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PRINCÍPIOS E MÉTODOS DA ORIENTAÇÃO, SUPERVISÃO, INSPEÇÃO E GESTÃO ESCOLAR 2 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 3 2 – PERCURSO HISTÓRICO DA SUPERVISÃO EDUCACIONAL NO BRASIL ...... 5 2.1 - Atuação do supervisor pedagógico.............................................................. 7 2.1.1- Função do supervisor educacional ................................................................8 2.1.2- Fases da função de supervisor educacional ................................................9 2.2 - Atuação do supervisor educacional na contemporaneidade.........................10 2.2.1 - Atuação de supervisor educacional ...........................................................13 3 – DEFINIÇÃO DE ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL..............................................14 3.1 –Evolução da orientação educacionalno Brasil ............................... .............15 3.1.1 - Áreas de atuação do orientador educacional 2Erro! Indicador não definido. 3.1.2 - Porque e para que ter um orientador educacional na escola? ................ 21 4 - INSPEÇÃO ESCOLAR ........................................................................................22 4.1-Atribuições do inspetor escolar ..................................................................25 4.1.1 - Afinal quem é esse sujeito...........................................................................28 5 - O QUE É GESTÃO .............................................................................................30 5.1 - Gestão democrática com participação popular no planejamento e na organização da educação nacional .......................................................................31 5.1.2 - Gestor escolar e o desenvolvimento da ação pedagógica ........................33 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................33 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................36 3 1- INTRODUÇÃO De acordo com Thurler e Maulini (2012), do ponto de vista da teoria dos sistemas, as escolas são conhecidas como organizações fragmentadas “celulares”. Para ilustrar essa ideia, vamos utilizar a figura de uma caixa de ovos, que distribui nas escolas/salas de aula os alunos e professores de maneira a ficarem protegidos e separados uns dos outros por divisórias físicas e mentais. De fato, essa ideia da separação e da prescrição das funções, obedecendo a uma hierarquia preestabelecida, remonta à implantação da obrigatoriedade da escola, na metade do século XIX, e corresponde a uma lógica de organização da época conhecida como concepção técnico-científica, ou científico-racional, preocupada em tornar mais eficazes primeiro as cadeias de produção industriais e, depois, as burocracias. De caráter conservador, a concepção técnico-científica tem uma arquitetura escolar centralizada em uma única pessoa (assumindo o cargo de direção), com as decisões seguindo o fluxo de cima para baixo. Outra característica visível desse funcionamento burocrático, além dos espaços bem definidos para cada um dos sujeitos que fazem parte da escola (daí a ideia da hierarquia) é que o plano a ser seguido costuma ser elaborado sem considerar a participação das pessoas e a troca de ideias entre elas. O grande objetivo é funcionar como uma empresa, com departamentos específicos, e buscando a eficiência e a eficácia a todo custo, pensando somente em resultados e não em algum tipo de integração. Nesse modo de organização escolar, a realidade tende a ser vista como algo controlável, objetivo e neutro e que pode ser mensurado (refletindo seu caráter cientificista). Rompendo com as ideias dominantes na metade do século XX, sabemos hoje que, para conduzir a mudança no interior dos sistemas educacionais, a ação apenas sobre as estruturas não é suficiente. Ou seja, não adianta a arquitetura escolar se apresentar de maneira diferente se as relações entre os sujeitos da escola permanecem inalteradas – hierárquicas. Assim, com o passar dos anos, surgiu uma concepção diferente, denominada sócio crítica, que, em vez de trabalhar com o conceito de hierarquias, tem como base a coletividade: a escola funciona como um todo, e as funções antes segmentadas, são unidas em torno de um bem comum: o aluno. As decisões agora, objetivando interesses coletivos, são tomadas de baixo para cima, e contam com a participação 4 de todos da comunidade escolar. Nessa concepção sócio crítica, as relações entre os profissionais das escolas ultrapassam as questões meramente estruturais, fundamentando-se na importância e na valorização de todas as áreas de atuação dos profissionais da escola. Cada função desempenhada na escola é reconhecida, pois cada uma delas se articula, isto é, funciona de forma coletiva, para que a escola tenha um trabalho de excelência com o aluno, apresentando uma proposta qualificada quando se fala em ensino e em aprendizagem. 5 2 - PERCURSO HISTÓRICO DA SUPERVISÃO EDUCACIONAL NO BRASIL O termo supervisão surgiu no período da Revolução Industrial, para assegurar a produção quantitativa e qualitativa em menor tempo nas indústrias. Na época, os supervisores atuavam na orientação dos profissionais para que conseguissem exercer suas funções de forma produtiva na indústria e no comércio. Dessa forma, seu surgimento se deve à necessidade da vigilância e controle dos profissionais nos modos de produção, com funções específicas baseadas em planejar, comandar e controlar. Segundo Lima (2001), a partir da organização dos trabalhos desenvolvidos nas indústrias, a função de supervisor alcançou outros campos de atuação, como militar, esportivo, político e educacional. Na época, a intenção de todas as áreas que estruturaram a função de supervisor era alcançar seus objetivos e metas na realização dos trabalhos. O primeiro registro legal sobre a atuação do supervisor escolar no Brasil foi em 1931, esses executavam as normas prescritas pelos órgãos superiores, chamados de orientadores pedagógicos ou orientadores de escola, tendo como função básica a inspeção. No final da década de 1950 e início da década de 1960, um acordo firmado entre o Brasil e os Estados Unidos da América para implantação do Programa de Assistência Brasileiro-Americana ao Ensino Elementar (PABAEE) determinou a atuação do supervisor escolar para o controle e inspeção (ANJOS, 1988). Na década de 1970, os supervisores educacionais passaram a desenvolver ações relativas ao inspetor escolar, voltadas para o controle e execução dos trabalhos. Nesse período passa a ser atribuída ao supervisor educacional uma função sistematizada, contribuindo para o funcionamento das instituições escolares, interligando os diversos setores educacionais. Para o exercício da função, surge a necessidade de qualificações técnicas, acadêmicas, com formação específica para o cargo (ANJOS, 1988). Segundo Saviani (2003, p. 14): 6 Desta forma, surge a necessidade da preparação profissional específica para o desenvolvimento da função de supervisor educacional com conhecimentos necessários para o desenvolvimento de uma profissão que advém do mundo fabril para o educacional. Nesse sentido, surge a necessidade de saberes próprios da profissão que atuará internamente na área educacional, mais precisamente nos ambientes escolares. Saviani (2003) aponta que o Parecer do Conselho Federal de Educação nº 252/69 contribuiu para a legalização da profissão de supervisor educacional. O Parecer, respaldado na Lei nº 5.540/68, da Reforma Universitária, atuou na reformulação do curso de Pedagogia, indicando a necessidade da especialização com habilitaçõesde inspeção, administração, supervisão e orientação. Assim, o curso de Pedagogia formaria os profissionais da educação para exercerem certas funções técnicas, como administração, orientação, supervisão, exercidas pelo profissional habilitado como professor. Naquela época, o Brasil vivia a ditadura e os profissionais com as funções de administração, orientação e supervisão deveriam fiscalizar o trabalho desenvolvido pelos professores. [...] a ação supervisora passa da condição de função para a de profissão, pela mediação da ideia de supervisão. Com efeito, para que uma função seja organizada como profissão é preciso que ela seja destacada do âmbito em que opera, o que implica um processo de abstração no qual a ideia é construída. Nesse processo a função é definida, isto é, identifica-se o que é próprio dela e que a distingue das demais, especificando-se os seus atributos. A nova estrutura do curso de Pedagogia decorrente do Parecer nº 252/69 abria, pois, claramente a perspectiva de profissionalização da supervisão educacional na esteira da orientação educacional, cuja profissão já havia sido regulamentada por meio da Lei 5.564, de 21 de dezembro de 1968 [...], com efeito, estavam preenchidos dois requisitos básicos para se constituir uma atividade com o status de profissão: A necessidade social, isto é, um mercado de trabalho permanente [...] e a especificação das características da profissão ordenadas em torno de um mecanismo, também permanente, de preparo dos novos profissionais, o que se traduziu no curso de Pedagogia reaparelhado para formar, entre os vários especialistas, o supervisor educacional (SAVIANI, 2003, p. 31). 7 Na década de 1980 o país vivenciou um momento crítico da educação, fundamentado nas reflexões sobre o contexto educacional brasileiro. Nesse período, a atuação do supervisor educacional sofreu críticas referentes ao desenvolvimento de seus trabalhos. Ferreira (2003, p. 78) contribui afirmando que: “Na década de 80, a crise socioeconômica e a Nova República dão início a uma nova fase, a luta operária ganha força e os professores lutam pela reconquista do direito de participar da definição da política educacional e da luta pela recuperação da escola pública”. A década de 1980 foi marcada pela pós-ditadura, um período onde os profissionais da educação lutaram pela recuperação da escola pública, incidindo na promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação/96 (BRASIL, 1996). 2.1 - Atuação do supervisor pedagógico Desta forma, a década de 1990, com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n° 9.394, de 20/12/1996, estrutura uma nova atuação da supervisão educacional. O supervisor educacional passa a contribuir na produção de novos conhecimentos, favorecendo ambientes para a construção de processos de ensino e aprendizagem, objetivando os fazeres pedagógicos. A LDB n° 9.394/96 assegura aos supervisores educacionais práticas como assessoramento, apoio, colaboração, auxílio técnico e cooperação, deixando a função de inspetor para um mediador de mudanças e transformações nas escolas (BRASIL, 1996). 8 2.1.1 - Função do supervisor pedagógico Atualmente, o supervisor educacional apresenta uma função interligada com a concepção de mudança, referente às novas propostas curriculares. Nesse sentido, uma das ações da supervisão consiste em assumir a responsabilidade pela formação continuada dos professores desenvolvida na escola. Necessita intervir para que encontros aconteçam, buscando momentos de reflexão dos professores quanto às suas ações teóricas e práticas, ao complexo processo de ensino e aprendizagem. Tal reflexão, via de regra, produz melhores resultados quando estimulada e conduzida por alguém reconhecidamente experiente, capaz de transformar o processo de reflexão individual em um processo coletivo, de tal sorte que na busca de novos caminhos se transforme numa ação orientada para objetivos mais amplos assumidos coletivamente pelo grupo (ALONSO, 2003, p. 177). O desenvolvimento da formação continuada consiste numa tarefa desafiadora para o supervisor, mas necessária para a efetivação do desenvolvimento de práticas inovadoras. Como um momento em que os professores possa exteriorizar suas aspirações, dúvidas, troca de experiências e materiais pedagógicos. Nesse sentido, a função de supervisor educacional exige certas competências que são necessárias para a concretização dos objetivos educacionais, necessitando de paciência, compreensão, aceitação, empatia, colaboração e outros que designam aspectos para o desenvolvimento positivo das relações interpessoais. 9 2.1.2 - Fases da função de supervisor educacional Ao longo do percurso histórico da função de supervisor educacional, o profissional assumiu funções distintas em cada época de atuação. Desta forma, passou por três fases: fiscalizadora, construtivista e criativa (NÉRICI, 1978). Assim como podemos observar no organograma, a função de supervisor educacional, segundo Nérici (1978), passou por algumas fases com características distintas: ➢ Fase Fiscalizadora: Nesta fase, a função de supervisão educacional estava associada à inspeção escolar. O trabalho direcionado para a função técnica e administrativa prezava o cumprimento das leis de ensino, condições físicas do prédio, situações legais dos professores, cumprimento das ações desenvolvidas nas atividades escolares, como provas, transferências, matrículas, férias, documentação dos estudantes e outras. Seguir determinações rígidas e inflexíveis, de forma generalizada para todo território nacional, desconsiderando as diversidades existentes em cada região ou instituição. ➢ Fase construtivista: Também conhecida como fase de supervisão orientadora, onde o supervisor exercia a função de orientador escolar. Os supervisores passam por uma expressiva modificação na forma de atuar em relação à fase anterior, iniciam os 10 questionamentos sobre a necessidade de se pensar em melhorias na atuação dos professores. Surgem os cursos de aperfeiçoamento, capacitação e atualização docente, buscando novos conceitos e metodologias para aprimorar o trabalho educativo. ➢ Fase criativa: A função de supervisor educacional se desvincula da inspeção escolar. Assumem uma função com objetivo de agir no aprimoramento do processo de ensino e aprendizagem. Iniciam um trabalho que inclui a participação de todos os envolvidos na escola, nas decisões de forma cooperativa e democrática. O supervisor educacional exerce uma função de liderança, ocupa um cargo que compõe a equipe da gestão da escola, juntamente com os outros profissionais, como o diretor da escola, orientador e coordenador. Desta forma, sua ação pode ocorrer de dois tipos, segundo Nérici (1978), baseados na sua forma de pensar e conceber as relações que se estabelecem com a comunidade escolar. Como podemos observar, a supervisão pode acontecer de forma autocrática ou democrática. Na supervisão escolar autocrática ocorre o desenvolvimento da ação autoritária do supervisor, determinando ordens, sugestões e direções para a melhoria dos processos de ensino e aprendizagem. O supervisor age como se conseguisse controlar todos os processos desenvolvidos na escola, buscando soluções para as dificuldades. Atua com autoridade e intimidação, ignorando a cooperação e as relações interpessoais que se estabelecem entre os outros profissionais no contexto escolar (NÉRICI, 1978). A supervisão escolar democrática, ao contrário, preza a liberdade de expressão, respeito, compreensão, criatividade e a parceria entre todos os envolvidos na comunidade escolar. O trabalho desenvolvido pelo supervisor segue um parâmetro democrático, considerando as contribuições de todos os envolvidos quando necessita 11assumir alguma decisão. Sobretudo, respeita a individualidade de cada profissional que atua na escola, estimula a iniciativa e criatividade, desenvolve as relações interpessoais considerando as características singulares do grupo no processo de ensino e aprendizagem (NÉRICI, 1978). A função do supervisor educacional passou por vários momentos na história da educação, em cada período exercendo de forma específica a organização social. A princípio a função foi exercida por administradores e professores, sem formação ou conhecimento específico para a profissão. Com o passar do tempo e a promulgação das leis nacionais, o supervisor educacional passou a ser um profissional especializado, com uma atuação voltada para a garantia de qualidade nos processos de ensino e aprendizagem. 2. 2 - Atuação do supervisor educacional na contemporaneidade A atuação do supervisor educacional destina-se ao acompanhamento dos processos de ensino e aprendizagem, desenvolvidos no contexto da escola. Assim, segundo Alarcão (2001), existem nos sistemas de ensino do país diversas nomenclaturas para definir o supervisor que atua nas escolas: supervisor escolar; supervisor educacional; coordenador pedagógico; supervisor pedagógico. A função do supervisor educacional, atualmente, encontra-se voltada para a coordenação do trabalho pedagógico, articulando os conhecimentos, liderança e o envolvimento no processo de ensino e aprendizagem, juntamente com a comunidade escolar. Desta forma, o supervisor educacional se encontra na fase criativa, objetivando a coordenação dos trabalhos desenvolvidos na escola. Przybylski (1982) aponta o conceito de supervisão educacional como uma forma de orientação e acompanhamento dos processos de ensino, observando e assessorando os professores para uma atuação educativa junto aos estudantes. Supervisão escolar é o processo que tem por objetivo prestar ajuda técnica no planejamento, desenvolvimento e avaliação das atividades educacionais em nível de sistema ou unidade escolar, tendo em vista o resultado das ações pedagógicas, o melhor desempenho e o aprimoramento permanente do pessoal envolvido na situação ensino‐ aprendizagem (PRZYBYLSKI, 1982, p. 16). 12 Nesse sentido, a função do supervisor educacional passa a ser uma referência para a comunidade escolar, enquanto responsável pela coordenação do trabalho pedagógico. Exerce uma ação de líder, responsável pela articulação dos conhecimentos e saberes dos professores em relação às propostas educativas da escola. Atua também como mobilizador da equipe escolar, intencionando a melhoria do trabalho pedagógico. Para Balzan (1983), a ação desenvolvida pelo supervisor diz respeito à sua concepção quanto ao contexto social, transcendendo o espaço da sala de aula. O autor afirma ainda que o supervisor necessite: Compreender que os problemas com os quais ele e os demais educadores vêm se defrontando, embora manifestos em salas de aulas, têm suas raízes além do ensino, do currículo e mesmo da área educacional, são parte de um contexto mais amplo: social, político, econômico e cultural (BALZAN, 1983, p. 41). Desta forma, o supervisor será o responsável por buscar alternativas para suprir as necessidades educacionais apresentadas no contexto escolar. Atuando de forma criativa, buscará parcerias com os outros profissionais que compõem a comunidade escolar, estabelecendo uma relação dialógica sobre as dificuldades encontradas. Assim, agirá como facilitador do desenvolvimento de projetos coletivos na escola, de forma democrática, inserindo os professores, estudantes e a comunidade nos trabalhos desenvolvidos no contexto educativo. 13 2.2.1 - Atuação do supervisor educacional Como podemos observar, a atuação da supervisão educacional compreende várias atividades desenvolvidas juntamente aos professores, comunidade escolar, na formação continuada e em projetos educacionais. Estudamos, até o momento, que a função de supervisor educacional deveria se pautar na observação, compreensão e construção de atitudes e relacionamentos para além do sistema conservador de ensino. Necessita perceber sua atuação não como um simples ato de execução de tarefas, mas como uma ação eficiente, criativa, dinâmica, interagindo e contribuindo para o desenvolvimento do ambiente educacional. 14 3 - DEFINIÇÃO DE ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL Grinspun (2011, p. 11) auxiliará na compreensão do que vem a ser, de fato, Orientação Educacional: [...] vejo, hoje, tal qual o início do século XX, um renascer da nova Orientação Educacional que tem mais do que nunca um compromisso com e para o aluno, não apenas para orientá-lo no seu desenvolvimento a partir de suas necessidades, mas para oferecer os meios e as possibilidades de uma formação mais segura e mais abrangente, que não se limita ao aqui e agora, não apenas a ajudá-lo nas dificuldades na/da escola, mas para orientar para a vida, para ser, cada vez mais, um indivíduo multiplicador e transformador de seu tempo. [...] uma orientação que tem o papel mediador, dinamizador do contexto atual em prol de uma educação de qualidade. Após esta citação, torna-se fácil perceber a dimensão que permeia a função do orientador educacional, pois orientar significa guiar, ajudar, mediar, dinamizar, transformar e educar, ou seja, vai muito além dos muros escolares, estende-se à vida. Logo, é grande a missão deste profissional. Para Grinspun (2008, p. 70), deve-se: [...] mostrar o sentido pedagógico da Orientação, identificando seu papel na instituição, sua colaboração para superar junto com/na Escola seus desafios no/do cotidiano, e as possibilidades que temos para um trabalho articulado integrado, no qual a mediação é o eixo da realização das nossas atividades na escola. A Orientação Educacional é parte de um todo, faz parte da escola que com ela interage permanentemente, assim como a própria sociedade. Grinspun (2011, p. 24) diz também que: A Educação é uma prática social, e a Orientação deve ser vista como uma prática que ocorre dentro da escola, mas cujas atividades podem e devem ultrapassar seus muros; uma prática que caminha no sentido da objetividade, da subjetividade e da totalidade da Educação. É perceptível que a Orientação está cada vez mais junto à Educação como um todo, na busca das finalidades de um projeto político-pedagógico formulado para a escola, em favor de seus próprios alunos Portanto, parte-se do pressuposto de que a Orientação Educacional, nos dias atuais, cumpre um papel bastante significativo junto aos professores, alunos e familiares, dando-lhes atenção e assistência. Essa nova Orientação tem o intuito de 15 prevenir, ultrapassando as pequenas dificuldades ou falhas no decorrer do percurso escolar, ou seja, preocupa-se com a vida do estudante, mas nem sempre isso foi assim. A Orientação Educacional sofreu alterações conforme as modificações em sua volta, melhorando e tornando - se mais atuante, participativa e consciente de seu papel na sociedade. O esquema a seguir, apresentado por Giacaglia e Penteado (2010, p. 13), traz a evolução da Orientação Educacional no Brasil: 3.1 - Evolução da orientação educacional no Brasil Este esquema leva à compreensão de uma mudança de paradigma, pois o aluno deixa de ser visto apenas como mão de obra futura, para ser visto como um ser em pleno desenvolvimento e em busca de felicidade. Objetivos da Orientação Educacional Os objetivos da orientação educacional no passado estavam centralizados basicamente nas seguintes questões: • atendimento a alunos que apresentavam dificuldades de aprendizagem; • identificação e aconselhamento a alunos com problemas de comportamento; • assistência a alunos com dificuldades de adaptação; • estímulo de bons hábitos de estudos, aos alunos; • busca por recursos ou estratégias que refletissemna melhoria do rendimento escolar, envolvendo os professores. Para ampliar e atualizar a lista de objetivos da Orientação Educacional na atualidade, serão tratadas no texto de Andrade (2010), de maneira completa, as atribuições/ações do orientador educacional, que foram construídas para/pelos orientadores educacionais do Distrito Federal, mas que podem ser aplicadas aos orientadores de todo o Brasil. Neste momento, essas atribuições/ações serão tratadas também como objetivos. 16 a) Ações no âmbito institucional • Objetivo geral: conhecer a clientela e identificar a demanda escolar a ser acompanhada pelo orientador educacional. • Procedimentos específicos: − conhecer o regimento escolar e a proposta pedagógica da instituição educacional em que atua; − colaborar na análise dos indicadores de aproveitamento escolar, evasão, repetência e infrequência; − colaborar e participar de ações que viabilizem a avaliação das atividades pedagógicas da instituição educacional em que atua; − participar do processo de elaboração e de execução da proposta pedagógica, promovendo ações que contribuam para a implantação e para a implementação do currículo em vigor na rede pública de ensino do Distrito Federal; − orientar a comunidade escolar sobre o sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente; − elaborar e aplicar instrumentos de coleta de dados, sempre que necessário; − elaborar e aplicar instrumentos de coleta de dados com a direção, secretário escolar, merendeiras, agentes de portaria, vigilantes, agentes de conservação e limpeza, para percepção da dinâmica e do contexto escolar, sempre que necessário; − analisar e interpretar os dados coletados; − elaborar hipóteses diagnósticas da situação detectada, bem como discuti-las com os professores, com coordenadores e com a direção, considerando o contexto pedagógico da instituição educacional; − elaborar o plano de ação anual do Serviço de Orientação Educacional; − participar do processo de avaliação das ações realizadas pela instituição educacional. 17 b) Ações junto ao corpo docente • Objetivo geral: integrar suas ações às do professor, como colaboração no processo de aprendizagem e no desenvolvimento do educando. Professores ➢ Procedimentos específicos: − participar do planejamento, da execução e da avaliação das atividades pedagógicas coletivas; − realizar ações integradas com o corpo docente no desenvolvimento de projetos sobre saúde, educação sexual, prevenção ao uso indevido de drogas, meio ambiente, ética, cidadania, convivência saudável, cultura de paz e outros; de acordo com as prioridades elencadas pelo grupo e com a proposta pedagógica da instituição educacional; − participar das reflexões/discussões referentes à aplicação de normas disciplinares; − auxiliar na reflexão e na sensibilização do corpo escolar para a prática da educação inclusiva; − participar das coordenações coletivas semanais com o corpo docente; − participar do conselho de classe; 18 − acompanhar ações do professor conselheiro de turma; − estimular a participação dos professores na identificação, no encaminhamento e no acompanhamento dos alunos com dificuldades de adaptação, de convívio social e/ou com dificuldades específicas de aprendizagem; − contribuir com sugestões e informações nas reuniões pedagógicas com professores e com o conselho de classe, bem como nas reuniões extraordinárias; − incentivar o corpo docente, os pais/familiares e os alunos a participarem do conselho de classe; − refletir e dialogar com o corpo docente sobre os resultados das avaliações, apresentando propostas de solução às disfunções detectadas; − participar de estudo de caso dos alunos em situação de dificuldade, quando necessário; − promover atividades que contribuam para a formação continuada dos professores, bem como reflexões sobre a prática pedagógica; − colaborar no encaminhamento de aluno que apresente dificuldades de aprendizagem e/ou problemas de ajustamento psicossocial para o acompanhamento especializado adequado no âmbito educacional e/ou da saúde, quando necessário; − proceder à devolutiva dos atendimentos/encaminhamentos dos alunos aos professores, à direção, à coordenação e aos familiares. c) Ações junto ao corpo discente ➢ Objetivo geral: contribuir para o desenvolvimento integral do educando, ampliando suas possibilidades de interagir no meio escolar e social, como ser autônomo, crítico e participativo. 19 Alunos ➢ Procedimentos específicos: − apresentar aos alunos o Serviço de Orientação Educacional; − instrumentalizar o aluno para a organização eficiente do trabalho escolar, tornando a aprendizagem mais eficaz; − acompanhar, individual ou coletivamente, os alunos, dinamizando temas que atendam às suas necessidades; − estimular a participação dos alunos nas atividades escolares e nos projetos da instituição educacional, contribuindo para desenvolver a capacidade de criticar, de opinar e de assumir responsabilidades. − acompanhar e orientar ações dos representantes de turma; − promover atividades que favoreçam ao aluno a reflexão-ação da importância de ter atitudes de cooperação, de sociabilidade, de respeito, de consideração, de responsabilidade, de tolerância e de respeito às diferenças individuais, com vistas à construção de uma convivência escolar social e pacífica; − proporcionar ao aluno a análise, a discussão, a vivência e o desenvolvimento de valores, atitudes e comportamentos fundamentados em princípios universais; − realizar ações preventivas contra a discriminação por motivos de convicções filosóficas, religiosas, ou qualquer forma de preconceito de classe econômica, social, étnico e sexual, enfatizando o respeito à diversidade cultural; 20 − apoiar e subsidiar os segmentos escolares, como: conselho escolar, conselho de segurança escolar, grêmio estudantil e associação de pais e mestres, entre outros; − utilizar instrumentos específicos (fichas e questionários) que permitam o registro dos atendimentos, dos acompanhamentos e dos encaminhamentos; − elaborar projetos que favoreçam a socialização, a disseminação de valores humanos e a aquisição de atitudes e de hábitos saudáveis; − promover ações que permitam o conhecimento do Estatuto da Criança e do Adolescente; − participar de reuniões do grêmio estudantil, do conselho escolar e do conselho de segurança escolar, sempre que necessário; − proporcionar ao aluno as informações e reflexões a respeito do mundo do trabalho; − proporcionar ao aluno a vivência em situações de aprendizagem que favoreçam a escolha da profissão de forma consciente. d) Ações junto à família ➢ Objetivo geral: participar ativamente do processo de integração família/ escola/comunidade, realizando ações que favoreçam o envolvimento dos pais no processo educativo. Família 21 ➢Procedimentos específicos: − identificar e trabalhar, junto à família, as causas que interferem no avanço do processo de ensino e de aprendizagem do aluno; − orientar a família sobre o sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente; − contribuir com a promoção de relações saudáveis entre a instituição educacional e a comunidade; − orientar os pais e/ou responsáveis para a compreensão da cultura escolar e para a importância dos hábitos de estudo na criança e no jovem; − promover momentos reflexivos (palestras/encontros/oficinas) que contribuam com a educação das crianças/adolescentes/jovens, na prevenção de conflitos escolares e outros temas que sejam necessários; − sondar possíveis influências, no ambiente familiar, que possam prejudicar o desenvolvimento do aluno na instituição educacional, intervindo e/ ou encaminhando para a rede social de apoio interna/externa,sempre que necessário; − identificar as expectativas dos pais e/ou dos responsáveis e as necessidades de informação dos/as alunos/as em relação à orientação sexual; − atender individualmente e/ou coletivamente pais e/ou responsáveis; − informar aos pais e aos familiares sobre os serviços de apoio social. Como se pode perceber, o trabalho do orientador educacional é de imensa responsabilidade, pois ele atua em várias frentes. 3.1.1 - Áreas de atuação do orientador educacional Como visto, os orientadores da atualidade necessitam atuar em várias frentes, objetivando o desenvolvimento integral dos sujeitos, tanto dentro, quanto fora da escola, na comunidade. Pianezzer (2013, p. 29) sintetiza, no quadro a seguir, algumas de suas atribuições: ➢Planejar e coordenar a OE nas escolas; assessorar os professores; ➢conhecer os alunos; ➢ realizar a integração entre escola, família e comunidade; ➢ participar da construção do currículo e dos processos de avaliação. ➢acompanhar e encaminhar, quando necessário, alunos a especialistas. 22 3.1.2 - Por que e para que ter um orientador educacional na escola? Certamente, há quem questione a importância dos orientadores educacionais na escola. Esse fator se deve, muitas vezes, à falta de conhecimento de suas funções e atribuições junto à comunidade escolar. De acordo com Pianezzer (2013, p. 36): No momento histórico em que a função social da escola passou a ser discutida de maneira a enxergar o aluno como um sujeito integral e em pleno desenvolvimento, não focando apenas em instrução/preparação para o mercado de trabalho, a Orientação Educacional sofreu transformações relevantes e o orientador educacional tornou-se presença indispensável na escola. O que acontece, em alguns casos, é que por falta de interação, parceria e divulgação de seu trabalho junto aos alunos e à comunidade escolar, a presença do orientador educacional passa despercebida na escola ou até mesmo confundida com os demais profissionais que fazem a gestão pedagógica. A Orientação Educacional precisa ser atuante na formação dos sujeitos e na transformação do ambiente institucional, refletindo diretamente na comunidade escolar. Para Grinspun (2011, p. 176), a orientação educacional “[...] vai permitir avançar - junto com os professores - num conteúdo que possibilite ir além dos conhecimentos programados no currículo da escola, atingindo um currículo que esteja comprometido com a construção do sujeito/aluno na formação de sua cidadania”. A grande missão da Orientação Educacional, atualmente, é diferente do que se esperava no passado, pois seu principal objetivo era “ajustar” os alunos que, de alguma maneira, não se enquadravam ao que se esperava deles, pois não aprendiam ou não sabiam se comportar adequadamente. Estes alunos, considerados “problemáticos”, eram encaminhados ao orientador educacional para que ele “desse um jeito”, utilizando-se de métodos ou estratégias didático-pedagógicas ou disciplinares, para resolver a situação. Com o passar do tempo, este profissional foi ganhando espaço pedagógico, objetivando melhorias no processo educativo. Passou a envolver-se com toda a comunidade escolar (alunos, pais, gestores e professores), não apenas com os alunos considerados “problemáticos”, o que fez dele um conhecedor dos diferentes contextos sociais e culturais, capaz de transformar realidades. 23 [...] a ação organizacional não depende apenas do desejo daqueles que a administram. Ela depende, em grande parte, do empenho daqueles que vão pôr em prática as decisões, da vontade destes em transformá-la em sucesso. (VASCONCELLOS, 1996, p. 231). O orientador educacional contemporâneo deve ser “[...] um profissional competente, interferente, participativo, comprometido, reflexivo, situado historicamente”. (URBANETZ; SILVA, 2008, p. 73). Ter um orientador educacional na escola é um privilégio, pois suas áreas de atuação refletem diretamente na qualidade do trabalho que é desenvolvido na instituição. Ele funciona como mediador nos processos educacionais e preocupa se com todos os sujeitos que atuam na escola (principalmente com os alunos), lançando sobre eles seu olhar pedagógico na busca pela excelência. [...] A orientação faz um trabalho de interdisciplinaridade entre fatos/situações, ações/razões e emoções que levem o indivíduo a agir de determinada maneira, ou mesmo a instituição a agir de determinada forma. (GRINSPUN, 2008, p. 76). 4 - INSPEÇÃO ESCOLAR A inspeção escolar é uma das funções compreendidas no artigo 64 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB, Lei nº 9394/96, que define as carreiras para a atuação em administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional na Educação Básica, no Brasil. Constitui-se ainda, em uma das categorias de trabalhadores que devem ser considerados como os profissionais da Educação Básica, no país, segundo a lei nº 12.014 de 6 de agosto de 2009, que 24 alterou o artigo 61 da LDB. O novo artigo 61 define estes profissionais como trabalhadores em educação, entre eles, os Inspetores Escolares - “Art. 61.Consideram-se profissionais da educação básica os que, nela estando em efetivo exercício, e tendo sido formados em cursos reconhecidos são: Inciso II - trabalhadores em educação, portadores de diploma em pedagogia, com habilitação em administração, planejamento, supervisão, inspeção e orientação educacional, bem como com títulos de mestrado ou doutorado nas mesmas áreas”. O papel da inspeção escolar: As atribuições da inspeção escolar estão relacionadas ao funcionamento e à organização das unidades escolares da Educação Básica. Trata-se de uma função de verificadora da conformidade legal das escolas e de corretiva dos desvios dos atos e procedimentos. Suas atribuições e práticas de trabalho confirmam que se trata de uma função de regulação de controle do sistema de ensino. A inspeção escolar tem, segundo De Grouwe (2006, p. 56), uma relação muito forte com o Estado, o qual representa junto à sociedade. Por tais razões, é vista, muitas vezes, como os olhos e a mão do Estado, junto às comunidades escolares. A sua ação é, portanto, de controle, daí o seu caráter impopular. Os Inspetores Escolares exercem as atividades relativas à vigilância, à avaliação externa, à verificação das obrigações e procedimentos legais. As funções base da inspeção escolar são segundo Meuret (2002, p 32): exercer o controle externo das escolas, tanto no domínio pedagógico como no administrativo/financeiro, oferecer a orientação e a sustentação/apoio às instituições escolares em suas ações educacionais e exercer a intermediação entre as escolas e o sistema gestor, isto é, a ligação ou comunicação bidirecional, no sentido de uma melhor articulação do sistema educacional. A legitimidade da sua ação e o poder para executá-la e manam da natureza do cargo e se fundamentam no paradigma de que há necessidade de controle da atividade alheia, bem como do cumprimento da prescrição legal. A inspeção tem, dessa forma, a incumbência e os meios legais de verificar a exatidão das ações, nos domínios técnicos, administrativos e financeiros. A natureza da inspeção escolar é vinculada à hierarquia, à disciplina, às normas e aos procedimentos prescritos. Dessa forma, grande parte das suas atribuições se aproxima da conceituação que Weber (1978, p. 146) faz do termo burocracia, associando o aos princípios da racionalização, 25 ligados à eficiência e ao máximo rendimento, definindo a vigência da legitimidade como o exercício da autoridade institucional. 4.1 - Atribuições do inspetor escolar Os novos paradigmas da educação nacional encaminham a questão de ordem prática: são desafios que colocam o Inspetor Escolar para a observância da legislação da educação junto às escolas, pelo seu papel de legítimo representante daadministração central e regional do Sistema. Uma leitura mais atenta da LDBN e de alguns de seus artigos remete a algumas competências que o Inspetor Escolar pode exercer, em ação solidária com as escolas e seus diretores, pedagogos e professores e em interação com setores das secretarias estaduais e municipais e dos órgãos regionais de educação. A Inspeção Escolar é correção, auditoria, orientação e assistência técnica. Esses profissionais são os olhos e os ouvidos do Poder Público na escola. O perfil desse profissional deve ser: • Função Verificadora: deve possuir domínio da legislação, ser pesquisador e observador. • Função Avaliadora: Educador • Função Orientadora: ter boa comunicação oral e escrita. Conciliador. • Função Corretiva: segurança e postura pedagógica. • Função realimentadora: criatividade. 26 Além disso, o Inspetor Escolar deve ser orientado profissionalmente conforme o Art. 4º da Resolução Secretaria Estadual de Ensino nº. 305/83: I - Comunicação entre os órgãos da administração superior do sistema e os estabelecimentos de ensino que o integram; II - Verificação e avaliação das condições de funcionamento dos estabelecimentos de ensino; III - Orientação e assistência aos estabelecimentos de ensino na aplicação das normas do sistema; IV - Promoção de medidas para a correção de falhas e irregularidades verificadas nos estabelecimentos de ensino, visando à regularidade do seu funcionamento e a melhoria da educação escolar. V - Informação aos órgãos decisórios do sistema sobre a impropriedade ou inadequação de normas relativas ao ensino e sugestão de modificações, quando for o caso. Com relação à conquista da autonomia da escola são atribuições do Inspetor Escolar: A – Integrar-se na elaboração do Plano de Desenvolvimento da Escola; • Sensibilizar a comunidade escolar para a importância do Plano de Desenvolvimento da Escola; • Participar das discussões dos usuários e profissionais da escola sob seu Plano de Desenvolvimento, esclarecendo as funções da comunidade escolar; • Auxiliar professores e especialistas a definir os componentes do Plano de Desenvolvimento da Escola, orientando-os sobre sua elaboração B – Subsidiar e escola na elaboração e desenvolvimento do seu projeto pedagógico: • Esclarecer a escola sobre os padrões básicos (currículo, recursos humanos e insumos) indispensáveis à elaboração do processo pedagógico; • Orientar a escola na definição de sua proposta curricular, adequando-se às especificidades socioculturais da região e às necessidades, prioridades e possibilidades da comunidade à qual atende; • Analisar o calendário escolar considerando as especificidades da escola, as peculiaridades regionais e locais e as referências legais, zelando pelo seu cumprimento; 27 • Participar da implementação do projeto pedagógico da escola, propondo a revisão de suas práticas educativas, quando necessário; • Orientar a escola na elaboração e revisão de normas regimental consoante as diretrizes estabelecidas em seu próprio projeto. C – Orientar a escola para a realização e a utilização de estudos e pesquisas que visem à melhoria da qualidade do ensino: • Encaminhar à escola os resultados da avaliação externa, orientando-a para a análise dos mesmos; • Subsidiar a escola na elaboração de estudos e projetos de pesquisa que visem à melhoria de ensino e à inovação pedagógica; • Promover o intercâmbio entre escolas e outras instituições para troca de experiências pedagógicas. D - Colaborar com a escola, orientando-a na definição de seu plano de capacitação de recursos humanos: • Subsidiar o levantamento e as necessidades de treinamento e capacitação dos profissionais da escola, a partir dos resultados da avaliação; • Promover a integração das propostas de treinamento e capacitação de conjuntos de escolas de seu setor e da jurisdição; • Tomar providências, junto à S.R. E, para que as propostas de capacitação se efetivem. E – Orientar a direção da escola na aplicação das normas referentes à Assembleia Escolar como instrumento de gestão democrática da escola. F – Incentivar a integração das escolas entre si e destas com a comunidade. O papel do inspetor escolar não é apenas de ser um profissional que cuida somente da parte burocrática e/ou fiscalizadora. Os aspectos emocionais fazem parte da vida profissional do inspetor escolar, no entanto, o mesmo necessita de um perfil motivador, pois ele passa por um processo de responsabilidades e orientações a todos os envolvidos nesse segmento de ensino-aprendizagem. 4.1.1 - Afinal quem é esse sujeito? Silva (1999, p.84) cita “ver-se de outro modo, dizer-se de outra maneira, julgar- se diferentemente, atuar sobre si mesmo de outra forma. ” 28 Observa-se em tal citação, a análise (dentre outros profissionais) do inspetor escolar aprendendo a se conhecer a cada dia. De acordo com Libânio (2002, p. 20) “aprender a conhecer é inserir todo conhecimento no varal do passado, percebê-lo na atualidade do presente e vislumbrá- lo em sua densidade no futuro. ” Parafraseando o autor a citação é notável a todo profissional inserido no processo educacional, em especial ao inspetor escolar. Contudo para que haja aprendizado é relevante o ato de pensar. Libânio (2002, p. 23) conceitua esse termo como sendo “pensa quem sabe perguntar-se a si a realidade num movimento em que não há respostas prontas. ” Diante disso nota-se a necessidade da capacidade de pensar. Nessa conjuntura, o inspetor escolar está inserido no papel de gestor, ele terá que ser um visionário, pois seu trabalho hoje consequentemente refletirá amanhã, uma vez que necessita obter ideias / ato de pensar em variadas possibilidades de mudanças, pois seu trabalho é extenso e as demandas nas escolas também. As escolas que pretendem obter seu processo ensino aprendizagem com qualidade, preocupando-se com as doutrinas democráticas, bem como o acesso e permanência dos alunos / comunidade na escola, consequentemente estão interessadas em profissionais qualificados e motivados, o inspetor escolar faz parte desse processo na execução de suas ações. Vale (1982, p. 35) destaca: [...] procurar desenvolver a sua capacidade de organizar o pensamento e compartilhar suas ideias, de se constituir enquanto grupo de compreender a força da ação coletiva, de liderar, de pensar criticamente a realidade social, de filtrar da história oficial de sua classe, de se capacitar a se tornar sujeito de sua própria história. Parafraseando ao autor, o inspetor escolar deve ser um profissional dotado de flexibilidade e dinamismo, deve ser um especialista focado em sustentar a motivação no seu ambiente de trabalho – corpo docente / comunidade escolar das unidades escolares em que atua – deve ser idealista e transformador, precisa saber trabalhar em equipe com o propósito de integração escola / comunidade. Santana (2012, p.6): Espera-se do inspetor escolar, um profissional que não cuide somente da parte burocrática, mas que procure ter um método de trabalho menos policiador e controlador, tornando-se mais participativo e democrático, mais orientador da 29 aplicação da norma e mais estimulador da criticidade e da criatividade tão necessária à melhoria do funcionamento do sistema. Deverá propiciar às escolas as condições que assegurem sua autonomia administrativa, pedagógica e também que cuide e oriente a parte humana, conduzindo com todos os envolvidos o processo ensino aprendizagem, com qualidade, eficiência e motivação. Entretanto, diante de pontuações variadas quanto ao profissional inspetor escolar, o mesmo tem a necessidade e responsabilidade de atuar no processo educacional de forma a refletir positivamente no desempenho dos profissionais atuantes na escola, alunos e comunidade, bem como tutear de modo a promover o progresso motivacional da comunidadeescolar nesse contexto. 5 - O QUE É GESTÃO? Voltamos a buscar na origem da palavra, o seu significado construído historicamente e que como movimento adquire diferentes tratamentos, mas nunca perdendo sua raiz etimológica. Etimologicamente, gestão vem do latim gestio, gerere, gerire, gestum, com o significa de levar sobre si, realizar, chamar a si, executar, exercer, gerar, ato de administrar, de gerenciar. Desde os primórdios a palavra traz um significado de envolver o sujeito, visto que, um dos substantivos derivados deste verbo é gestatio- que quer dizer 30 gestação: um novo ser. “Ger” (raiz etimológica) significa fazer brotar, fazer nascer, como na gestação humana (CURY, 2002). Gestão implica na participação de pessoas, dialogando, interrogando, buscando respostas para os conflitos, conforme nos diz Cury (2002). Para reafirmar seu pensamento, o autor traz o pensamento do filósofo Antônio Gramsci, “[...] por vezes, é mais notável (e algumas vezes corajoso) difundir uma verdade já conhecida, mas pouco socializada, do que descobrir uma realidade original. (CURY, 2002, p. 165). Assim, seguindo este pensamento, a gestão na educação é uma nova maneira de administrar democraticamente, com a efetiva participação e envolvimento coletivo e o permanente diálogo com seus membros. 5.1 - Gestão democrática com participação popular no planejamento e na organização da educação nacional Moacir Gadotti A gestão democrática não é só um princípio pedagógico. É também um preceito constitucional. O parágrafo único do artigo primeiro da Constituição Federal de 1988 estabelece como cláusula pétrea que “todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente”, consagrando uma nova ordem jurídica e política no país com base em dois pilares: a democracia representativa (indireta) e a democracia participativa (direta), entendendo a participação social e popular como princípio inerente à democracia. Em seu artigo 206, quando a Constituição Federal estabelece os “princípios do ensino”, inclui, entre eles, no Inciso VI, a “gestão democrática do ensino público”, princípio este retomado na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996. O Artigo 205 da Constituição de 1988 determina que “a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. Infelizmente, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/96) não respeitou esse princípio de que a educação deveria ser “promovida e incentivada com a colaboração da sociedade”: “a gestão democrática – princípio caro aos educadores e que foi base- mestra do primeiro projeto de regulamentação do Sistema Nacional de Educação – 31 ficou reduzida, na Lei nº 9.394, de 1996, aos preceitos dos artigos 145 e 15, que preveem, somente, a participação dos profissionais no projeto pedagógico, e da comunidade, nos conselhos escolares, além de uma 'progressiva' autonomia pedagógica, administrativa e de gestão financeira às escolas” (CNTE, 2009, p. 289). A participação popular e a gestão democrática fazem parte da tradição das chamadas “pedagogias participativas”. Elas incidem positivamente na aprendizagem. Pode-se dizer que a participação e a autonomia compõem a própria natureza do ato pedagógico. A participação é um pressuposto da própria aprendizagem. Mas, formar para a participação é, também, formar para a cidadania, isto é, formar o cidadão para participar, com responsabilidade do destino de seu país. O Documento Referência da primeira Conferência Nacional de Educação (Conae) refere-se à qualidade da educação, associando este tema ao da gestão democrática. Não se consegue melhorar a qualidade da educação sem a participação da sociedade na escola. A melhoria da qualidade da educação e das políticas educacionais está intrinsecamente ligada à criação de espaços de deliberação coletiva: “a gestão democrática dos sistemas de ensino e das instituições educativas constitui uma das dimensões que possibilitam o acesso à educação de qualidade como direito universal. A gestão democrática como princípio da educação nacional sintoniza-se com a luta pela qualidade da educação” (CONAE, 2011, p. 59). A gestão democrática – como princípio pedagógico e como preceito constitucional – não se restringe à escola. Ela impregna todos os sistemas e redes de ensino. O princípio constitucional da gestão democrática também não se limita à educação básica: ela se refere a todos os níveis e modalidades de ensino: “a gestão democrática do sistema, em todas as esferas de organização, é um princípio basilar a partir do qual se fortalecem espaços de participação e de pactuação já instituídos e por instituir” (MARQUES et al., 2013, p. 3). Ademais, é preciso deixar claro que a gestão democrática não está separada de uma certa concepção da educação. Não tem sentido falar de gestão democrática no contexto de uma educação tecnocrática ou autoritária. Ela deve ser coerente com uma concepção democrática e emancipadora da educação. Por que os representantes das escolas privadas rejeitaram, em 1988, na Constituinte, a gestão democrática? Porque, em geral, o ensino privado não trabalha com uma concepção emancipadora da educação. Mas existem também sistemas públicos de educação que não valorizam a gestão democrática porque têm uma visão elitista da educação, 32 porque separam os que sabem dos que não sabem, os que mandam dos que devem obedecer. O tema da gestão democrática da educação com participação popular ganha ainda mais relevância hoje, no momento em que se discute a criação do Sistema Nacional de Educação que define a articulação e a cooperação entre os entes federados. Essa lógica colaborativa só tem sentido se for cimentada pela gestão democrática e tiver por finalidade a construção de uma “sociedade livre, justa e solidária”, como determina o Inciso I do artigo terceiro da Constituição Federal de 1988. 5.1.2 - Gestor escolar e o desenvolvimento da ação Pedagógica O gestor escolar desempenha uma importante função no processo educacional de uma instituição de ensino. O andamento dos trabalhos realizados pelas equipes pedagógicas e administrativas, os especialistas em educação, professores e demais funcionários, pais e alunos, enfim, todos que compreendem a comunidade escolar dependem das decisões finais de seu gestor. Desta forma, podemos anunciar que uma das principais funções do gestor escolar consiste em oferecer o suporte necessário à comunidade escolar. Contudo, no desenvolvimento de suas ações, o gestor apresenta algumas dificuldades em interagir com todos os envolvidos. Torna-se um desafio organizar, direcionar e efetivar um relacionamento eficiente na área educacional, direcionado para uma postura de gestão participativa. Como também, assumir iniciativas adequadas e oferecer novas possibilidades de mudanças que possam gerar resultados concretos, com ações resultantes de um trabalho objetivando os processos educativos. O gestor escolar necessita articular, acompanhar e intervir na elaboração, execução e avaliação da proposta pedagógica, visando o desempenho de qualidade de seu estabelecimento de ensino. Segundo a LDB nº 9.394/96, artigo 12, cabe aos estabelecimentos ou instituições de ensino a incumbência de: I – elaborar e executar sua proposta pedagógica; 33 II – administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros; III – assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidas; IV – zelar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente; V – prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento; VI – articular-se com as famíliase a comunidade, criando processos de integração da sociedade com a escola; VII – informar pai e mãe, conviventes ou não com seus filhos, e, se for o caso, os responsáveis legais, sobre a frequência e rendimento dos alunos, bem como sobre a execução da proposta pedagógica da escola; VIII – notificar ao conselho tutelar do município, ao juiz competente da comarca e ao respectivo representante do Ministério Público a relação dos alunos que apresentem quantidade de faltas acima de 50% (cinquenta por cento) do percentual permitido em lei. O gestor escolar necessita ter conhecimento sobre a organização administrativa e pedagógica da escola e sobre como utilizar os resultados das avaliações realizadas na educação, visando a melhoria da qualidade do ensino. O gestor, ao pensar na organização administrativa de uma escola, precisa considerar os aspectos inerentes da função pedagógica. Assim, a compreensão das atividades da escola enquanto instituição social, juntamente com as finalidades da educação e objetivos sociais, sinaliza a necessidade da participação de todos os envolvidos no processo de gestão. Segundo Libâneo (2004), a direção aciona de forma integral ou articuladamente todos os elementos que constituem o processo organizacional, do planejamento até a avaliação, abrangendo a mobilização, liderança, motivação, comunicação e coordenação. Além disso, gerenciar também significa coordenar esforços para articular e convergir às ações da equipe na busca dos objetivos educacionais. 34 CONSIDERAÇÕES FINAIS Podemos pensar na escola como um conjunto de elementos individuais, estruturais, culturais e políticos. No entanto, o comportamento nas organizações não depende apenas dos seus elementos e de suas forças ambientais, mas também da interação dos elementos. Assim, o comportamento organizacional é o resultado da relação dinâmica entre seus elementos. Mais especificamente, o comportamento é uma função da interação de estrutura, indivíduo, cultura e política, interação essa limitada pelas forças ambientais. As escolas são organizações de serviço comprometidas com o ensino e a aprendizagem. O mundo vem passando por grandes transformações e nesta aldeia global necessitamos de cidadãos versáteis, criativos e competentes, e para tal devemos contar com uma educação moderna de qualidade, apoiada na competência científica e política. Educação de qualidade passa necessariamente, pelo pedagógico, pelo compromisso, participação e envolvimento de todos: governo, sociedade, comunidade, pais, professores e especialistas Na verdade, sua própria existência baseia-se nessa atividade. As escolas, mais do que qualquer outro tipo de organização, devem ser organizações de aprendizagem, ou seja, locais onde os participantes continuamente expandam suas capacidades de criar e realizar, onde novos padrões de pensamento sejam incentivados, onde aspirações coletivas sejam acalentadas, onde os participantes aprendam a como aprender juntos, e onde à organização amplie sua capacidade de inovação e de resolução de problemas. A tarefa de construir uma nova escola é trabalho coletivo. Lembramos que o coletivo não significa fazerem todos a mesma coisa, mas identificar as competências específicas e utilizá-las em busca de objetivos comuns. A qualidade do ensino e da aprendizagem está no cerne da melhoria da escola, e a mudança real e duradoura só pode vir daquilo que os professores e a equipe de apoio fazem consistentemente nas salas de aula e em outras áreas de aprendizagem da escola (BRIGHOUSE; WOODS, 2010). Em última análise, o objetivo da escola é a aprendizagem do aluno. 35 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE, L. Atribuições do Orientador Educacional na Rede Pública de Ensino do Distrito Federal. Orientação Educacional em Ação. SEEDF, dez. 2010. Disponível em: . Acesso em: 24 jun. 2017. BRASIL. Lei nº 12.014, de 6 de agosto de 2009. Altera o art. 61 da Lei nº 9394 de 20 de dezembro de 1996, com a finalidade de discriminar as categorias de trabalhadores que se devem considerar profissionais da BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Define as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial da União, Brasília, 23 dez. 1996. CURY, Carlos Roberto Jamil. 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