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1 Mayra Alencar @maydicina | HABILIDADES CLÍNICAS V – ORTOPEDIA | P5 | 2021.1 MEDICINA UNIT AL ANAMNESE DA COLUNA • Alguns dados da identificação podem orientar no diagnóstico das doenças da coluna vertebral, destacando-se a idade, o sexo e a profissão. RECÉM-NASCIDO: malformações congênitas, tais como hemivértebras e mielomeningocele. INFÂNCIA: defeitos posturais e processos infecciosos, podendo ocorrer escoliose. PRÉ-ADOLESCÊNCIA: desvios posturais, especialmente em mulheres. Escoliose idiopática e dorso curvo (acentuação da cifose dorsal). SEGUNDA A QUARTA DÉCADA E EM TRABALHADORES BRAÇAIS: hérnias discais e de processos degenerativos (espondiloartrose); distúrbios posturais, espondilite anquilosante. IDADE AVANÇADA: osteoporose senil e metástases neoplásicas (mama e próstata). • O tempo de evolução da doença é fundamental → surto ou contínua. Osteoporose e espondiloartrose: o curso evolutivo é mantido de modo uniforme, a sintomatologia inicial, persiste por toda a sua evolução. Hérnia discal: sintomas surgem episodicamente, por surtos. • Os antecedentes patológicos pessoais auxiliam no diagnóstico de doenças infecciosas como tuberculose ou infecções piogênicas. • A história relatada pelo paciente de dor na coluna, principalmente nas regiões dorsal e lombossacra, com a característica de piorar com o repouso e melhorar com movimentos, é sugestiva de espondilite anquilosante, em especial caso se trate de paciente do sexo masculino, entre 20 e 40 anos de idade. SINAIS E SINTOMAS • Os principais sintomas são: dor e rigidez muscular, além de manifestações sistêmicas. DOR • A dor na coluna pode ser na cervical, dorsal ou lombossacral, ou em toda a sua extensão. • Deve ser analisada nos seguintes aspectos: intensidade, duração, localização, irradiação, fatores agravantes, precipitantes ou atenuantes e dor referida. • Dores agudas de curta duração → afecções compressivas ou infecciosas. • Dores de longa duração → afecções degenerativas ou inflamatórias. • Doença reumatoide juvenil → localização no segmento cervical. • Espondilite anquilosante do jovem → localização nas regiões dorsolombar e sacroilíacas. Dor clássica que melhora com os movimentos e piora à noite. • Processos degenerativos e metabólicos → localização múltipla (cervical, dorsal e lombossacral). • Dor na coluna vertebral (principalmente cervical e lombosacral), quando irradia para os membros → possibilidade de comprometimento radicular, cuja etiologia pode ser degenerativa (discoartrose) ou compressiva (hernia discal ou neoplasia). • Hérnia discal → dor contínua, mesmo em repouso, e com grande piora aos movimentos. • Espondiloartrose → dor melhora com repouso, piora no início dos movimentos, mas melhora com o decorrer deles. DOR REFERIDA → uma dor que pode ser percebida na coluna, sem ser originada nela. Ex: pancreatite aguda (percebida na coluna toracolombar), úlcera duodenal (coluna torácica), origem renal (coluna lombar), afecções ginecológicas (coluna lombossacral). Exame da Coluna Deve-se pesquisar sempre a possibilidade de traumatismo antes do início do quadro clínico na eclosão de enfermidades como fratura e hérnia de disco. Os processos degenerativos (osteoartrose) costumam acarretar dor de pequena a média intensidade, enquanto nas enfermidades compressivas (hérnia discal e neoplasias) e infecciosas costuma ser intensa. 2 Mayra Alencar @maydicina | HABILIDADES CLÍNICAS V – ORTOPEDIA | P5 | 2021.1 MEDICINA UNIT AL RIGIDEZ → A rigidez pós-repouso, geralmente matinal, costuma ocorrer tanto em doenças inflamatórias quanto degenerativas. A rigidez de origem inflamatória é mais persistente, ou seja, o paciente levanta-se com dor e rigidez na coluna, que persiste por tempo prolongado, enquanto nos processos degenerativos o paciente pode levantar-se com rigidez, mas ela é fugaz, passageira e logo desaparece. MANIFESTAÇÕES SISTÊMICAS → Deve-se indagar sobre a presença ou não de manifestações sistêmicas acompanhando a sintomatologia vertebral, tais como febre, anorexia e perda de peso. A presença desses sintomas é comum na tuberculose, na espondilite anquilosante e nas neoplasias, enquanto na espondiloartrose e na osteoporose idiopática geralmente estão ausentes. EXAME FÍSICO DA COLUNA INSPEÇÃO ESTÁTICA FRONTAL • Simetria das cinturas escapular e pélvica. • Ângulo toracolombar (talhe). • Alinhamento dos membros inferiores. • Orientação das patelas. • Posicionamento dos pés quanto ao alinhamento dos calcâneos (visão frontal posterior) e quanto à presença ou não dos arcos plantares. PERFIL • Grau de lordose lombar ou cervical e cifose torácica. • Posicionamento da pelve em relação a linha de gravidade (se há retroprojeção ou anteroprojeção da pelve). • Presença ou não do genu recurvatum nos mmii (importante nos desvios posturais). Os movimentos também deverão ser observados nos mesmos planos. • Modificações da cor da pele. ATITUDE/POSIÇÃO DO PACIENTE POSIÇÃO ANTÁLGICA → posição comum na hérnia discal, que o paciente adota na tentativa de obter alivio da dor. POSIÇÃO DE ESQUIADOR → aumento da lordose cervical, por cifose dorsal, por lordose lombossacra e por flexão dos joelhos, causada pelo estágio avançado de espondilite anquilosante. INSPEÇÃO DINÂMICA COLUNA CERVICAL • Flexão → quando a cabeça é projetada para frente, o mento tocando na fúrcula esternal. • Extensão → quando a caebeça é projetada para trás. • Rotação ou torção → deve ser avaliada com o paciente sentado. • Lateralidade direita e esquerda → também com o paciente sentado Circundação é a soma dos movimentos anteriores. Desnivelamento das escápulas → desvios de lateralidade (escoliose). Desnivelamento da cintura pélvica → discrepância no comprimento dos mmii. Orientação interna das patelas → alterações na anteroversão do colo femoral. 3 Mayra Alencar @maydicina | HABILIDADES CLÍNICAS V – ORTOPEDIA | P5 | 2021.1 MEDICINA UNIT AL COLUNA TORÁCICA E LOMBOSSACRAL Reduzida mobilidade da coluna torácica. • Flexão → quando o tronco é projetado para frente. • Extensão → quando o tronco é projetado para trás. • Rotação ou torção direita e esquerda → devem ser avaliadas com o paciente na posição sentada. • Lateralidade → quando o tronco se aproxima da bacia no plano frontal. O exame neurológico é indispensável nos pacientes com dor irradiada para os membros (cervicalgias, cervicobraquialgias, lombalgias e lombociatalgias). PALPAÇÃO • Massas musculares, procurando hipertrofias e retificação da coluna. • Apófises espinhosas e espaços intervertebrais, fundamental nas afecções inflamatórias e compressivas, pois acarreta dor. MANOBRAS ESPECIAIS COLUNA CERVICAL MANOBRA DE SPURLING: realizada com flexão lateral da cabeça do paciente. O teste é positivo quando ocorre aumento dos sintomas radiculares na extremidade. Dores inespecíficas podem ser consequentes a aumento de pressão das superfícies articulares das vértebras ou devido a espasmos musculares. Reflexos Nos casos de compressão radicular, como ocorre em hérnias discais, podem estar diminuidos ou abolidos os seguintes reflexos: Bicipital: intrgridade de C5. Braquirradial: integridade de C6. Tricipital: integridade de C7. Patelar: integridade de L4. Patelar e aquileu: integridade de L5 e S1. 4 Mayra Alencar @maydicina | HABILIDADES CLÍNICAS V – ORTOPEDIA | P5 | 2021.1 MEDICINA UNIT AL TESTE DE DISTRAÇÃO: com o paciente sentado e as mãos do examinador no queixo e na região posterior da cabeça do paciente, realiza-se a distração da região cervical, a qual, ao abrir os forames neurais, pode aliviar a dor consequente à compressão radicular nesse nível. SINAL DE LHERMITTE: usado para o diagnóstico de irritaçãomeníngea, sendo visualizado também na esclerose múltipla. Com o paciente sentado, flete-se a cabeça de encontro ao tórax, podendo-se sensibilizar o teste com a flexão dos quadris. É positivo quando o paciente refere dor ou parestesias, podendo também se queixar de dor irradiada para as extremidades. SINAL DE BRUDZINSKI : flexão involuntária da perna sobre a coxa, e desta sobre a bacia ao se tentar antefletir a cabeça. Pode significar meningite, que se deve à compressão nervosa causada pela doença. MANOBRA DE ADSON: testa a permeabilidade da artéria subclávia que pode ser comprimida pela costela cervical ou contratura dos músculos escalenos anterior e médio. Palpando-se o pulso radial, deve-se abduzir e rodar externamente o membro superior do paciente. Em seguida, o paciente deve prender a respiração e mover a cabeça em direção ao membro examinado. Qualquer compressão da artéria será percebida como uma diminuição ou mesmo desaparecimento do pulso. MANOBRA DE VALSALVA: paciente prende a respiração e faz força como se quisesse evacuar. Esse teste acarreta aumento da pressão intratecal. Se houver afecção expansiva ou compressiva (neoplasias, hérnia discal), o paciente relata dor. 5 Mayra Alencar @maydicina | HABILIDADES CLÍNICAS V – ORTOPEDIA | P5 | 2021.1 MEDICINA UNIT AL TESTE DE KERNING: com a pessoa em decúbito dorsal, o profissional segura a coxa do paciente, fletindo-a sobre o quadril e depois esticando-a para cima, enquanto a outra se mantém esticada e depois faz o mesmo com a outra perna. Se no movimento em que a perna é esticada para cima, ocorrer a flexão involuntária da cabeça ou a pessoa sentir dor ou limitações, pode ser meningite. COLUNA TORÁCICA MANOBRA DE ADAMS: serve para investigar se há escoliose, solicitando-se ao paciente que faça flexão do tronco e observa-se o contorno do dorso. FIO DE PRUMO: verificação do alinhamento da coluna. O fio é apoiado na 7ª vértebra cervical, o fio deve acompanhar a linha média até o sulco interglúteo. A presença de desvio do eixo vertebral será notada e, se a coluna estiver muito desviada, não permitindo que a cabeça fique centrada sobre a pelve, o fio de prumo não passará sobre o sulco interglúteo, podendo essa distância ser medida. COLUNA LOMBAR TESTE DE LASÈGUE: elevação do membro inferior estendido sobre a bacia, manobra que acarreta estiramento do nervo ciático. Se houver compressão, ocorre dor no trajeto do nervo. O sinal é positivo quando surge dor até 60º (ângulo formado pelo membro elevado e pela mesa de exame). Bloqueio e dor até 30º sugerem hérnia discal. PATRICK/FABERE: é um teste especial realizado em um exame físico para avaliar as articulações sacroilíacas e do quadril de pacientes que possuem dor lombar. Realizado para diferenciar a radiculopatia lombar de uma patologia intrínseca do quadril. Se dor na região anterior da virilha: artrite do quadril, patologia do íliopsoas. Se dor no quadril posterior: patologia sacroilíaca.
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