes do crime; 
(2) Qualificadoras de ordem objetiva podem coexistir com qualificadoras de ordem subjetiva; 
(3) Pode existir feminicídio privilegiado (pois o privilégio é de ordem subjetiva). 
 
Nesse sentido é o entendimento do STJ: 
 
Motivo torpe e feminicídio: inexistência de bis in idem. 
Não caracteriza bis in idem o reconhecimento das qualificadoras de motivo torpe e 
de feminicídio no crime de homicídio praticado contra mulher em situação de 
violência doméstica e familiar. 
Isso se dá porque o feminicídio é uma qualificadora de ordem OBJETIVA - vai incidir 
sempre que o crime estiver atrelado à violência doméstica e familiar propriamente 
dita, enquanto a torpeza é de cunho subjetivo, ou seja, continuará adstrita aos 
motivos (razões) que levaram um indivíduo a praticar o delito. 
 
● Inciso VII (homicídio contra integrantes dos órgãos de segurança pública): contra autoridade ou agente 
descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força 
Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, 
companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição. 
 
 A norma visa proteger de forma mais intensa pessoas que estão naturalmente mais expostas a atos 
de violência por conta das funções desempenhadas na área da segurança pública. 
 Nesse sentido, prevalece na doutrina que, para incidir a presente qualificadora, é necessário haver 
um nexo funcional. Em outras palavras, não basta que a vítima seja autoridade prevista no inciso, sendo 
necessário que o crime tenha ocorrido no exercício de sua função ou em razão dela. 
 Trata-se de qualificador de natureza pessoal ou subjetiva, que não se estende aos coautores e 
partícipes. 
 
Pergunta-se: Aplica-se em relação aos guardas municipais? 
R.: SIM. O legislador não restringiu a incidência às autoridades do caput dos artigos. O mesmo 
raciocínio se aplica aos agentes de segurança viária. Embora seja controverso, é o entendimento prevalente. 
 
Pergunta-se: Aplica-se aos aposentados? 
R.: NÃO, salvo se o homicídio for praticado em razão do fato vinculado à época que ele ainda era 
agente, pois o texto exige que seja no exercício da função ou em decorrência dela. Há divergência, sendo 
essa a posição do Sanches, Greco e Bittencourt. 
 
 
 
 
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Pergunta-se: Aplica-se aos filhos adotivos? 
R.: NÃO. Entende-se que esta foi uma falha do legislador, que foi expresso ao dizer “parente 
consanguíneo”, não abrangendo o parentesco puramente civil, como é o caso da adoção. A CF veda qualquer 
distinção entre filhos biológicos e adotivos, razão pela qual a doutrina sustenta que essa expressão é 
inconstitucional, não podendo, no entanto, ser excluída apenas pelo interprete em malefício do réu. 
 
Pergunta-se: Aplica-se aos parentes por afinidade? 
 R.: NÃO. Parentes por afinidade são aqueles que a pessoa adquire em decorrência do casamento ou 
união estável, como cunhados, sogros, genros, noras. A doutrina entende que também não foram 
abrangidos, seguindo a mesma linha de raciocínio dos filhos adotivos. 
 OBS.: No tocante aos familiares dos servidores, é importante lembrar que se aplica aos companheiros 
(hetero e homoafetivos). 
 
● Inciso VIII: com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido (Incluído pela Lei n. 13.964, de 
2019) 
 
 Trata-se de inciso que havia sigo, inicialmente, vetado pelo Presidente da República, mas que voltou 
a produzir efeitos a partir da derrubada do veto. 
 Os conceitos de arma de fogo de uso restrito ou proibido devem ser extraídos do Anexo I do Decreto 
n. 10.030, de 30 de setembro de 2019, que aprova o Regulamento de Produtos Controlados, in verbis: 
 
“Art. 3º (...) Parágrafo único. Para fins do disposto neste Regulamento, considera-
se: (...) 
II – Arma de fogo de uso restrito – as armas de fogo automáticas, de qualquer tipo 
ou calibre, semiautomáticas ou de repetição que sejam: 
a) não portáteis; 
b) de porte cujo calibre nominal, com a utilização de munição comum, atinja, na 
saída do cano de prova, energia cinética superior a mil e duzentas libras-pé ou mil 
seiscentos e vinte joules; ou 
c) portáteis de alma raiada, cujo calibre nominal, com a utilização de munição 
comum, atinja, na saída do cano de prova, energia cinética superior a mil e duzentas 
libras-pé ou mil seiscentos e vinte joules; 
II - Arma de fogo de uso proibido: 
a) as armas de fogo classificadas como de uso proibido em acordos ou tratados 
internacionais dos quais a República Federativa do Brasil seja signatária; e 
b) as armas de fogo dissimuladas, com aparência de objetos inofensivos” 
 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA PLUS 
 
DELEGADO DE POLÍCIA 
 
SEMANA 14/30 
 
31 
 
● Inciso IX: Contra menor de 14 (quatorze) anos (Incluído pela Lei n. 14.344, de 2022) [LEI HENRY 
BOREL] 
 
De acordo com a Lei 14.344/2022, o homicídio será qualificado sempre que for praticado contra 
pessoa menor de 14 anos, mesmo que não decorra de violência doméstica ou familiar. Essa qualificadora se 
deve à vulnerabilidade intensificada da vítima, menos apta a empreender autodefesa de forma eficaz. 
Evidentemente, que o sujeito ativo, ao cometer o homicídio, conheça a circunstância etária, ou pelo 
menos que esta seja facilmente reconhecível. O erro de tipo sobre a qualificadora afasta o incremento das 
margens penais. 
 
OBS:. O §4º já estabelecia uma causa geral de aumento de pena em relação ao menor de 14 anos. 
 
Art. 121, §4°. (...) sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 se o crime 
é praticado contra pessoa menor de 14 anos ou maior de 60 anos; 
 
Discussão: Houve derrogação da causa de aumento do art. 121, §4º no que tange ao crime 
praticado contra menor de 14 anos em decorrência da qualificadora do inciso IX com o advento da Lei 
14.344/22? 
As discussões sobre a temática são recentes, de modo que certamente ainda serão aprofundadas. 
Contudo, de início, destacamos abordagem interessante de Bruno Gilaberte em publicação sobre o tema. 
 
“Curiosamente, Lei nº 14.344/2022 não derrogou o § 4º no trecho em que aumenta a pena (em um terço) do 
homicídio doloso praticado contra menores de 14 anos. Uma leitura rápida poderia conduzir à conclusão de que 
houve uma derrogação tácita, por se tratar de bis in idem (ou seja, duas regras punitivas, atinentes ao mesmo 
delito, cuidando da mesma circunstância). Não nos parece a ótica correta. De fato, sempre que houver um 
homicídio qualificado unicamente pela questão etária, a qualificadora prevalecerá sobre a majorante, de modo 
que, nessa hipótese, o § 4º tornar-se-á inaplicável. Caso incidam sobre o fato, todavia, duas ou mais 
qualificadoras, o dispositivo recobra a sua eficácia. Suponhamos que um homicídio cometido por motivo torpe, 
por exemplo, tenha o menor de 14 anos como vítima. Ao aplicar a pena, o magistrado deverá usar apenas uma 
das circunstâncias para definir as margens penais qualificadas. No nosso exemplo, o magistrado opta por 
qualificar o homicídio pelo motivo determinante. Perceba-se que a idade da vítima não influenciou na definição 
da sanção penal. Assim, na terceira fase da dosimetria, o magistrado poderia usar o § 4º para aumentar a pena, 
sem o risco de bis in idem. 
(…) 
Além da qualificadora, surgem um parágrafo (§ 2º-B) e – nele inseridos – dois incisos, os quais aumentam a pena 
do homicídio qualificado pela questão etária. O primeiro inciso majora a pena em um terço até a metade quando 
a pessoa menor de 14 anos possui deficiência ou doença

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