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TIPAGEM SANGUÍNEA

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LABORATÓRIO DE HEMATOLOGIA 
TIPAGEM SANGUÍNEA 
 
TIPAGEM SANGUÍNEA 
 
 
 
A tipagem sanguínea é o teste laboratorial utilizado para classificação do tipo 
sanguíneo de determinada amostra de sangue entre as possibilidades do sistema ABO e 
do sistema Rh, comumente utilizados na prática transfusional e na investigação da 
incompatibilidade materno-fetal. 
 O sistema ABO foi descrito em 1900 por Landsteiner, que determinou os 
antígenos A, B e, posteriormente, o que conhecemos por grupo O, e Decastello 
descreveu o fenótipo AB. A tipagem sanguínea é realizada conforme a presença (grupos 
A, B ou AB) ou ausência (grupo O) de antígenos na superfície dos eritrócitos (também 
chamados de aglutinógenos), que são identificados laboratorialmente pelo teste direto 
de tipagem sanguínea, por meio da observação macroscópica da reação de aglutinação 
das hemácias (hemaglutinação) provocada pelos anticorpos monoclonais (reagentes 
específicos), quando juntamente adicionados. 
O princípio da reação baseia-se nos eritrócitos humanos classificados em quatro 
tipos: A, B, AB e O, de acordo com a presença e ausência de antígenos (aglutinógenos) 
fortemente imunogênicos na sua superfície. Assim, indivíduos que apresentam o 
antígeno A na superfície dos eritrócitos são considerados do tipo sanguíneo A; os que 
apresentam o antígeno B na superfície dos eritrócitos são considerados do tipo 
sanguíneo B; os que apresentam os antígenos A e B na superfície dos eritrócitos são 
considerados do tipo sanguíneo AB; e os indivíduos que não apresentam o antígeno A 
nem o antígeno B na superfície dos eritrócitos são considerados do tipo sanguíneo O. 
Posteriormente, foi descrito o método reverso de tipagem sanguínea, que tem 
como fundamentos (1) a presença anticorpos (também chamados de aglutininas) 
dirigidos contra os antígenos A e B e (2) que o soro de uma pessoa não contém 
anticorpos para o antígeno presente em seus próprios eritrócitos, e sim contra aqueles 
que não apresenta. Por exemplo, os indivíduos do tipo sanguíneo A têm naturalmente 
anticorpos contra o antígeno B; já os indivíduos do tipo sanguíneo B têm naturalmente 
 
 
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anticorpos contra o antígeno A. Como os indivíduos do tipo sanguíneo AB apresentam 
os dois antígenos, não têm anticorpos contra nenhum deles, e o sangue do tipo O, que 
não contém antígenos A nem B, tem naturalmente anticorpos contra esses antígenos. 
Esses grupos ABO compõem os tipos sanguíneos de 99% da população, mas o 1% 
restante é composto pelos subgrupos, que apresentam reatividade fraca (devido a 
alterações genéticas) nos testes clássicos de tipagem sanguínea e, por isso, demandam 
técnicas mais sensíveis para identificação. 
O sistema Rh, que é o segundo mais importante sistema eritrocitário, foi 
descoberto em 1939, em humanos, por Levine e Stetson. A nomenclatura Rh remete ao 
modelo experimental (descrito por Karl Landsteiner e Alexander S. Wiener) utilizado na 
classificação do sistema, o macaco do gênero Rhesus (Macaca mulatta), mas atualmente 
sabe-se que se refere ao aloanticorpo anti-D, que reconhece proteínas transmembrana 
denominadas antígenos D e que estão localizadas também na superfície das hemácias. 
Embora o sistema apresente extenso polimorfismo, apenas a classificação RhD, 
ou seja, a identificação da presença ou ausência do antígeno D, deve ser realizada 
obrigatoriamente nas rotinas pré-transfusionais e em doadores de sangue. Em algumas 
condições menos frequentes, uma pessoa pode apresentar na superfície de seus 
eritrócitos o antígeno D em pequenas quantidades (D fraco) ou modificado em sua 
estrutura (D parcial). Portanto, para todos os casos de resultado Rh negativo (não 
aglutinação) na testagem clássica (direta), é necessária a realização da investigação 
dessas condições por testes específicos. 
No entanto, a classificação rotineira do sistema Rh/D refere-se somente à 
presença ou à ausência do antígeno D. Contrariamente ao sistema ABO, não há prova 
reversa, pois os indivíduos não apresentam naturalmente anticorpos séricos contra o 
antígeno D, só mediante sensibilização prévia. 
As características do sistema de tipagem sanguínea ABO/Rh descritas 
anteriormente demonstraram a importância da compatibilidade ABO na prática 
transfusional e da incompatibilidade materno-fetal, sendo obrigatória a testagem dos 
eritrócitos do doador e do receptor antes de qualquer transfusão sanguínea e a 
investigação da possibilidade de desenvolvimento de doença hemolítica perinatal, como 
eritroblastose fetal. 
 
 
 
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A incompatibilidade sanguínea transfusional ou materno-fetal pode resultar em 
reações hemolíticas imediatas, podendo levar à morte de um indivíduo. As 
manifestações clínicas mais comuns de reação transfusional hemolítica são febre, 
calafrios, hematúria, dores torácicas, hipotensão e náuseas, seguidas ou não por 
agravamento com coagulações intravasculares, insuficiências renais e choque. 
 
 
 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção 
Hospitalar e de Urgência. Imuno‑hematologia laboratorial. Brasília, DF: Ministério da 
Saúde, 2014. 
 
GIRELLO, Ana; KUHN, Telma. Fundamentos de imuno-hematologia eritrocitária. São 
Paulo: Senac, 2013. 
 
MELO, C. P. A.; FRANCO, J. M.; GARCIA, T. F. P.; NEVES, P. A. Manual Roca Técnicas de 
laboratório: sangue. São Paulo: Roca. Grupo Editorial Nacional, 2011. 
 
OLIVEIRA LIMA, A.; GRECO, J. B.; BENJAMIN SOARES, J.; CANÇADO, J. R.; GALIZZI, 
J. Métodos de laboratório aplicados à clínica: técnica e interpretação. 8. ed. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.

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