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DINÂMICA-SISTÊMICA-RELACIONAL-DA-FAMÍLIA

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DINÂMICA SISTÊMICA-RELACIONAL DA FAMÍLIA 
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SUMÁRIO 
 
NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 2 
Introdução ................................................................................................ 3 
Família: concepções múltiplas ............................................................. 5 
A família como sistema ........................................................................ 8 
A teoria estrutural da família ........................................................... 15 
Evolução e mudança da família ......................................................... 17 
Limites do conceito de família ........................................................ 22 
Família sistémica e a dinâmica dos subsistemas ............................... 25 
Processo de comunicação no sistema familiar ................................ 30 
REFERÊNCIAS ..................................................................................... 34 
 
 
 
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NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de 
empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como 
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a 
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua 
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, 
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o 
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Introdução 
 
 
A família, enquanto um grupo de pessoas, tem se constituído ao longo 
dos tempos como uma referência vital para o desenvolvimento humano no qual 
uma criança pode ser nutrida, cuidada e ensinada. Enquanto configuração e 
organização, esse grupo, denominado de família, foi sofrendo o impacto das 
mudanças da sociedade a partir do conjunto de valores e regras sociais 
predominantes que influenciavam diretamente no entendimento do papel dos 
indivíduos. Assim, ao longo do processo histórico humano, encontramos uma 
diversidade de formas, organizações, funções e papéis atribuídos à família, que 
foram se ancorando, seja numa perspectiva ideológico-religiosa, política ou 
econômica ou jurídica, seja sociológica, antropológica e também psicológica. 
Hoje, observamos e convivemos com uma diversidade maior de 
configurações familiares que revelam explicitamente como esse grupo humano 
foi se moldando, principalmente, ao conjunto de valores éticos, morais e 
científicos que predominam na sociedade atual. Nesse processo histórico de 
mudanças e acomodações do grupo familiar, é importante destacar que o 
entendimento da família como uma matriz humana de identidade foi se 
sustentando e se afirmando com maior vigor a partir do Século XVI. 
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Atualmente, a família é reconhecida por estudos científicos dos mais 
variados campos como uma das, senão a mais, importante rede social 
significativa de referência para o desenvolvimento humano. No marco dessas 
colocações, que apontam para as características da família quanto às 
mudanças, permanências e adaptações e dos estudos sobre família na 
perspectiva do pensamento sistêmico, que fundamentam o desenvolvimento da 
terapia familiar a partir da década de 1950, é que passamos a discorrer sobre a 
família enquanto um sistema singular, dinâmico e em constante 
desenvolvimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Família: concepções múltiplas 
 
A família não é um fato natural, diz respeito a uma conquista cultural, 
arraigada numa dimensão histórica de construção, ao longo dos séculos, e, 
consequentemente, atravessando mudanças (Bucher, 1999). Investigando as 
primeiras noções acerca da palavra “família”, encontra-se a concepção de que 
ela é originária do latim famulus. De acordo com o Dicionário Houaiss (2001), a 
etimologia da palavra “família” em latim denomina “domésticos, servidores, 
escravos, séquito, comitiva, cortejo, casa, família”. Na perspectiva de suas 
estruturas e funções, o termo “família” tem designado instituições e 
agrupamentos sociais diferentes. Tais organismos não tiveram necessariamente 
a reprodução quotidiana ou geracional como função específica ou exclusiva e, 
em vários momentos, desempenharam, simultânea e prioritariamente, funções 
políticas e econômicas (Silva, 2001). Destarte, o universo familiar é palco de 
múltiplas interpretações, especialmente quando se analisa essa instituição nas 
perspectivas da Psicologia, Antropologia, Sociologia, Filosofia, História e Direito. 
Petzold (1996) apontou que uma definição científica de família requisita 
levar em consideração a pluralidade de formas atuais dessa instituição. Na visão 
deste autor, a “abordagem ecopsicológica” parece ser apropriada para 
compreender todos os tipos de famílias, porque inclui uma ampla gama de 
formas de vida familiar, isto é, não somente as tradicionais, mas também, as 
alternativas. A definição de família, segundo este modelo, está baseada nas 
relações íntimas e intergeracionais, incorporando variáveis externas, 
características das relações de esposa ou não-esposa e das relações genitores-
criança, bem como com outras pessoas que podem fazer parte da família. 
De modo semelhante, Beavers e Hampson (1995) mencionaram que a 
família é necessária para a saúde do indivíduo mas, o modelo dessa instituição 
não deve ser obrigatoriamente o de uma família tradicional, e sim, de um grupo 
de pessoas comprometidas com o apoio mútuo, compartilhando suas 
expectativas e significados. Nesse sentido, uma família pode ser compreendida 
como um “grupo com história”, uma vez que as relações funcionais apresentam 
a tendência de serem duradouras (Anton, 2000). Esta noção implica que os 
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grupos familiares vão se transformando ao longo da vida basicamente em três 
aspectos fundamentais: estrutural, interacional e funcional (Relvas, 2003). 
Diante dessas contribuições teóricas, é relevante apontar o estudo 
apresentado por Costa (2003, p. 6), que a partir dos paradigmas psicanalítico, 
sistêmico e da teoria da complexidade, problematizou o papel da família na 
constituição da subjetividade do ser humano, revelando o seguinte: 
 
Nesse sentido, o autor relatou que ela abarca características, tais como 
repetição e continuidade, diferenciação, construção dos afetos e das emoções 
humanas, sentimento de pertinência, de “eu” e de existência. Também, deve ser 
entendida na confluência dos eixos fundamentais: o sincrônico, que versa sobre 
o aqui-e-agora, abarcando a dimensão consciente das relações; e o diacrônico, 
dinâmico, histórico, aprofundado e arraigado ao funcionamento inconsciente. 
Observa-se que a visão dos estudiosos até então apresentados revela 
que as concepções se entrecruzam em determinados pontos, como a construção 
de laços entre os sujeitos, quer sejam eles consanguíneos, consensuais, 
jurídicos ou afetivos. Tais laços revelam movimentos entre seus membros que 
os atam e desatam, fechando-se, ou abrindo-se para o mundo e para a vida. De 
acordo com Minuchin (1982, p. 53) “o sentido de pertencimento de cada membro 
é influenciado por seu sentido de pertencer a uma família específica”. Nessa 
linha de pensamento, é fundamental
questionar na contemporaneidade, as 
concepções acerca de vínculos consanguíneos, casamento, aliança e filiação 
(Costa, 2003). 
 O sentimento de pertencer a uma família envolve afeto, liberdade, 
reciprocidade, histórias compartilhadas, enfim, aspectos inerentes à condição do 
ser humano que abarcam questões conscientes e inconscientes. Os sujeitos que 
se distanciam geograficamente da família de origem podem, por exemplo, adotar 
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pessoas da comunidade em que vivem, para compor suas “novas” famílias, 
elegendo-as como também sendo seus membros familiares. Isso ocorre, 
comumente, entre os estudantes ou profissionais, os quais, em busca de melhor 
qualidade de vida, transferem-se de cidade e findam construindo outros grupos 
familiares, que podem ter caráter transitório, permanente, idealizado ou 
necessário. São amigos que semelhantemente passam, por exemplo, a 
representar membros familiares que acolhem, ou repreendem nos momentos de 
alegria, angústia, desespero, raiva, doença, entre outros, desempenhando 
simbolicamente o papel de pai, de mãe, de irmãos, de avós... 
Em síntese, o conceito de família é polissêmico. Restritamente, refere-se 
ao núcleo familiar básico e, amplamente, ao grupo de indivíduos vinculados entre 
si por laços consanguíneos, consensuais, jurídicos ou afetivos, que constituem 
complexas redes de parentesco e de apoio atualizadas de forma episódica, 
através de intercâmbios, cooperação e solidariedade, com limites que variam de 
cultura, região e classe social a outra (Segalen, 1999; Salles, 2002; Tuirán, 
2002). Portanto, verifica-se que o conceito de família é uma elaboração 
ideológica e social, e que fracassará qualquer tentativa de defini-la como uma 
instituição delimitada, com características universais (Carbonari, 2001). 
 
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Entrementes, a questão da definição do que vem a ser família é 
fundamental não apenas para o profissional direcionar o foco do seu trabalho, 
mas também para compreender o sujeito a ser investigado e o seu contexto 
familiar. Assim, antes de qualquer intervenção é recomendável indagar à pessoa 
o que ela compreende por família e quais os membros que para ela compõem 
esse grupo (Angelo, 2005). Seguindo essa orientação, antes da aplicação dos 
instrumentos, este questionamento foi realizado às filhas cuidadoras que 
participaram do presente estudo. 
Nesse cenário, como compreender as relações familiares de idosos com 
Alzheimer? As famílias funcionam como fortalezas ou são castelos vulneráveis 
diante dos desafios emocionais e financeiros advindos com o surgimento e 
desenvolvimento da doença? Quais fatores interferem nas atitudes e decisões 
tomadas pelos membros diante dos cuidados para com os idosos? Essas 
indagações permitem refletir sobre a importância de pensar as famílias numa 
perspectiva sistêmica. 
 
A família como sistema 
 
Revisando a literatura científica, detectou-se uma profusão de definições 
acerca do termo “sistema”. Entretanto, numa investigação realizada por Jordan 
(1974), foi visto que existe uma concepção comum a todas elas: a de que um 
“sistema” é compreendido como um conjunto de entidades ou elementos unidos 
por alguma forma de interação ou interdependência que compõe um todo 
integral. Similarmente, o biólogo Ludwig Von Bertalanffy (1975), considerado o 
precursor e pai da Teoria Geral dos Sistemas, destacou que os “sistemas” são 
complexos de subsistemas colocados em interação, ou seja, um conjunto de 
elementos que têm relações entre si e com o meio, em busca de um resultado 
final. 
Este pesquisador expressou a ideia de que a característica essencial de 
uma forma viva é a sua organização. Não basta investigar os constituintes e os 
processos de maneira isolada, pois a análise das partes e dos processos, 
separados uns dos outros, não propicia uma explicação completa do fenômeno 
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da vida. Traduzindo, um sistema é mais do que a soma de suas partes, no 
sentido de que um relógio é mais do que várias peças juntas funcionando. Nessa 
direção, o autor acreditava nos padrões de relacionamento dentro de um sistema 
ou entre os sistemas, oferecendo um arcabouço conceitual, para unificar as 
diversas disciplinas científicas que se tornaram isoladas e fragmentadas. De 
maneira elaborada, seria uma disciplina lógico-matemática, em si mesma formal, 
porém, aplicável às várias ciências empíricas. 
Essa unidade de ciência está calcada na isomorfia de leis em diversos 
campos, sendo desnecessária a descoberta dos mesmos princípios ou leis em 
diferentes campos isolados. Nesse sentido, a Teoria Geral dos Sistemas não 
proporcionaria apenas definições exatas dos conceitos mas também, os 
submeteria à análise quantitativa, quando esta fosse adequada para averiguar 
os fenômenos. Todavia, Capra (1996) mencionou que o objetivo de se ter uma 
disciplina aplicável às várias ciências empíricas não foi alcançado devido à 
carência de técnicas matemáticas para lidar com a complexidade dos fatos. 
No campo da Psiquiatria, a concepção de sistema foi difundida, com a 
intenção de desenvolver uma teoria unificada do comportamento humano. Na 
Psicologia, a teoria sistêmica foi apresentada e introduzida a partir dos teóricos 
da terapia familiar. Não obstante, nos primórdios da difusão deste tipo de 
atendimento psicoterápico, “a teoria dos sistemas era abstrata e tinha várias 
versões diferentes, de forma que podia ser – e era – traduzida de várias 
maneiras, dependendo da inclinação do teórico” (Nichols & Schwartz, 1998, p. 
79). 
 Bertalanffy (1975, p. 193) também apresentou a ideia de sistemas 
fechados e abertos, postulando que o sistema fechado é aquele em que não 
existe intercâmbio com o meio, ou seja, está orientado progressivamente para o 
caos interno, desintegração e morte. Já o sistema aberto é definido como “um 
sistema em troca de matéria com seu ambiente, apresentando importação e 
exportação, construção e demolição dos materiais que o compõem”. Assim, os 
organismos vivos são essencialmente abertos, uma vez que se mantêm com 
inputs contínuos advindos do ambiente e outputs dirigidos para o ambiente. 
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Na teoria sistêmica, a família pode ser considerada um sistema aberto, 
devido ao movimento de seus membros dentro e fora da interação de uns com 
os outros e com os sistemas extrafamiliares, num fluxo constante de informação, 
energia e material. Os comportamentos e as ações de um dos seus membros 
tanto influenciam como são influenciados pelos dos outros. Segundo Bucher 
(1986), a família, enquanto unidade sistêmica, apresenta-se como sendo a base 
do processo de individuação de seus membros e, por sua vez, é também 
influenciada por eles. Para Minuchin (1982), o sentido de separação e de 
individuação existe por meio da participação em diferentes subsistemas e 
contextos familiares, tanto quanto através da participação em grupos 
extrafamiliares. 
Esse processo de separação-individuação requer que a família vivencie 
diversas fases de desorganização, tendo em vista que o equilíbrio de um estágio 
é rompido em preparação para outro mais adequado. As fases de instabilidade, 
marcadas por confusão e incerteza, revelam a passagem para um novo equilíbrio 
emocional, caso a família seja capaz de tolerar a diferenciação de seus membros 
(Andolfi, Angelo, Menghi & Nicolo-Corigliano, 1989). De acordo com Miermont 
(1994, p. 515), “um sistema familiar pode ser disfuncional por excesso de 
fechamento operacional de sua organização”. 
O sistema familiar se diferencia e exerce suas funções através de 
subsistemas. Na família, cada elemento é um subsistema, assim como as díades 
esposo-esposa (subsistema conjugal), pai-filho (subsistema parental), irmão-
irmão (subsistema fraternal) ou grupos maiores possibilitam a composição de 
outros subsistemas, por geração, sexo, função ou interesse. Portanto, os 
sistemas vivos são compostos de partes que constituem, elas próprias, os 
subsistemas
e se relacionam com outros sistemas em organizações ainda mais 
vastas. 
A complexidade relacional é regida através da comunicação, que constitui 
e caracteriza a interação familiar, a partir da qual são construídas, no tempo, as 
regras próprias de cada grupo. A maneira como os subsistemas são organizados 
e as relações que se estabelecem entre eles e no interior de cada um coincidem 
com a estrutura da família. Há forças externas e internas que contribuem para 
sua regulação, conferindo-lhe uma capacidade auto-organizativa e uma 
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coerência e consistência no jogo de equilíbrios dinâmicos interior- exterior 
(Relvas, 2003). 
Qualquer sistema pode ser dividido em vários subsistemas, e um objeto 
de um subsistema pode fazer parte do meio de outro sistema. Nesse prisma, 
cada membro da família pertence a diferentes subsistemas, em que possuem 
variados níveis de poder e desenvolvem habilidades diferenciadas. Estudos 
sobre díades e tríades têm demonstrado que as interações entre membros de 
uma família diferem de acordo com o tipo e o número de subsistemas (Liddell, 
Henzi & Drew, 1987). Neste estudo, busca-se investigar o sistema familiar na 
perspectiva das filhas (subsistema) cuidadoras de pais com Alzheimer, 
enfocando as relações entre tais subsistemas. 
As relações entre subsistemas são governadas por regras e constituem 
padrões de interação, que seriam os modos resultantes das interações tanto intra 
como inter-sistemas, incluindo aqui o sistema social amplo. Destarte, as regras 
são formadas nas próprias relações, envolvendo todos os participantes. 
Também são recorrentes e tendem à estabilidade, sendo mantidas por todo o 
sistema. Nesse cenário, Bertalanffy (1982, p. 220) propôs a concepção do 
mundo como organização, compreendendo-o como uma “enorme ordem 
hierárquica de entidades organizadas, numa superposição de muitos níveis, indo 
dos sistemas físicos e químicos aos biológicos e sociológicos”. 
Outro aspecto dos sistemas é sua natureza intrinsecamente dinâmica. 
Desse modo, suas formas não são estruturas rígidas, mas, manifestações 
flexíveis, embora estáveis, de processos subjacentes (Capra, 1982). Segundo 
Buckley (1973), por estrutura, entendem-se as interrelações mais ou menos 
estáveis entre as partes componentes de um sistema, as quais podem ser 
identificadas num dado momento, constituindo a estrutura do sistema, 
alcançando, de tal modo, uma “totalidade” dotada de certo grau de continuidade 
e de limitação. Em alguns casos, é preferível distinguir entre uma estrutura 
primária (relações internas) e uma hiperestrutura (relações externas). De acordo 
com Littlejolin (1982), são quatro os componentes do sistema: 
1) objetos: concernentes às partes, aos elementos ou aos membros 
do conjunto, podendo ser físicos, abstratos ou ambas as coisas; 
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2) atributos: significando as propriedades do sistema e seus objetos; 
3) relações internas: apontando que uma relação entre objetos implica 
um efeito mútuo (interdependência) e coibição; 
4) meio ambiente: indicando que os sistemas não existem no vácuo, 
mas são afetados pelo meio circundante. 
 Do ponto de vista de Littlejolin (1982), os teóricos dos sistemas buscam 
integrar muitos conhecimentos acumulados, através do isomorfismo, que é a 
semelhança estrutural entre dois modelos ou entre um modelo abstrato e um 
fenômeno observado. Pensando assim, pode-se dizer que dois sistemas muito 
diferentes são isomórficos, se os seus comportamentos forem governados pelos 
mesmos princípios. Lewin (1965), por sua vez, recomendou que qualquer 
pessoa que se proponha estudar fenômenos globais se arme contra a tendência 
de querer tomar sob consideração todos os mais abrangentes possíveis. A 
verdadeira tarefa é investigar as propriedades estruturais de um todo em 
particular, averiguar as relações de todos os subsidiários e determinar as 
fronteiras do sistema sob estudo. Outras características principais da perspectiva 
sistêmica relacionadas ao objeto de investigação do presente estudo são as 
seguintes: 
a) Totalidade ou Globalidade: característica que revela que o sistema 
constitui um todo único. O todo consiste na integração das partes, ou seja, não 
pode ser considerado a mera soma de suas partes, visto que existem padrões 
de interação que transcendem as qualidades dos membros individuais. O sujeito 
é, ao mesmo tempo, uma parte e um todo de um sistema maior que, por sua vez, 
pertence a sistemas mais amplos. Para compreender as relações familiares de 
pacientes com Alzheimer é importante perceber a família em sua totalidade, 
trocando informações com o ambiente. 
b) Interdependência: toda e qualquer parte de um sistema está 
relacionada de tal modo com as demais, que uma mudança, numa delas, 
provocará alteração em todas e no sistema geral. Nesse sentido, a família é um 
espaço atuante de comunicações, no qual todos os membros influenciam e são 
influenciados pela natureza do todo. Essa concepção permite desenvolver 
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reflexões sobre as mudanças ocorridas no meio familiar que possui um membro 
portador da DA. 
c) Retroalimentação (feedback loops): é uma das principais noções 
da cibernética. A retroalimentação pode estar relacionada com as informações 
intrínsecas à atuação do sistema com respeito ao seu ambiente externo ou pode 
estar atrelada ao relacionamento entre as partes. As entradas (ou inputs) do 
sistema são os dados que recebe e resultam da influência do meio ambiente. As 
saídas (outputs) são oriundas das ações do sistema sobre o meio ambiente. Vale 
ainda salientar que o feedback pode ser negativo ou positivo. A diferença 
relaciona-se ao efeito que ele exerce sobre os desvios a partir de um estado 
homeostático dentro do sistema, e não se é ou não benéfico. O feedback 
negativo é uma mensagem de erro, ou seja, um desvio em relação a um nível de 
critério em que o sistema ajusta-se reduzindo ou neutralizando o desvio. 
Entretanto, quando responde aumentando ou mantendo o desvio, diz-se que o 
feedback é positivo. O feedback torna viável a auto-regulação, sendo 
fundamental na direção da ação para o alcance de uma meta. Outrossim, a 
existência de retroalimentação positiva ou negativa está atrelada à noção de 
circularidade, de causalidade circular. 
d) Auto-Organização: este conceito é utilizado pela modelização 
sistêmica da família, a fim de explicar a capacidade que tem para modificar suas 
regras de funcionamento, adaptando-se ao crescimento dos seus membros. Em 
cada etapa da vida familiar, como nascimento, casamento, adolescência, 
doença, morte, surge um novo estado do sistema com novas maneiras de se 
organizar, revelando um nível superior de organização em relação à precedente. 
Segundo Miermont (1994), a Cibernética foi o berço das primeiras teorias da 
auto-organização, mas, desde a Teoria Geral dos Sistemas propagada por Von 
Bertalanffy, a noção de auto-organização esteve presente. Para Bertalanffy 
(1982), o fluxo de energia proveniente do exterior permitiria ao sistema vivo a 
auto-organização. Partindo desse princípio, questiona-se como as famílias se 
auto-organizam após o surgimento da doença de Alzheimer. 
e) Equifinalidade: significa a realização da meta ou a execução da 
tarefa atribuída a um sistema. Desse modo, pode-se chegar ao estado final de 
maneiras e condições ambientais diversas e desde vários pontos iniciais 
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diferentes. Um sistema aberto, tal como a família, apresenta a tendência de obter 
estabilidade, todavia, diante de certos acontecimentos, pode seguir uma direção 
contrária. Nesse sentido, é fundamental investigar quais os caminhos seguidos 
pelas famílias, após o surgimento da doença de Alzheimer, para contornar o 
estresse advindo com a moléstia. 
Diante dessas informações, é válido indagar o que vem a ser “pensamento 
sistêmico”. Segundo Flood e Carlson (1988), consiste numa nova estrutura de 
pensamento para lidar com a complexidade.
De acordo com Vasconcellos (2002, 
p. 147, 148), “pensar sistemicamente é pensar a complexidade, a instabilidade 
e a intersubjetividade; ou porque os pressupostos da complexidade, da 
instabilidade e da intersubjetividade constituem em conjunto uma visão de 
mundo sistêmica”. Para esta autora, “um cientista ou profissional é sistêmico ou 
novo- paradigmático, quando vive – vê o mundo e atua nele – as implicações de 
ter assumido para si esses novos pressupostos”. 
Percebe-se que há diferença entre o pesquisador holístico e o 
pesquisador sistêmico. Ocorre que muitos confundem estes termos, utilizando-
os como se fossem iguais. Segundo Capra (1982), o pensamento sistêmico lida 
com as partes e o todo, enquanto o pensamento holístico lida apenas com o 
todo, é profundamente ecológico, além de estar, quase sempre, associado à 
dimensão espiritual. Conforme apontou Kasper (2000), o pensamento sistêmico 
surgiu do questionamento da aplicabilidade universal das doutrinas analíticas e 
é contemplado como processo e aprimoramento combinado de um quadro de 
concepções gerais e de várias abordagens, metodologias e modelos teóricos 
voltados aos diversos temas complexos da realidade. Nesse prisma, o 
pensamento sistêmico revela um novo quadro de referência geral do processo 
de pensamento, o qual possui a vocação para gerar uma modificação de 
mentalidade, ao invés de se tratar apenas de uma mudança de paradigma 
científico em um campo de conhecimento específico ou mais restrito. 
Checkland (1994) afirmou a inexistência de um corpo teórico consolidado, 
seja na forma de uma teoria geral ou como um conjunto de noções e princípios 
básicos de uma epistemologia ou linguagem sistêmica geral. Considerou, 
portanto, que uma das vertentes do movimento sistêmico é a ausência de uma 
perspectiva unificada, muito embora haja, em algumas esferas, um 
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compartilhamento de ideias semelhantes ou aproximadas. Assim, não se pode 
falar sobre o pensamento sistêmico como algo único, mas sim, sobre versões do 
pensamento sistêmico. 
A teoria dos sistemas não é na verdade uma doutrina coerente, 
padronizada, mas é mais uma maneira de pensar, e há muitas variações sobre 
o tema sistêmico. Esta incoerência estava refletida em grande parte dos escritos 
relacionados à terapia familiar. As ideias sistêmicas são suficientemente 
abstratas para proporcionar uma ampla variedade de interpretações (Nichols & 
Schwartz, 1998, p. 87). 
Após essa breve revisão sobre a perspectiva sistêmica, apresentam-se, a 
seguir, outras concepções fundamentais, na área das teorias estrutural e 
transgeracional, por meio das quais se buscará favorecer a compreensão das 
relações familiares de idosos com Alzheimer. 
 
A teoria estrutural da família 
 
A teoria estrutural da família foi desenvolvida na segunda metade do 
século XX, abordando o homem em seu contexto social. Esta teoria converteu 
as abstrações da Teoria Geral dos Sistemas em descrições da vida cotidiana da 
família e em prescrições para a intervenção terapêutica (Umbarger, 1983). Os 
conceitos fundamentais de interesse para este estudo são os seguintes: a 
estrutura, os subsistemas, as fronteiras, a coesão e a hierarquia. 
A estrutura familiar é o conjunto invisível de exigências funcionais que 
organiza as maneiras pelas quais os membros da família interagem. Uma família 
é um sistema que opera através de padrões transacionais. Transações repetidas 
estabelecem padrões de como, quando e com quem se relacionar e estes 
padrões reforçam o sistema (Minuchin1, 1982, p. 57). 
Segundo Nichols e Schwartz (1998), a estrutura familiar é evidenciada 
quando se observam, com o passar dos anos, as interações reais entre os 
familiares. As interações isoladas entre estes membros são afetadas, devido às 
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circunstâncias específicas ocorridas no meio familiar, e as sequências repetidas 
dessas interações revelam os padrões estruturais. 
A família, como um sistema, depende de padrões transacionais, da 
acessibilidade de padrões transacionais alternativos e da flexibilidade para 
mobilizá-los em determinadas situações (Minuchin, 1982). Aqueles que estão 
estabelecidos no sistema familiar relacionam- se às coalizões entre os membros. 
A coalizão é uma propriedade fundamental das tríades (ex.: avó, pai e filho) e diz 
respeito à aliança de duas pessoas ou unidades sociais contra uma terceira 
(Miermont, 1994). 
Os padrões transacionais exercem a função de regular o comportamento 
dos membros da família e são mantidos por dois sistemas de repressão. O 
primeiro deles envolve as regras universais que regulam a organização familiar, 
tais como a hierarquia, a ser discutida a seguir. Já o segundo sistema é 
idiossincrásico, está intrinsecamente ligado à maneira de ver, de sentir e de 
reagir de cada pessoa dentro da família e envolve as expectativas mútuas dos 
membros. Essas expectativas estão arraigadas nos anos de negociações 
explícitas e implícitas entre os subsistemas familiares. Tais negociações, muitas 
vezes, giram em torno de pequenos eventos do dia-a-dia. O fato é que os 
padrões transacionais permanecem como uma questão de acomodação mútua 
e de eficácia funcional, estimulando essas expectativas que determinam padrões 
futuros. Quando as circunstâncias mudam, a estrutura familiar deve ser capaz 
de se adaptar (Minuchin, 1982). 
Diante de tais informações, busca-se refletir, neste estudo sobre como as 
famílias que possuem um membro idoso com Alzheimer respondem às 
mudanças internas e externas que surgem no processo demencial. Nesse 
cenário, é fundamental investigar na perspectiva das filhas cuidadoras, se as 
expectativas mútuas entre os subsistemas são correspondidas, especialmente, 
diante das tarefas de cuidados para com o enfermo. Também se faz necessário 
averiguar o que ocorre com a coesão e a hierarquia dos membros familiares 
após a DA e avaliar as fronteiras desses sistemas. Para entender melhor tais 
questões é importante compreender os conceitos e, posteriormente, realizar um 
paralelo com os resultados da pesquisa a serem apresentados mais adiante. 
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Evolução e mudança da família 
 
Alguns dos principais fundamentos teóricos associados à evolução e à 
mudança conduziram a novas concepções de família, novas dinâmicas, novos 
valores, diferentes tipos com identidade própria, construindo uma história de vida 
que não se pode replicar. As transformações levaram a alterações na família que 
deixou de ser um modelo tradicional prevalente, aparecendo novas formas de 
organização familiar tornando-se um fenómeno de caráter global e complexo 
(Dias, 2000: 82). 
Novos conceitos de família, novas composições e funções, variação nas 
relações, estabilidade, diferente organização, a saída da mulher de casa para 
trabalhar fora e ter uma atividade económica, mesmo não sendo uma alternativa 
ao trabalho de casa, ou participar noutras ações sociais e políticas, foram 
consequências herdadas da mudança. 
Evidentemente, que a evolução e a mudança que caracterizam de modo 
significativo o mundo atual não excluem a família. Embora considerada uma das 
instituições mais persistentes no tempo, a mudança social reflete- se 
amplamente na instituição familiar, arrastando-a desde os processos da 
industrialização e urbanização para novas realidades às quais tem procurado 
adaptar-se (Saraceno & Naldini 22003: passim). 
Esquematizando esta evolução que conduziu à mudança vemos como se 
alteraram as concepções de família, as dinâmicas e os valores (Fig. I): 
18 
 
 
 
Foram os fatores económicos, políticos, sociais, culturais, demográficos e 
tecnológicos que contribuíram de forma decisiva para as alterações na estrutura 
e dinâmica familiar. Estes fatores tiveram incidência na organização, nas 
funções, nas relações, na complexidade e globalidade ao longo do 
desenvolvimento familiar, refletindo a evolução da época social, vivenciando 
estados diferentes
(Dias, 2000: 82; Leandro, 2001: passim). 
Ao longo do tempo modificou profundamente a estrutura, a dinâmica da 
família na sua organização interna, como por exemplo: diminuição do número 
médio de filhos, diminuição da fecundidade, aumento do número de pessoas 
sós, diminuição das famílias numerosas, aumento das famílias recompostas, em 
virtude do aumento do número de divórcios, aumento das uniões de facto e 
uniões livres, e, mais recentemente o aparecimento das famílias homossexuais. 
Assistimos na evolução das famílias, e segundo o Fórum Democracia 
Aberta (2008), a motivos que como vemos originam novas configurações como 
se pode observar na Fig. II. 
19 
 
 
 
Os diferentes tipos de família são entidades dinâmicas com a sua própria 
identidade, compostas por membros unidos por laços de sanguinidade, de 
afetividade ou interesse e que convivem por um determinado espaço de tempo 
durante o qual constroem uma história de vida que é única e irreplicável 
(Giddens, 1999; 2004; Amaro, 2006: 71; Alarcão & Relvas, 2002). 
A família nuclear, constituída por dois adultos de sexo diferente e os 
respetivos filhos biológicos ou adotados, já não é para muitos o modelo de 
referência, embora continue a ser o mais presente. 
As uniões de facto, trata-se de uma realidade semelhante ao casamento, 
no entanto não implica a existência de qualquer contrato escrito; 
As uniões livres, não são muito diferentes das uniões de facto, apenas 
nestas nunca está presente a ideia de formar família com contratos; 
As famílias recompostas são constituídas por laços conjugais após o 
divórcio ou separações. É frequente a existência de filhos de casamentos ou 
ligações diferentes ocasionando meios-irmãos; 
As famílias monoparentais são compostas pela mãe ou pelo pai e os 
filhos. São famílias fruto de divórcio, viuvez ou da própria opção dos 
progenitores, mães solteiras, adoção por parte das mulheres ou dos homens 
sós, recurso a técnicas de reprodução. O aumento dos divórcios fez aumentar o 
número deste tipo de famílias já que nesta situação os filhos ficam a viver com 
20 
 
 
um dos progenitores. Na maioria das vezes este progenitor é a mãe, embora já 
haja alguns homens; 
 
Por fim, as famílias homossexuais constituídas por duas pessoas do 
mesmo sexo com ou sem filhos. 
Se a evidência, no que concerne a um número crescente de diferentes 
tipos de famílias, é incontestável, estas novas formas de estrutura e dinâmica 
familiar não se despem, a nosso ver, da sua essência: a família como grupo 
social em que os seus membros coabitam ligados por uma ampla complexidade 
de relações interpessoais (Beltrão, apud, Dias, 2000: 81). Daí a importância que 
no passado e no presente se tem dado à família e às mudanças que a têm 
caracterizado na sua estrutura, nas relações dentro e fora dela. 
Por outro lado, as diversas gerações que integram uma família avançam 
no tempo através do ciclo vital, priorizado por eventos que definem as diferentes 
etapas de crescimento, assim como as tarefas de socialização inerentes a cada 
um dos elementos no percurso que partilham em conjunto. 
Em cada etapa têm lugar acontecimentos que determinam conjunturas 
que podem afetar cada um dos seus membros, o que exige dos intervenientes a 
necessidade de encontrarem novas formas de estar que lhes permitem adaptar-
21 
 
 
se às modificações estruturais, funcionais e às mudanças subjacentes a cada 
etapa. 
Deste modo, o ciclo vital da família pode ser representado como um 
esquema de classificação em etapas, Fig. III, que demarcam uma sequência 
previsível de mudanças na organização familiar ao longo do tempo. 
 
No esquema observamos que a família inicia com a constituição do casal 
e vai mudando à medida que nascem os filhos, se tornam alunos, adolescentes 
e adultos. O processo repete-se quando o primeiro filho sai de casa e forma nova 
família. O sistema altera-se, forma-se outro, as relações tornam-se mais 
abrangentes, constituindo-se um novo sistema familiar. 
Quando as famílias têm dificuldades na adaptação, inerentes às 
diferentes etapas do ciclo, podem instalar-se “crises de desenvolvimento”, 
caracterizadas por serem universais e previsíveis, gerando alterações na função 
familiar e problemas nos seus membros. A família desempenha neste ciclo um 
papel estabilizador, através do processo de socialização, o qual procura produzir 
nos indivíduos conformidade, por forma a que se adaptem à nova estrutura como 
um todo a que pertencem (Relvas, 1996: passim). 
Embora os aspetos que acabamos de referir há que ter em conta a 
importância da transmissão dos valores pela família à medida que se vai 
transformado no seu ciclo vital. D. Teodoro, atualmente Bispo emérito da 
22 
 
 
Madeira, dizia muitas vezes: o que a família não dá é difícil recuperar. O que se 
recebe quando se é criança não se apaga mais. Estas marcas permanecem para 
sempre e forjam os homens e as mulheres do amanhã. 
 
Limites do conceito de família 
 
É habitual quando pensamos em família, pensarmos na nossa família de 
origem, associamos ao lugar onde nascemos, crescemos e morremos, ainda 
que, nesse longo percurso possamos ir tendo mais de que uma família. Esta é, 
então, um espaço privilegiado para a elaboração e aprendizagens de dimensões 
significativas. 
A representação mental que nos é evocada pela palavra família, núcleo 
constituído por pai, mãe e filhos, que partilham habitação, afetos, convívios 
quotidianos que se ajudam mutuamente, não é, de todo, uma realidade universal 
e transversal às diferentes sociedades e culturas, nem aos diferentes períodos 
que fomos vivendo ao longo da história da humanidade (Amaro, 2006; Gimeno, 
2003: 39). 
Pelo facto de o conceito não ser unívoco para todas as épocas e culturas, 
tornando-se difícil encontrar valores absolutos, as dificuldades associadas às 
várias dimensões familiares, relacionadas com a estrutura, com a funcionalidade 
e com as relações de cada modelo, leva-nos a pensar numa certa relatividade 
na definição do conceito de família. 
A família, no sentido a que o nosso senso comum se refere, é uma 
construção social, uma vez que representa um modo de agir e de pensar 
coletivo, que evoluiu ao longo do tempo em relação com a organização e o 
funcionamento da sociedade (Silva, 2001). 
Existem sociedades nas quais este conceito não tem aplicabilidade, pois 
a estrutura da organização das relações entre as pessoas é diferente, o que não 
significa inexistência de laços e regras familiares, traduz sim, normas diferentes 
de organização das relações homem – mulher, crianças– adultos. 
23 
 
 
Até aos anos cinquenta/sessenta, a ideia de família ocidental baseava- se 
no conceito parsoniano, que a reconhecia como um espaço de estabilização 
emocional dos adultos e de socialização das crianças, isto é, transmissão dos 
valores culturais e sociais da sociedade em que nasceram. 
Na convivência com o pai e a mãe a criança aprende como se deve 
comportar, o que lhe é permitido e proibido, bem como os papéis sociais que 
cabem aos diferentes elementos que constituem a família. Não sendo única a 
família é, na nossa sociedade, a primeira e mais forte instituição com caráter de 
socialização, em que a aprendizagem se realiza através da própria experiência 
da vida familiar (Amaro, 2006: passim). 
 Os papéis sociais estavam bem demarcados, os homens trabalhavam 
fora de casa e asseguravam o sustento das famílias, às mulheres competia o 
trabalho doméstico e a socialização dos novos membros. Todos os elementos 
estavam subordinados ao chefe de família, esta autoridade não era apenas 
económica mas também moral (Silva, 2001). 
A década de sessenta foi um marco de viragem na história da família das 
sociedades ocidentais. Num mundo em que as mulheres ocupavam postos de 
trabalho ao lado dos homens, já não era justificável a supremacia dos mesmos 
no interior do lar. Nesta época as mulheres reivindicaram
o reconhecimento de 
direitos iguais aos dos homens em todos os planos da vida social, impondo o 
reconhecimento da partilha das tarefas familiares, uma vez que ambos exerciam 
profissões no exterior. 
Atualmente, vivemos um período de grande mudança de valores e de 
organização social, decorrentes de uma série de fatores, como por exemplo o 
aumento da longevidade, a inversão da pirâmide demográfica, a emergência de 
novos valores e comportamentos, a dissociação entre casamento e iniciação 
sexual e a exigência do reconhecimento dos casamentos homossexuais de que 
já falamos. 
A família de hoje já não traduz a construção mental que faz parte de cada 
um de nós, pai, mãe e filhos. Cada vez mais encontramos famílias “normais”, à 
luz dos novos paradigmas, em que os membros nem sempre partilham a mesma 
24 
 
 
residência, nem sempre os descendentes são filhos dos adultos da família e nem 
sempre os adultos são de sexos diferentes (Alarcão & Relvas, 2002). 
A família é uma rede complexa de emoções e relações que não são 
passíveis de ser pensadas como instrumentos criados para o estudo dos 
indivíduos isolados. Gameiro (cit. in Relvas, 1996: 11) afirma que “… a simples 
descrição de uma família não serve para transmitir a riqueza e a complexidade 
relacional desta estrutura”. 
Ainda que se tenham assumido novos paradigmas, referentes às novas 
estruturas de família e à igualdade de papéis na estruturação das suas atividades 
para todos os seus membros, é na mulher que continua a recair a maior parte 
das funções alusivas à organização interna da vida familiar; os trabalhos 
domésticos, os cuidados com as crianças e com as pessoas dependentes. 
Estas considerações, a diversidade de modelos familiares, ao longo dos 
tempos e nas diferentes culturas, torna difícil atingirmos um consenso de 
definição única de família, mesmo que, intuitivamente, todos tenham em mente 
uma concepção e até uma atitude básica em relação a ela (Gimeno, 2003: 40). 
Segundo o Instituto Nacional de Estatística a família é: “O conjunto de 
indivíduos que residem no mesmo alojamento e que têm relações de parentesco 
(de direito ou de facto) entre si, podendo ocupar a totalidade ou parte do 
alojamento. Considera-se também como família clássica qualquer pessoa 
independente que ocupa uma parte ou a totalidade de uma unidade de 
alojamento. Os empregados domésticos residentes no alojamento onde prestam 
serviço são integrados na respetiva família” (INE, 2002). 
Em suma, a aproximação ao conceito fica distante daquela família como 
“unidade universal”, é assim um termo com limites, muitas definições, uns 
privilegiam alguns elementos, outros privilegiam outros, estabelecem-se por 
vezes algumas clivagens entre os que pertencem e os que não pertencem. No 
entanto, é claro que a família procura estabilizar e perpetuar aspetos chave nos 
números e tipos de família. O conceito de família é relativo, não absoluto, 
qualquer definição é sempre incompleta e condicionada. 
 
25 
 
 
Família sistémica e a dinâmica dos subsistemas 
 
Este terceiro ponto faz uma síntese da família como sistema formado por 
subsistemas que se influenciam interna e externamente num sistema aberto 
onde as influências são recíprocas (Alarcão, 32006; Dias, 2000). 
De acordo com a teoria geral dos sistemas, nada acontece isoladamente 
e qualquer coisa que afete um dos componentes, afeta todos os outros, ou seja, 
qualquer alteração causa impacto sobre todos os outros membros do sistema 
(Andrade & Martins, 2011:188). 
O sistema vem caracterizado essencialmente por três características: 
1. Mínimo de interdependência entre os membros do sistema, o que 
significa que uma mudança num dos membros traz mudanças em cadeia; 
2. Mínimo de regulamentos que presidem às relações entre os 
membros do sistema, o que significa que os seus vínculos obedecem a 
regularidades; 
3. Mínimo de consciência dos regulamentos por parte do sistema, o 
que significa que no seu comportamento, cada um tem em conta essas 
regulações (Relvas, 1996; Gimeno, 2003; Amaro, 2006). 
Depreende-se que a família satisfaz todos estes critérios e constitui 
provavelmente o exemplo mais acabado de sistema. A família é um sistema, ou 
seja, um conjunto de elementos ligados por um conjunto de relações em contínua 
relação com o exterior e mantendo o seu equilíbrio ao longo de um processo de 
desenvolvimento percorrido através de estados de evolução diversificados. 
A teoria sistémica, que constitui o modelo predominante dos estudos da 
família, define-a como um sistema aberto, com uma finalidade e autorregulado. 
Sistema quer dizer uma unidade formada por membros que interagem entre si, 
havendo entre eles determinados vínculos e mantendo-se certas transações 
(Gimeno, 2003: 41; Amaro, 2006: 34). Assim, o sistema diz respeito à 
interdependência de todos os seus elementos, donde resulta a ideia de que o 
conhecimento da família só é possível se for adotada uma visão de conjunto. 
26 
 
 
A família na perspectiva sistémica ascende essencialmente a dois 
objetivos: 
 Um Interno – proteção psicossocial dos seus membros; 
 Outro Externo - acomodação a uma cultura e transmissão dessa 
mesma cultura. 
O sistema familiar é um todo, uma globalidade, em que o todo é mais do 
que a soma das suas partes (Amaro, 2006: 33). A família é um sistema, à 
semelhança de um organismo vivo e por isso deve ser analisada como um todo 
onde cada membro é o que é por si mesmo e pelas relações que estabelece com 
os outros. Os membros procuram definir para si e para os outros membros da 
família significados, o poder, a formação e distribuição de afetos. 
Qualquer investigação, teórica ou empírica apresenta as características 
de um sistema, interpreta e explica o fenómeno através das ligações e 
interdependência entre si e organizam-se em totalidade, é por isso um fenómeno 
total que para funcionar em equilíbrio é essencial que todos os subsistemas se 
adaptem às exigências impostas pelas mudanças para que se consolidem as 
relações. Normalmente quando intervêm elementos perturbantes, a tendência é 
procurar recuperar o equilíbrio através da interiorização de valores consolidados 
(Parsons, 1979: 33). 
Na perspectiva sistémica a família tem de ser vista como um sistema que 
apoia uma estrutura hierárquica dos seus membros, constituída em subsistemas, 
ou seja, um sistema dentro de outros sistemas e ela própria contendo outros 
sistemas com regras que regulam o relacionamento entre os membros da família 
(Fig. IV). 
27 
 
 
 
Assim, no subsistema conjugal há a presença do eu, tu, e nós marido e 
mulher. Surge quando dois adultos se unem numa relação interdependente e 
complementar, formando um casal, identifica as relações entre os cônjuges, 
poderá significar uma perda em individualidade mas um ganho em sentido de 
pertença, complementaridade, cooperação, simbiose. O subsistema filial, 
aparece com o nascimento do primeiro filho que modifica o sistema, seguindo-
se outros filhos, hoje talvez o segundo, e raramente o terceiro. O subsistema 
parental tem como responsabilidade essencialmente a educação, a socialização, 
proteção a todos os níveis. Por fim o subsistema fraternal estabelece as relações 
entre os irmãos, que dentro da normalidade deveriam ser relações fortes 
descobrindo como cooperar (Relvas, 1996). 
A forma como cada subsistema se organiza e como se desenvolvem as 
relações dentro de cada um, chama-se estrutura familiar. Todas as famílias se 
instituem através de uma estrutura de relações, esta organização é específica e 
única de cada família traduzindo, na prática, a forma como se organizam os 
diferentes elementos e se relacionam entre si. Nas palavras de Batista (2001), a 
estrutura familiar é fruto de transações e comunicações repetidas que levam à 
definição de padrões de relação. 
Cada família possui um dinamismo próprio que lhe confere, para além da 
sua individualidade,
a sua autonomia. Contudo, integra influências externas, 
28 
 
 
estando em parte dependente delas, não é simplesmente reativa às pressões do 
meio, pois está também sujeita a “forças internas” possuindo a capacidade auto-
organizativa que lhe dá coerência e consistência neste jogo de equilíbrios 
dinâmicos como refere Alarcão (2006). 
 
Portanto, o sistema familiar não tem necessariamente um estatuto fixo, 
pois o ciclo vital da família sofre mudanças ao longo da vida familiar. Baseando-
se no trabalho de Von Bertalanffy, os terapeutas familiares adotaram a ideia de 
família como um sistema aberto “…um sistema em troca de matéria como o 
meio, que apresenta entradas e saídas, construção e destruição dos seus 
componentes materiais” (1979: 149). 
A família quando encarada como sistema aberto partilha determinadas 
propriedades sistémicas que se aplicam à interação (Alarcão, 2006; Batista, 
2001): totalidade, feedback e equifinidade. 
Totalidade – existe uma inter-relação e interdependência dos 
comportamentos de todos os elementos da família. Quando os elementos estão 
reunidos relacionam-se e comunicam entre si de maneira própria enquanto 
família, tornando-se diferentes de quando cada um está presente noutros 
contextos. Tem que se encarar a família como uma unidade que ultrapassa a 
soma dos seus elementos. A mudança num elemento repercute-se no sistema e 
o comportamento de cada um é indissociável do comportamento dos restantes; 
29 
 
 
Feedback – o sistema familiar reage à informação proveniente dos seus 
elementos e do ambiente, modificando o seu comportamento de forma a 
assegurar a sua continuidade; 
Equifinidade – capacidade que o sistema desenvolve em centrar-se em 
torno de um objetivo ou finalidade comum. 
Estas realidades permitem-nos acentuar a ideia de que a família não é um 
sistema estático, mas sim como um sistema dinâmico em permanente mudança 
e transformação. 
Partindo desta descrição a família é vista como um sistema, isto é, uma 
ordem dinâmica de partes e processos entre os quais se exercem interações 
recíprocas sendo que, a família se torna um sistema aberto, constituído por 
muitas unidades presentes no sistema familiar, mas também no sistema social 
onde as relações entre estes dois sistemas permitem ora continuidade, ora 
mudança nos dois sistemas, atuando através de energias cibernéticas (Fig. V). 
 
A família enquanto sistema aberto transforma-se numa unidade 
funcional para os seus membros, ao permitir o seu desenvolvimento e bem-
estar através do intercâmbio entre o sistema familiar e o exterior, 
possibilitando que cada membro tenha as suas formas de se movimentar, 
realizar tarefas e funções que conduzem ao seu crescimento. 
Todos os sistemas têm fronteiras que os ligam ao exterior sobre o 
qual atuam, sendo também influenciados pelo meio que os cerca. Estes dois 
sistemas estão sempre em transformação, são flexíveis adaptam-se e por 
isso complementam-se. Há uma relação dialética e recíproca nas influências 
30 
 
 
e impactos entre si. Há nestes dois sistemas fatores que continuam e fatores 
que mudam familiar e socialmente. 
É importante que o sistema familiar aberto funcione em equilíbrio. Para 
que isto aconteça é preciso que a presença de um conjunto de regras de 
comportamento e de funções dinâmicas se encontrem em constante interação 
entre elas, mas também, no intercâmbio do sistema familiar com o exterior 
(Alarcão, 32006; Bertanlannffy, 1979). 
É sempre importante recordar que qualquer sistema pode ser descrito 
como um subsistema de um sistema mais vasto ou pode, ele próprio, ser 
subdividido em subsistemas que comunicam entre si tornando-se sistemas 
abertos que se influenciam reciprocamente. 
Nesta perspectiva ousamos sublinhar que a família como sistema não é 
um agregado de “indivíduos” reunidos por um outro espaço de tempo, expostos 
a uma notícia, mas é um “grupo” corresponsável pelo bem de todos os seus 
membros de modo a que todos se sintam como fazendo parte deste todo. É 
fundamental para a estrutura, a dinâmica e o equilíbrio saudável do sistema, esta 
visão. 
Esta dimensão da família é um valor cada vez mais premente, quando os 
interesses fora deste grupo representam muitos interesses individualistas, 
criando um dinamismo dentro e fora da família, inevitavelmente prejudicial dentro 
do sistema familiar e do sistema social 
Sem um bom sistema familiar não há verdadeira construção da 
sociedade, sem partilhas recíprocas que assentem em valores, os sistemas 
desresponsabilizam-se e desequilibram os compromissos que têm. É por isso, 
que tanto o sistema familiar como o sistema social, equilibram e desequilibram 
em função da capacidade ou não para manter o sistema em equilíbrio, dando 
prioridade ao todo em detrimento das partes (Parsons, 1979). 
 
Processo de comunicação no sistema familiar 
 
31 
 
 
Neste último ponto pretende-se evidenciar a importância da comunicação 
como expressão caracterizadora do sistema familiar e como fator determinante 
das relações familiares subjacentes no processo. É fundamental considerar o 
mecanismo de feedback, isto é, mecanismo de retorno ao ponto de origem da 
resposta do destinatário da informação, o que tem como consequência manter 
ou alterar o conteúdo da comunicação por parte do emissor (Amado, 2006: 35). 
Neste sistema de comunicação podemos admitir que pode não haver 
coincidência entre o conteúdo da comunicação (mensagem) emitido pela fonte 
da comunicação e a mensagem percepcionada pelo destinatário da 
comunicação. Isto deve-se a barreiras e obstáculos à comunicação, dificultando 
a compreensão do processo familiar, contribuindo por vezes para a instabilidade 
e o desequilíbrio do sistema. A comunicação entre todos os membros é 
importante entre todos os membros da família, torna- se ainda mais relevante na 
relação progenitor filho porque a influência principal na vida moral dos filhos é 
essencialmente exercida pelos pais, sobretudo das crianças mais novas 
(Weissbourd, 2010). Estes bloqueios podem ser provenientes das competências 
comunicadoras do emissor e do receptor, no que se refere à forma como 
codificam e descodificam as mensagens, bem como à sua capacidade de 
raciocinar sobre os conteúdos das mesmas. 
A família é, então, um espaço privilegiado para a elaboração e 
aprendizagens de dimensões significativas de interação e comunicação onde as 
emoções e afetos positivos ou negativos vão dando corpo ao sentimento de 
sermos quem somos e de pertencermos aquela e não a outra família (Relvas, 
1996; Alarcão, 32006). 
Assim, o processo de comunicação na família sendo um sistema interativo 
onde o comportamento de cada indivíduo é fator e produto do comportamento 
dos outros, os resultados finais dependem menos das condições iniciais e mais 
do processo comunicativo (Fig. VI). 
32 
 
 
 
A família passa por um processo de desenvolvimento, o qual engloba a 
diferenciação estrutural – mudanças na organização relacional – e a coevolução 
– transformações relacionadas com a comunicação (Relvas, 1996). Ora durante 
este processo comunicativo há elementos que continuam e que dão consistência 
às relações, mas há também elementos que se transformam e dão origem a 
mudanças, sendo que no decurso das interações não há processos unilaterais, 
as relações são sempre bilaterais ou múltiplas. 
A comunicação apresenta-se como fator determinante para facilitar as 
relações entre os membros da família e o meio social. A perspectiva sistémica 
da família é devedora do conceito pan-comunicacional proposto pela Escola de 
Palo Alto de que tudo é comunicação, no sentido em que a realidade humana e 
não humana, pode, converter-se em fluxos de comunicação, independentemente 
da intencionalidade de quem faz as emissões (Dias, 2001c). 
 Este exercício de comunicar estabelece uma relação, e, nesse sentido 
exige treino, reflexão, aprendizagem, prática e sobretudo uma série
de atitudes 
e comportamentos que envolvem as palavras, o sentido compreensivo e lógico 
da estrutura, mas também os gestos, toda a linguagem do corpo. Estamos 
perante um conceito transdisciplinar que traz valor acrescentado essencialmente 
às Ciências Sociais e Humanas. 
Neste contexto, depreendemos que comunicar subentende relação, 
promove capacidade de expressão que, para além de quebrar a solidão, é 
ligação a outrem, é satisfação das necessidades de ordem intelectual, afetiva, 
moral e social, constituindo uma componente essencial da vida de cada um em 
particular e em geral de todo o sistema familiar. 
Se considerarmos o indivíduo como um sistema individual auto- 
organizado, o mesmo é dizer que se constrói na relação que estabelece com os 
outros. Visto que a relação caracteriza e expressa o sistema familiar, os sujeitos 
33 
 
 
que dele fazem parte encontram-se num processo de comunicação constante, 
ao qual não podem subtrair-se. Como refere Watzlawick (1985: 44, apud Dias, 
2001c): “não se pode não comunicar, ou seja, qualquer comportamento tem 
sempre o valor de mensagem, pelo que estamos sempre em processo de 
comunicação”. 
Com efeito, podemos dizer que na relação familiar, os membros que 
interagem se situam num plano sistémico e interativo de comunicação o 
indivíduo está permanentemente a fazer trocas entre o sistema familiar e o meio 
que o envolve cultural e socialmente, neste caso a família e a sociedade. 
Desta forma, o processo de comunicação no sistema familiar conduz o 
indivíduo à adaptação social, caso contrário a relação familiar torna-se 
insustentável e a possibilidade do fracasso da sua integração no sistema familiar 
e no sistema social pode acontecer. O sistema familiar pode facilitar as trocas 
adaptativas ajustando as mudanças que se dão no meio ambiente. A 
comunicação torna-se assim parte integrante do indivíduo na família e na 
sociedade. 
Como a família é a primeira instituição a facultar as relações o modo como 
nela se desenvolvem os processos de comunicação determinará o maior ou 
menor sucesso do desenvolvimento pessoal e social dos seus membros e, 
consequentemente, a integração na sociedade (Dias, 2002: 15 e ss). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
 
 
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