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HEMORRAGIA DIGESTIVA BAIXA - CSR Refere-se à perda de sangue originada de um local distal ao ligamento de Treitz . Suspeitada quando os pacientes se queixam de hematoquezia (passagem de sangue marrom ou vermelho vivo ou coágulos sanguíneos pelo reto). Diferenças com HDA: hematêmese e melena. INCIDÊNCIA 20% das hemorragias do tubo digestivo. Aumenta com idade – doenças adquiridas. 95 – 97% - cólon é a fonte do sangramento. 3 – 5% - origem no intestino delgado. Taxa de mortalidade – 2 a 4%. ETIOLOGIA Divertículos do cólon: 17-44%. Lesões vasculares: 3 -30%. (angiodisplasias). Colite isquêmica: 9 – 21%. Neoplasias: 4 – 14%. Doenças anorretais: 4 – 11%. SINTOMAS HDB Sangue oculto. Hematoquezia: fonte no cólon E, reto e ânus Hemorragia maciça. Melena: fonte no cólon proximal ou delgado. HDA pode cursar com sintomas de HDB entre 10 e 15% dos casos. DOENÇA DIVERTICULAR DOS CÓLONS Protrusão sacular da parede do cólon. A prevalência da doença diverticular depende da idade, aumentando de menos de 20 por cento aos 40 anos para 60 por cento aos 60 anos. 75% dos divertículos ocorrem no lado esquerdo do cólon e, quando ocorrem divertículos do lado direito, geralmente estão associados a divertículos do lado esquerdo. O cólon direito é a fonte de sangramento diverticular colônico em 50 a 90% dos pacientes. Sangramento diverticular pode ser maciço e potencialmente fatal. Sangramento geralmente é indolor, exceto por leve desconforto abdominal e cólicas devido ao espasmo colônico causado pelo sangue intraluminal. O sangramento diverticular é autolimitado em 70 a 80% dos casos. RISCO DE RESSANGRAMENTO 25% após o primeiro episódio. 50% após o segundo e os demais. Fatores de risco para sangramento diverticular: uso de AAS e AINE, idade avançada, obesidade, inatividade física, hipertensão, doença cardíaca isquêmica, insuficiência renal crônica e hiperlipidemia. O diagnóstico da HDB por doença diverticular dos cólons é feito da seguinte forma: Colonoscopia: Pacientes estáveis. Diagnóstico definitivo requer sangramento ativo, um vaso visível ou um coágulo aderido. Diagnóstico presuntivo. Terapias endoscópicas. Angiotomografia: Pacientes instáveis. Depende do sangramento ativo e, portanto não é apropriada para pacientes sem perda sanguínea ativa contínua. Indicação cirúrgica: Persistência do sangramento. Impossibilidade de tratamento endoscópico ou arteriografia. Recidiva no mesmo segmento intestinal. Instabilidade. ANGIODISPLASIA Vasos submucosos dilatados e tortuosos. Segunda causa mais comum de HDB. Incomum na população em geral. Incidência de angiodisplasia aumenta com a idade, provavelmente devido à degeneração das paredes vasculares. Condições associadas à angiodisplasia: estenose aórtica, doença de von Willebrand (deficiência de fatores e coagulação) e insuficiência renal crônica. Pode ocorrer em todo o cólon, embora o sangramento geralmente se origine do ceco ou do cólon ascendente. Sangramento de origem venosa (em contraste com o sangramento arterial com divertículos) e, portanto, tende a ser menos volumoso que o sangramento diverticular. Tratamento: coagulação endoscópica (com sonda bipolar ou sondas de aquecimento), escleroterapia por injeção e coagulação com laser de argônio. COLITE Infecciosa: Etiologia: cultura de fezes de rotina identificará Salmonella, Campylobacter Shigella. Outras causas: Tb, linfoma CMV. Sintomas: HDB, dor abdominal e febre. Sangramento autolimitado. Isquêmica: Idoso com doença cardiovascular e arteriosclerose. Redução do fluxo ou oclusão mesentérica. Sintomas: dor abdominal súbita e diarreia com sangue. Sangramento autolimitado. DOENÇA INFLAMATÓRIA INTESTINAL Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa. A hematoquezia é uma apresentação inicial mais comum na retocolite ulcerativa. Diferenciar a doença de Crohn da colite ulcerosa durante um episódio de sangramento agudo não é imperativo, uma vez que o tratamento agudo é semelhante para ambas as condições (corticóide). Na doença de crohn tem esse padrao em “pedra de calçamento”. CÂNCER DE CÓLON 10% dos casos de sangramento retal em pacientes com mais de 50 anos, mas é raro em indivíduos mais jovens. O sangramento ocorre como resultado de erosão ou ulceração sobrejacente. Tende a ser de baixo grau e recorrente. Sangue vermelho brilhante sugere lesões no lado esquerdo; lesões do lado direito podem apresentar sangue marrom ou melena. A terapia endoscópica do câncer de cólon que apresenta sangramento retal é limitada (risco significativo de induzir mais sangramento ou causar perfuração com terapia endoscópica devido à friabilidade e tamanho das lesões). O endoscopista deve fazer biópsia de massas suspeitas, procurar lesões sincrônicas e excluir causas adicionais de sangramento. DOENÇAS ANORRETAIS Hemorróidas: São veias submucosas dilatadas no ânus que estão localizadas acima (interna) ou abaixo (externa) da linha dentada. São assintomáticos, mas podem apresentar hematoquezia, trombose, estrangulamento ou prurido. A hematoquezia resulta da ruptura de hemorróidas internas, que são irrigadas pelas artérias hemorroidais superior e média. O sangramento hemorroidário é quase sempre indolor. O sangue vermelho brilhante normalmente reveste as fezes no final da defecação. O sangue também pode pingar no vaso sanitário ou manchar o papel higiênico. Sangramento gastrointestinal inferior significativo causado por hemorróidas é incomum (isto é, sangramento que causa instabilidade hemodinâmica ou resulta em anemia). O risco de sangramento grave aumenta em pacientes com coagulopatia ou em terapia anticoagulante Fissura anal: Dor e sangramento. Retite actínica: Pós-radioterapia. Perda crônica de sangue. PÓS POLIPECTOMIA Incidênca de 2 a 8%. Até 14 dias após o procedimento. Principalmente em grandes pólipos (>2cm), base larga. MANEJO DA HDB História: Primeira vez? Idade. Comorbidades e uso de medicamentos (AINES, AAS). Dor abdominal e febre? Perda de peso? Exame: Estabilidade (hipotensão, taquicardia). Toque retal. Avaliar abdome. Exame de fezes. Exames laboratoriais: Hemograma completo. Análises químicas séricas. Exames hepáticos. Estudos de coagulação. O nível inicial de hemoglobina deve ser monitorado a cada 2 - 12 horas, dependendo da gravidade do sangramento. Excluir fonte superior: História anterior de úlcera? 10 a 15% dos pacientes com hematoquezia grave terão uma fonte do TGI superior. Medidas: Oxigenioterapia, acesso venoso. Fluidos (500 - 1000ml). Hemocomponentes: Estáveis: se Hb < 7. Instáveis e sangramento maciço.
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