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1 ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br LABORATÓRIO DE HEMATOLOGIA TIPAGEM SANGUÍNEA TIPAGEM SANGUÍNEA A tipagem sanguínea é o teste laboratorial utilizado para classificação do tipo sanguíneo de determinada amostra de sangue entre as possibilidades do sistema ABO e do sistema Rh, comumente utilizados na prática transfusional e na investigação da incompatibilidade materno-fetal. O sistema ABO foi descrito em 1900 por Landsteiner, que determinou os antígenos A, B e, posteriormente, o que conhecemos por grupo O, e Decastello descreveu o fenótipo AB. A tipagem sanguínea é realizada conforme a presença (grupos A, B ou AB) ou ausência (grupo O) de antígenos na superfície dos eritrócitos (também chamados de aglutinógenos), que são identificados laboratorialmente pelo teste direto de tipagem sanguínea, por meio da observação macroscópica da reação de aglutinação das hemácias (hemaglutinação) provocada pelos anticorpos monoclonais (reagentes específicos), quando juntamente adicionados. O princípio da reação baseia-se nos eritrócitos humanos classificados em quatro tipos: A, B, AB e O, de acordo com a presença e ausência de antígenos (aglutinógenos) fortemente imunogênicos na sua superfície. Assim, indivíduos que apresentam o antígeno A na superfície dos eritrócitos são considerados do tipo sanguíneo A; os que apresentam o antígeno B na superfície dos eritrócitos são considerados do tipo sanguíneo B; os que apresentam os antígenos A e B na superfície dos eritrócitos são considerados do tipo sanguíneo AB; e os indivíduos que não apresentam o antígeno A nem o antígeno B na superfície dos eritrócitos são considerados do tipo sanguíneo O. Posteriormente, foi descrito o método reverso de tipagem sanguínea, que tem como fundamentos (1) a presença anticorpos (também chamados de aglutininas) dirigidos contra os antígenos A e B e (2) que o soro de uma pessoa não contém anticorpos para o antígeno presente em seus próprios eritrócitos, e sim contra aqueles que não apresenta. Por exemplo, os indivíduos do tipo sanguíneo A têm naturalmente anticorpos contra o antígeno B; já os indivíduos do tipo sanguíneo B têm naturalmente 2 ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br LABORATÓRIO DE HEMATOLOGIA TIPAGEM SANGUÍNEA anticorpos contra o antígeno A. Como os indivíduos do tipo sanguíneo AB apresentam os dois antígenos, não têm anticorpos contra nenhum deles, e o sangue do tipo O, que não contém antígenos A nem B, tem naturalmente anticorpos contra esses antígenos. Esses grupos ABO compõem os tipos sanguíneos de 99% da população, mas o 1% restante é composto pelos subgrupos, que apresentam reatividade fraca (devido a alterações genéticas) nos testes clássicos de tipagem sanguínea e, por isso, demandam técnicas mais sensíveis para identificação. O sistema Rh, que é o segundo mais importante sistema eritrocitário, foi descoberto em 1939, em humanos, por Levine e Stetson. A nomenclatura Rh remete ao modelo experimental (descrito por Karl Landsteiner e Alexander S. Wiener) utilizado na classificação do sistema, o macaco do gênero Rhesus (Macaca mulatta), mas atualmente sabe-se que se refere ao aloanticorpo anti-D, que reconhece proteínas transmembrana denominadas antígenos D e que estão localizadas também na superfície das hemácias. Embora o sistema apresente extenso polimorfismo, apenas a classificação RhD, ou seja, a identificação da presença ou ausência do antígeno D, deve ser realizada obrigatoriamente nas rotinas pré-transfusionais e em doadores de sangue. Em algumas condições menos frequentes, uma pessoa pode apresentar na superfície de seus eritrócitos o antígeno D em pequenas quantidades (D fraco) ou modificado em sua estrutura (D parcial). Portanto, para todos os casos de resultado Rh negativo (não aglutinação) na testagem clássica (direta), é necessária a realização da investigação dessas condições por testes específicos. No entanto, a classificação rotineira do sistema Rh/D refere-se somente à presença ou à ausência do antígeno D. Contrariamente ao sistema ABO, não há prova reversa, pois os indivíduos não apresentam naturalmente anticorpos séricos contra o antígeno D, só mediante sensibilização prévia. As características do sistema de tipagem sanguínea ABO/Rh descritas anteriormente demonstraram a importância da compatibilidade ABO na prática transfusional e da incompatibilidade materno-fetal, sendo obrigatória a testagem dos eritrócitos do doador e do receptor antes de qualquer transfusão sanguínea e a investigação da possibilidade de desenvolvimento de doença hemolítica perinatal, como eritroblastose fetal. 3 ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br LABORATÓRIO DE HEMATOLOGIA TIPAGEM SANGUÍNEA A incompatibilidade sanguínea transfusional ou materno-fetal pode resultar em reações hemolíticas imediatas, podendo levar à morte de um indivíduo. As manifestações clínicas mais comuns de reação transfusional hemolítica são febre, calafrios, hematúria, dores torácicas, hipotensão e náuseas, seguidas ou não por agravamento com coagulações intravasculares, insuficiências renais e choque. 4 ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br LABORATÓRIO DE HEMATOLOGIA TIPAGEM SANGUÍNEA REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Hospitalar e de Urgência. Imuno‑hematologia laboratorial. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2014. GIRELLO, Ana; KUHN, Telma. Fundamentos de imuno-hematologia eritrocitária. São Paulo: Senac, 2013. MELO, C. P. A.; FRANCO, J. M.; GARCIA, T. F. P.; NEVES, P. A. Manual Roca Técnicas de laboratório: sangue. São Paulo: Roca. Grupo Editorial Nacional, 2011. OLIVEIRA LIMA, A.; GRECO, J. B.; BENJAMIN SOARES, J.; CANÇADO, J. R.; GALIZZI, J. Métodos de laboratório aplicados à clínica: técnica e interpretação. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.
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