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AULA - ESTOMAS

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ESTOMAS
DEFINIÇÃO:
 A palavra estoma/ostomia vem do grego e
significa boca. É uma anastomose entre um
segmento do trato gastrointestinal e a pele da
parede abdominal anterior.
 Ileostomia: abertura do íleo para a pele.
 Colostomia: abertura do cólon para a pele.
TIPOS DE ESTOMAS
 Em alça: exteriorização de segmento intestinal
pela pele e é realizada abertura na face
antimesentérica e então maturado.
 Terminal: exterioriza-se apenas um segmento
pela pele.
 Temporários: objetivo principal de desviar o
fluxo das fezes, sendo sua principal indicação
proteção da anastomose de alto risco que são
aquelas realizadas em região submetida a
irradiação ou em casos de trauma.
 Permanentes: segmento anorretal foi removido
(amputação, abdominoperineal), incontinência
anal grave, complicações de trauma ou
radioterapia ou situações em que o paciente não
possui performance status para reconstrução de
trânsito.
FISIOLOGIA DO ESTOMA - COLOSTOMIA
 Depende do nível do estoma.
 O cólon recebe cerca de 1500 - 2000ml de fezes
líquidas do intestino delgado -> absorve
aproximadamente 90% da água e eletrólitos e
forma 100 - 150ml de fezes sólidas.
 Maioria dos fluidos e eletrólitos acontece no
cólon direito.
 Colostomias usando cólon esquerdo ou sigmoide
apresentam fezes mais sólidas.
 Colostomias usando o cólon ascendente ou
transverso apresentam fezes mais líquidas +
funcionamento contínuo.
FISIOLOGIA DO ESTOMA - ILEOSTOMIA
 Conteúdo não passa pelo cólon -> sem
absorção de água e eletrólitos do cólon ->
distúrbios hidroeletrolíticos.
 Intestino delgado recebe 9 - 10L por dia de
fluidos do trato gastrointestinal. A maior parte da
absorção do delgado acontece no jejuno,
aproximadamente 6L. E 2,5L aproximadamente
é absorvido no íleo.
 A ileostomia recebe cerca de 200 - 1200ml/dia.
ILEOSTOMIA
 É o estoma realizado empregando-se o íleo.
 Geralmente é confeccionada no quadrante
inferior direito.
 Possui conteúdo mais líquido, em maior
volume.
 Atenção a desidratação e distúrbios
hidroeletrolíticos.
 As principais indicações são: proteção de
anastomose distal de risco, em indivíduos com
polipose adenomatosa familiar após
proctocolectomia total, doença inflamatória
intestinal, entre outros.
 O efluente da ileostomia é alcalino, líquido e de
elevada atividade cáustica enzimática.
 O contato deste produto diretamente com a pele
leva a grande incidência de dermatite
periestomal.
 Prevenção: eversão das bordas da ileostomia que
a torna saliente, com 2-3cm acima da pele ->
líquido entérico cai direto na bolsa coletora ->
Técnica de Brooke.
COLOSTOMIA
 É o estoma realizado utilizando o cólon.
 Indicações são: quando é necessário ressecção
de segmento do cólon distal, reto ou ânus e não é
viável ou possível a anastomose ou com intuito
de derivar o trânsito intestinal.
 Diverticulite aguda complicada, abdome
agudo obstrutivo por neoplasia colorretal,
perfuração intestinal, trauma.
 Cólon esquerdo ou sigmóide -> fezes formadas.
 Quanto mais proximal o estoma, mais líquidas
serão as fezes.
 Quadrante inferior esquerdo da parede
abdominal através do músculo retoabdominal.
 Melhor segmento para confecção de um
estoma terminal -> cólon descendente. A
digestão e absorção de nutrientes já aconteceu
nos segmentos proximais.
 Colostomia em alça -> melhor segmento é o
cólon transverso. Devido a facilidade técnica
pela localização anatômica e por sua mobilidade
e pelo menor risco de desabamento. É o
segmento móvel, e a principal complicação é o
prolapso do estoma, maior incidência de hérnia.
CONFECÇÃO DE ESTOMA
 Lugar ideal: depende de cada corpo (cicatriz,
dobras, cicatriz umbilical, proeminências ósseas).
 Triângulo do estoma: espinha ilíaca
anterossuperior + tubérculo púbico e cicatriz
umbilical.
 Exteriorizado no centro do triângulo dentro do
músculo retoabdominal. Menor risco de hérnia
paraostomal.
 Evitar cicatrizes, dobras, linha umbilical.
COMPLICAÇÕES PRECOCES
 Ocorrem em até 3 meses após a confecção do
estoma.
 São influenciadas por fatores relacionados ao
paciente, como: idade avançada, deficiência
nutricional, comorbidades, obesidade, tabagismo
e malignidade subjacente.
 Isquemia ou necrose do estoma, sangramento,
retração, dermatite periostomal.
 Retração: estoma que está 0,5cm ou mais
abaixo da superfície da pele em até 6 semanas
da sua confecção. Se deve a tensão no estoma.
Pode provocar vazamento e dificuldade na
aderência da bolsa, levando a dermatite
periestomal. Se ocorrer retração abaixo da
fáscia devemos abordar cirurgicamente para
evitar a contaminação da cavidade abdominal.
 Dermatite periostomal: mais comum em
ileostomia. Para evitar devemos fazer a eversão
das bordas da ileostomia que a torna saliente,
com 2-3cm acima da borda cutânea, durante sua
confecção = líquido entérico cai direto na bolsa
coletora. A marcação pré-operatória e colocação
adequada de bolsa de ostomia.
COMPLICAÇÕES TARDIAS
 Ocorrem após 3 meses de sua confecção.
 Mais incidentes em estomas permanentes.
 Principais fatores de risco: duração do estoma,
aumento da pressão intra-abdominal (obesidade,
doença pulmonar obstrutiva crônica), cirurgia de
emergência e mobilização inadequada do
intestino.
 Prolapso, hérnia periestomal, obstrução e
estenose.
 Hérnia periostomal é a complicação mais
comum. Os principais fatores de risco são:
obesidade, condições que produzem tosse
crônica e colocação do estoma fora do músculo
retoabdominal e grande abertura de aponeurose.
 Prolapso do estoma: qualquer tipo de estoma.
Dificulta a colocação da bolsa, pode causar
edema e se este for significativo, pode levar ao
encarceramento ou estrangulamento. A maior
taxa de incidência (7 -26%) em transversostomia
em alça e colostomia terminal usando cólon
descendente.
 Não complicado: conservadora com
compressas frias e redução manual.
 Complicado: intervenção cirúrgica.
 Estenose do estoma: cólica abdominal seguida
de saída de fezes explosivas. O tratamento é a
dilatação que pode complicar com sangramento,
lesão tecidual, fibrose e estenose adicional ou
reparo cirúrgico com excisão do tecido cicatricial
e criação de novo estoma.

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