COLORAÇÃO DE LÂMINA HEMATOLÓGICA

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COLORAÇÃO DE LÂMINA 
HEMATOLÓGICA 
 
 
 
Para coloração de elementos figurados do sangue pode-se utilizar os corantes 
Wright ou panótico, sendo este último mais usado, composto por soluções de sais ácidos 
e básicos que possuem afinidade por estruturas citoplasmáticas e nucleares específicas 
das células, permitindo sua coloração. 
O método de Coloração Panótico baseia-se no princípio de coloração 
hematológica estabelecida por Romanowsky, atuando em 15 segundos. 
Tem-se a seguinte composição do kit de coloração panótico (concentração por 
litro): Panótico rápido n⁰ 1: Triarilmetano (1,0 grama) e Metanol (1000mL); Panótico 
rápido n⁰ 2: Xantenos (1,0 grama) e água deionizada (1000mL); Panótico rápido n⁰ 3: 
Tiazinas (1,0 grama) e água deionizada (1000mL). 
 O princípio da coloração panótico rápido do esfregaço sanguíneo, onde são 
analisadas hemácias (eritrócitos), plaquetas e leucócitos, se baseia na composição 
química das células do sangue. Os reagentes que compõe essa coloração são misturas 
de sais ácidos e básicos que permitem a coloração de estruturas citoplasmáticas e 
nucleares das células. 
As hemácias são células anucleadas compostas por moléculas de hemoglobina, 
que é um tetrâmero composto de dois tipos de cadeias de globina, sendo um deles 
contendo 141 aminoácidos e o outro contendo 146 aminoácidos, cada cadeia está ligada 
a um grupo heme que possui íon ferro no centro, o que permite o transporte de oxigénio 
pelo sistema circulatório. Por sua composição ácida a hemoglobina apresenta afinidade 
pelos corantes básicos, no entanto, a concentração dessa proteína dentro da célula 
poderá interferir na intensidade da coloração. 
As plaquetas são fragmentos celulares citoplasmáticos originados de 
megacariócitos, são anucleadas, e contêm RNA, mitocôndria, um sistema canicular, e 
vários tipos de grânulos e alfa grânulos, lisossomas, que não são visíveis em microscopia 
 
 
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ótica por coloração panótica. Estas possuem o formato de disco achatado quando 
inativas e assumem diversas formas quando estimuladas para atuarem na coagulação 
sanguínea. 
Os leucócitos, encontrados no esfregaço sanguíneo normalmente em menor 
quantidade, porém em maior complexidade estrutural que os dois elementos 
anteriores, são classificados em granulócitos (neutrófilos, eosinófilos e basófilos) e 
agranulócitos (linfócitos e monócitos). 
 Dentro dos grupos dos granulócitos dos leucócitos, a coloração se dá pela 
característica da composição (ácida ou básica) destes grânulos. As granulações 
constituem estruturas específicas dos granulócitos, estando relacionadas com a função 
de cada um. Há dois tipos de granulações leucocitárias: granulações primárias e 
secundárias. 
As granulações primárias são heterogêneas e aparecem na fase imatura da 
linhagem celular (denominada mieloblasto – que normalmente estão na medula óssea). 
São granulações grandes, arredondadas ou elípticas que se coram em vermelho-escuro 
pelos corantes panóticos; estão presentes nas linhagens neutrófilica, eosinófilica e 
basófilica, e diminuem em número à medida que as células amadurecem. Essas 
granulações são facilmente observadas por meio do microscópio óptico e possuem 
características de lisossomas (função digestória), com a seguinte constituição química: 
mieloperoxidase (MPO); proteína favorecedora de atividade bactericida (BPI); fosfatase 
ácida e outras enzimas hidrolíticas; proteínas antibacterianas catiônicas; fagocitina; 
lisozima; defensinas; catepsinas; proteoglicanos e proteinases. 
As granulações secundárias, são as observadas com maior frequência em 
esfregaços sanguíneos (sangue periférico) de exames de rotina, pois estão presentes 
principalmente nas células em sua fase madura (as que circulam na corrente sanguínea), 
embora surjam na fase de mielócitos. Conduzem à classificação dos leucócitos pela 
afinidade tintorial dos grânulos como: basófilos (afinidade por corantes básicos-azuis); 
eosinófilos (afinidade por corantes ácidos- vermelho/alaranjado) e neutrófilos 
(afinidade por corantes neutros). 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
 
LORENZI, T. F. Manual de hematologia: propedêutica e clínica. 4. ed. – Guanabara 
Koogan. 
 
HOFFBRAND, A. V.; MOSS, P. H. A. – Fundamentos em Hematologia, 6ª. Ed – Artmed. 
 
OLIVEIRA LIMA, A., GRECO, J.B., BENJAMIN SOARES, J., CANÇADO J. R., GALIZZI, J. 
Métodos de Laboratório Aplicados a Clínica: Técnica e Interpretação. págs 21-10 a 21-
11. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001, 8ª edição. 
 
MELO, C. P. A., FRANCO, J. M., GARCIA, T. F. P., NEVES, P. A., Manual Roca Técnicas de 
Laboratório Sangue. São Paulo: Editora Roca Ltda. editora integrante do GEN | Grupo 
Editorial Nacional, 2011.