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Diabetes Mellitus

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Diabetes Mellitus 1
Diabetes Mellitus
Critérios diagnósticos:
Normal:
Glicemia de jejum (8h):  100.
TOTG  140.
HbA1c:  5,7%.
Pré-diabetes:
Glicemia de jejum (8h): 100  125 (alterada).
TOTG 140  199 (tolerância à glicose diminuída).
HbA1c: 5,7%  6,4% (risco de diabetes).
DM são necessários pelo menos dois critérios, que precisam ser 
confirmados em mais um exame. A única situação que não é necessário 
confirmação é se a glicemia casual for  200mg/dL com sintomas.
Glicemia de jejum (8h):  126.
TOTG  200.
Glicemia casual:  200 com sintomas.
HbA1c:  6,5%.
Os principais sintomas de DM são: poliúria, polidipsia, polifagia, perda de peso, 
turvação visual, complicação aguda CAD ou EHH e tendência a infecções 
(candidíase vaginal, balanopostite, infecções cutâneas) e/ou dificuldade de 
cicatrização.
A HBA1c é uma média glicêmica dos últimos 90 dias, refletindo o controle 
glicêmico. Porém, é importante considerar situações que alteram falsamente a 
HbA1c, como quando ocorrem mudanças na meia-vida das hemácias (aumento 
do turnover das hemácias reduz a HbA1c, redução do turnover das hemácias 
aumenta a HbA1c).
A frutosamina e albumina são proteínas séricas que reagem com a glicose. 
Sua interpretação parte do mesmo princípio da HbA1c, porém refletem as 
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últimas 2 a 3 semanas. Não é um método utilizado para diagnóstico, apenas 
para seguimento.
No que tange ao tratamento, o alvo glicêmico deve ser individualizado, de 
acordo com a situação de cada paciente. É permitido um tratamento menos 
rigoroso se houver presença de doença macrovascular estabelecida IAM ou 
AVC, baixa expectativa de vida, baixa motivação para realizar o tratamento, 
impossibilidade pessoal ou social de exercer todos os requisitos para o cuidado 
com o diabetes, falta de recursos e risco de hipoglicemia. Para pacientes 
recém-diagnosticados, as metas são mais apertadas. Normalmente, para a 
maioria dos adultos, preconiza-se uma HbA1c  6,5%.
Ainda em relação ao tratamento, é muito importante que os pacientes com DM 
realizem todas as doses das vacinas, incluindo vacina contra influenza anual, 
contra herpes-zoster a partir dos 60 anos, contra hepatite B e contra o 
pneumococo.
O tratamento nutricional deve incluir redução da ingesta calórica, manutenção 
da alimentação balanceada, evitar o açúcar, limitar a ingestão de álcool e 
aumentar a ingestão de fibras.
Antidiabéticos
� Sensibilizadores de Insulina: biguanidas e glitazonas. Reduzem a RI sem 
aumentar a secreção pancreática, com baixo risco de hipoglicemia.
a� Biguanidas: metformina.
Causa discreta perda de peso.
Deve ser administrada após as refeições, iniciando com 500 ou 
850mg/dia e aumentando semanalmente até 2550mg/dia. As 
apresentações de liberação lenta Glifage XR podem ser 
administradas 1x/dia.
É necessário ajuste renal e é contraindincado se DRC grave. Deve 
ser suspensa em situações de risco para piora da função renal 
(como cirurgias), reiniciando 2 dias depois.
Os principais efeitos adversos são gastrointestinais, normalmente 
transitórios e podendo melhorar com redução temporária da dose, 
administração com refeições ou uso de formulações de longa 
duração. A acidose lática é muito rara.
Diabetes Mellitus 3
Pode reduzir a absorção da vitamina B12  monitorar!
b� Glitazonas: pioglitazona.
Pode levar ao ganho de peso, mas reduz os depósitos viscerais de 
gordura no músculo e no fígado, melhorando a esteatose hepática.
A dose é de 15 a 45mg/dia e não necessita de ajuste renal.
O efeito colateral mais comum é o ganho de peso e o mais grave é a 
insuficiência cardíaca por retenção hídrica. Também pode reduzir a 
massa óssea, com aumento do risco de fratura.
� Secretagogos: glinidas e sulfonilureias. Aumentam a produção de insulina, 
independente da glicemia, podendo precipitar hipoglicemia e ganho de 
peso.
a� Sulfonilureias: primeira geração (tolbutamida e clorpropamida) e 
segunda geração (glibenclamida, glicazida, glipizida e glimepirida — 
menor risco de hipoglicemia).
O efeito colateral mais preocupante é a hipoglicemia e suas 
complicações. Os pacientes devem ficar em observação por, pelo 
menos, 24h.
b� Glinidas: têm ação mais rápida e começam a agir após 5 a 10min da 
administração. O pico de ação é mais curto (1h) e têm menor duração 
(até 5h).
Administra-se de 1 a 30 minutos antes das principais refeições para 
cobrir o aumento da glicemia.
� Incretinomiméticos: agonistas do receptor de GLP1 e inibidores de DPP4. 
Aumentam a secreção de insulina porém de forma dependente da glicose, 
o que cursa com menor risco de hipoglicemia.
a� Agonistas do Receptor de GLP1 liraglutida, semaglutida, dulaglutida, 
exenatida e lixisenatida.
Promove perda de peso, reduz a progressão da nefropatia, diminui 
o risco de DCV, reduz a PA (aumenta a eliminação de Na e tem 
efeito vasodilatador).
Uma das classes mais potentes no que diz respeito à queda de 
HbA1c.
Diabetes Mellitus 4
Inicia-se com doses baixas e aumenta progressivamente a cada 7 a 
14 dias, até a dose máxima. A maior parte é de aplicação 
subcutânea.
Também podem ser comercializados em associação com a insulina, 
permitindo ao paciente apenas uma aplicação para injetar duas 
medicações.
Podem ocorrer sintomas gastrointestinais, melhorando com a 
redução ou progressão mais lenta das doses.
Contraindicado em portadores de neoplasia endócrina múltipla do 
tipo 2 ou pacientes com história familiar de carcinoma medular.
b� Gliptinas (inibidores de DPP4 sitagliptina, linagliptina, alogliptina, 
vildagliptina e saxagliptina.
O DPP4 degrada o GLP1, então, ao inibi-los, os níveis séricos de 
GLP1 aumentam.
Melhoram o controle glicêmico mas não impactam no peso.
Não é recomendado o uso de saxagliptina e alogliptina em 
pacientes com insuficiência cardíaca.
� Espoliadores de glicose: inibidores de SGLT2 (glicosúricos) e inibidores 
da absorção intestinal de glicose.
a� Inibidores da alfa-glicosidase: acarbose.
Age na glicemia pós-prandial, reduzindo a absorção do amido.
Administrada antes das 3 refeições principais, sendo iniciada com 
25mg 1 a 2x/dia e aumentando lentamente até 50 a 100mg a cada 
refeição.
Influência neutra no peso, podendo causar perda.
Apresenta efeitos gastrointestinais devido à passagem de 
carboidratos não digeridos pelo cólon, com produção de gás 
metano.
Contraindicado em pacientes com DRC.
b� Inibidores de SGLT2 empaglifozina, canaglifozina, dapaglifozina.
Aumentam a excreção de glicose pela urina, impedindo sua 
reabsorção no TCP.
Diabetes Mellitus 5
Causa redução de peso e redução da PA.
O efeito colateral mais comum é o aumento de infecções do trato 
gênito-urinário devido ao aumento de glicose na região genital. No 
início do tratamento, pode haver redução da função glomerular, 
geralmente transitória.
� Insulina:
a� DM 1
O tratamento deve mimetizar a fisiologia pancreática, com a 
liberação basal e pós-prandial. Para replicar essa ação, usamos:
Ação prandial: insulinas rápidas ou ultrarrápidas — antes da 
refeição.
Ação basal: insulinas de ação ultralonga 1 a 2x/dia), longa 1 a 
2x/dia) ou intermediária 3x/dia).
As doses iniciais variam de 0,4 a 1 UI/kg/dia, com 40 a 50% da 
dose basal e 50 a 60% da dose prandial (dividida em 3 doses — 
antes do café, almoço e jantar).
Aumentar a dose se: puberdade, gestação, uso de corticoide e 
estresse metabólico.
Diminuir a dose se: idosos, baixo peso, insuficiência renal.
O normal da variação da glicemia pré e pós (2h) prandial é de 
até 40mg/dL.
Cálculo da dose:
Dose total diária = peso pct x 0,5 [pode ser de 0,4 a 1
Dose basal  DTD/2.
Dose prandial  DTD/2.
b� DM 2
Inicia-se com a insulina basal e monitora-se a glicemia em jejum 
para titular a dose. Além disso, pode-se associar antidiabéticos 
orais para otimizar o tratamento.
A titulação da dose geralmente ocorre com avaliação da 
glicemia capilar por 3 a 4 dias, sendo orientado:
Diabetes Mellitus 6
Se glicemia  130mg/dL, aumentar de 2a 4 U.
Se qualquer valor de glicemia  70mg/dL, reduzir a dose.
Após o acerto da dose, monitora-se a HbA1c. Se estiver dentro 
da meta, mantem-se o tratamento. Se estiver alta, orienta-se a 
monitorização pré e pós-prandial e inicia-se a insulina de ação 
rápida ou ultrarrápida antes das refeições que tiverem 
incremento maior que 50mg/dL.
💡 Insulina
Ultrarrápida: asparte.
Rápida: regular.
Intermediária: NPH.
Longa duração: glargina U100 1x/dia), detemir 2x/dia), 
degludeca (ultralenta), glargina U300 (ultralenta)
💡 Antidiabéticos não insulínicos
Podem ser usados na DRC grave: glitazona, iDPP4, aGLP1.
Não podem ser usados se TFG  30mL/min: metformina, glifozina, 
acarbose e sulfonilureias.
💡 TABELA DE AJUSTE DE ACORDO COM A FUNÇÃO RENAL PÁG 525 
DA APOSTILA.

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