Buscar

PRINCÍPIOS-E-MÉTODOS-DA-SUPERVISÃO-ORIENTAÇÃO

Prévia do material em texto

PRINCÍPIOS E MÉTODOS DA ORIENTAÇÃO, 
SUPERVISÃO, INSPEÇÃO 
E GESTÃO ESCOLAR 
 
2 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 3 
2 – PERCURSO HISTÓRICO DA SUPERVISÃO EDUCACIONAL NO BRASIL ...... 5 
2.1 - Atuação do supervisor pedagógico.............................................................. 7 
2.1.1- Função do supervisor educacional ................................................................8 
 2.1.2- Fases da função de supervisor educacional ................................................9 
 2.2 - Atuação do supervisor educacional na contemporaneidade.........................10 
 2.2.1 - Atuação de supervisor educacional ...........................................................13 
3 – DEFINIÇÃO DE ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL..............................................14 
3.1 –Evolução da orientação educacionalno Brasil ............................... .............15 
3.1.1 - Áreas de atuação do orientador educacional 2Erro! Indicador não 
definido. 
3.1.2 - Porque e para que ter um orientador educacional na escola? ................ 21 
4 - INSPEÇÃO ESCOLAR ........................................................................................22 
 4.1-Atribuições do inspetor escolar ..................................................................25 
4.1.1 - Afinal quem é esse sujeito...........................................................................28 
5 - O QUE É GESTÃO .............................................................................................30 
5.1 - Gestão democrática com participação popular no planejamento e na 
organização da educação nacional .......................................................................31 
5.1.2 - Gestor escolar e o desenvolvimento da ação pedagógica ........................33 
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................33 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................36 
 
 
 
3 
 
 
1- INTRODUÇÃO 
 
De acordo com Thurler e Maulini (2012), do ponto de vista da teoria dos 
sistemas, as escolas são conhecidas como organizações fragmentadas “celulares”. 
Para ilustrar essa ideia, vamos utilizar a figura de uma caixa de ovos, que distribui nas 
escolas/salas de aula os alunos e professores de maneira a ficarem protegidos e 
separados uns dos outros por divisórias físicas e mentais. 
 De fato, essa ideia da separação e da prescrição das funções, obedecendo a 
uma hierarquia preestabelecida, remonta à implantação da obrigatoriedade da escola, 
na metade do século XIX, e corresponde a uma lógica de organização da época 
conhecida como concepção técnico-científica, ou científico-racional, preocupada em 
tornar mais eficazes primeiro as cadeias de produção industriais e, depois, as 
burocracias. De caráter conservador, a concepção técnico-científica tem uma 
arquitetura escolar centralizada em uma única pessoa (assumindo o cargo de 
direção), com as decisões seguindo o fluxo de cima para baixo. Outra característica 
visível desse funcionamento burocrático, além dos espaços bem definidos para cada 
um dos sujeitos que fazem parte da escola (daí a ideia da hierarquia) é que o plano a 
ser seguido costuma ser elaborado sem considerar a participação das pessoas e a 
troca de ideias entre elas. O grande objetivo é funcionar como uma empresa, com 
departamentos específicos, e buscando a eficiência e a eficácia a todo custo, 
pensando somente em resultados e não em algum tipo de integração. Nesse modo 
de organização escolar, a realidade tende a ser vista como algo controlável, objetivo 
e neutro e que pode ser mensurado (refletindo seu caráter cientificista). 
 Rompendo com as ideias dominantes na metade do século XX, sabemos hoje 
que, para conduzir a mudança no interior dos sistemas educacionais, a ação apenas 
sobre as estruturas não é suficiente. Ou seja, não adianta a arquitetura escolar se 
apresentar de maneira diferente se as relações entre os sujeitos da escola 
permanecem inalteradas – hierárquicas. 
Assim, com o passar dos anos, surgiu uma concepção diferente, denominada 
sócio crítica, que, em vez de trabalhar com o conceito de hierarquias, tem como base 
a coletividade: a escola funciona como um todo, e as funções antes segmentadas, 
são unidas em torno de um bem comum: o aluno. As decisões agora, objetivando 
interesses coletivos, são tomadas de baixo para cima, e contam com a participação 
4 
 
 
de todos da comunidade escolar. Nessa concepção sócio crítica, as relações entre os 
profissionais das escolas ultrapassam as questões meramente estruturais, 
fundamentando-se na importância e na valorização de todas as áreas de atuação dos 
profissionais da escola. Cada função desempenhada na escola é reconhecida, pois 
cada uma delas se articula, isto é, funciona de forma coletiva, para que a escola tenha 
um trabalho de excelência com o aluno, apresentando uma proposta qualificada 
quando se fala em ensino e em aprendizagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
2 - PERCURSO HISTÓRICO DA SUPERVISÃO EDUCACIONAL NO BRASIL 
 
O termo supervisão surgiu no período da Revolução Industrial, para assegurar 
a produção quantitativa e qualitativa em menor tempo nas indústrias. Na época, os 
supervisores atuavam na orientação dos profissionais para que conseguissem exercer 
suas funções de forma produtiva na indústria e no comércio. Dessa forma, seu 
surgimento se deve à necessidade da vigilância e controle dos profissionais nos 
modos de produção, com funções específicas baseadas em planejar, comandar e 
controlar. 
Segundo Lima (2001), a partir da organização dos trabalhos desenvolvidos nas 
indústrias, a função de supervisor alcançou outros campos de atuação, como militar, 
esportivo, político e educacional. Na época, a intenção de todas as áreas que 
estruturaram a função de supervisor era alcançar seus objetivos e metas na realização 
dos trabalhos. 
O primeiro registro legal sobre a atuação do supervisor escolar no Brasil foi em 
1931, esses executavam as normas prescritas pelos órgãos superiores, chamados de 
orientadores pedagógicos ou orientadores de escola, tendo como função básica a 
inspeção. No final da década de 1950 e início da década de 1960, um acordo firmado 
entre o Brasil e os Estados Unidos da América para implantação do Programa de 
Assistência Brasileiro-Americana ao Ensino Elementar (PABAEE) determinou a 
atuação do supervisor escolar para o controle e inspeção (ANJOS, 1988). 
Na década de 1970, os supervisores educacionais passaram a desenvolver 
ações relativas ao inspetor escolar, voltadas para o controle e execução dos trabalhos. 
Nesse período passa a ser atribuída ao supervisor educacional uma função 
sistematizada, contribuindo para o funcionamento das instituições escolares, 
interligando os diversos setores educacionais. Para o exercício da função, surge a 
necessidade de qualificações técnicas, acadêmicas, com formação específica para o 
cargo (ANJOS, 1988). Segundo Saviani (2003, p. 14): 
6 
 
 
 
Desta forma, surge a necessidade da preparação profissional específica para 
o desenvolvimento da função de supervisor educacional com conhecimentos 
necessários para o desenvolvimento de uma profissão que advém do mundo fabril 
para o educacional. Nesse sentido, surge a necessidade de saberes próprios da 
profissão que atuará internamente na área educacional, mais precisamente nos 
ambientes escolares. 
 Saviani (2003) aponta que o Parecer do Conselho Federal de Educação nº 
252/69 contribuiu para a legalização da profissão de supervisor educacional. O 
Parecer, respaldado na Lei nº 5.540/68, da Reforma Universitária, atuou na 
reformulação do curso de Pedagogia, indicando a necessidade da especialização com 
habilitaçõesde inspeção, administração, supervisão e orientação. 
 
Assim, o curso de Pedagogia formaria os profissionais da educação para 
exercerem certas funções técnicas, como administração, orientação, supervisão, 
exercidas pelo profissional habilitado como professor. Naquela época, o Brasil vivia a 
ditadura e os profissionais com as funções de administração, orientação e supervisão 
deveriam fiscalizar o trabalho desenvolvido pelos professores. 
[...] a ação supervisora passa da condição de função para a de profissão, pela 
mediação da ideia de supervisão. Com efeito, para que uma função seja organizada 
como profissão é preciso que ela seja destacada do âmbito em que opera, o que 
implica um processo de abstração no qual a ideia é construída. Nesse processo a 
função é definida, isto é, identifica-se o que é próprio dela e que a distingue das 
demais, especificando-se os seus atributos. 
A nova estrutura do curso de Pedagogia decorrente do Parecer nº 252/69 abria, 
pois, claramente a perspectiva de profissionalização da supervisão educacional 
na esteira da orientação educacional, cuja profissão já havia sido 
regulamentada por meio da Lei 5.564, de 21 de dezembro de 1968 [...], com 
efeito, estavam preenchidos dois requisitos básicos para se constituir uma 
atividade com o status de profissão: A necessidade social, isto é, um mercado 
de trabalho permanente [...] e a especificação das características da profissão 
ordenadas em torno de um mecanismo, também permanente, de preparo dos 
novos profissionais, o que se traduziu no curso de Pedagogia reaparelhado 
para formar, entre os vários especialistas, o supervisor educacional (SAVIANI, 
2003, p. 31). 
7 
 
 
 Na década de 1980 o país vivenciou um momento crítico da educação, 
fundamentado nas reflexões sobre o contexto educacional brasileiro. Nesse período, 
a atuação do supervisor educacional sofreu críticas referentes ao desenvolvimento de 
seus trabalhos. Ferreira (2003, p. 78) contribui afirmando que: “Na década de 80, a 
crise socioeconômica e a Nova República dão início a uma nova fase, a luta operária 
ganha força e os professores lutam pela reconquista do direito de participar da 
definição da política educacional e da luta pela recuperação da escola pública”. 
A década de 1980 foi marcada pela pós-ditadura, um período onde os 
profissionais da educação lutaram pela recuperação da escola pública, incidindo na 
promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação/96 (BRASIL, 1996). 
 
2.1 - Atuação do supervisor pedagógico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Desta forma, a década de 1990, com a promulgação da Lei de Diretrizes e 
Bases da Educação Nacional n° 9.394, de 20/12/1996, estrutura uma nova atuação 
da supervisão educacional. O supervisor educacional passa a contribuir na produção 
de novos conhecimentos, favorecendo ambientes para a construção de processos de 
ensino e aprendizagem, objetivando os fazeres pedagógicos. A LDB n° 9.394/96 
assegura aos supervisores educacionais práticas como assessoramento, apoio, 
colaboração, auxílio técnico e cooperação, deixando a função de inspetor para um 
mediador de mudanças e transformações nas escolas (BRASIL, 1996). 
 
8 
 
 
2.1.1 - Função do supervisor pedagógico 
 
Atualmente, o supervisor educacional apresenta uma função interligada com a 
concepção de mudança, referente às novas propostas curriculares. Nesse sentido, 
uma das ações da supervisão consiste em assumir a responsabilidade pela formação 
continuada dos professores desenvolvida na escola. Necessita intervir para que 
encontros aconteçam, buscando momentos de reflexão dos professores quanto às 
suas ações teóricas e práticas, ao complexo processo de ensino e aprendizagem. 
Tal reflexão, via de regra, produz melhores resultados quando estimulada e 
conduzida por alguém reconhecidamente experiente, capaz de transformar o 
processo de reflexão individual em um processo coletivo, de tal sorte que na busca de 
novos caminhos se transforme numa ação orientada para objetivos mais amplos 
assumidos coletivamente pelo grupo (ALONSO, 2003, p. 177). 
O desenvolvimento da formação continuada consiste numa tarefa desafiadora 
para o supervisor, mas necessária para a efetivação do desenvolvimento de práticas 
inovadoras. Como um momento em que os professores possa exteriorizar suas 
aspirações, dúvidas, troca de experiências e materiais pedagógicos. Nesse sentido, a 
função de supervisor educacional exige certas competências que são necessárias 
para a concretização dos objetivos educacionais, necessitando de paciência, 
compreensão, aceitação, empatia, colaboração e outros que designam aspectos para 
o desenvolvimento positivo das relações interpessoais. 
9 
 
 
 
2.1.2 - Fases da função de supervisor educacional 
 Ao longo do percurso histórico da função de supervisor educacional, o 
profissional assumiu funções distintas em cada época de atuação. Desta forma, 
passou por três fases: fiscalizadora, construtivista e criativa (NÉRICI, 1978). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Assim como podemos observar no organograma, a função de supervisor 
educacional, segundo Nérici (1978), passou por algumas fases com características 
distintas: 
➢ Fase Fiscalizadora: Nesta fase, a função de supervisão educacional estava 
associada à inspeção escolar. O trabalho direcionado para a função técnica e 
administrativa prezava o cumprimento das leis de ensino, condições físicas do prédio, 
situações legais dos professores, cumprimento das ações desenvolvidas nas 
atividades escolares, como provas, transferências, matrículas, férias, documentação 
dos estudantes e outras. Seguir determinações rígidas e inflexíveis, de forma 
generalizada para todo território nacional, desconsiderando as diversidades 
existentes em cada região ou instituição. 
➢ Fase construtivista: Também conhecida como fase de supervisão orientadora, onde 
o supervisor exercia a função de orientador escolar. Os supervisores passam por uma 
expressiva modificação na forma de atuar em relação à fase anterior, iniciam os 
10 
 
 
questionamentos sobre a necessidade de se pensar em melhorias na atuação dos 
professores. Surgem os cursos de aperfeiçoamento, capacitação e atualização 
docente, buscando novos conceitos e metodologias para aprimorar o trabalho 
educativo. 
➢ Fase criativa: A função de supervisor educacional se desvincula da inspeção 
escolar. Assumem uma função com objetivo de agir no aprimoramento do processo 
de ensino e aprendizagem. Iniciam um trabalho que inclui a participação de todos os 
envolvidos na escola, nas decisões de forma cooperativa e democrática. 
O supervisor educacional exerce uma função de liderança, ocupa um cargo que 
compõe a equipe da gestão da escola, juntamente com os outros profissionais, como 
o diretor da escola, orientador e coordenador. Desta forma, sua ação pode ocorrer de 
dois tipos, segundo Nérici (1978), baseados na sua forma de pensar e conceber as 
relações que se estabelecem com a comunidade escolar. 
 
Como podemos observar, a supervisão pode acontecer de forma autocrática 
ou democrática. Na supervisão escolar autocrática ocorre o desenvolvimento da ação 
autoritária do supervisor, determinando ordens, sugestões e direções para a melhoria 
dos processos de ensino e aprendizagem. O supervisor age como se conseguisse 
controlar todos os processos desenvolvidos na escola, buscando soluções para as 
dificuldades. Atua com autoridade e intimidação, ignorando a cooperação e as 
relações interpessoais que se estabelecem entre os outros profissionais no contexto 
escolar (NÉRICI, 1978). 
A supervisão escolar democrática, ao contrário, preza a liberdade de 
expressão, respeito, compreensão, criatividade e a parceria entre todos os envolvidos 
na comunidade escolar. O trabalho desenvolvido pelo supervisor segue um parâmetro 
democrático, considerando as contribuições de todos os envolvidos quando necessita 
11assumir alguma decisão. Sobretudo, respeita a individualidade de cada profissional 
que atua na escola, estimula a iniciativa e criatividade, desenvolve as relações 
interpessoais considerando as características singulares do grupo no processo de 
ensino e aprendizagem (NÉRICI, 1978). 
A função do supervisor educacional passou por vários momentos na história da 
educação, em cada período exercendo de forma específica a organização social. A 
princípio a função foi exercida por administradores e professores, sem formação ou 
conhecimento específico para a profissão. Com o passar do tempo e a promulgação 
das leis nacionais, o supervisor educacional passou a ser um profissional 
especializado, com uma atuação voltada para a garantia de qualidade nos processos 
de ensino e aprendizagem. 
2. 2 - Atuação do supervisor educacional na contemporaneidade 
A atuação do supervisor educacional destina-se ao acompanhamento dos 
processos de ensino e aprendizagem, desenvolvidos no contexto da escola. Assim, 
segundo Alarcão (2001), existem nos sistemas de ensino do país diversas 
nomenclaturas para definir o supervisor que atua nas escolas: supervisor escolar; 
supervisor educacional; coordenador pedagógico; supervisor pedagógico. 
A função do supervisor educacional, atualmente, encontra-se voltada para a 
coordenação do trabalho pedagógico, articulando os conhecimentos, liderança e o 
envolvimento no processo de ensino e aprendizagem, juntamente com a comunidade 
escolar. Desta forma, o supervisor educacional se encontra na fase criativa, 
objetivando a coordenação dos trabalhos desenvolvidos na escola. 
Przybylski (1982) aponta o conceito de supervisão educacional como uma 
forma de orientação e acompanhamento dos processos de ensino, observando e 
assessorando os professores para uma atuação educativa junto aos estudantes. 
Supervisão escolar é o processo que tem por objetivo prestar ajuda técnica no 
planejamento, desenvolvimento e avaliação das atividades educacionais em nível de 
sistema ou unidade escolar, tendo em vista o resultado das ações pedagógicas, o 
melhor desempenho e o aprimoramento permanente do pessoal envolvido na situação 
ensino‐ aprendizagem (PRZYBYLSKI, 1982, p. 16). 
12 
 
 
Nesse sentido, a função do supervisor educacional passa a ser uma referência 
para a comunidade escolar, enquanto responsável pela coordenação do trabalho 
pedagógico. Exerce uma ação de líder, responsável pela articulação dos 
conhecimentos e saberes dos professores em relação às propostas educativas da 
escola. Atua também como mobilizador da equipe escolar, intencionando a melhoria 
do trabalho pedagógico. Para Balzan (1983), a ação desenvolvida pelo supervisor diz 
respeito à sua concepção quanto ao contexto social, transcendendo o espaço da sala 
de aula. O autor afirma ainda que o supervisor necessite: 
Compreender que os problemas com os quais ele e os demais educadores 
vêm se defrontando, embora manifestos em salas de aulas, têm suas raízes além 
do ensino, do currículo e mesmo da área educacional, são parte de um contexto 
mais amplo: social, político, econômico e cultural (BALZAN, 1983, p. 41). 
 Desta forma, o supervisor será o responsável por buscar alternativas para 
suprir as necessidades educacionais apresentadas no contexto escolar. Atuando de 
forma criativa, buscará parcerias com os outros profissionais que compõem a 
comunidade escolar, estabelecendo uma relação dialógica sobre as dificuldades 
encontradas. Assim, agirá como facilitador do desenvolvimento de projetos coletivos 
na escola, de forma democrática, inserindo os professores, estudantes e a 
comunidade nos trabalhos desenvolvidos no contexto educativo. 
 
 
13 
 
 
2.2.1 - Atuação do supervisor educacional 
 
Como podemos observar, a atuação da supervisão educacional compreende 
várias atividades desenvolvidas juntamente aos professores, comunidade escolar, na 
formação continuada e em projetos educacionais. Estudamos, até o momento, que a 
função de supervisor educacional deveria se pautar na observação, compreensão e 
construção de atitudes e relacionamentos para além do sistema conservador de 
ensino. Necessita perceber sua atuação não como um simples ato de execução de 
tarefas, mas como uma ação eficiente, criativa, dinâmica, interagindo e contribuindo 
para o desenvolvimento do ambiente educacional. 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
3 - DEFINIÇÃO DE ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL 
 
Grinspun (2011, p. 11) auxiliará na compreensão do que vem a ser, de fato, 
Orientação Educacional: [...] vejo, hoje, tal qual o início do século XX, um renascer da 
nova Orientação Educacional que tem mais do que nunca um compromisso com e 
para o aluno, não apenas para orientá-lo no seu desenvolvimento a partir de suas 
necessidades, mas para oferecer os meios e as possibilidades de uma formação mais 
segura e mais abrangente, que não se limita ao aqui e agora, não apenas a ajudá-lo 
nas dificuldades na/da escola, mas para orientar para a vida, para ser, cada vez mais, 
um indivíduo multiplicador e transformador de seu tempo. [...] uma orientação que tem 
o papel mediador, dinamizador do contexto atual em prol de uma educação de 
qualidade. 
Após esta citação, torna-se fácil perceber a dimensão que permeia a função do 
orientador educacional, pois orientar significa guiar, ajudar, mediar, dinamizar, 
transformar e educar, ou seja, vai muito além dos muros escolares, estende-se à vida. 
Logo, é grande a missão deste profissional. 
Para Grinspun (2008, p. 70), deve-se: [...] mostrar o sentido pedagógico da 
Orientação, identificando seu papel na instituição, sua colaboração para superar junto 
com/na Escola seus desafios no/do cotidiano, e as possibilidades que temos para um 
trabalho articulado integrado, no qual a mediação é o eixo da realização das nossas 
atividades na escola. A Orientação Educacional é parte de um todo, faz parte da 
escola que com ela interage permanentemente, assim como a própria sociedade. 
Grinspun (2011, p. 24) diz também que: A Educação é uma prática social, e a 
Orientação deve ser vista como uma prática que ocorre dentro da escola, mas cujas 
atividades podem e devem ultrapassar seus muros; uma prática que caminha no 
sentido da objetividade, da subjetividade e da totalidade da Educação. É perceptível 
que a Orientação está cada vez mais junto à Educação como um todo, na busca das 
finalidades de um projeto político-pedagógico formulado para a escola, em favor de 
seus próprios alunos 
Portanto, parte-se do pressuposto de que a Orientação Educacional, nos dias 
atuais, cumpre um papel bastante significativo junto aos professores, alunos e 
familiares, dando-lhes atenção e assistência. Essa nova Orientação tem o intuito de 
15 
 
 
prevenir, ultrapassando as pequenas dificuldades ou falhas no decorrer do percurso 
escolar, ou seja, preocupa-se com a vida do estudante, mas nem sempre isso foi 
assim. A Orientação Educacional sofreu alterações conforme as modificações em sua 
volta, melhorando e tornando - se mais atuante, participativa e consciente de seu 
papel na sociedade. O esquema a seguir, apresentado por Giacaglia e Penteado 
(2010, p. 13), traz a evolução da Orientação Educacional no Brasil: 
3.1 - Evolução da orientação educacional no Brasil 
 
Este esquema leva à compreensão de uma mudança de paradigma, pois o 
aluno deixa de ser visto apenas como mão de obra futura, para ser visto como um ser 
em pleno desenvolvimento e em busca de felicidade. 
Objetivos da Orientação Educacional Os objetivos da orientação educacional no 
passado estavam centralizados basicamente nas seguintes questões: 
• atendimento a alunos que apresentavam dificuldades de aprendizagem; 
 • identificação e aconselhamento a alunos com problemas de comportamento; 
• assistência a alunos com dificuldades de adaptação; 
 • estímulo de bons hábitos de estudos, aos alunos; 
 • busca por recursos ou estratégias que refletissemna melhoria do rendimento 
escolar, envolvendo os professores. 
Para ampliar e atualizar a lista de objetivos da Orientação Educacional na atualidade, 
serão tratadas no texto de Andrade (2010), de maneira completa, as atribuições/ações 
do orientador educacional, que foram construídas para/pelos orientadores 
educacionais do Distrito Federal, mas que podem ser aplicadas aos orientadores de 
todo o Brasil. Neste momento, essas atribuições/ações serão tratadas também como 
objetivos. 
16 
 
 
a) Ações no âmbito institucional 
 • Objetivo geral: conhecer a clientela e identificar a demanda escolar a ser 
acompanhada pelo orientador educacional. 
• Procedimentos específicos: 
 − conhecer o regimento escolar e a proposta pedagógica da instituição educacional 
em que atua; 
− colaborar na análise dos indicadores de aproveitamento escolar, evasão, repetência 
e infrequência; 
− colaborar e participar de ações que viabilizem a avaliação das atividades 
pedagógicas da instituição educacional em que atua; 
− participar do processo de elaboração e de execução da proposta pedagógica, 
promovendo ações que contribuam para a implantação e para a implementação do 
currículo em vigor na rede pública de ensino do Distrito Federal; 
− orientar a comunidade escolar sobre o sistema de garantia de direitos da criança e 
do adolescente; 
− elaborar e aplicar instrumentos de coleta de dados, sempre que necessário; 
− elaborar e aplicar instrumentos de coleta de dados com a direção, secretário escolar, 
merendeiras, agentes de portaria, vigilantes, agentes de conservação e limpeza, para 
percepção da dinâmica e do contexto escolar, sempre que necessário; 
− analisar e interpretar os dados coletados; 
− elaborar hipóteses diagnósticas da situação detectada, bem como discuti-las com 
os professores, com coordenadores e com a direção, considerando o contexto 
pedagógico da instituição educacional; 
− elaborar o plano de ação anual do Serviço de Orientação Educacional; 
− participar do processo de avaliação das ações realizadas pela instituição 
educacional. 
 
 
17 
 
 
b) Ações junto ao corpo docente 
• Objetivo geral: integrar suas ações às do professor, como colaboração no processo 
de aprendizagem e no desenvolvimento do educando. 
Professores 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
➢ Procedimentos específicos: 
 − participar do planejamento, da execução e da avaliação das atividades pedagógicas 
coletivas; 
 − realizar ações integradas com o corpo docente no desenvolvimento de projetos 
sobre saúde, educação sexual, prevenção ao uso indevido de drogas, meio ambiente, 
ética, cidadania, convivência saudável, cultura de paz e outros; de acordo com as 
prioridades elencadas pelo grupo e com a proposta pedagógica da instituição 
educacional; 
 − participar das reflexões/discussões referentes à aplicação de normas disciplinares; 
− auxiliar na reflexão e na sensibilização do corpo escolar para a prática da educação 
inclusiva; 
− participar das coordenações coletivas semanais com o corpo docente; 
 − participar do conselho de classe; 
18 
 
 
− acompanhar ações do professor conselheiro de turma; 
− estimular a participação dos professores na identificação, no encaminhamento e no 
acompanhamento dos alunos com dificuldades de adaptação, de convívio social e/ou 
com dificuldades específicas de aprendizagem; 
− contribuir com sugestões e informações nas reuniões pedagógicas com professores 
e com o conselho de classe, bem como nas reuniões extraordinárias; 
 − incentivar o corpo docente, os pais/familiares e os alunos a participarem do 
conselho de classe; 
 − refletir e dialogar com o corpo docente sobre os resultados das avaliações, 
apresentando propostas de solução às disfunções detectadas; 
 − participar de estudo de caso dos alunos em situação de dificuldade, quando 
necessário; 
− promover atividades que contribuam para a formação continuada dos professores, 
bem como reflexões sobre a prática pedagógica; − colaborar no encaminhamento de 
aluno que apresente dificuldades de aprendizagem e/ou problemas de ajustamento 
psicossocial para o acompanhamento especializado adequado no âmbito educacional 
e/ou da saúde, quando necessário; 
 − proceder à devolutiva dos atendimentos/encaminhamentos dos alunos aos 
professores, à direção, à coordenação e aos familiares. 
c) Ações junto ao corpo discente 
➢ Objetivo geral: contribuir para o desenvolvimento integral do educando, ampliando 
suas possibilidades de interagir no meio escolar e social, como ser autônomo, crítico 
e participativo. 
 
19 
 
 
Alunos 
 
➢ Procedimentos específicos: 
− apresentar aos alunos o Serviço de Orientação Educacional; 
− instrumentalizar o aluno para a organização eficiente do trabalho escolar, tornando 
a aprendizagem mais eficaz; 
− acompanhar, individual ou coletivamente, os alunos, dinamizando temas que 
atendam às suas necessidades; 
− estimular a participação dos alunos nas atividades escolares e nos projetos da 
instituição educacional, contribuindo para desenvolver a capacidade de criticar, de 
opinar e de assumir responsabilidades. 
− acompanhar e orientar ações dos representantes de turma; 
 − promover atividades que favoreçam ao aluno a reflexão-ação da importância de ter 
atitudes de cooperação, de sociabilidade, de respeito, de consideração, de 
responsabilidade, de tolerância e de respeito às diferenças individuais, com vistas à 
construção de uma convivência escolar social e pacífica; 
− proporcionar ao aluno a análise, a discussão, a vivência e o desenvolvimento de 
valores, atitudes e comportamentos fundamentados em princípios universais; 
 − realizar ações preventivas contra a discriminação por motivos de convicções 
filosóficas, religiosas, ou qualquer forma de preconceito de classe econômica, social, 
étnico e sexual, enfatizando o respeito à diversidade cultural; 
20 
 
 
− apoiar e subsidiar os segmentos escolares, como: conselho escolar, conselho de 
segurança escolar, grêmio estudantil e associação de pais e mestres, entre outros; 
− utilizar instrumentos específicos (fichas e questionários) que permitam o registro dos 
atendimentos, dos acompanhamentos e dos encaminhamentos; 
− elaborar projetos que favoreçam a socialização, a disseminação de valores 
humanos e a aquisição de atitudes e de hábitos saudáveis; 
 − promover ações que permitam o conhecimento do Estatuto da Criança e do 
Adolescente; 
− participar de reuniões do grêmio estudantil, do conselho escolar e do conselho de 
segurança escolar, sempre que necessário; 
− proporcionar ao aluno as informações e reflexões a respeito do mundo do trabalho; 
 − proporcionar ao aluno a vivência em situações de aprendizagem que favoreçam a 
escolha da profissão de forma consciente. 
d) Ações junto à família 
➢ Objetivo geral: participar ativamente do processo de integração família/ 
escola/comunidade, realizando ações que favoreçam o envolvimento dos pais no 
processo educativo. 
Família 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
➢Procedimentos específicos: 
 − identificar e trabalhar, junto à família, as causas que interferem no avanço do 
processo de ensino e de aprendizagem do aluno; 
− orientar a família sobre o sistema de garantia de direitos da criança e do 
adolescente; 
− contribuir com a promoção de relações saudáveis entre a instituição educacional e 
a comunidade; − orientar os pais e/ou responsáveis para a compreensão da cultura 
escolar e para a importância dos hábitos de estudo na criança e no jovem; 
− promover momentos reflexivos (palestras/encontros/oficinas) que contribuam com a 
educação das crianças/adolescentes/jovens, na prevenção de conflitos escolares e 
outros temas que sejam necessários; 
− sondar possíveis influências, no ambiente familiar, que possam prejudicar o 
desenvolvimento do aluno na instituição educacional, intervindo e/ ou encaminhando 
para a rede social de apoio interna/externa,sempre que necessário; 
− identificar as expectativas dos pais e/ou dos responsáveis e as necessidades de 
informação dos/as alunos/as em relação à orientação sexual; 
 − atender individualmente e/ou coletivamente pais e/ou responsáveis; 
− informar aos pais e aos familiares sobre os serviços de apoio social. 
Como se pode perceber, o trabalho do orientador educacional é de imensa 
responsabilidade, pois ele atua em várias frentes. 
3.1.1 - Áreas de atuação do orientador educacional 
Como visto, os orientadores da atualidade necessitam atuar em várias frentes, 
objetivando o desenvolvimento integral dos sujeitos, tanto dentro, quanto fora da 
escola, na comunidade. Pianezzer (2013, p. 29) sintetiza, no quadro a seguir, algumas 
de suas atribuições: 
➢Planejar e coordenar a OE nas escolas; assessorar os professores; ➢conhecer os 
alunos; ➢ realizar a integração entre escola, família e comunidade; ➢ participar da 
construção do currículo e dos processos de avaliação. ➢acompanhar e encaminhar, 
quando necessário, alunos a especialistas. 
22 
 
 
3.1.2 - Por que e para que ter um orientador educacional na escola? 
Certamente, há quem questione a importância dos orientadores educacionais 
na escola. Esse fator se deve, muitas vezes, à falta de conhecimento de suas funções 
e atribuições junto à comunidade escolar. De acordo com Pianezzer (2013, p. 36): No 
momento histórico em que a função social da escola passou a ser discutida de 
maneira a enxergar o aluno como um sujeito integral e em pleno desenvolvimento, 
não focando apenas em instrução/preparação para o mercado de trabalho, a 
Orientação Educacional sofreu transformações relevantes e o orientador educacional 
tornou-se presença indispensável na escola. 
O que acontece, em alguns casos, é que por falta de interação, parceria e 
divulgação de seu trabalho junto aos alunos e à comunidade escolar, a presença do 
orientador educacional passa despercebida na escola ou até mesmo confundida com 
os demais profissionais que fazem a gestão pedagógica. 
 A Orientação Educacional precisa ser atuante na formação dos sujeitos e na 
transformação do ambiente institucional, refletindo diretamente na comunidade 
escolar. Para Grinspun (2011, p. 176), a orientação educacional “[...] vai permitir 
avançar - junto com os professores - num conteúdo que possibilite ir além dos 
conhecimentos programados no currículo da escola, atingindo um currículo que esteja 
comprometido com a construção do sujeito/aluno na formação de sua cidadania”. 
A grande missão da Orientação Educacional, atualmente, é diferente do que se 
esperava no passado, pois seu principal objetivo era “ajustar” os alunos que, de 
alguma maneira, não se enquadravam ao que se esperava deles, pois não aprendiam 
ou não sabiam se comportar adequadamente. 
 Estes alunos, considerados “problemáticos”, eram encaminhados ao 
orientador educacional para que ele “desse um jeito”, utilizando-se de métodos ou 
estratégias didático-pedagógicas ou disciplinares, para resolver a situação. 
Com o passar do tempo, este profissional foi ganhando espaço pedagógico, 
objetivando melhorias no processo educativo. Passou a envolver-se com toda a 
comunidade escolar (alunos, pais, gestores e professores), não apenas com os alunos 
considerados “problemáticos”, o que fez dele um conhecedor dos diferentes contextos 
sociais e culturais, capaz de transformar realidades. 
23 
 
 
[...] a ação organizacional não depende apenas do desejo daqueles que a 
administram. Ela depende, em grande parte, do empenho daqueles que vão pôr em 
prática as decisões, da vontade destes em transformá-la em sucesso. 
(VASCONCELLOS, 1996, p. 231). 
O orientador educacional contemporâneo deve ser “[...] um profissional 
competente, interferente, participativo, comprometido, reflexivo, situado 
historicamente”. (URBANETZ; SILVA, 2008, p. 73). 
Ter um orientador educacional na escola é um privilégio, pois suas áreas de 
atuação refletem diretamente na qualidade do trabalho que é desenvolvido na 
instituição. Ele funciona como mediador nos processos educacionais e preocupa se 
com todos os sujeitos que atuam na escola (principalmente com os alunos), lançando 
sobre eles seu olhar pedagógico na busca pela excelência. [...] A orientação faz um 
trabalho de interdisciplinaridade entre fatos/situações, ações/razões e emoções que 
levem o indivíduo a agir de determinada maneira, ou mesmo a instituição a agir de 
determinada forma. (GRINSPUN, 2008, p. 76). 
 
 4 - INSPEÇÃO ESCOLAR 
 
 
A inspeção escolar é uma das funções compreendidas no artigo 64 da Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB, Lei nº 9394/96, que define as 
carreiras para a atuação em administração, planejamento, inspeção, supervisão e 
orientação educacional na Educação Básica, no Brasil. Constitui-se ainda, em uma 
das categorias de trabalhadores que devem ser considerados como os profissionais 
da Educação Básica, no país, segundo a lei nº 12.014 de 6 de agosto de 2009, que 
24 
 
 
alterou o artigo 61 da LDB. O novo artigo 61 define estes profissionais como 
trabalhadores em educação, entre eles, os Inspetores Escolares - “Art. 
61.Consideram-se profissionais da educação básica os que, nela estando em efetivo 
exercício, e tendo sido formados em cursos reconhecidos são: Inciso II - trabalhadores 
em educação, portadores de diploma em pedagogia, com habilitação em 
administração, planejamento, supervisão, inspeção e orientação educacional, bem 
como com títulos de mestrado ou doutorado nas mesmas áreas”. 
O papel da inspeção escolar: As atribuições da inspeção escolar estão 
relacionadas ao funcionamento e à organização das unidades escolares da Educação 
Básica. Trata-se de uma função de verificadora da conformidade legal das escolas e 
de corretiva dos desvios dos atos e procedimentos. Suas atribuições e práticas de 
trabalho confirmam que se trata de uma função de regulação de controle do sistema 
de ensino. A inspeção escolar tem, segundo De Grouwe (2006, p. 56), uma relação 
muito forte com o Estado, o qual representa junto à sociedade. Por tais razões, é vista, 
muitas vezes, como os olhos e a mão do Estado, junto às comunidades escolares. A 
sua ação é, portanto, de controle, daí o seu caráter impopular. Os Inspetores 
Escolares exercem as atividades relativas à vigilância, à avaliação externa, à 
verificação das obrigações e procedimentos legais. 
As funções base da inspeção escolar são segundo Meuret (2002, p 32): exercer 
o controle externo das escolas, tanto no domínio pedagógico como no 
administrativo/financeiro, oferecer a orientação e a sustentação/apoio às instituições 
escolares em suas ações educacionais e exercer a intermediação entre as escolas e 
o sistema gestor, isto é, a ligação ou comunicação bidirecional, no sentido de uma 
melhor articulação do sistema educacional. 
A legitimidade da sua ação e o poder para executá-la e manam da natureza do 
cargo e se fundamentam no paradigma de que há necessidade de controle da 
atividade alheia, bem como do cumprimento da prescrição legal. A inspeção tem, 
dessa forma, a incumbência e os meios legais de verificar a exatidão das ações, nos 
domínios técnicos, administrativos e financeiros. A natureza da inspeção escolar é 
vinculada à hierarquia, à disciplina, às normas e aos procedimentos prescritos. Dessa 
forma, grande parte das suas atribuições se aproxima da conceituação que Weber 
(1978, p. 146) faz do termo burocracia, associando o aos princípios da racionalização, 
25 
 
 
ligados à eficiência e ao máximo rendimento, definindo a vigência da legitimidade 
como o exercício da autoridade institucional. 
4.1 - Atribuições do inspetor escolar 
 
 
Os novos paradigmas da educação nacional encaminham a questão de ordem 
prática: são desafios que colocam o Inspetor Escolar para a observância da legislação 
da educação junto às escolas, pelo seu papel de legítimo representante daadministração central e regional do Sistema. Uma leitura mais atenta da LDBN e de 
alguns de seus artigos remete a algumas competências que o Inspetor Escolar pode 
exercer, em ação solidária com as escolas e seus diretores, pedagogos e professores 
e em interação com setores das secretarias estaduais e municipais e dos órgãos 
regionais de educação. 
A Inspeção Escolar é correção, auditoria, orientação e assistência técnica. 
Esses profissionais são os olhos e os ouvidos do Poder Público na escola. O perfil 
desse profissional deve ser: 
• Função Verificadora: deve possuir domínio da legislação, ser pesquisador e 
observador. 
• Função Avaliadora: Educador 
• Função Orientadora: ter boa comunicação oral e escrita. Conciliador. 
• Função Corretiva: segurança e postura pedagógica. 
• Função realimentadora: criatividade. 
26 
 
 
Além disso, o Inspetor Escolar deve ser orientado profissionalmente conforme 
o Art. 4º da Resolução Secretaria Estadual de Ensino nº. 305/83: 
I - Comunicação entre os órgãos da administração superior do sistema e os 
estabelecimentos de ensino que o integram; 
II - Verificação e avaliação das condições de funcionamento dos 
estabelecimentos de ensino; 
III - Orientação e assistência aos estabelecimentos de ensino na aplicação das 
normas do sistema; 
IV - Promoção de medidas para a correção de falhas e irregularidades verificadas 
nos estabelecimentos de ensino, visando à regularidade do seu funcionamento e a 
melhoria da educação escolar. 
V - Informação aos órgãos decisórios do sistema sobre a impropriedade ou 
inadequação de normas relativas ao ensino e sugestão de modificações, quando for 
o caso. 
Com relação à conquista da autonomia da escola são atribuições do Inspetor 
Escolar: 
 A – Integrar-se na elaboração do Plano de Desenvolvimento da Escola; 
 
• Sensibilizar a comunidade escolar para a importância do Plano de Desenvolvimento 
da Escola; 
• Participar das discussões dos usuários e profissionais da escola sob seu Plano de 
Desenvolvimento, esclarecendo as funções da comunidade escolar; 
• Auxiliar professores e especialistas a definir os componentes do Plano de 
Desenvolvimento da Escola, orientando-os sobre sua elaboração 
 B – Subsidiar e escola na elaboração e desenvolvimento do seu projeto pedagógico: 
• Esclarecer a escola sobre os padrões básicos (currículo, recursos humanos e 
insumos) indispensáveis à elaboração do processo pedagógico; 
• Orientar a escola na definição de sua proposta curricular, adequando-se às 
especificidades socioculturais da região e às necessidades, prioridades e 
possibilidades da comunidade à qual atende; 
• Analisar o calendário escolar considerando as especificidades da escola, as 
peculiaridades regionais e locais e as referências legais, zelando pelo seu 
cumprimento; 
27 
 
 
• Participar da implementação do projeto pedagógico da escola, propondo a revisão de 
suas práticas educativas, quando necessário; 
• Orientar a escola na elaboração e revisão de normas regimental consoante as 
diretrizes estabelecidas em seu próprio projeto. 
C – Orientar a escola para a realização e a utilização de estudos e pesquisas que 
visem à melhoria da qualidade do ensino: 
• Encaminhar à escola os resultados da avaliação externa, orientando-a para a análise 
dos mesmos; 
• Subsidiar a escola na elaboração de estudos e projetos de pesquisa que visem à 
melhoria de ensino e à inovação pedagógica; 
• Promover o intercâmbio entre escolas e outras instituições para troca de experiências 
pedagógicas. 
D - Colaborar com a escola, orientando-a na definição de seu plano de capacitação 
de recursos humanos: 
• Subsidiar o levantamento e as necessidades de treinamento e capacitação dos 
profissionais da escola, a partir dos resultados da avaliação; 
• Promover a integração das propostas de treinamento e capacitação de conjuntos de 
escolas de seu setor e da jurisdição; 
• Tomar providências, junto à S.R. E, para que as propostas de capacitação se 
efetivem. 
E – Orientar a direção da escola na aplicação das normas referentes à Assembleia 
Escolar como instrumento de gestão democrática da escola. 
F – Incentivar a integração das escolas entre si e destas com a comunidade. 
O papel do inspetor escolar não é apenas de ser um profissional que cuida 
somente da parte burocrática e/ou fiscalizadora. Os aspectos emocionais fazem parte 
da vida profissional do inspetor escolar, no entanto, o mesmo necessita de um perfil 
motivador, pois ele passa por um processo de responsabilidades e orientações a 
todos os envolvidos nesse segmento de ensino-aprendizagem. 
4.1.1 - Afinal quem é esse sujeito? 
Silva (1999, p.84) cita “ver-se de outro modo, dizer-se de outra maneira, julgar-
se diferentemente, atuar sobre si mesmo de outra forma. ” 
28 
 
 
 Observa-se em tal citação, a análise (dentre outros profissionais) do inspetor 
escolar aprendendo a se conhecer a cada dia. 
De acordo com Libânio (2002, p. 20) “aprender a conhecer é inserir todo 
conhecimento no varal do passado, percebê-lo na atualidade do presente e vislumbrá-
lo em sua densidade no futuro. ” 
Parafraseando o autor a citação é notável a todo profissional inserido no 
processo educacional, em especial ao inspetor escolar. Contudo para que haja 
aprendizado é relevante o ato de pensar. Libânio (2002, p. 23) conceitua esse termo 
como sendo “pensa quem sabe perguntar-se a si a realidade num movimento em que 
não há respostas prontas. ” Diante disso nota-se a necessidade da capacidade de 
pensar. Nessa conjuntura, o inspetor escolar está inserido no papel de gestor, ele terá 
que ser um visionário, pois seu trabalho hoje consequentemente refletirá amanhã, 
uma vez que necessita obter ideias / ato de pensar em variadas possibilidades de 
mudanças, pois seu trabalho é extenso e as demandas nas escolas também. As 
escolas que pretendem obter seu processo ensino aprendizagem com qualidade, 
preocupando-se com as doutrinas democráticas, bem como o acesso e permanência 
dos alunos / comunidade na escola, consequentemente estão interessadas em 
profissionais qualificados e motivados, o inspetor escolar faz parte desse processo na 
execução de suas ações. Vale (1982, p. 35) destaca: 
[...] procurar desenvolver a sua capacidade de organizar o pensamento e 
compartilhar suas ideias, de se constituir enquanto grupo de compreender a força da 
ação coletiva, de liderar, de pensar criticamente a realidade social, de filtrar da história 
oficial de sua classe, de se capacitar a se tornar sujeito de sua própria história. 
Parafraseando ao autor, o inspetor escolar deve ser um profissional dotado de 
flexibilidade e dinamismo, deve ser um especialista focado em sustentar a motivação 
no seu ambiente de trabalho – corpo docente / comunidade escolar das unidades 
escolares em que atua – deve ser idealista e transformador, precisa saber trabalhar 
em equipe com o propósito de integração escola / comunidade. Santana (2012, p.6): 
Espera-se do inspetor escolar, um profissional que não cuide somente da parte 
burocrática, mas que procure ter um método de trabalho menos policiador e 
controlador, tornando-se mais participativo e democrático, mais orientador da 
29 
 
 
aplicação da norma e mais estimulador da criticidade e da criatividade tão necessária 
à melhoria do funcionamento do sistema. Deverá propiciar às escolas as condições 
que assegurem sua autonomia administrativa, pedagógica e também que cuide e 
oriente a parte humana, conduzindo com todos os envolvidos o processo ensino 
aprendizagem, com qualidade, eficiência e motivação. 
 Entretanto, diante de pontuações variadas quanto ao profissional inspetor 
escolar, o mesmo tem a necessidade e responsabilidade de atuar no processo 
educacional de forma a refletir positivamente no desempenho dos profissionais 
atuantes na escola, alunos e comunidade, bem como tutear de modo a promover o 
progresso motivacional da comunidadeescolar nesse contexto. 
 
5 - O QUE É GESTÃO? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Voltamos a buscar na origem da palavra, o seu significado construído 
historicamente e que como movimento adquire diferentes tratamentos, mas nunca 
perdendo sua raiz etimológica. 
Etimologicamente, gestão vem do latim gestio, gerere, gerire, gestum, com o significa 
de levar sobre si, realizar, chamar a si, executar, exercer, gerar, ato de administrar, 
de gerenciar. Desde os primórdios a palavra traz um significado de envolver o sujeito, 
visto que, um dos substantivos derivados deste verbo é gestatio- que quer dizer 
30 
 
 
gestação: um novo ser. “Ger” (raiz etimológica) significa fazer brotar, fazer nascer, 
como na gestação humana (CURY, 2002). 
Gestão implica na participação de pessoas, dialogando, interrogando, 
buscando respostas para os conflitos, conforme nos diz Cury (2002). Para reafirmar 
seu pensamento, o autor traz o pensamento do filósofo Antônio Gramsci, “[...] por 
vezes, é mais notável (e algumas vezes corajoso) difundir uma verdade já conhecida, 
mas pouco socializada, do que descobrir uma realidade original. (CURY, 2002, p. 
165). 
Assim, seguindo este pensamento, a gestão na educação é uma nova maneira de 
administrar democraticamente, com a efetiva participação e envolvimento coletivo e o 
permanente diálogo com seus membros. 
 
 
5.1 - Gestão democrática com participação popular no planejamento e na 
organização da educação nacional 
 Moacir Gadotti 
A gestão democrática não é só um princípio pedagógico. É também um preceito 
constitucional. O parágrafo único do artigo primeiro da Constituição Federal de 1988 
estabelece como cláusula pétrea que “todo o poder emana do povo, que o exerce por 
meio de representantes eleitos ou diretamente”, consagrando uma nova ordem 
jurídica e política no país com base em dois pilares: a democracia representativa 
(indireta) e a democracia participativa (direta), entendendo a participação social e 
popular como princípio inerente à democracia. Em seu artigo 206, quando a 
Constituição Federal estabelece os “princípios do ensino”, inclui, entre eles, no Inciso 
VI, a “gestão democrática do ensino público”, princípio este retomado na Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996. 
O Artigo 205 da Constituição de 1988 determina que “a educação, direito de 
todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração 
da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o 
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. Infelizmente, a Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/96) não respeitou esse 
princípio de que a educação deveria ser “promovida e incentivada com a colaboração 
da sociedade”: “a gestão democrática – princípio caro aos educadores e que foi base-
mestra do primeiro projeto de regulamentação do Sistema Nacional de Educação – 
31 
 
 
ficou reduzida, na Lei nº 9.394, de 1996, aos preceitos dos artigos 145 e 15, que 
preveem, somente, a participação dos profissionais no projeto pedagógico, e da 
comunidade, nos conselhos escolares, além de uma 'progressiva' autonomia 
pedagógica, administrativa e de gestão financeira às escolas” (CNTE, 2009, p. 289). 
A participação popular e a gestão democrática fazem parte da tradição das 
chamadas “pedagogias participativas”. Elas incidem positivamente na aprendizagem. 
Pode-se dizer que a participação e a autonomia compõem a própria natureza do ato 
pedagógico. A participação é um pressuposto da própria aprendizagem. Mas, formar 
para a participação é, também, formar para a cidadania, isto é, formar o cidadão para 
participar, com responsabilidade do destino de seu país. 
O Documento Referência da primeira Conferência Nacional de Educação 
(Conae) refere-se à qualidade da educação, associando este tema ao da gestão 
democrática. Não se consegue melhorar a qualidade da educação sem a participação 
da sociedade na escola. A melhoria da qualidade da educação e das políticas 
educacionais está intrinsecamente ligada à criação de espaços de deliberação 
coletiva: “a gestão democrática dos sistemas de ensino e das instituições educativas 
constitui uma das dimensões que possibilitam o acesso à educação de qualidade 
como direito universal. A gestão democrática como princípio da educação nacional 
sintoniza-se com a luta pela qualidade da educação” (CONAE, 2011, p. 59). A gestão 
democrática – como princípio pedagógico e como preceito constitucional – não se 
restringe à escola. Ela impregna todos os sistemas e redes de ensino. O princípio 
constitucional da gestão democrática também não se limita à educação básica: ela se 
refere a todos os níveis e modalidades de ensino: “a gestão democrática do sistema, 
em todas as esferas de organização, é um princípio basilar a partir do qual se 
fortalecem espaços de participação e de pactuação já instituídos e por instituir” 
(MARQUES et al., 2013, p. 3). 
Ademais, é preciso deixar claro que a gestão democrática não está separada 
de uma certa concepção da educação. Não tem sentido falar de gestão democrática 
no contexto de uma educação tecnocrática ou autoritária. Ela deve ser coerente com 
uma concepção democrática e emancipadora da educação. Por que os 
representantes das escolas privadas rejeitaram, em 1988, na Constituinte, a gestão 
democrática? Porque, em geral, o ensino privado não trabalha com uma concepção 
emancipadora da educação. Mas existem também sistemas públicos de educação 
que não valorizam a gestão democrática porque têm uma visão elitista da educação, 
32 
 
 
porque separam os que sabem dos que não sabem, os que mandam dos que devem 
obedecer. 
O tema da gestão democrática da educação com participação popular ganha 
ainda mais relevância hoje, no momento em que se discute a criação do Sistema 
Nacional de Educação que define a articulação e a cooperação entre os entes 
federados. Essa lógica colaborativa só tem sentido se for cimentada pela gestão 
democrática e tiver por finalidade a construção de uma “sociedade livre, justa e 
solidária”, como determina o Inciso I do artigo terceiro da Constituição Federal de 
1988. 
 
5.1.2 - Gestor escolar e o desenvolvimento da ação Pedagógica 
 
 
 
O gestor escolar desempenha uma importante função no processo educacional 
de uma instituição de ensino. O andamento dos trabalhos realizados pelas equipes 
pedagógicas e administrativas, os especialistas em educação, professores e demais 
funcionários, pais e alunos, enfim, todos que compreendem a comunidade escolar 
dependem das decisões finais de seu gestor. 
Desta forma, podemos anunciar que uma das principais funções do gestor 
escolar consiste em oferecer o suporte necessário à comunidade escolar. Contudo, 
no desenvolvimento de suas ações, o gestor apresenta algumas dificuldades em 
interagir com todos os envolvidos. Torna-se um desafio organizar, direcionar e efetivar 
um relacionamento eficiente na área educacional, direcionado para uma postura de 
gestão participativa. Como também, assumir iniciativas adequadas e oferecer novas 
possibilidades de mudanças que possam gerar resultados concretos, com ações 
resultantes de um trabalho objetivando os processos educativos. 
O gestor escolar necessita articular, acompanhar e intervir na elaboração, execução 
e avaliação da proposta pedagógica, visando o desempenho de qualidade de seu 
estabelecimento de ensino. Segundo a LDB nº 9.394/96, artigo 12, cabe aos 
estabelecimentos ou instituições de ensino a incumbência de: 
I – elaborar e executar sua proposta pedagógica; 
33 
 
 
II – administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros; 
III – assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidas; 
IV – zelar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente; 
V – prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento; 
VI – articular-se com as famíliase a comunidade, criando processos de 
integração da sociedade com a escola; 
VII – informar pai e mãe, conviventes ou não com seus filhos, e, se for o caso, os 
responsáveis legais, sobre a frequência e rendimento dos alunos, bem como sobre a 
execução da proposta pedagógica da escola; 
VIII – notificar ao conselho tutelar do município, ao juiz competente da comarca e ao 
respectivo representante do Ministério Público a relação dos alunos que apresentem 
quantidade de faltas acima de 50% (cinquenta por cento) do percentual permitido em 
lei. 
O gestor escolar necessita ter conhecimento sobre a organização 
administrativa e pedagógica da escola e sobre como utilizar os resultados das 
avaliações realizadas na educação, visando a melhoria da qualidade do ensino. O 
gestor, ao pensar na organização administrativa de uma escola, precisa considerar os 
aspectos inerentes da função pedagógica. Assim, a compreensão das atividades da 
escola enquanto instituição social, juntamente com as finalidades da educação e 
objetivos sociais, sinaliza a necessidade da participação de todos os envolvidos no 
processo de gestão. 
Segundo Libâneo (2004), a direção aciona de forma integral ou articuladamente 
todos os elementos que constituem o processo organizacional, do planejamento até a 
avaliação, abrangendo a mobilização, liderança, motivação, comunicação e 
coordenação. Além disso, gerenciar também significa coordenar esforços para 
articular e convergir às ações da equipe na busca dos objetivos educacionais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Podemos pensar na escola como um conjunto de elementos individuais, 
estruturais, culturais e políticos. No entanto, o comportamento nas organizações não 
depende apenas dos seus elementos e de suas forças ambientais, mas também da 
interação dos elementos. Assim, o comportamento organizacional é o resultado da 
relação dinâmica entre seus elementos. Mais especificamente, o comportamento é 
uma função da interação de estrutura, indivíduo, cultura e política, interação essa 
limitada pelas forças ambientais. 
 As escolas são organizações de serviço comprometidas com o ensino e a 
aprendizagem. O mundo vem passando por grandes transformações e nesta aldeia 
global necessitamos de cidadãos versáteis, criativos e competentes, e para tal 
devemos contar com uma educação moderna de qualidade, apoiada na competência 
científica e política. Educação de qualidade passa necessariamente, pelo pedagógico, 
pelo compromisso, participação e envolvimento de todos: governo, sociedade, 
comunidade, pais, professores e especialistas 
Na verdade, sua própria existência baseia-se nessa atividade. As escolas, mais 
do que qualquer outro tipo de organização, devem ser organizações de aprendizagem, 
ou seja, locais onde os participantes continuamente expandam suas capacidades de 
criar e realizar, onde novos padrões de pensamento sejam incentivados, onde 
aspirações coletivas sejam acalentadas, onde os participantes aprendam a como 
aprender juntos, e onde à organização amplie sua capacidade de inovação e de 
resolução de problemas. A tarefa de construir uma nova escola é trabalho coletivo. 
Lembramos que o coletivo não significa fazerem todos a mesma coisa, mas identificar 
as competências específicas e utilizá-las em busca de objetivos comuns. 
A qualidade do ensino e da aprendizagem está no cerne da melhoria da escola, 
e a mudança real e duradoura só pode vir daquilo que os professores e a equipe de 
apoio fazem consistentemente nas salas de aula e em outras áreas de aprendizagem 
da escola (BRIGHOUSE; WOODS, 2010). Em última análise, o objetivo da escola é a 
aprendizagem do aluno. 
 
35 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
ANDRADE, L. Atribuições do Orientador Educacional na Rede Pública de Ensino do 
Distrito Federal. Orientação Educacional em Ação. SEEDF, dez. 2010. Disponível em: 
. Acesso em: 24 jun. 2017. 
BRASIL. Lei nº 12.014, de 6 de agosto de 2009. Altera o art. 61 da Lei nº 9394 de 20 
de dezembro de 1996, com a finalidade de discriminar as categorias de trabalhadores 
que se devem considerar profissionais da 
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Define as Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional. Diário Oficial da União, Brasília, 23 dez. 1996. 
CURY, Carlos Roberto Jamil. Gestão Democrática da Educação: exigência e 
desafios. Revista Brasileira de Política e Administração da Educação, v.18, nº 2 
(jul/dez. 2002). São Bernardo do Campo: ANPAE, 2002. 
DE GROUWE, A. L'État et l'inspectionscolaire: analyse de relationsermodèles 
d'action. 2006. Tese (Doutorado) - ÉcoleDoctorale de Sciences, Instituto d'Études 
Politiques, Paris. 
Diário Oficial da União, Brasília, 7 jun. 2009. 
FEDERAÇÃO NACIONAL DOS ORIENTADORES EDUCACIONAIS. Ata n. 88. In: 
Livro de Atas, folhas 59-62, 1978. v. 2. Publicado no Diário Oficial [República 
Federativa do Brasil], 5 mar. 1979. 
GARCIA, R. L. (Org.) Orientação educacional: o trabalho na escola. São Paulo: 
Loyola, 1990. 
GIACAGLIA, L. R. A.; PENTEADO, W. M. A. Orientação educacional na prática: 
princípios, histórico, legislação, técnicas e instrumentos. 6. ed. São Paulo: Cengage 
Learning, 2010. 
GRINSPUN, M. P. S. (org.) A prática dos orientadores educacionais. São Paulo: 
Cortez, 1994. GRINSPUN, M. P. S. A orientação educacional. São Paulo: Cortez, 
2001. 
GRINSPUN, M. P. S. Supervisão e orientação educacional. São Paulo: Cortez, 2003. 
HOFFMANN, J. Avaliar para promover: as setas do caminho. Porto Alegre: Mediação, 
2001. 
 LIBANIO, João Batista. A arte de formar-se. 5. ed. São Paulo: Loyola, 2002. 
LIMA, E. C. de. Um olhar histórico sobre a supervisão. In: RANGEL, M. (org.). 
Supervisão pedagógica: princípios e práticas. 8. ed. Campinas: Papirus, 2001. 
LIMA, P. G.; SANTOS, S. M. dos. O coordenador pedagógico na educação básica: 
desafios e perspectivas. Educere et educare: Revista de Educação, v. 2, n. 4, p. 77- 
90, jul./dez. 2007. 
 LORA, A. A.; SZYMANSKI, M. L. Conselho de Classe: avaliação coletiva do trabalho 
ou julgamento subjetivo do aluno? In: 1º SIMPÓSIO NACIONAL DE EDUCAÇÃO – 
XX SEMANA PEDAGOGIA. Pedagogia. Anais... Cascavel: Unioeste, 2008. 
LORENZONI, R. L. et al. Conselho de classe participativo: uma experiência de 
participação democrática na escola. Disponível em: . Acesso em: 12 abr. 2017. 
LÜCK, Heloísa. Liderança em gestão escolar. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2008. 
MEURET, D. Lesrecherchessurl'efficacitté et l'equitédesetablissementsscolaires: 
leçonspourl'inspection. 2002. Disponível em: . 
PIMENTA, S. G. O pedagogo na escola pública. São Paulo: Cortez, 1988. 
36 
 
 
PIMENTA, S. G. Orientação vocacional e decisão: estudo crítico da situação no Brasil. 
São Paulo: Loyola, 1981. 
PIZOLI, R. C. A Função do Conselho de Classe na Organização do Trabalho 
Pedagógico Escolar. In: IX CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO – EDUCERE. 
III ENCONTRO SUL-BRASILEIRO DE PSICOPEDAGOGIA. Anais... Curitiba: 
PUCPR, 2009. 
SAVIANI, Dermeval. Escola e Democracia. 39. ed. Campinas, SP: Autores 
Associados, 2007. 
WEBER, M. Economia e sociedade: fundamentos da sociologia compreensiva. 
Brasília: Editora UnB, 1978. v. 1.

Continue navegando