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aula 3

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ÉTICA PROFISSIONAL DO 
SERVIÇO SOCIAL 
AULA 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof.ª Carla Andréia Alves da Silva Marcelino 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Pelo caminho que percorremos até aqui, já deve ter ficado evidenciado 
aos alunos que a ética profissional não é o Código de Ética de uma profissão; 
pensar desta forma seria reduzir este campo a uma visão empobrecida e 
reduzida sobre o tema. A ética se refere ao modo de ser (ethos) de uma profissão 
e este modo de ser é perpassado pelos valores que orientam o grupo de 
profissionais daquela categoria. Tais valores expressam também o rumo para o 
qual caminham os seus profissionais durante o seu trabalho e onde almejam 
chegar com suas práxis. Estes valores e essa moral coletiva que orientam a 
categoria do grupo dos assistentes sociais está expressa em algo do qual se fala 
muito durante a formação acadêmica, que é o projeto ético-político do Serviço 
Social. 
É comum que recebamos a pergunta: “onde encontro escrito o projeto 
ético-político do Serviço Social?”. Este é o primeiro ponto que nos cabe elucidar 
já na introdução desta aula: o projeto ético-político não está escrito em nenhum 
lugar, não se pode encontrar um documento pronto com este nome, pois como 
citado no parágrafo anterior, ele exprime o ethos, o modo de ser dos assistentes 
sociais, visão de homem e de mundo destes profissionais, assim como, o 
compromisso político da categoria. Por ser o pano de fundo que orienta a ação 
profissional, os valores e os princípios que o norteiam podem ser encontrados 
em diversos documentos formais que traduzem o projeto ético-político na forma 
de regulamentos da profissão (normas e leis), na formação acadêmica (por meio 
dos currículos dos cursos de graduação) e das regras de conduta dos 
profissionais no exercício da sua atividade (por meio do Código de Ética). 
Para falarmos do projeto ético-político do Serviço Social iniciaremos 
apresentando alguns alinhamentos conceituais sobre o que são projetos, 
projetos societários e projetos profissionais, para então no segundo tema 
afunilarmos o debate sobre o que é e o que representa um projeto ético-político 
de uma coletividade, em nosso caso, a de assistentes sociais. No tema três, 
abordaremos as duas dimensões da ética no Serviço Social: a deontológica e a 
teleológica, assim como, apresentaremos os componentes que materializam o 
projeto ético-político e o que ele representa para a própria categoria e para os 
usuários de seus serviços. No ápice desta aula, falaremos sobre os valores 
nucleares que orientam o projeto ético-político do Serviço Social, todos eles 
 
 
3 
calcados no ethos trazido pela teoria crítica de Marx e seus intérpretes, que 
orientam para a ruptura com o sistema vigente e o compromisso intransigente 
de defesa da classe trabalhadora. Para encerrar a aula, daremos o primeiro 
passo direcionando nossos estudos para o Código de Ética dos/as Assistentes 
Sociais, que dá o caráter deontológico do projeto ético-político. Para isso, 
apresentaremos subsídios para a compreensão do lugar que o Serviço Social 
ocupa na divisão social e técnica do trabalho como profissão liberal e a relação 
direta disto com a necessidade de existência de um código de ética. 
TEMA 1 – PROJETOS SOCIETÁRIOS E PROJETOS PROFISSIONAIS 
Se retomarmos conteúdos anteriores, iremos lembrar que pela tradição 
marxista, o homem é um ser social que tem a capacidade de projetar antes em 
seu imaginário o produto de seu trabalho e agir de forma intencional para 
transformar a natureza para atender as suas próprias necessidades, produzindo 
aquilo que antes esteve em sua ideia. A esse processo de pensar – agir – pensar 
– agir, simultaneamente, chamamos de práxis. Desta forma, podemos afirmar 
que toda ação humana é dotada de teleologia, ou seja, de uma intenção, de um 
objetivo, visando a alcançar algum fim. É neste sentido que José Paulo Netto 
(2006, p. 2) afirma que a ação humana, individual ou coletiva, é sempre dotada 
de um projeto, que “é uma antecipação ideal da finalidade que se pretende 
alcançar, com a invocação dos valores que a legitimam e a escolha dos meios 
para lográ-la.” 
O mesmo autor explica que existem projetos individuais, projetos coletivos 
e uma modalidade outra, que mais nos interessa aqui, que são projetos 
macrossocietários, que além de coletivos, são globais, no sentido de que 
envolvem uma intenção que abrange toda a sociedade e não apenas um coletivo 
pequeno de sujeitos. Estamos aqui falando dos projetos societários. E por que 
nos interessa falar sobre isso? A resposta é porque o projeto ético-político do 
Serviço Social tem uma confluência direta com um projeto societário específico, 
como veremos adiante. Ao explicar o que são projetos societários, Netto (2006, 
p. 2) afirma: 
Trata-se daqueles projetos que apresentam uma imagem de sociedade 
a ser construída, que reclamam determinados valores para justificá-la 
e que privilegiam certos meios (materiais e culturais) para concretizá-
la. Os projetos societários são projetos coletivos; mas seu traço 
peculiar reside no fato de se constituírem como projetos 
macroscópicos, como propostas para o conjunto da sociedade. 
 
 
4 
 
Se partirmos da perspectiva marxista, seguindo com Netto (2006), a 
sociedade está dividida em classes sociais e os projetos societários estão 
atrelados aos interesses de tais classes, tendo estes um caráter político e 
econômico, envolvendo diretamente relações de poder. Em uma sociedade 
democrática, podem existir diversos projetos societários e pessoas adeptas a 
cada um deles podem ocupar espaços de poder e disseminar suas ideias. 
Porém, os projetos voltados aos interesses das classes dominadas sempre terão 
menos chances de prosperar ou de se sobrepor ao projeto dominante, vez que 
a classe dominante é detentora de grande parte dos espaços decisórios de poder 
e consegue impor os seus interesses em detrimento da classe trabalhadora. 
Cardoso (2013) explica que todo projeto que é coletivo tem um caráter 
ético (valores que o orientam) e um caráter político (finalidade e meios para 
atingi-la). Neste sentido, um projeto societário, por ser o mais amplo dos projetos 
coletivos, também é um projeto ético-político, o qual defende e luta por um tipo 
de sociedade que se quer construir ou consolidar, havendo, na sociedade de 
classes, espaço para dois grandes projetos: o de conservação do modelo de 
sociedade em que vivemos, voltado ao capital, ou de ruptura com ele, voltado 
para a emancipação humana e pelo fim da venda da força de trabalho e exercício 
livre da capacidade criativa e produtiva do ser social. 
Tratemos agora dos projetos profissionais, que segundo Cardoso (2013) 
são projetos coletivos, mas não são macroestruturais como os projetos 
societários, em que pese sempre estejam atrelados a um deles. Os projetos 
profissionais explicitarão “a imagem ideal” (p. 78) de uma categoria profissional, 
construindo possibilidades de respostas ao momento histórico. Estes projetos 
são constituídos de valores éticos que são fundamentados em opções teórico-
metodológicos que confluem para determinado projeto societário e imprimem a 
direção para a qual a profissão irá caminhar. 
Valores que legitimam a opção de uma direção social, caminhos para 
a concretização dessa opção, tendo como finalidade uma forma de 
sociabilidade. Enquanto projeto direciona a ação cotidiana desses 
profissionais que, por sua vez, construirão e reconstruirão tal projeto 
em sua práxis profissional. (CARDOSO, 2013, p. 79, grifos da autora) 
 
Netto (2006) complementa que além dos projetos profissionais 
apresentarem o dever ser e a autoimagem de uma profissão, ou seja, o ethos 
daquela categoria, ele ainda legitima valores, delimita objetivos e funções da 
 
 
5 
profissão dentro da divisão social e técnica do trabalho, formula quesitos para o 
exercício profissional, prescreve normas de comportamentopara os profissionais 
e define os parâmetros que baseiam as relações destes profissionais com os 
destinatários de seus serviços. 
TEMA 2 – O QUE É UM PROJETO ÉTICO-POLÍTICO? 
Já sabemos o que são projetos, projetos societários e projetos 
profissionais. Agora, vamos correlacionar todos eles com os projetos ético-
políticos, especialmente o do Serviço Social. Os projetos ético-políticos são 
projetos coletivos que exprimem além dos valores que baseiam a ação de um 
grupo, a direção para a qual segue este grupo na sua ação, ou seja, a posição 
política e o horizonte para o qual aponta aquele coletivo, do ponto de vista de 
um projeto societário, envolvendo a visão de mundo e de homem daqueles que 
o compõe. Neste caso, o projeto profissional dos assistentes sociais é um projeto 
ético-político. Reforçando tal conceito, Netto (2006) afirma que um projeto ético-
político é um projeto coletivo no qual um grupo ou uma categoria, como é o caso, 
deixa expressa qual a direção a se tomar para concretizar o que ela idealiza. 
De acordo com Cardoso (2013), o projeto é ético porque expressa a ética 
profissional, trazendo os valores que orientarão as escolhas dos profissionais 
durante a sua ação, traduzindo em princípios que vão nortear a teleologia da 
profissão e as relações destes com a sociedade. O projeto é também político 
porque traz a dimensão da organização e da ação política daquela coletividade, 
“pois é no político que se assenta a ação, a prática dos valores expressos pela 
ética” (p. 80). A política, no caso dos projetos coletivos, irá se referir às 
estratégias adotadas pela categoria profissional para atingir os objetivos da 
profissão, calcados nos valores trazidos pela dimensão ética. Além disso, a 
política também se expressa no compromisso da categoria em organizar-se 
coletivamente junto a outros setores da sociedade para a luta social e política 
para a implementação dos ideais do projeto societário ao qual está alinhado e 
materializar a sua posição ética “diante da conjuntura social e política” (p.81), 
compreendendo, portanto, a inserção dos profissionais nos movimentos sociais 
e coletivos, partidos políticos e outros espaços que congreguem do mesmo ethos 
daquele grupo. Vale ressaltar que um projeto ético-político deve respeitar a 
pluralidade dentro daquele coletivo, não podendo tornar-se um mecanismo de 
coerção, repressão ou exclusão daqueles que não compartilham de seus ideais. 
 
 
6 
Ele deve ser um projeto coletivo, que represente a maioria da categoria, e por 
isso dizemos que um projeto precisa ser HEGEMÔNICO, mas jamais será 
homogêneo. 
TEMA 3 – DEONTOLOGIA E TELEOLOGIA DO PROJETO ÉTICO-POLÍTICO DO 
SERVIÇO SOCIAL 
Vamos agora trazer a questão do projeto ético-político, debatendo-o 
dentro do Serviço Social, nos aproximando agora do caráter teleológico e 
deontológico deste projeto da coletividade dos assistentes sociais. Já ficou 
evidente até aqui que a ética profissional não se expressa apenas no Código de 
Ética, assim como, o projeto ético-político não se reduz apenas às normas e leis, 
em que pese elas o componham. Conforme afirma Silva (2012, p. 36) “o projeto 
ético-político profissional expõe como o Serviço Social se define na 
especialização do trabalho coletivo.” Justamente por ser um projeto no campo 
das ideais, Netto (2006) alerta que ele não é estanque e está sempre sendo 
aprimorado, podendo ser revisto e revisitado a qualquer tempo, o que dá a ele 
um caráter dinâmico e flexível. 
Desta feita, Netto (2006) assevera que o projeto ético-político do Serviço 
Social é dotado de duas dimensões da ética. A dimensão teleológica, que é o 
projeto em si, que se refere à intencionalidade da profissão, pautada pelos 
valores que a orientam e a dimensão deontológica, que é dada pelo Código de 
Ética e demais normativas, que veremos em conteúdos próximos. A deontologia 
se refere ao conjunto das regras e deveres formais que orientam uma profissão. 
Neste caso, a teleologia implica diretamente a deontologia, pois como veremos, 
os princípios que norteiam o projeto ético-político do Serviço Social determinam 
e estão abertamente expressos nas normativas da profissão de assistente social. 
Do ponto de vista da teleologia do projeto ético-político do Serviço Social, 
é consenso, conforme afirma Cardoso (2013), que ele se pauta na apreensão do 
materialismo-histórico, trazido pela teoria social de Karl Marx e seus intérpretes, 
estando o modo de ser da profissão vinculado aos valores do ethos socialista ou 
revolucionário, como veremos no próximo tema. Ademais, o projeto dos 
assistentes sociais também direciona para o uso da matriz marxista como 
arcabouço teórico metodológico, usando de suas categorias para compreender 
a realidade na qual se atua, em especial: práxis, mediação, contradição, luta de 
classes e dialética. Estas categorias serão estudadas pelos alunos nas 
 
 
7 
disciplinas específicas de fundamentos teórico-metodológicos e por isso não nos 
ateremos a elas. 
Isto posto, com base no arcabouço teórico citado acima, o projeto ético-
político, segundo Cardoso (2013, p. 209) traz como marca orientadora do 
trabalho do assistente social: 
[...] a busca pela coletivização das demandas, a compreensão do 
indivíduo no contexto da realidade em que está inserido, a vinculação 
aos espaços de discussão e deliberação das políticas sociais, a 
efetivação do acesso a direitos sociais, o constante aprimoramento 
profissional, a realizações de ações refletidas e planejadas buscando 
prevenir o praticismo e o pragmatismo [...]. 
 
Ainda sobre a teleologia do projeto ético-ético político do Serviço Social, 
importa ressaltar que nele está claro o alinhamento da categoria com um projeto 
societário emancipador, de aproximação do ser social à sua dimensão humano 
genérica, opondo-se ao projeto vigente e aos valores que o orientam. Neste 
sentido, os assistentes sociais, em que pese não sejam os agentes da revolução 
no aspecto macrossocial, devem direcionar sua ação no caminho de assegurar 
direitos e garantir da forma como couber, ainda que em aspectos microssociais, 
alguma emancipação aos sujeitos alvo de seu trabalho. Veremos mais sobre isto 
em nosso próximo tema. 
No que se refere ao aspecto deontológico, Silva (2012) afirma que apesar 
de o projeto ético-político do Serviço Social não estar expresso em um único 
documento escrito, seus princípios éticos e políticos estão postos em normativas 
que orientam e regulamentam o exercício da profissão e a formação dos novos 
profissionais do Serviço Social. O conjunto destes documentos, segundo a 
mesma autora, é composto pela Lei de Regulamentação da Profissão, pelo 
Código de Ética dos/as Assistentes Sociais e pelas Diretrizes Curriculares 
estabelecidas pela Associação Brasileira de Pesquisa e Ensino em Serviço 
Social – ABEPSS, os quais não possuem hierarquia entre si e fluem de forma 
simultânea na profissão. 
O Código de Ética, como veremos em conteúdos próximos, traz o caráter 
deontológico da profissão em si, com regras, normas e penalidades para os 
profissionais que as infringir; mais do que isso, o Código também traz explícitos 
os princípios que norteiam a ação dos profissionais, que traduzem o ethos da 
profissão nos dias atuais. A Lei de Regulamentação da profissão delimita a 
função da profissão na divisão social e técnica do trabalho, suas competências 
e atribuições privativas, todas pautadas também nos mesmos princípios. Por fim, 
 
 
8 
temos as Diretrizes Curriculares, as quais são fundamentais para a consolidação 
do projeto ético-político, vez que é nela que estão definidas as matrizes de 
disciplinas e conteúdos mínimos para a formação de novos assistentes sociais, 
sinalizando desde o início da formação a direção para a qual a profissão segue, 
do ponto de vista ético-político e teórico-metodológico. Netto (2006) e Silva 
(2012) pontuam, inclusive, que a revisãodas Diretrizes Curriculares da 
graduação em Serviço Social foi fundamental, nas décadas de 1980, 1990 e 
início dos anos 2000, para romper de vez com a visão fragmentada e 
conservadora que imperava na profissão até a consolidação do Movimento de 
Reconceituação, fazendo crescer o número de jovens profissionais alinhados a 
esse novo ethos do Serviço Social. 
Neste mesmo sentido, Netto (2006) amplia o debate, ponderando ainda 
que o projeto ético-político possui diversas esferas, simultâneas, voltadas a 
aspectos diferentes, mas que se interligam. A primeira esfera é a da produção 
do conhecimento, na qual ocorre a sistematização das modalidades práticas da 
profissão e se apresentam os processos reflexivos do fazer profissional por meio 
da pesquisa e da publicação de materiais técnico-científicos na área. A segunda 
esfera é a político-organizativa da profissão, que engloba a criação e 
fortalecimento de fóruns de deliberação e entidades representativas da 
categoria, como o conjunto CFESS/CRESS, ABEPSS e as demais associações 
político-profissionais, além do movimento estudantil, representado pelo conjunto 
dos Centros ou Diretórios Acadêmicos e pela Executiva Nacional dos Estudantes 
de Serviço Social; é nestas instâncias que são tecidos os traços gerais do 
projeto e são reafirmados (ou não) determinados compromissos e princípios. A 
terceira esfera abordada pelo autor é a jurídico-política, que traz os códigos e 
normas já citados anteriormente, mas também todas as leis da sociedade em 
geral, com as quais o trabalho do assistente social faz interface direta ou indireta, 
tais como a Constituição Federal, o Estatuto da Criança e do Adolescente, as 
Leis Orgânicas da Saúde e da Assistência Social, dentre várias outras. Veremos 
no item a seguir quais são os valores nucleares do projeto ético-político do 
Serviço social. 
 
 
 
 
9 
TEMA 4 – VALORES NUCLEARES DO PROJETO ÉTICO-POLÍTICO DO SERVIÇO 
SOCIAL 
O projeto ético-político possui um núcleo central que expressa os valores 
e a moral da profissão e dele derivam princípios que vão orientar o fazer 
profissional. Insta salientar que conforme afirma Cardoso (2013), neste projeto, 
que teve seu início de construção nos anos de 1980 e foi consolidado a partir 
dos anos 1990, assume-se que a matéria-prima do trabalho do assistente social 
é a questão social e as contradições inerentes a ela, especialmente aquela 
advinda da relação entre capital X trabalho. De saída, a profissão posiciona-se 
em favor da classe trabalhadora, no sentido de que atuará de forma solidária a 
luta desta classe por emancipação e para a garantia de seus direitos 
fundamentais. 
Feito tal esclarecimento inicial, seguimos com Netto (2006) que apregoa 
que o núcleo deste projeto é o reconhecimento da LIBERDADE como valor 
central da profissão e que isto vai dar o direcionamento aos demais valores. A 
liberdade defendida em nada tem a ver com o conceito liberal, que defende a 
liberdade individual e o direito à propriedade, mas a liberdade no sentido da 
emancipação dos sujeitos sociais, que somente se concretizará, como já 
afirmamos anteriormente, quando o homem deixar de trabalhar de forma 
alienada e quando sua força de trabalho deixar de ser mercadoria, permitindo a 
ruptura com o processo de reificação que coisifica o homem. Seremos livres 
apenas quando pudermos atingir a nossa capacidade criativa por meio do 
trabalho e daí decorrem outros processos que gerarão maior grau de verdadeira 
autonomia, pois deixaremos de sofrer a todo o tempo as determinações do 
capital e seremos livres para escolher entre alternativas concretas. Neste mesmo 
sentido, Cardoso (2013, p. 205) explica que esta liberdade implica a 
“possibilidade de superação da condição de opressão e dominação presente na 
sociedade de classes diante do trabalho alienado que alija o homem de suas 
potencialidades enquanto ser social.” 
Seguindo com Netto (2006) o segundo componente do núcleo central do 
projeto ético-político do Serviço Social é a vinculação com um novo projeto 
societário, “que propõe a construção de uma nova ordem social” (p. 15), na qual 
não haja domínio ou subjugação de um homem por outro, o que denota também 
o compromisso dos assistentes sociais com os direitos humanos. Neste sentido, 
 
 
10 
o mesmo Netto (2012) afirma que a profissão sinaliza para um processo de 
transformação social, explicitando que este termo seria a expressão atualizada 
para o termo revolução, preconizada por Marx em suas obras. No bojo deste 
componente político do projeto, Netto (2006, p. 16) esclarece: 
[...] ele se posiciona a favor da equidade e da justiça social, na 
perspectiva da universalização do acesso a bens e a serviços relativos 
às políticas e programas sociais; a ampliação e a consolidação da 
cidadania são explicitamente postas como garantia dos direitos civis, 
políticos e sociais das classes trabalhadoras. Correspondentemente, o 
projeto se declara radicalmente democrático – considerada a 
democratização como socialização da participação política e 
socialização da riqueza socialmente produzida. 
 
 
 Do ponto de vista da formação acadêmica e da qualificação do 
profissional, o projeto ético-político impõe um compromisso com um constante 
aperfeiçoamento das matrizes curriculares, da especialização dos assistentes 
sociais para aprimorar o trabalho, assim como, instiga a categoria à produção de 
conhecimento por meio da pesquisa visando a dar maiores subsídios a ação e 
dar visibilidade às práticas do Serviço Social. Netto (2006) assegura que o 
projeto não deixa de fora a relação dos assistentes sociais com os usuários de 
seus serviços, trazendo em seu núcleo o compromisso com a oferta de serviços 
de qualidade à população e a publicização dos recursos institucionais, bem como 
o constante incentivo e à participação dos usuários nas decisões institucionais e 
nos espaços de decisão política. O mesmo autor explicita ainda que o projeto 
ético-político apregoa que os assistentes sociais se articulem com outras 
categorias profissionais que partilhem de propostas similares e com os 
movimentos que se solidarizam com a luta geral dos trabalhadores. 
TEMA 5 – O SERVIÇO SOCIAL COMO PROFISSÃO LIBERAL 
O Serviço Social é uma profissão inscrita na divisão social e técnica do 
trabalho. Esta divisão, segundo Cardoso (2013) é social porque estabelece para 
cada profissão um papel no cumprimento das necessidades dos sujeitos sociais, 
e é técnica porque existem as diversas especialidades, com necessidades de 
conhecimento diferentes e que operam no campo material ou no intelectual. 
Dentro desta divisão sociotécnica, o assistente social se enquadra no campo das 
profissões liberais, no rol daquelas que trabalham com os elementos da vida, 
tendo como resultado de seu trabalho “produtos” de natureza imaterial. Hardt e 
Negri (2005) explicam que existem duas modalidades de trabalho: o material e 
 
 
11 
o imaterial, sendo o segundo aquele que gera produtos imateriais, como a 
informação, o conhecimento, ideias, imagens, relacionamentos e afetos. Sônia 
Mansano (2009, não paginado) complementa, afirmando que dentre os trabalhos 
imateriais, existe o trabalho imaterial-afetivo: 
O desenvolvimento recente das sociedades capitalistas, 
particularmente acelerado nas últimas décadas pela produção 
tecnológica e informacional, colocou em destaque a emergência de 
todo um conjunto de categorias de trabalhadores cuja produção não 
pode mais ser caracterizada como exclusivamente material. [...] Trata-
se de trabalhos que envolvem outras dimensões da atividade humana, 
particularmente aquelas voltadas para a educação, a cultura, a geração 
de conhecimento, a saúde, o afeto e a sociabilidade. A emergência de 
novas categorias profissionais, cujo centro não se encontra na 
produção material, afirma-se até os dias de hoje, fazendo surgir novos 
modos de subjetivação entre os trabalhadores e,acreditamos também, 
novas relações com o próprio trabalho. (MANSANO, 2009, não 
paginado). 
 
Por um outro viés, Braz e Teixeira (2009, apud CARODOSO, 2013), 
existem duas modalidades de práxis profissionais, sendo uma voltada à 
transformação e exploração da natureza e a outra, na qual se inscreve o Serviço 
Social, voltada a influenciar no comportamento e na ação dos homens, 
distinguindo que no primeiro caso, os trabalhadores atuam na relação homem-
natureza e no segundo, na relação homem-homem, inseridas nos processos de 
produção e reprodução da vida social. 
Grande parte das profissões que se inscrevem no campo do trabalho 
imaterial e que têm como campo de atuação os processos de produção e 
reprodução da vida social que estão inscritos dentro da divisão do trabalho como 
profissões liberais. Este termo liberal nada tem a ver com o liberalismo (defesa 
das liberdades individuais) e tampouco com a ideia de profissional autônomo, 
como ouve-se no senso comum. Estas profissões levam esta designação porque 
os profissionais são livres para escolher os instrumentos que utilizará para atingir 
a finalidade do seu trabalho (SIMÕES, 2012). Por lidar com elementos tão caros 
referentes à vida dos sujeitos, estas profissões são instrumentalizadas de 
saberes teórico-metodológicos, técnico-operativos e ético-políticos e possuem 
LIBERDADE para escolher os caminhos para a realização de seu trabalho. 
Portanto, o termo liberal, refere-se à autonomia para a escolha das formas de 
seu fazer profissional. 
Embora sejam em sua grande maioria trabalhadores assalariados, 
inseridos no mundo formal do trabalho, o empregador poderá indicar a demanda, 
a finalidade para a qual o profissional foi contratado. Porém, o profissional tem 
 
 
12 
total e plena autonomia para decidir os meios que utilizará para a intervenção ou 
estudo/avaliação da realidade posta. Isto posto, versa Simões (2012) que os 
profissionais liberais não estão subordinados tecnicamente a ninguém e 
possuem ampla margem de decisão. Em tendo esta autonomia para decidir os 
meios pelo qual realizará o seu trabalho, é necessário que sejam impostos limites 
a atuação profissional, vez que o profissional é livre para o exercício da sua 
atividade, mas precisa respeitar determinados regras que balizem as suas 
relações com os usuários dos seus serviços, com seus empregadores, com 
outros profissionais e com a sociedade em geral, e ser responsabilizado caso 
viole tais regras, assim como, que se tenha estabelecido formas de fiscalização 
do exercício da profissão e responsabilidade de quem ela será. 
É neste sentido que Paiva e Sales (2012, p. 213) pontuam a necessidade 
de que profissões liberais, como a de assistente social, tenham códigos de ética: 
Mesmo considerando a autonomia do processo de trabalho, 
característica das profissões liberais como o Serviço Social, é 
justamente essa peculiaridade que exige a codificação moral de seu 
exercício, de maneira a garantir um controle, pela sociedade, da 
qualidade e probidade dessas práticas. Impõe-se então, a necessidade 
de constituir limites e parâmetros, traduzidos em normas uniformizadas 
das condutas profissionais, como contratendências à competitividade 
profissional instigada pelo mercado capitalista. 
 
Neste mesmo sentido, Simões (2012) afirma que na sociedade capitalista, 
permeada pelo ethos burguês que citamos anteriormente, imprime um mundo do 
trabalho competitivo, individualista, no qual muitos profissionais buscam por 
prestígio ou status profissional, o que pode os levar a atitudes desleais, à 
privatização de informações e meios de trabalho, perdendo-se de vista os 
motivos humanísticos que as profissões devem ter, especialmente o Serviço 
Social, dotado de compromisso com a emancipação humana e com a classe 
trabalhadora. Estes motivos também reforçam a necessidade da existência de 
códigos de ética e normativas que balizem a práxis profissional. 
Outro motivo para a necessidade da existência de códigos de ética, 
pensando que estes definem direitos e deveres, é resguardar o profissional 
liberal dos desmandos de seu empregador, o qual não poderá sujeitar o 
trabalhador a uma atuação que venha a ferir os valores e princípios da profissão. 
A exemplo, o Código de Ética dos/as Assistentes Sociais de 1993, traz em seu 
bojo a autonomia do profissional como algo essencial ao trabalho: 
 
 
 
13 
 
Art. 2º Constituem direitos do/a assistente social: 
[...] 
h- ampla autonomia no exercício da profissão, não sendo obrigado a 
prestar serviços profissionais incompatíveis com as suas atribuições, 
cargos ou funções; 
 
É em razão desta autonomia que eclode a necessidade de que haja limites 
que sinalizem para o profissional qual caminho seguir quando este colocar-se 
em contradição entre o seu querer e o seu dever: 
A ética [...] indaga e norteia sobre as condições objetivas no espaço de 
trabalho que favorecem ou limitam a concretização dos compromissos 
coletivos. Nesse momento, a ética argui sobre os meios, e, 
principalmente, contribui para sua melhor definição frente aos objetivos 
profissionais. [...] os sujeitos profissionais são, assim, mobilizados e 
pressionados eticamente, pois compete a eles realizar escolhas entre 
alternativas [...] donde coloca-se a tensão entre autonomia e o dever. 
Esta tensão remete ao que eu, enquanto assistente social, posso e 
quero fazer [...] e por outro lado, àquilo que devo fazer como algo 
paramentado coletivamente pelo projeto ético-político da categoria. 
(PAIVA e SALLES, 2012, p. 215) 
 
 Assim, apesar de a ética profissional não se restringir ao Código 
de Ética, este é uma das expressões dela, desempenhando papel fundamental 
de caráter normativo e diretivo, bem como: 
[...] com mais importância, formativo, no sentido de, ao ser expressão 
de uma reflexão ética que inclui as duas outras esferas – a filosófico-
valorativa e a moral-prática -, propiciar aos profissionais imersos no 
cotidiano do trabalho profissional novos parâmetros que deem base as 
suas escolhas diante de ações morais a partir da reflexão crítica desse 
cotidiano, como sabemos tão saturado de imediaticidade e urgência, 
conduzindo-os a ações éticas. (CARDOSO, 2012, p. 91) 
Já deixamos claro aqui também que o Código de Ética, apesar de ser um 
instrumento deontológico, traz em seu bojo os valores da profissão, traduzidos 
na forma de princípios orientadores da ação, os quais, no caso do Serviço Social, 
estão intrinsecamente ligados aos valores nucleares do projeto ético-político da 
profissão, expressando o ethos dos assistentes sociais brasileiros num 
determinando contexto histórico, ou seja, o Código de Ética traduz não apenas 
o dever ser da profissão, mas especialmente, o modo de ser desta perante a 
sociedade. Sobre os princípios que fundamentam o Código de Ética dos/as 
Assistentes Sociais vigência, falaremos mais adiante. 
 
 
14 
NA PRÁTICA 
Considerando os fundamentos do projeto ético-político da profissão de 
assistente social apresentados nesta aula, analise o caso abaixo e reflita sobre 
qual seria sua postura e escolha diante da situação posta: 
Após receber incentivos fiscais da Prefeitura de um município de grande 
porte, uma empresa multinacional instalou-se na cidade. Inicialmente, a 
população local compactuou com a ideia, pois havia a promessa da criação de 
mais de dois mil postos de trabalho na unidade. Tratava-se de uma empresa 
produtora de insumos agrícolas, tendo como atividade principal a produção de 
agrotóxicos. O terreno doado pela prefeitura para a instalação da indústria ficava 
numa área residencial, próxima a mananciais e áreas de preservação ambiental. 
Após o início das atividades, verificou-se que os melhores postos de trabalho, 
dentre eles os cargos que exigiam maior qualificação e que, por consequência, 
eram os mais bem remunerados, foram ocupados por profissionais de fora da 
cidade e até mesmo estrangeiros. Paraa população local restaram as vagas na 
área de produção, com os menores salários e condições precarizadas de 
trabalho. 
Outra constatação que fez gerar a antipatia da população local com a 
empresa, foi o fato de esta indústria estar realizando o seu esgotamento sanitário 
de forma irregular, liberando restos de materiais e produtos altamente tóxicos 
nas proximidades, contaminando o solo e o leito dos rios e mananciais da região, 
afetando diretamente a população residente no entorno da empresa. Uma 
grande mobilização popular foi iniciada na cidade pedindo a saída desta indústria 
do município e cobrando posições mais firmes das autoridades, em especial as 
responsáveis pelas fiscalizações de meio ambiente. Em meio a este contexto, 
esta indústria publicou um anúncio de jornal ofertando uma vaga para assistente 
social, com um salário bastante atrativo para o mercado da região, com a adição 
de benefícios como plano de saúde privado para o trabalhador e seus 
dependentes, vale-refeição, participação anual nos lucros da empresa, dentre 
outros. Na cidade, há duas universidades com o curso de Serviço Social, as 
quais disponibilizam ao mundo do trabalho cerca de cento e cinquenta 
profissionais por ano, tornando as oportunidades de trabalho na região 
insuficientes para a demanda de trabalhadores da área. 
 
 
15 
Uma assistente social graduada há dois anos e que não conseguiu neste 
período se colocar no mercado de trabalho na sua área de formação, casada e 
com um filho ainda criança, foi a selecionada para a vaga. Apesar da 
inexperiência, ela falava fluentemente inglês e se expressava muito bem 
oralmente e na forma escrita, o que a habilitou para a vaga. Seus familiares 
ficaram felizes com a oportunidade conseguida, pois o alto salário e os benefícios 
melhorariam significativamente as condições de vida da família. Porém, algumas 
colegas de faculdade desta assistente social disseram a ela que não deveria 
aceitar a vaga, que ela estava “vendendo-se” aos interesses do grande capital e 
acusaram-na de estar “traindo” os princípios da profissão. Aflita com a pressão 
da família, de um lado, e das colegas de profissão, do outro, ela afundou-se em 
dúvidas, alegando estar entre “a razão” e “o coração”. Ela tinha apenas vinte e 
quatro horas para dar o retorno à empresa com o aceite da vaga. 
O que você faria no lugar desta assistente social? 
FINALIZANDO 
Nesta aula, vimos sobre o que são projetos, projetos societários, projetos 
profissionais e projetos ético-políticos, abordando o fato de que os dois últimos 
são projetos coletivos vinculados a microestruturas e grupos específicos, mas 
vinculam-se diretamente a um projeto societário, seja de conservação ou de 
ruptura com o modo de produção e com a forma de funcionamento da sociedade 
vigente. Apresentou-se que o projeto ético-político de uma profissão expressa 
uma autoimagem da categoria, fazendo parte desta imagem o ethos da profissão 
e o dever ser desta, de acordo com os valores que sustentam tal modo de ser 
do grupo. 
Destacou-se que o projeto ético-político não existe na forma de um 
documento formal escrito como muitos pensam, mas ele parte do campo dos 
saber construído historicamente no trabalho dos assistentes sociais, e a partir 
disto, forma um conjunto de valores e posições políticas frente ao mundo, os 
quais direcionarão a ação/práxis profissional. Neste sentido, apontou-se que o 
Serviço Social atua nas demandas inerentes à contradição entre capital x 
trabalho, posicionando-se em favor da classe trabalhadora, com vistas a 
assegurar a eles o aceso aos seus direitos fundamentais com vistas à 
emancipação. No ápice desta aula, foram apresentados os principais valores que 
norteiam o projeto ético-político do Serviço Social, sendo a liberdade o principal 
 
 
16 
deles, assim como, o compromisso com a construção de uma nova ordem 
societária mais justa e democrática do ponto de vista da distribuição da riqueza. 
A implementação deste projeto não é um processo fácil e se faz no dia a dia da 
profissão; apresentaremos em nossa videoaula os principais desafios postos na 
atualidade para a sua consolidação. 
 
 
 
 
17 
REFERÊNCIAS 
 
CARDOSO, P. Ética e projetos profissionais: os diferentes caminhos do 
serviço social no Brasil. Campinas/SP: Papel Social, 2013. 
CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL. Resolução CFESS n. 273 de 
13 de março de 1993.Institui o Código de Ética Profissional do/a assistente 
social e dá outras providências. Disponível em 
<http://www.cfess.org.br/arquivos/CEP_CFESS-SITE.pdf>. Acesso em: 10 
maio. 2021. 
FORTI, V. Ética, crime e loucura: reflexões sobre a dimensão ética do trabalho 
profissional. 2.ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010. 
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_____. Multidão: guerra e democracia na era do império. Trad. Clóvis Marques. 
Rio de Janeiro: Record, 2005. 
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segundo semestre 2013, p. 37-42. 
MANSANO, SO trabalho imaterial afetivo na área da saúde. Revista 
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<http://www.fnepas.org.br/pdf/servico_social_saude/sumario.htm>. Acesso em: 
10 maio. 2021. 
 
 
 
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PAIVA, B; SALES, M. A nova ética profissional: práxis e princípios. In: BONETTI, 
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