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ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIÇO SOCIAL AULA 4 Profª Carla Marcelino 2 CONVERSA INICIAL Desde o início de nossos estudos, temos afirmado que o projeto ético- político do Serviço Social engloba os valores e os posicionamentos políticos da profissão, expressando o ethos (modo de ser) do coletivo dos profissionais. Este projeto, embora não esteja escrito em lugar algum, se materializa em alguns instrumentos essenciais para o exercício da profissão, especialmente nas normativas e legislações que regulamentam, orientam e organizam o exercício da profissão de assistente social no Brasil. Isto posto, nesta aula, apresentaremos e analisaremos alguns desses instrumentos. É importante destacar que estamos sempre falando em leis e normativas, sendo preciso delimitar tais termos: as leis são documentos aprovados pelo Poder Legislativo (Congresso Federal – Câmara e Senado, Assembleias Legislativas Estaduais ou Câmaras Municipais), os quais são sancionados pelo Chefe do Poder Executivo (Presidente da República, Governador ou Prefeito) e possuem caráter coercitivo, no sentido de que há obrigatoriedade universal de segui-los, havendo sanções para quem não o faz. Já as normas são regras que normalmente se referem a um grupo de pessoas, a um coletivo ou a um segmento social específico, sendo elaboradas e aprovadas por órgãos de natureza pública, responsáveis por cada matéria específica. As normas também determinam ou proíbem algo, gerando obrigação de fazer. Portarias, resoluções, instruções normativas, entre outros, são exemplos de normas, e grande parte dos documentos que apresentaremos aqui são desta natureza, colocando, portanto, princípios, regras, direitos, deveres e vedações no exercício da profissão. Iniciaremos por meio da apresentação da Lei de Regulamentação da Profissão, abordando sucintamente o histórico do tema para, em seguida, apontar os principais pontos trazidos pela lei que se encontra em vigência. Além de definir quem pode ser assistente social esclarecendo os requisitos para isso, esta lei traz em seu bojo as atividades que o assistente social possui competência para desempenhar, mas, principalmente, lista um rol de atividades que somente o assistente social poderá desenvolver, definidas como atribuições privativas da profissão. Como citamos em aulas anteriores, existe um conjunto de instituições que dão aparato jurídico-legal e nortes sobre a formação profissional, sendo a 3 principal delas o conjunto dos Conselhos Federal e Regionais de Serviço Social, chamado de conjunto CFESS/CRESS. Em razão do tempo e do volume de conteúdo, abordaremos apenas esta instituição, mas existem ainda a ABEPSS, a ENESSO, entre outras, que atuam no sentido de consolidar o projeto ético- político da profissão, seja na formação ou no engajamento dos estudantes de Serviço Social. A partir do tema três, daremos início ao estudo do Código de Ética Profissional do(a) Assistente Social, vigente desde 1993, o qual dá o caráter deontológico à ética profissional no Serviço Social, balizando a ação dos assistentes sociais. Este código possui em suas primeiras páginas aquilo que pode ser considerado o seu coração: os princípios que fundamentam e norteiam o trabalho do assistente social. Estes princípios trazidos logo no início do código são o mais próximo que conseguimos chegar de algo escrito e formalizado que materialize o projeto ético-político do Serviço Social. Assim, nos temas três, quatro e cinco, apresentaremos estes princípios, debatendo um a um, assim como a primeira parte do código, chamada de Disposições Gerais. TEMA 1 – LEI DE REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO Silva (2012) afirma que a regulamentação de profissões, que teve seu ponto alto na década de 1950, é fruto do próprio movimento da sociedade capitalista brasileira, estando o Serviço Social também dentro deste mesmo projeto. Sobre a regulamentação de profissões, Felippe (2018, p. 2) explica que uma das principais funções das legislações profissionais é “garantir pelo poder regulador do Estado o monopólio sobre a execução de determinadas atribuições e tarefas inerentes ao trabalho das profissões”. Nesse sentido, Silva (2012) enfatiza que a necessidade de regulamentar uma profissão que pudesse cuidar do enfrentamento das demandas advindas da contradição entre capital e trabalho foi o que motivou a publicação da primeira Lei de Regulamentação do Serviço Social, em 1957 (Lei n. 3.252, de 27 de agosto de 1957). Além de regulamentar por uma demanda do próprio Estado, isto foi feito em consórcio com a Igreja Católica, que assumiu inicialmente o compromisso de formar os profissionais que trabalhariam como assistentes sociais, já que a lei de 1957 trazia como requisito para exercício da profissão o registro de um diploma de ensino superior e a inscrição no respectivo conselho de classe. Ademais, Silva (2012) assevera que tal lei, que foi tardiamente 4 regulamentada por meio do Decreto n. 994, de 15 de maio de 1962, não trouxe em seu bojo nenhum conteúdo político e ateve-se a formalidades para a organização da profissão, colocando uma centralidade nas escolas de Serviço Social como disseminadoras de conhecimento e direcionadoras do projeto ético- político profissional vigente à época, vinculado ao conservadorismo. A Lei n. 3.252/1957 e o Decreto n. 994/1962 ficaram em vigor até o ano de 1993. Diferentemente do Código de Ética dos(as) Assistentes Sociais, que passou por diversas reformulações ao longo do período, a lei esteve em vigência por quase 40 anos e somente foi revogada no bojo da consolidação do movimento de reconceituação, no início dos anos de 1990. Silva (2012) afirma que este tempo tão extenso se deveu não apenas à necessidade de amadurecimento do processo de atualização da profissão, mas principalmente porque durante a Ditadura Militar (1964-1984) não havia espaço institucional para debates de tal natureza, uma vez que se apregoava que conselhos e espaços de organização das categorias profissionais deveriam estar imbuídos de neutralidade política. Diferentemente da lei de 1957, que foi impulsionada e fez parte de um projeto de Estado, a Lei n. 8.662, de 7 de junho de 1993, foi fruto de um amplo debate coletivo que reordenou os pilares da profissão, tanto do ponto de vista ético-político quanto do teórico-metodológico, reposicionando o Serviço Social dentro da divisão social e técnica do trabalho. A nova lei traz em seu art. 3º que somente poderá receber a designação de “Assistente Social” aquela pessoa que cumprir todos os requisitos estabelecidos na lei, especificamente os do art. 2º: possuir diploma de graduação em Serviço Social, em instituição reconhecida pelo Ministério da Educação – MEC ou validado por ele e possuir registro no Conselho Regional de Serviço Social. Os arts. 4º e 5º da Lei de Regulamentação trazem algo que é fundamental que os estudantes saibam: as atividades de competência do assistente social e as atribuições privativas da profissão. Terra (1998, citado por Felippe, 2018) afirma que as competências são atividades possíveis de serem executadas pelo assistente social, mas não são exclusivas deste profissional, o que implica dizer que podem ser executadas por outras profissões também; já as atribuições privativas se referem especificamente a atividades que única e tão somente o assistente social poderá desempenhar, sendo que se outro profissional as realizar, poderá responder por exercício ilegal de profissão. 5 Para Felippe (2018), apesar de representar muitos avanços, a Lei de Regulamentação de 1993 ainda deixou algumas das mesmas lacunas apontadas na Lei de 1957, especificamente no que se refere às atribuições privativas da profissão. Quase todos os finais de incisos do art. 5º referem como atribuição privativa do assistente social atividades“em matéria de Serviço Social” ou “na área de Serviço Social”, mas não especificam o que é este campo de abrangência da matéria ou área de Serviço Social, deixando brechas para inúmeras discussões, dificultando a delimitação do campo não apenas para o profissional de Serviço Social, mas também abrindo espaço para que outras profissões adentrem as atividades que só podem ser desempenhadas, exclusivamente, por assistentes sociais. Além dos artigos já descritos aqui, a Lei de 1993 altera as denominações dos Conselhos Federal e Regionais de Serviço Social, assim como disciplina as competências e atribuições destes, as quais trabalharemos mais a fundo no tema três. TEMA 2 – CONJUNTO CRESS/CFESS: OBJETIVOS E ATRIBUIÇÕES Em aulas anteriores, falamos sobre a ética nas profissões e vimos que os Códigos de Ética, enquanto normatizadores e balizadores da ação profissional, surgem quando são regulamentadas uma série de profissões liberais, as quais, em sua grande maioria, trabalham com aspectos imateriais da vida. Mas quem estabelece, aprova e promulga os Códigos de Ética? Quem fiscalizará se os profissionais e seus empregadores estão seguindo os parâmetros éticos da profissão? Já abordamos exaustivamente que o ethos de uma profissão expressa o seu “espírito”, e esse modo de ser é construído pela própria categoria. Apesar disso, é necessário que existam órgãos, com poder coercitivo Estatal, que possam organizar e concatenar os debates hegemônicos na profissão, normatizar e fiscalizar a ação dos profissionais. Com esta função, na década de 1950, começam a surgir os primeiros conselhos de classes profissionais, entre eles o de Serviço Social, criado no texto da primeira Lei de Regulamentação (Lei n. 3.252, de 27 de agosto de 1957). De acordo com o sítio eletrônico oficial do CFESS, os primeiros Conselhos foram criados sob a nomenclatura de Conselho Federal de Assistentes Sociais (CFAS) e os Conselhos Regionais de Assistentes Sociais (CRAS). Esta nomenclatura foi alterada na Lei de Regulamentação de 1993, passando a 6 figurar como Conselhos de Serviço Social e não mais de Assistentes Sociais. Embora pareça apenas uma mudança semântica, não o é. Cardoso (2013) explica que esta alteração tira do centro o profissional e coloca em seu lugar a profissão. Ou seja, os conselhos são de defesa e fiscalização da profissão e não um espaço de interesses corporativos de profissionais. Este segundo espaço seria o reservado para um sindicato e não para um conselho. O sítio eletrônico do CFESS explica que o CFAS e os CRAS possuíam uma concepção conservadora de atuação, porque assim era o espírito da profissão à época: despolitizada e acrítica em relação ao contexto econômico e social. O CFAS e o CRAS eram então instituições meramente normativas, que fiscalizavam o exercício da profissão, no sentido de cobrança do tributo para liberação do registro profissional e de exigências de cumprimento dos requisitos legais para exercício da profissão de assistente social. Os atuais Conselhos Federal de Serviço Social (CFESS) e Regionais de Serviço Social (CRESS) foram criados pela Lei n. 8.662/1993, no mesmo bojo da aprovação da própria lei de regulamentação, do novo Código de Ética e da revisão das diretrizes curriculares, expressando, assim, um conjunto de componentes que fomentaram a efetivação do Serviço Social reconceituado, demarcando a ruptura definitiva, do ponto de vista hegemônico da profissão, com suas bases conservadoras, sagrando o materialismo-histórico e seus fundamentos como bases teórico-metodológica e ético-política. Isto posto, Cardoso (2013) assevera que este conjunto jurídico e normativo veio como alicerce para sustentar este novo Serviço Social brasileiro. O CFESS e os CRESS são autarquias públicas, investidas de poder de Estado, que possuem atribuição de “orientar, disciplinar, normatizar, fiscalizar e defender o exercício profissional do/da assistente social no Brasil” (CFESS, 2021). Para o exercício de tais atribuições, o CFESS e os CRESS contam com comissões específicas, sendo a de maior destaque a comissão de fiscalização e ética que existe em âmbito nacional e também regional, responsáveis pela fiscalização do exercício profissional, tendo como baliza as competências e atribuições privativas da profissão, cabendo também a estas comissões a realização dos processos éticos. Todos esses trâmites estão previstos na Política Nacional de Fiscalização do conjunto CFESS/CRESS (Resolução n. 507/2007). Além disso, aos conselhos compete promover eventos, como congressos e encontros, que visem ao debate do fazer profissional nos contextos 7 sociais em que a profissão está inserida, além de atuar de forma articulada com o movimento estudantil da área e com as organizações que atuam na formação acadêmica, como a Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS). TEMA 3 – PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO(A) ASSISTENTE SOCIAL (PARTE 1) Antes de iniciarmos o debate sobre os 11 princípios que fundamentam o Código de Ética Profissional do(a) Assistente Social, é importante que retomemos aqui algumas questões. A primeira delas é novamente pontuar que a ética profissional não se resume ao Código de Ética; pensar a ética a partir de um código é desconsiderar a dimensão moral da profissão e o seu compromisso ético-político com uma direção social e uma visão de mundo expressa no modo de ser da categoria, anulando o importante debate filosófico, extremamente necessário, sobre os valores que fundamentam a profissão. A ética profissional, por se referir à conduta e à ação dos profissionais pautadas numa moral coletiva, não se dá com base nas letras de uma normativa, mas sim nas relações sociais estabelecidas pelos profissionais com a categoria, com os usuários, com seus empregadores e com a sociedade em geral. Isto posto, Barroco (2012, p. 100) explica que: Um Código de Ética representa uma exigência legal de regulamentação formal da profissão e, como tal, é um instrumento específico de explicitação de deveres e direitos profissionais, ou seja, refere-se a uma necessidade formal de legislar sobre o comportamento dos profissionais. Ou seja, como já afirmamos, um Código de Ética traz o caráter deontológico da ética profissional. Mas para que ele tenha sentido, conforme afirmam Paiva et al. (2012), a moral que orienta esta deontologia precisa estar internalizada coletivamente pelo corpo de profissionais, caso contrário, apesar de seu poder coercitivo, corre-se o risco de a norma se tornar “letra morta”, como diz o senso comum. Apesar de ser um instrumento legal-formal, o Código é construído com base em valores que fundamentam o projeto profissional da categoria e, por isso mesmo, não é e nem deve ser um instrumento apolítico, acrítico, neutro ou isento, tampouco ser apenas um instrumento político e crítico. Assim, apesar de o Código de Ética de 1986 expressar os novos rumos ético- políticos da profissão, ele precisou rapidamente ser revisto, porque não cumpria 8 a todos os requisitos que um código dessa natureza precisa cumprir, sendo fraco em seu aspecto deontológico. Nesse sentido, o Código de Ética de 1993 consolida o amadurecimento da profissão, agora reconceituada e fundada em novas bases, como explicam Bonetti et al. (2012, p. 16): Aos poucos superam-se as práticas militantistas e messiânicas, impregnadas de um conteúdo, muitas vezes romântico, parcializado, meramente denunciativo/acusatório e caudatário de uma visão vulgar do marxismo. Ao mesmo tempo avança-se na direção de um debate plural consequente, que não se confunde com pronunciamentos ecléticos, ancorado na necessidade de convívio democrático com a diversidade, tendo como suposto o crédito no compromisso com os princípios libertários. Assim, o Código de Ética de 1993 tentar encontrar estajusta medida entre a deontologia, a teleologia e a moral profissional, aprimorando, segundo Paiva e Sales (2012), o Código de Ética de 1986, mantendo seus valores, mas incluindo uma preocupação com a qualificação do trabalho e dos serviços prestados pelos assistentes sociais, denotando, assim, um compromisso da categoria com os usuários e com a sociedade em geral. As mesmas autoras apontam que: [...] o novo Código realizou um esforço com vistas à tradução e materialização de diversas situações inerentes ao processo de trabalho do assistente social, no intuito de abranger os dilemas éticos. Houve neste âmbito um especial empenho voltado para melhor definir e precisar a objetivação dos valores e princípios éticos universais no seio do cotidiano da profissão. (Paiva; Sales, 2012, p. 214) Complementarmente, as autoras acima citadas afirmam que duas preocupações permearam a elaboração do Código de Ética de 1993 e foram determinantes no resultado do produto final: a) que o código pudesse ser um instrumento que expressasse o amadurecimento político dos assistentes sociais e pudesse ser aliado do processo de mobilização e qualificação dos profissionais, com vistas à qualificação dos serviços prestados; b) o código precisava ser um mecanismo que servisse primordialmente para a defesa do exercício profissional, respaldando juridicamente a profissão em seu cotidiano. E assim, veremos daqui em diante que, pautado nos valores e princípios libertários, fundamentados no materialismo histórico, especialmente nas teses sobre a ontologia do ser social, o Código de Ética de 1993 expressa os princípios, direitos e deveres da categoria dos assistentes sociais. 9 Antes de passarmos ao estudo de cada um dos 11 princípios, é importante destacar alguns pontos. Primeiramente, o Código de Ética de 1993 é uma norma, uma vez que foi aprovado pela Resolução n. 273, de 13 de março de 2021, pelo CFESS, após uma longa construção coletiva de seu texto, que, ao final, foi aprovado pelo Conselho Pleno e devidamente publicado. Desde a sua formulação, o Código passou por apenas uma revisão, datada de 2011, a qual não alterou o mérito e nenhum artigo, mas abarcou em texto a flexão de gênero, assim como corrigiu os termos gênero, identidade de gênero e orientação sexual, conforme os novos consensos advindos de estudos e teses sobre estes temas. Foi também corrigida a ortografia para as novas normas cultas da língua portuguesa e, por uma questão de organização didática, foram enumerados os princípios fundamentais de I a XI, destacando que eles não possuem hierarquia, tampouco pretendem perfazer uma sequência lógica. Isto posto, partimos agora à análise dos princípios do Código de Ética Profissional do(a) Assistente Social; ressalte-se que para o restante desta aula, trabalharemos apenas com as interpretações feitas por Barroco e Terra (2012) e por Paiva e Sales (2012). Daremos início com o princípio I, aquele que traz o núcleo central de todo o projeto ético-político da profissão de assistente social: “Reconhecimento da liberdade como valor ético central e das demandas políticas a ela inerentes – autonomia, emancipação e plena expansão dos indivíduos sociais” (CFESS, 1993). Primeiramente, é necessário explicitar que esta liberdade é aquela fundada na ontologia do ser social, que não se refere apenas à autonomia para livre escolha, mas à liberdade no sentido da emancipação humana, já abordada em aulas anteriores. Do ponto de vista microssocial, o assistente social, no seu cotidiano de trabalho, precisa atuar nas relações com a população atendida ou com outros profissionais, seja do Serviço Social ou não, de forma a respeitar o outro e não cercear sua liberdade ou autonomia, incentivando o exercício de decisões autônomas, mesmo que diante das limitadas escolhas que a sociedade atual oferece, assim como facilitar a inserção dos atendidos em espaços que possam favorecer a sua emancipação como sujeito social, desenvolvendo “suas potencialidades e habilidades” (Barroco; Terra, 2012, p. 122). As mesmas autoras alertam que o princípio da liberdade também engloba a liberdade de expressão, de opinião e o respeito às escolhas pautadas em valores que são caros para cada sujeito, lutando também contra todas as formas 10 de opressão, repressão e cerceamento do exercício desta liberdade. Paiva e Sales (2012) alertam que a liberdade trazida neste princípio guarda uma contradição inerente do interesse coletivo em confronto com o interesse individual, mas que ao estarmos pautados na ontologia do ser social e na perspectiva da construção de um novo projeto societário, esta liberdade individual somente será plena quando houver uma coletivização dela, ou seja, “a plena realização da liberdade de cada um requer a plena realização de todos” (p. 219). O princípio II versa pela “Defesa intransigente dos direitos humanos e a recusa do arbítrio e do autoritarismo” (CFESS, 1993). Segundo Paiva e Sales (2012), é a primeira vez que o termo “direitos humanos” é formulado claramente em uma normativa, consolidando uma posição que vinha sendo adotada pelos assistentes sociais há mais de uma década, quando a categoria passou a questionar o autoritarismo e o uso da tortura e da violência como forma de balizar as relações sociais. Isto posto, as autoras asseveram que desde o final da década de 1970, o Serviço Social [...] vem se posicionando contra todo tipo de abuso de autoridade, torturas, violências domésticas, grupos de extermínio; isto é, vêm demonstrando historicamente a sua firme vinculação à luta em favor dos direitos humanos. (Paiva; Sales, 2012, p. 221) Assim, na sua prática profissional, nem o assistente social poderá usar de arbítrio e autoritarismo, como também não poderá coadunar com tais práticas, sendo dever atuar de forma a romper com os ciclos de violência, fazendo a defesa intransigente da integridade física, psicológica e moral daqueles com os quais se relaciona em sua vida profissional. O princípio III do Código de Ética dos(as) Assistentes Sociais em vigência traz em seu texto: “Ampliação e consolidação da cidadania, considerada tarefa primordial de toda sociedade, com vistas à garantia dos direitos civis sociais e políticos das classes trabalhadoras” (CFESS, 1993). Tal princípio, antes de tudo, reafirma um dos preceitos da face política do projeto ético-político do Serviço Social, trazendo a defesa da classe trabalhadora como direcionamento para a profissão. Isto implica dizer que dentro das contradições inerentes à relação entre capital e trabalho que geram expressões da questão social, o assistente social atuará de forma a assegurar os direitos daqueles que são afetados negativamente por estas expressões, garantindo a eles a cidadania (acesso aos diretos sociais e políticos). Isto implica romper com a ideia messiânica vigente 11 no Serviço Social pautado no conservadorismo, uma vez que ao compreender o usuário como cidadão, compreende-se que a ele devem ser dirigidas políticas sociais compensatórias das desigualdades sociais, que visam promover, ainda que aspectos microssociais, alguma forma de emancipação, e não apenas uma atuação pontual, na qual o direito aparecia como dádiva. Sobre este compromisso com a cidadania, Paiva e Sales (2012) salientam que é necessário ir além do conceito liberal de cidadania, que prevê apenas os mínimos sociais para uma vida digna: Comprometermo-nos com a cidadania implica apreendê-la na sua real significação, o que seguramente exige a ultrapassagem da orientação civil e política imposta pelo pensamento liberal, e, como tal, a superação dos limites engendrados pela reprodução das relações sociais no capitalismo. A cidadania, de acordo com a nova acepção ético-política proposta, consiste na universalização dos direitos sociais, políticos e civis, pré-requisitos fundamentais à sua realização.(Paiva; Sales, 2012, p. 225) Para fechar este tema, vamos abordar o princípio IV do Código de 1993: “Defesa do aprofundamento da democracia, enquanto socialização da participação política e da riqueza socialmente produzida”. Neste princípio, é importante ressaltar a segunda parte da frase, que destaca que não estamos falando apenas do conceito de democracia fundado no iluminismo, parte integrante da ideia de Estado Democrático de Direito, mas sim da democratização de acesso à riqueza socialmente produzida, o que implica falarmos em distribuição igualitária de renda e oportunidades. Paiva e Sales (2012) apontam que este princípio e o anterior a ele, ao defenderem concepções mais amplas de cidadania e de democracia, acabam por deixar clara e explícita a posição do Serviço Social contrária ao capitalismo e a necessidade de sua superação, mais uma vez apontando para o viés político do projeto ético-político da profissão. Do ponto de vista microssocial, defender a democracia implica em ampliar espaços de debate e discussão e romper com práticas que tendam ao “controle, tutela ou subalternização” (p. 228) de outrem, sejam eles usuários, outros profissionais e quaisquer pessoas com quem o assistente social tenha que se relacionar em seu cotidiano. Neste princípio, também estão implícitas as obrigações do profissional de Serviço Social em assegurar e ampliar espaços de participação social para que os usuários de seus serviços possam participar dos processos de formulação de políticas públicas e de decisões políticas. 12 TEMA 4 – PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO(A) ASSISTENTE SOCIAL (PARTE 2) Seguindo nossos estudos, ressaltamos que estamos fazendo a discussão dos princípios fundamentais com base nos estudos de Barroco e Terra (2012) e Paiva e Sales (2012). Partimos agora ao princípio V, que traz em seu texto: “Posicionamento em favor da equidade e justiça social, que assegure universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e políticas sociais, bem como sua gestão democrática” (CFESS, 1993). Primeiramente, é necessário explicar o porquê de tratarmos aqui de equidade e não de igualdade, como seria quase óbvio se pensássemos pela razão liberal. Equidade significa atender de forma desigual pessoas que são desiguais, o que implica dizer que o princípio de equidade prevê que a cada um seja dado conforme as suas necessidades, ofertando oportunidades para que se possa atingir, ao final, alguma igualdade de direitos. Já a justiça social, de acordo com Barroco e Terra (2012), versa sobre a universalidade de acesso aos bens e serviços ofertados pelo Estado. As autoras alertam que embora tais valores sejam importantes, sofrem influência direta das desigualdades sociais que dificultam a sua efetivação. Assim, no aspecto microssocial, compete ao assistente social, enquanto não forem superadas as contradições entre capital e trabalho, atuar de forma a garantir o acesso aos serviços e bens públicos, por meio das políticas sociais e dos serviços sociais por elas ofertados, de forma a minimizar tal desigualdade. O princípio VI marca a posição do Serviço Social em favor das chamadas “diversidades” e do seu compromisso com os grupos socialmente discriminados: “Empenho na eliminação de todas as formas de preconceito, incentivando o respeito à diversidade, à participação de grupos socialmente discriminados e à discussão das diferenças” (CFESS, 1993). Há uma intensa discussão sociológica e filosófica sobre o termo “diversidades”. Barroco e Terra (2012, p. 128) explicam de forma clara tal princípio, uma vez que ele tem um impacto direto e objetivo na atuação do assistente social: Esse princípio deve também regular toda atividade do assistente social, afastando, rejeitando e denunciando condutas e atitudes preconceituosas ou discriminatórias, manifestadas em qualquer dimensão profissional, não admitindo juízo preconcebido, na forma de atitude discriminatória perante pessoas, lugares, tradições, culturas, orientação sexual considerados diferentes ou “estranhos”. 13 As autoras ressaltam que este “diferente ou estranho” refere-se a tudo o que foge ao padrão hegemônico vigente, dominante no pensamento da maioria das pessoas de uma sociedade. Assim como o princípio II, o IV também é uma novidade em relação às normativas anteriores que regiam a profissão de assistente social e tem em seu bojo, segundo Paiva e Sales (2012), que é necessário, de fato, romper com qualquer postura conservadora que venha a compreender os grupos socialmente discriminados como desajustados. O assistente social também é um ser social, é um sujeito imbuído de suas crenças e valores individuais, construídos ao longo de sua história como pessoa. Porém, tais valores precisam ser suspensos quando este atua como profissional, uma vez que neste caso prevalece a moral coletiva, o ethos da profissão, que muitas vezes conflitará com os valores pessoais. O princípio VII resgata algo que havia estado presente no Código de Ética de 1965 e que havia sido retirado da versão de 1975, que se refere ao respeito ao pluralismo de ideias na profissão: “Garantia do pluralismo, através do respeito às correntes profissionais democráticas existentes e suas expressões teóricas, e compromisso com o constante aprimoramento intelectual” (CFESS, 1993). Como já vimos em outros momentos, o materialismo-histórico e a teoria social de Karl Marx são reconhecidos como fundamentos do Serviço Social de forma hegemônica. O termo hegemônico implica reconhecer que a maioria dos profissionais o adota, mas não a integralidade da categoria, e este princípio vem trazer o respeito às outras correntes que divergem desta dentro da profissão. Isto não implica dizer que o ecletismo é aceito, pois este expressa pouca qualificação teórico-técnica, mas sim o respeito aos profissionais que adotam outras lentes que não o marxismo para fazer a sua leitura de realidade social. É importante ressaltar que mesmo seguindo outras correntes, os profissionais não estão desobrigados a respeitar os princípios fundamentais e tampouco os direitos e deveres expressos no Código de Ética. O princípio VIII materializa de fato o caráter político do projeto do Serviço Social, uma vez que traz expresso em seu texto o compromisso com a construção de uma nova ordem societária, o que implica declarar abertamente que os assistentes sociais não compactuam com o modo capitalista de produção e tampouco com as desigualdades sociais geradas por ele: “Opção por um projeto profissional vinculado ao processo de construção de uma nova ordem 14 societária, sem dominação, exploração de classe, etnia e gênero” (CFESS, 1993). Em linha complementar ao princípio VIII, o de número IX afirma que o Serviço Social deve se aproximar e se alinhar a outras profissões que tenham como norte os mesmos princípios e o mesmo posicionamento ético-político: “Articulação com os movimentos de outras categorias profissionais que partilhem dos princípios deste Código e com a luta geral dos trabalhadores” (CFESS, 1993). Barroco e Terra (2012) apontam que este princípio prevê a superação da lógica corporativista para favorecer a organização da categoria junto de outros profissionais que também se posicionem em favor da classe trabalhadora e da emancipação humana. Em aulas anteriores, quando falamos dos valores centrais do projeto ético-político, falamos que este tem em seu núcleo também o compromisso com os usuários dos serviços sociais, manifestado pela qualificação profissional e pela consequente qualificação do atendimento. Este valor se expressa com clareza no princípio X: “Compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população e com o aprimoramento intelectual, na perspectiva da competência profissional” (CFESS, 1993). Barroco e Terra (2012) asseveram que, para ofertarserviços de qualidade, o assistente social precisa estar em permanente processo de aperfeiçoamento intelectual, por meio de cursos, capacitações e instruções, buscando estar atualizado e atento aos novos contextos sócio-históricos que requerem novos saberes para interpretar e intervir na realidade social. Para encerrar esta seção sobre os princípios, apresentaremos agora o de número XI: “Exercício do Serviço Social sem ser discriminado/a, nem discriminar, por questões de inserção de classe social, gênero, etnia, religião, nacionalidade, orientação sexual, identidade de gênero, idade e condição física” (CFESS, 1993). Este princípio, de forma a complementar os demais, traz uma via de mão dupla, pois tanto o assistente social possui o direito de atuar sem ser discriminado por qualquer condição específica sua, como deve agir de forma a não fazê-lo perante os usuários e outros profissionais, assim, tal princípio nos protege para que os empregadores não nos obriguem também a agir de forma discriminatória e preconceituosa. 15 TEMA 5 – CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO(A) ASSISTENTE SOCIAL: DISPOSIÇÕES GERAIS Antes de adentrarmos nas disposições gerais do Código de Ética em vigência, é importante que ainda falemos algo sobre os princípios. Como se pode observar, eles ficam fora do escopo dos artigos do Código, dado que o art. 1º está nas disposições gerais, imediatamente após o fim da seção dos princípios. Tal organização dentro do código faz com que muitos compreendam que os princípios são meras abstrações, questões globais apenas a serem observadas ou somente uma carta de intenções. Barroco e Terra (2012) asseveram que, ao contrário disso, os princípios estão fora dos artigos porque estes são superiores a eles, são superiores as regras que o seguem, uma vez que são eles os fios condutores de tudo que seguirá depois. As autoras afirmam que do ponto de vista normativo, os princípios servem como mandamento nuclear do código e o desrespeito a eles é passível de abertura de processo de ética para apuração e eventual penalização do profissional que não os observar: “Os princípios são normas jurídicas que se sobrepõem ao regramento, possuindo um grau de juridicidade superior que condiciona os parâmetros normativos subsequentes” (p. 132). Feito este adendo, vamos falar sobre a segunda seção do Código, que se refere ao “Título I: Disposições Gerais”, o qual é composto por um artigo (art. 1º), três alíneas (a, b e c) e um parágrafo único. Esta parte inicial aborda três competências do Conselho Federal de Serviço Social em relação à questão da ética profissional, sendo elas: a) zelar pela observância dos princípios e diretrizes deste Código, fiscalizando as ações dos Conselhos Regionais e a prática exercida pelos profissionais, instituições e organizações na área do Serviço Social; b) introduzir alteração neste Código, por meio de uma ampla participação da categoria, num processo desenvolvido em ação conjunta com os Conselhos Regionais; c) como Tribunal Superior de Ética Profissional, firmar jurisprudência na observância. Isto posto, observa-se que o CFESS é a instância máxima em relação à questão ética, tanto no que se refere à fiscalização do exercício da profissão quanto das instituições empregadoras, mas, principalmente, como órgão 16 responsável por articular a categoria e suas discussões, assim como concatenar tais ideias e traduzi-las em alterações no Código, sempre que esta for demandada. Ressalte-se que o conjunto CFESS/CRESS promove seus encontros anuais, dos quais participam as diretorias dessas instâncias, quando são amplamente debatidas questões emergentes afetas à profissão. Outrossim, no que se refere à alínea c, sempre que um profissional sofrer penalidade ética e não concordar com ela, terá o direito de ter seu processo analisado pela instância nacional, assim como compete ao CFESS dirimir dúvidas em casos omissos e criar jurisprudências com base em processos passados, que visem auxiliar as Comissões de Fiscalização (COFI) dos Conselhos Regionais. O parágrafo único versa sobre os Conselhos Regionais em relação à ética profissional, atribuindo a esta instância a função de ser o órgão julgador dos processos éticos em primeira instância, assim como a de zelar, em âmbito local, pela observância dos princípios do Código de Ética. Ao comentar as disposições gerais do código, Barroco e Terra (2012) afirmam que é importante registrar que o CFESS e os CRESS, apesar de serem órgãos fiscalizadores e controladores, por serem autarquias estatais também estão sujeitos à fiscalização, tendo suas atividades acompanhadas pelo Ministério Público e pelo Poder Judiciário, que poderão aplicar medidas cabíveis em caso de improbidade administrativa ou outras infrações que lesem os princípios da administração pública. NA PRÁTICA Um assistente social trabalha em um programa público de planejamento familiar na política de saúde, tendo como atribuição realizar o estudo social das famílias participantes e prestar orientações quanto aos direitos reprodutivos da mulher, trâmites e procedimentos para a participação naquele serviço. A usuária possuía sete filhos, quatro deles nascidos por meio de parto cesariana, o que implica em riscos para novas gestações. A equipe médica obstétrica indicou a realização de laqueadura para esta mulher, dado que já possuía quase 40 anos de idade, tinha sete filhos nascidos vivos e apresentava gestação de risco. Ao realizar o estudo social, a profissional do Serviço Social observou que se tratava de família que vivia em situação de pobreza, com condições habitacionais precárias, sem acesso a serviços públicos de qualidade. 17 Algumas das crianças não frequentavam a escola porque saiam coletar material reciclável com os pais durante o dia. A família também não possuía renda fixa e contava com a ajuda de familiares e membros da comunidade religiosa que frequentavam, os quais prestavam auxílio material (alimentos, roupas, entre outros). Após a realização do estudo social e de todo o processo de triagem do programa, o casal acabou por revelar para a assistente social que não se sentiam confortáveis com a realização da laqueadura, pois a doutrina religiosa que acreditavam pregava que se deve “ter tantos filhos quanto Deus quiser que se tenha”. Diante desse contexto, quais seriam as possíveis alternativas para intervenção do Serviço Social, seguindo os princípios éticos da profissão previstos no Código de Ética Profissional do(a) Assistente Social? FINALIZANDO Nesta aula, iniciamos os estudos e os debates de algumas das leis e normas vigentes na profissão de assistente social, que consolidam o projeto ético-político da profissão e trazem a ela o caráter deontológico da ética profissional, ou seja, as regras que balizam o trabalho da categoria. Iniciamos pelo estudo da Lei de Regulamentação da Profissão (Lei n. 8.662/1993), quando vimos que nela estão definidas as atribuições privativas e as atividades de competência do Serviço Social, regramento necessário para definir o lugar e o papel do Serviço Social dentro da divisão social e técnica do trabalho, assim como para dar o norte aos processos de fiscalização e orientação do exercício da profissão. Na sequência, trabalhamos as atribuições e competências do conjunto CFESS/CRESS, órgãos centrais para a mobilização, organização, orientação e fiscalização da prática profissional. É por meio deste conjunto que a categoria congrega e concatena suas ideias, transformando-as em normas, sendo ele também o responsável por assegurar a aplicação destas. Iniciamos o estudo do Código de Ética, apresentando e comentando seus 11 princípios, destacando que estes não são apenas cartas de intenções ou abstrações filosóficas da categoria, mas são, antes de tudo, os norteadores da ação e servem como norma jurídica nuclearpara a orientação e fiscalização da profissão, sendo a observação destes obrigatória por todos os assistentes sociais em todos os espaços sócio-ocupacionais do território brasileiro, e a burla a qualquer um deles é passível de apuração e responsabilização de falta ética. 18 Por fim, abordamos os artigos do código, trabalhando as disposições gerais do art. 1º e suas alíneas, as quais trazem o conjunto CFESS/CRESS como uma espécie de órgãos guardiões dos preceitos éticos profissionais. Nas próximas aulas, seguiremos trabalhando as normas postas no Código de Ética, tratando dos direitos e deveres dos assistentes sociais. 19 REFERÊNCIAS BARROCO, M. L. S.; TERRA, S. H. Código de ética do/a assistente social comentado. Conselho Federal de Serviço Social (Org.). São Paulo: Cortez, 2012. BONETTI, D. A.; VINAGRE, M.; SALES, M. A.; GONELLI, V. M. M. Apresentação. In: BONETTI, D. A.; VINAGRE, M.; SALES, M. A.; GONELLI, V. M. M. (Orgs.). Serviço social e ética: convite a uma nova práxis. 13. ed. São Paulo: Cortez, 2012. CARDOSO, P. F. G. Ética e projetos profissionais: os diferentes caminhos do serviço social no Brasil. Campinas/SP: Papel Social, 2013. CFESS – Conselho Federal de Serviço Social. Resolução CFESS n. 273 de 13 de março de 1993. Institui o Código de Ética Profissional do/a assistente social e dá outras providências. 10. ed. Disponível em <http://www.cfess.org.br/arquivos/CEP_CFESS-SITE.pdf>. Acesso em: 13 maio 2021. CFESS – Conselho Federal de Serviço Social. O CFESS. Disponível em: <http://www.cfess.org.br/visualizar/menu/local/o-cfess>. Acesso em: 13 maio 2021. FELIPPE, J. M. S. O processo legislativo e a regulamentação do Serviço Social no Brasil: uma análise documental. Revista Serviço Social e Sociedade. n. 131, p. 29-50, jan./abr. 2018. São Paulo: Cortez, 2018. PAIVA, B. A.; SALES, M. A. A nova ética profissional: práxis e princípios. In: BONETTI, D. A.; VINAGRE, M.; SALES, M. A.; GONELLI, V. M. M. (Orgs). Serviço social e ética: convite a uma nova práxis. 13. ed. São Paulo: Cortez, 2012. NETTO, J. P.; BARROCO, M. L. S.; VINAGRE, M.; SALES, M. A. Reformulação do Código de Ética: pressupostos históricos, teóricos e políticos. In: BONETTI, D.A.; VINAGRE, M.; SALES, M.A.; GONELLI, V. M.M.(Orgs). Serviço social e ética: convite a uma nova práxis. 13. ed. São Paulo: Cortez, 2012. SILVA, M. M. J. A materialização do projeto ético-político do Serviço Social: um convite à reflexão sobre o projeto ético-político do Serviço Social. Campinas: Papel Social, 2012. http://www.cfess.org.br/arquivos/CEP_CFESS-SITE.pdf
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