Buscar

ISS: Imposto sobre Serviços

Prévia do material em texto

36
Contabilidade Tributária I
2. Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN)
Objetivos:
• Apresentar a estrutura básica do ISS e suas peculiaridades.
• Identificar os serviços em que há cobrança do imposto.
• Apurar a base de cálculo do ISS
• Compreender a dificuldade para realizar o recolhimento ao município que 
deve ter direito ao imposto.
• Explorar alguns detalhes do ISS, que é a principal fonte de receitas dos 
municípios grandes e médios.
• Conhecer a contabilização do ISS
2. ISS
O Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza, identificado por alguns com a sigla 
ISSQN, ou simplesmente ISS, é um tributo de competência dos Municípios e do Distrito 
Federal, conforme previsto no Art. 156 da Constituição Federal (CF) de 1988.
É a Lei Complementar (LC) nº 116, de 31/07/2013, com as alterações trazidas pela Lei 
Complementar (LC) nº 157, de 29/12/2016, que trata desse tributo de forma geral nas 
unidades da Federação do Brasil.
A cobrança do ISS, prevista no Art. 156 da CF/1988, e tratada, hoje, pela LC 116/2013, é 
regulamentada por leis municipais editadas por cada um dos Municípios que compõem 
a unidade Federativa do Brasil, identificadas como Código de Rendas dos Municípios.
É um tributo de competência dos municípios, que incide sobre os serviços prestados 
pelas empresas – pessoas jurídicas - ou pelos profissionais autônomos, desde que o fato 
gerador do serviço não seja de competência tributária do Estado ou União
.
 
A prestação de serviços de telecomunicação, geração e fornecimento de energia 
elétrica, transportes, não são tributados pelo ISS, devido ao fato de já serem tribu-
tados pelo Estado
Sabendo um pouco mais
37
João Vicente Costa Neto
2.1 Competência do ISS
O ISS tem sua estrutura básica definida na Constituição Federal, que estabelece:
a) competência aos municípios para instituir a cobrança do imposto;
b) prestação de serviços como fato gerador da respectiva obrigação tributária;
c) o preço do serviço como base de cálculo do imposto;
d) o prestador de serviço como contribuinte; 
e) os serviços onerados pelo imposto municipal são os definidos em lei 
complementar, não podendo fazer parte da lista os serviços que ficaram na 
competência dos Estados, como os serviços de transporte interestadual e 
intermunicipal e de comunicação (ICMS); e
f) a necessidade de lei complementar federal para regular a forma e as condições 
como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados.
2.2 Fato Gerador do ISS
O fato gerador do ISS é a prestação de serviços constantes da lista anexa à Lei 
Complementar no 116/03, ainda que esses não se constituam como atividade 
preponderante do prestador. O que faz nascer a obrigação tributária de pagar o imposto é 
a prestação de serviço, qualquer que seja sua denominação.
O ISS tem como fato gerador a prestação de serviços constante da lista anexa à LC 
116/2003 mesmo nos casos em que tais serviços não se constituam em atividade 
preponderante do prestador. O ISS também incide sobre o serviço proveniente do 
exterior ou cuja prestação de serviço se tenha iniciado no exterior.
Destaca-se que a incidência do ISS não depende da denominação dada ao serviço 
prestado. O ISS também incide sobre os serviços prestados mediante a utilização de bens 
e serviços públicos explorados economicamente mediante autorização, permissão ou 
concessão, com o pagamento de tarifa, preço ou pedágio pelo usuário.
2.2.1 Conceito de Serviço
Serviço se define como trabalho ou contraprestação mediante pagamento do 
encomendante, consubstanciado no fato econômico, cujo produto final quase sempre 
será incorpóreo, ou seja, sem existência física, a exemplo dos serviços de consultoria 
prestada por uma empresa especializada em tributos para um de seus clientes.
38
Contabilidade Tributária I
 
Elementos essenciais para ocorrência do fato gerador do ISS: (1) efetividade e 
habitualidade do serviço prestado; (2) autonomia do serviço prestado, assim 
entendido o serviço realizado em nome próprio; e (3) finalidade lucrativa da 
atividade prestada.
2.3 Não Incidência do ISS
O ISS não incide sobre:
a. as exportações de serviços para o exterior do país;
b. a prestação de serviços em relação de emprego, dos trabalhadores avulsos, dos 
diretores e membros de conselho consultivo ou de conselho fiscal de sociedades e 
fundações, bem como dos sócios-gerentes e dos gerentes-delegados; e
c. o valor intermediado no mercado de títulos e valores mobiliários, o valor dos 
depósitos bancários, o principal, juros e acréscimos moratórios relativos a operações 
de crédito realizadas por instituições financeiras.
A LC 116/03 disciplina que o serviço desenvolvido no Brasil, cujo resultado aqui 
se verifique, ainda que o pagamento seja feito por residente no exterior, estará 
sujeito ao ISS, inexistindo, no caso, a não incidência prevista 
2.4 Base de Cálculo do ISS
A base de cálculo do ISS é o preço do serviço prestado, entendido como o valor total 
cobrado em virtude da prestação do serviço, sem qualquer dedução, nem do próprio 
valor do imposto. Tal regramento está estabelecido no Art. 7º da LC 116/2003.
Por exemplo: uma empresa que presta serviço de consultoria a uma outra empresa, em 
que foi contratada para execução de determinado serviço, cujo preço foi de $100. Esse é o 
valor que servirá de base de cálculo do imposto. 
Sabendo um pouco mais
Sabendo um pouco mais

Mais conteúdos dessa disciplina