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2 O DIREITO DO MAR-14-19

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2/18/24, 2:16 PM wlldd_221_u2_leg_adu_mar
https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=natalileitesilveira%40gmail.com&usuarioNome=NATALI+DE+OLIVEIRA+LEITE+SILVEIRA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3935387&ati… 14/30
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
 Saiba mais
Você sabia que a ONU possui um departamento para tratar exclusivamente das questões relacionadas
ao uso do mar? 
Esse departamento é conhecido como DOALOS (Divison for Ocean A�airs and the Law of the Sea). Em
seu site você irá encontrar diversas informações interessantes, como a lista atualizada de países que
rati�caram a Convenção de Montego Bay, uma lista de árbitros conciliadores que poderão ser escolhidos
pelos Estados para a solução de suas controvérsias, Resoluções da Assembleia Geral da ONU em
matérias relacionadas ao Direito do Mar e muitos outros assuntos. Vale a pena dar uma olhada. Com
certeza, esse site irá enriquecer seus estudos.
INTRODUÇÃO
Durante sua viagem, ou até mesmo nas operações de carga e descarga no porto, o navio está sujeito a
diversos riscos. Seja em acidentes na movimentação de carga, seja na possibilidade de um naufrágio por
conta de uma tempestade, cifras milionárias estão envolvidas nessa aventura marítima.
O gerenciamento desses riscos é uma atividade complexa, e o Direito Marítimo possui uma regra especial,
conforme a qual alguns custos extraordinários poderão ser compartilhados entre todos os envolvidos, com a
�nalidade de minimizar os prejuízos. O sistema da avaria grossa faz com que todos os que tiverem seu
patrimônio preservado em detrimento de outros bens a bordo, em uma situação de perigo, contribuam com
aquele que sofreu o prejuízo.
Além disso, o seguro marítimo também contém regras especiais, diante da peculiaridade dessa atividade.
Vamos estudar?
Aula 3
AVARIAS MARÍTIMAS
Incidentes marítimos; pressupostos da avaria grossa; seguro e Clubes de P&I.
40 minutos
https://www.un.org/depts/los/index.htm
2/18/24, 2:16 PM wlldd_221_u2_leg_adu_mar
https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=natalileitesilveira%40gmail.com&usuarioNome=NATALI+DE+OLIVEIRA+LEITE+SILVEIRA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3935387&ati… 15/30
INCIDENTES MARÍTIMOS
A navegação é considerada uma das atividades econômicas mais arriscadas, em face dos inúmeros perigos a
que está sujeita e dos custos envolvidos em uma viagem. Antigamente, tudo era feito de forma rudimentar, já
que o homem não dispunha de conhecimentos técnicos necessários à arte de navegar. As viagens eram
verdadeiras aventuras marítimas, normalmente realizadas durante o dia e em épocas apropriadas, e as
embarcações não se afastavam consideravelmente da costa, já que os pontos �xos em terra eram utilizados
para orientação. Ao anoitecer, os navegantes procuravam por um local de refúgio, e só ao amanhecer
retornavam ao seu curso normal.
Com o passar do tempo, a evolução tecnológica permitiu a so�sticação dos navios, que agora, dotados de
modernos equipamentos, passaram a exercer a sua atividade de forma ainda mais intensa.
A possibilidade de previsão do tempo, a capacidade de navegar por longos dias sem a necessidade de
atracação em um porto para apoio logístico, entre outros, foram fatores determinantes para tornar a
navegação marítima elemento primordial de uma economia internacionalmente globalizada.
Mesmo com o avanço tecnológico, até os dias de hoje, é comum utilizarmos a expressão “aventura marítima”
para fazermos menção a uma viagem, e os incidentes envolvendo navios e cargas acontecem diariamente,
gerando, por vezes, acidentes e prejuízos milionários. Você se recorda de que, recentemente, um navio
encalhou no Canal de Suez, interrompendo o �uxo de navios e causando um enorme transtorno, de escala
global? Todos esses prejuízos de uma aventura marítima são chamados de avarias.
Avaria
No Direito Marítimo, além dos danos, também classi�camos as despesas extraordinárias como avarias.
As Despesas extraordinárias são quaisquer despesas que não estavam previstas, mas que foram necessárias
para concluir a viagem (lembre-se de aventura marítima) em segurança.
Isso está no art. 761 do Código Comercial Brasileiro:
Classi�cação das avarias
As avarias podem ser classi�cadas quanto à sua natureza ou sua causa. Quanto à natureza, são classi�cadas
em avarias-dano e avarias-despesa, e quanto à causa, em avaria grossa e avaria simples.
Todas as despesas extraordinárias feitas a bem do navio ou da carga, conjunta ou
separadamente, e todos os danos acontecidos àquele ou a esta, desde o embarque e
partida até sua volta e desembarque, são reputadas avarias. 
— (BRASIL, 1850)
2/18/24, 2:16 PM wlldd_221_u2_leg_adu_mar
https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=natalileitesilveira%40gmail.com&usuarioNome=NATALI+DE+OLIVEIRA+LEITE+SILVEIRA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3935387&ati… 16/30
As avarias-despesa, também chamadas de expensivas, são geralmente causadas por elementos de força
maior, caracterizando gastos de caráter excepcional, necessários para que o navio complete a viagem com
segurança.
As avarias-dano, também chamadas de deteriorantes, são motivadas essencialmente por faltas náuticas, por
situações que ocorrem no navio e causam tais prejuízos.
Tanto as avarias-dano como as avarias-despesa poderão ser classi�cadas, quanto à causa, em avarias grossas
ou simples.
As avarias grossas são danos ou despesas extraordinárias decorrentes de um ato intencional e
razoavelmente praticado em defesa do interesse comum, em uma situação de perigo real ou iminente,
visando obter ou obtendo um resultado útil.
As avarias simples decorrem, essencialmente, de fortuna do mar, de vícios próprios do navio ou da carga, ou
de fatos que podem ser imputados exclusivamente ao transportador marítimo.
VIDEOAULA: INCIDENTES MARÍTIMOS
No vídeo do Bloco 1, serão abordadas a origem e a essência da avaria grossa, tendo como objetivo
compreender melhor qual é a natureza desse instituto tão importante no Direito Marítimo. O objetivo é
entender o princípio da solidariedade daqueles que enfrentam uma aventura marítima.
PRESSUPOSTOS DA AVARIA GROSSA
Como já sabemos, as avarias grossas são danos ou despesas extraordinárias decorrentes de um ato
intencional e razoavelmente praticado em defesa do interesse comum, em uma situação de perigo real ou
iminente, visando obter ou obtendo um resultado útil.
As despesas decorrentes são suportadas por todos os interessados na expedição marítima (interesse comum),
sendo o valor repartido proporcionalmente entre eles.
Nas avarias simples, por outro lado, os prejuízos são suportados somente pelo particular afetado. Por essa
razão, elas são também chamadas de avarias particulares.
Do conceito da avaria grossa (também chamada de avaria comum, já que o prejuízo é comum a todos)
podemos extrair os seus pressupostos e elementos caracterizadores, sem os quais não haverá a possibilidade
de classi�cação da avaria como grossa e consequente compartilhamento dos prejuízos entre todos os
envolvidos na viagem.
São eles:
Videoaula: Incidentes marítimos
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
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1. Dano ou despesa extraordinária: elemento fundamental. Sem ele, não há sequer avaria. Lembre-se de que
a despesa extraordinária é aquela que não estava prevista para ocorrer na viagem. Imagine um navio que está
prestes a enfrentar um mau tempo, com condições adversas de mar, e que recomendam a alteração de sua
rota. Evidentemente, esse desvio não estava planejado, e acarretará um consumo extra de combustível
(bunker). Esse consumo extra é uma despesa extraordinária.
2. Intencionalidade e razoabilidade: para ser enquadrado como avaria grossa, o dano ou a despesaextraordinária deve ser praticado de forma intencional e razoável. Imagine um navio que está com sua
estabilidade comprometida, correndo risco de naufragar. O comandante, com o objetivo de salvar a
embarcação, decide alijar alguns contêineres ao mar, na tentativa de estabilizá-la. Note que esses contêineres
não caíram no mar, mas foram jogados propositalmente, na tentativa de salvar o navio. Lembre-se disso: a
avaria grossa sempre será um prejuízo causado de forma intencional, com o objetivo de evitar um mal maior,
e esse prejuízo deve ser praticado de forma razoável. Trata-se de uma situação que requer bom senso. Será
que aquela era realmente a melhor opção ou havia uma alternativa menos custosa para afastar o perigo?
3. Interesse comum: esse elemento também é fundamental para a caracterização da avaria grossa. O prejuízo
causado de forma intencional e razoável deverá ocorrer em benefício de todos os envolvidos na viagem, ou
seja, em benefício do dono do navio, do armador, de todos os proprietários das cargas a bordo, etc.
4. Perigo real ou iminente: para que seja caracterizada a avaria grossa, o navio deverá estar em uma situação
de perigo real ou iminente, ou seja, o perigo deverá estar ocorrendo naquele momento, ou muito próximo de
acontecer. Esse elemento tem por objetivo evitar atos precipitados. Como perigo iminente, podemos citar
uma tempestade que se aproxima. O navio pode estar se dirigindo para uma área de risco, por exemplo.
5. Resultado útil: signi�ca o salvamento total ou parcial do interesse envolvido, ou seja, do navio e da carga.
Na ausência de qualquer um desses pressupostos, a avaria será classi�cada como simples, e o prejuízo não
será compartilhado.
VIDEOAULA: PRESSUPOSTOS DA AVARIA GROSSA
No vídeo do Bloco 2, serão apresentadas as Regras de York & Antuérpia, que são a lex maritima utilizada para
a regulação de avaria grossa em quase todos os contratos de transporte celebrados no mundo.
SEGUROS E CLUBES DE P&I
O contrato de seguro é a modalidade em que o segurador se obriga a indenizar o segurado por perda ou dano
que possa sobrevir ao objeto do seguro, mediante um prêmio ou soma determinada equivalente ao risco
tomado.
Videoaula: Título do Bloco
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
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 Curiosidade
O contrato de seguro marítimo é a espécie mais antiga de seguro, tendo servido de modelo para o
desenvolvimento de outros ramos de seguros.
O Código Comercial Brasileiro de�ne o seguro marítimo como sendo o contrato pelo qual o segurador toma
sobre si a fortuna e os riscos do mar. Assim, o seguro é um sistema que permite a uma pessoa ou empresa
transferir as consequências �nanceiras de uma perda ou prejuízo para uma companhia de seguros, a qual,
por sua vez, indeniza o segurado pelos prejuízos sofridos.
A �nalidade do contrato de seguro é transferir para a seguradora o risco de ser atingido por um evento que
possa causar prejuízos.
Classi�cação dos contratos de seguro marítimo, segundo o objeto segurado:
Os contratos de seguro marítimo são classi�cados como:
Seguro de casco: é também conhecido como seguro de navios. Tem por objeto segurado o navio, incluindo as
máquinas e os acessórios, não se limitando apenas ao casco, como pode parecer da sua denominação. Esse
seguro, normalmente, cobre as ocorrências de avaria grossa, perda total, assistência e salvamento,
responsabilidade civil por abalroamento e avaria particular. Ele é obrigatório. Há, ainda, a possibilidade de o
armador contratar coberturas adicionais, como as que incluem construtores navais e responsabilidade civil.
Seguro de responsabilidade civil do armador para a carga: denominado, também, seguro operacional,
cobre as responsabilidades do armador pelos danos e perdas causados à carga transportada e a todas as
operações do navio, a partir do momento em que a carga é embarcada até a entrega �nal no porto de
destino. Esse seguro é opcional.
Seguro das mercadorias transportadas pelo navio: é de responsabilidade do exportador ou do importador,
com base no contrato de compra e venda internacional celebrado pelas partes, de acordo com o International
Commercial Term (INCOTERM) escolhido. Esse seguro é obrigatório.
Tipos de cobertura no seguro marítimo
As coberturas de um seguro podem ser:
Coberturas básicas (nº 1, nº 2 e nº 3)
Cobertura nº 1: perda total, assistência e salvamento, e avaria grossa.
Cobertura nº 2: perda total, assistência e salvamento, avaria grossa (as mesmas da cobertura nº 1) +
responsabilidade civil por abalroamento.
Cobertura nº 3: perda total, assistência e salvamento, avaria grossa, responsabilidade civil por
abalroamento (as mesmas da cobertura nº 2) + avaria particular.
Coberturas complementares (nº4, nº 5 e nº6)
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Cobertura nº 4: desembolsos – responsabilidades assumidas pelo segurador complementares à
indenização estabelecida nas condições gerais da apólice, nos casos de perda total, real ou
construtiva.
Cobertura nº 5: responsabilidades excedentes – indenização complementar às coberturas básicas,
nos casos de assistência e salvamento, avaria grossa e responsabilidade civil por abalroamento, e
nas medidas conservatórias e preventivas.
Cobertura nº 6: valor aumentado – ampara a cobertura de despesas de administração, utilização,
manutenção, armação e conservação da embarcação segurada. Aplica-se aos casos de perda total,
real ou construtiva, assistência e salvamento, avaria grossa e responsabilidade civil por
abalroamento, bem como às medidas conservatórias e preventivas.
VIDEOAULA: SEGUROS E CLUBES DE P&I
Como cobertura de prejuízos quando não há proteção securitária, surgiram os Clubes de Protection and
Indemnity (P&I), assunto a ser tratado no vídeo deste bloco. Os seguros de casco cobrem somente 75% do
prejuízo na perda total do navio. Dessa forma, os armadores se associaram de modo a complementar o valor
da indenização. Os Clubes de P&I evoluíram, e novas coberturas surgiram ao longo do tempo, para atender de
melhor forma às necessidades dos armadores.
ESTUDO DE CASO
O navio China Fast, de bandeira panamenha, deixa o porto do Rio de Janeiro com destino ao porto de
Rotterdam com 4.000 contêineres a bordo. Ainda no início da viagem, o navio se choca com algum objeto
submerso, de natureza desconhecida, resultando em danos no caso e no consequente ingresso de água em
alguns compartimentos.
As bombas são colocadas em funcionamento, mas demonstram ser insu�cientes para equilibrar a
embarcação e garantir o prosseguimento de sua viagem. O alagamento continua e atinge a casa de máquinas,
colocando em risco o navio, seus tripulantes e as cargas transportadas. Em razão do adernamento, alguns
contêineres se desprendem e vão ao mar, enquanto outros são alijados para melhorar a estabilidade do navio
e permitir seu reboque até o porto mais próximo, que é o de Salvador, na Bahia. O navio permanece no porto
por cerca de 10 dias para reparos de emergência, para que possa prosseguir sua viagem. Parte dos
contêineres é descarregada para permitir o acesso aos locais em que se deu a água aberta.
Terminados os reparos de emergência, os contêineres descarregados são novamente colocados a bordo e o
navio prossegue sua viagem, descarregando a mercadoria ainda a bordo no porto de destino.
Videoaula: Seguros e Clubes de P&I
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.

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