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Aula 2 Geografi a Física II 33
Identifi cação das estações meteorológicas
A identifi cação física das estações meteorológicas é feita por meio de sua posição 
geográfi ca expressa em latitude, longitude e altitude. Independente disso, toda estação 
meteorológica, ofi cialmente reconhecida, possui um número de identifi cação internacional 
composto de cinco algarismos. No Brasil temos como exemplo dois blocos meteorológicos 
identifi cados pelos numerais iniciais 82 ou 83, dependendo de sua localização geográfi ca. 
A mudança de uma determinada estação de uma posição geográfi ca para outra, representa 
a fundação de uma nova estação e não uma transferência da mesma. Assim, uma estação 
meteorológica, do ponto de vista climatológico, não pode ser transferida de local.
No próximo tópico, veremos possíveis localizações e exposições dos instrumentos 
meteorológicos.
Localização e exposição dos instrumentos
A avaliação de variáveis meteorológicas depende da exposição dos instrumentos. A fi m 
de que as observações em diferentes estações possam ser comparáveis, as exposições devem 
ser semelhantes. Uma área de terreno cercada, coberta de grama curta, é satisfatória para os 
instrumentos externos, contanto que estejam convenientemente localizados. Os instrumentos 
devem estar longe da ação imediata das árvores e edifícios e numa posição que garanta uma 
representação correta das condições de meio ambiente. A estação não deve, tanto quanto 
possível, estar localizada sobre ou próximo a margem de rios, ladeiras, cordilheiras, penhascos 
ou pequenos vales. É também importante evitar a imediata proximidade de grandes edifícios. 
Uma estação climatológica deve ser localizada de maneira a ser representativa da área na qual 
está situada. Sua localização deve obedecer a uma disposição que atenda a uma operação 
contínua, durante pelo menos 10 anos, e não modifi que a exposição por longo período, a menos 
que sirva a um objetivo especial que justifi que o seu funcionamento por um período mais curto.
Unidades legais de medidas e constantes
Todos os fenômenos da natureza manifestam-se em “tempo” e “espaço”, através do 
agente “matéria”. É natural, então, que as medidas fundamentais adotadas como base do 
sistema de medidas usadas em Meteorologia, sejam as unidades de tempo, comprimento e 
massa. De acordo com a legislação vigente, são consideradas legais no Brasil, as unidades 
baseadas no Sistema Métrico Decimal. Essa lei regula as defi nições e símbolos das diversas 
grandezas, assim como os nomes e símbolos dos seus múltiplos e submúltiplos. É considerado 
erro técnico empregar-se símbolos diferentes destes, quando não autorizado pelo Instituto 
Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial.
Legislação vigente
WORLD 
METEOROLOGICAL 
ORGANIZATION 
- WMO. Guide to 
meteorological 
instruments 
and methods of 
observation. 5. ed. 
Geneva, 1983.
Aula 2 Geografi a Física II34
As seguintes unidades deverão ser empregadas nas estações meteorológicas:
 � Pressão atmosférica em milímetro de mercúrio (mm Hg) e hectopascal 
(hPa);
 � Temperatura em graus Celsius (°C);
 � Velocidade do vento em metros por segundo (m\s) e nós (kt);
 � Direção do vento em graus e nº de rosa dos ventos de 1 a 8 a partir do 
nordeste; e a escala 00-36, indicando de onde o vento sopra que atinge ou 
passa na estação;
 � Umidade relativa em percentagem (%);
 � Precipitação em milímetros (mm);
 � Evaporação centímetro cúbico (cm3), milímetro (mm), mililitro (ml);
 � Pressão do vapor em hectopascal (hPa).
 As seguintes constantes foram adotadas para serem empregadas em 
Meteorologia:
 � A temperatura absoluta do ponto de congelação da água é igual a 273,16°K 
(Graus Kelvin);
 � Valor padrão da aceleração da gravidade normal (constante convencional) 
é igual a 9,80665 m\s2;
 � A densidade do mercúrio a 0°C é igual a 13,5951 g\cm3.
Aula 2 Geografi a Física II 35
Figura 1 – Fusos do Brasil
Fusos horários
Um dos elementos fundamentais para com o conhecimento do estado instantâneo da 
atmosfera e êxito na operação do Sistema de Coleta de Dados Meteorológicos é a uniformidade 
dos horários em que se fazem as observações. Para tanto, é necessário que se conheça o 
horário correto, devendo isso ser determinado pelas autoridades do órgão competente. Para 
melhor conhecimento dos sistemas horários, convêm alguns esclarecimentos sobre o Tempo 
Médio de Greenwich.
Como já visto em leituras cartográfi cas e em Astronomia, nos Fusos Horários, as horas 
astronômicas, de lugares situados em meridianos diferentes são, necessariamente, diferentes. 
A convenção dos fusos horários adotada em quase todos os países proporciona a unifi cação 
das horas em todas as localidades existentes em um fuso. Esse sistema chamado de “Hora 
Legal” consiste na divisão da esfera terrestre em 24 fusos de 15º cada um. Por convenção, 
o fuso inicial para contagem do tempo é o que limita um meridiano central. O meridiano de 
Greenwich, conforme regulamento vigente, que fi xou a hora legal do Brasil de acordo com o 
sistema de fusos, procurou a melhor uniformização distributiva da hora no território nacional, 
mediante uma conveniente demarcação dos limites horários.
O Tempo Médio de Greenwich é quando há necessidade de se universalizar a marcação do 
tempo. Emprega-se, por convenção, o Tempo Médio de Greenwich (TMG), também conhecido 
como “Tempo Universal”. A hora legal de Brasília, por exemplo, é atrasada três horas sobre o 
Tempo Universal por se encontrar essa localidade no 3º fuso a oeste de Greenwich. 
A hora legal no Brasil está em vigor desde 1 de janeiro de 1914. O território nacional está 
dividido, no que diz respeito à Hora Legal, em quatro fusos distintos (Figura1).

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