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Universidade Nove de Julho Maria Lívia Introdução: Definiçõ: • Divertículo - protusão da parede intestinal, com aspecto de saculação, e pode ser classificado em adquirido (falso) ou congênito (verdadeiro); • Diverticule - presença de divertículos; 95% no cólon sigmoide - 65% limitados ao sigmoide; 7% distribuição homogênea, 4% proximal; Difere de acordo com raça e geografia. • Dnça Diverticular (DDC) - Diverticulose clinicamente significativa e sintomática; Doença colônica mais comum; 66% após os 70 anos, 50% entre 50 e 60 anos, menos de 20% aos 40 anos. • Diverticulite - inflamação de um divertículo, podendo ser aguda ou crônica, não complicada ou complicada (abcesso diverticular, fístula, obstrução intestinal ou perfuração livre). Claificação: • Verdadeir - Correspondem a uma herniação de toda a espessura da parede intestinal; Constituído por mucosa, submucosa, camada muscular própria e serosa - divertículo de Meckel. • Fals - protusões da mucosa e submucosa através da parede muscular do intestino; Podem ser hipotônicos ou hipertônicos. • Hipertônic - acomete principalmente o cólon sigmóide pelo fato de ter menor calibre (maior pressão intraluminal); Menos frequente - acomete mais jovens; Maior índice de complicações; Pacientes geralmente são constipados com fezes em cíbalos; Dor no quadrante inferior esquerdo é frequente. • Hipotônic - pode acometer todo o cólon (apresentação difusa), principalmente o direito, e está associada ao envelhecimento fisiológico do indivíduo (fraqueza da camada muscular); Mais frequente - acomete mais idosos; Divertículos maiores e cólon largo; Maior sangramento e perfuração; Assintomáticos (80%) - paciente pode ter ritmo intestinal regular. Patogêne: • Se desenvolvem em pontos bem definidos de fraqueza, que correspondem ao local e, que os vasos retos penetram na camada muscular do cólon; • Há correlação com pressões intraluminais elevadas, alteração da motilidade (suprarregulação dos receptores M3 do m. liso), alterações na estrutura cólica (com comprometimento da integridade da parede do cólon e microbiota bacteriana alterada) e dieta pobre em fibras; Doenças diverticulares Doencas Diverticulares Doença Diverticular -> “diverticulose clinicamente significativa e sintomática”; Pode causar sangramentos, diverticulite, colite segmentar e doença diverticular não complicada. Universidade Nove de Julho Maria Lívia • Mudanças estruturais são maiores em cólon mais rígido - espessamento da camada muscular circular, encurtamento das tênias e estreitamento luminar; • Mucosa e submucosa herniam através da camada muscular, coberta apenas por serosa; • Lei de Laplace - pressão (P) é proporcional à tensão da parede (T) é inversamente proporcional ao raio do intestino (R), onde K é um fator de conversão; P = kT + R. Fator de Risco: • Alta ingestão de carne vermelha e gorduras; • Dieta pobre em fibras; • Falta de atividade física vigorosa; • IMC alto (> 25 kg/,2) - inflamação associada à obesidade; Secreção de citocinas a partir de gordura visceral metabolicamente ativa • Tabagismo - > 40 anos/maço; • Medicament: Esteroides, AINEs e opiáceos aumentam o risco de diverticulite e sangramento; Estatinas e vitamina D diminuem o risco de perfuração. • Sementes e nozes, cafeína e álcool - não se relacionam a maior risco de diverticulose e doença diverticular sintomática e suas complicações. Manifestações clínicas: • Assintomático - 70 a 80%; Sintomátic: • Sangramento - 5 a 15%; Maciço em 1/3 dos casos; Mais frequente em cólon direito - por ter colos e cúpulas mais largas, expondo um comprimento maior dos vasos retos à lesão, além da parede ser mais fina; O vaso sanguíneo é separado do lúmen intestinal pela mucosa e, com o tempo, a parede do vaso é exposta, o que predispõe à ruptura para o lúmen. • Diverticulite Simpl - 85%; Cólicas intermitentes e desconforto abdominal; Constipação; Sensação de incapacidade de esvaziar o reto. • Diverticulite Complicada - 15%; Sintomas dependem da gravidade; Dor abdominal no QIE ou suprapúbica - constante e progressiva; Náuseas e vômitos - se obstrução parcial associada; Febre - inflamação; Instabilidade hemodinâmica - casos mais graves; Obstipação, alterações urinárias, massa palpável, fístula; Irritação peritoneal, abcesso, obstrução, perfuração. Diverticulite Aguda: • Erosão/espessamento da parede diverticular por aumento da pressão intraluminal ou partículas de alimento espessadas -> inflamação e necrose focal -> perfuração; • A diverticulite aguda complicada é definida como diverticulite como uma das seguintes complicações associadas: Obstrução intestinal, abscesso, perfuração e/ou fístula. • Siema de Claificação: AINEs - via lesão tópica direta e/ou prejuízo da síntese de prostaglandinas, comprometendo a integridade da mucosa, aumentando a permeabilidade e possibilitando o influxo de bactérias e outras toxinas. Maior risco de perfuração e sangramento. Estilo de vida saudável diminui em 50% doença diverticular. Universidade Nove de Julho Maria Lívia Diagnóstico: • Achados na rotina não são utilizados na diverticulite aguda; • Quando há dúvida de malignidade, deve-se realizar exames de 6 a 8 semanas após a resolução do quadro inflamatório agudo; • Coloncopia - é útil em casos de hemorragia digestiva baixa - avalia a causa do sangramento, podendo realizar algum procedimento terapêutico, embora a maioria pare de sangrar espontaneamente. Diverticulite Aguda na Urgência: • Rultado Laboratorial - elevação do PCR, leucocitose; Amilase e lipase - aumentada na perfuração livre; Urianálise. • RX Simpl de Abdome/Tórax - possíveis achados de processo inflamatório, obstrutivo ou perfurativo; • USG - exame padrão de diverticulite aguda; Faz diagnóstico diferencial; Difere diverticulite aguda e diverticulite aguda complicada; Utiliza classificação de Hinchey • Enema Opaco - espessamento da parede intestinal em mais de 4 mm; Estruturas redondas ou ovóides, altamente ecogênicas, com um artefato em anel; Área de ecogenicidade aumentada adjacente à parede do cólon; Massa hipoecóica bem definida próxima ao cólon e pode apresentar sombras devido à presença de ar - abscesso; Técnico dependente. • TC de Abdome e Pele com Contrae EV - exame padrão ouro na diverticulite aguda. Diagnóico Diferenci: • Síndrome do intestino irritável; • Câncer colorretal; • Apendicite aguda; • Doença inflamatória intestinal; • Colite infecciosa ou isquêmica; • Abscesso tubo-ovariano, cisto ovariano, torção ovariana, gravidez ectópica, cistite e nefrolitíase. Tratamento: • Depende da gravidade de sua apresentação, da presença de complicações e de comorbidades; • Depende da classificação de Hinchey; • Eágio I e II (Dnça Localizada) - manejo conservador (antibióticos IV, jejum/dieta líquida, hidratação e punção percutânea da coleção); Crises de Diverticulite Aguda (urgência) - PROIBIDO realizar colonoscopia ou dar contraste VO para o paciente -> realizar TC. Exclusão de Uma Malignidade Subjacente • A colonoscopia é contraindicada em quadro agudo • Após a resolução completa dos sintomas associados à diverticulite aguda (normalmente de 6 a 8 semanas), uma colonoscopia é realizada, exceto para aqueles que fizeram colonoscopia no ano anterior • Diverticulite complicada pode cursar com achado de câncer colorretal em até 10% dos casos Universidade Nove de Julho Maria Lívia • Eágio III e IV - requer cirurgia de emergência. Tratamento Ambulatorial: • Eágio IA - espessamento de parede colônica restrito à inflamação pericólica; Dieta líquida clara por 2 a 3 dias - avanço para baixo teor de fibra conforme tolerado; Antibiótico VO de amplo espectropor 7 a 10 dias, caso a caso - cobertura aeróbia e anaeróbia (por exemplo, Ciprofloxacino + Metronidazol, Clavulanato + Amoxicilina); Analgésico (paracetamol) e antiespasmódicos para dor. Indicação de Internação: • Pacientes acima de 70 anos; • Estágio IB, II, III e IV; • Evidência de diverticulite grave - ou seja, sistêmicos de infecção, microperfuração ou peritonite; • Não conformidade/falta de confiabilidade para visitas de retorno/falta de sistema de suporte; • Falha de terapia ambulatorial - dor e/ou febre persistente ou crescente, ou leucocitose após 2 ou 3 dias; • Comprometimento imunológico ou comorbidades; • Necessidade de analgesia e/ou hidratação parenteral; • Eágio IB - Abcso Pericólico Rtrito Pequeno: < 5cm; Internação; Dieta líquida clara - avanço para baixo teor de fibra conforme tolerado; Antibióticos intravenosos (IV); Ressecção cirúrgica eletiva; Abscesso > 4 cm -> drenagem via percutânea; Abscesso < 3 cm -> os antibióticos geralmente resolvem. • Eágio II, III e IV: Hospitalização; Antibiótico IV - Tazobactam, Ertapenem e Meropenem; Analgesia; Drenagem abscesso e ressecção cirúrgica eletiva est. II; Cirurgia de urgência estágio III ou IV. Tratamento Cirúrgico • A cirurgia é o tratamento de escolha em pacientes - Que progridem para os estágios III e IV; Falha na gestão médica; Em quem o carcinoma não pode ser excluído; Que tem ataques múltiplos (≥ 2); Que desenvolvem fístulas; Estenose sintomática e/ou obstrução intestinal; Status de imunossupressão. • As Opçõ Cirúrgicas Dependem… Se é eletiva ou emergencial; Da qualidade do preparo intestinal. • Opçõ: Colectomia segmentar com anastomose primária - estágios I, II e III; Procedimento em 2 tempos - colectomia à Hartmann com colostomia terminal e fechamento do colo retal (estágio III e IV). Prognóstico: Após Tratamento Clínico da DA: • Taxa de sucesso de 99% - estágio Ia; • Taxa geral/abscesso de 80% - estágios I ou II; • Taxa de recorrência de 15 a 25% - maior para abscesso > 5 cm; Universidade Nove de Julho Maria Lívia • Readmissão/falha no tratamento de 6% dos tratados em ambiente hospitalar; • 20 a 35% tem dor abdominal crônica; • 15 a 20% precisam de cirurgia. Após Cirurgia: • 15% de recorrência geral após cirurgia; • 5% de recorrência após diverticulite aguda não complicada; • Até 3% de necessidade de nova ressecação na recorrência; • 5 a 25% de persistência dos sintomas; • 77% de sucesso na cirurgia. Manejo de Longo Prazo Após Diverticulite Aguda • Colonoscopia dentro de 6 a 8 semanas - se possível; • Reavaliação para cirurgia se sintomas forem persistentes ou recorrentes; • Diverticulite latente crônica - modificação dietética (redução da ingestão de carne e dieta rica em fibra) + estilo de vida saudável (cessação do tabagismo, atividades físicas e perda de peso) + Mesalzina, probióticos e Rifaximina (sem evidência científica).
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