Documentação Marítima

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 Saiba mais
Os contratos que são feitos para assegurar a legalização do transporte marítimo são importantes,
enquanto o agente marítimo realiza suas funções com veemência, o setor portuário continua
progredindo e alimentando a economia nacional. Você já imaginou o detalhamento dos processos feitos
dentro do comércio exterior?  Para isso, é preciso se aprofundar mais no assunto.
No site do Siscomex você, estudante, pode encontrar mais informações e entender melhor sobre as
atividades exercidas. Visite, estude e adquira ainda mais conhecimento.
Bons estudos!
INTRODUÇÃO
A Documentação Marítima abrange a parte do que é tratado diariamente nos portos. Como é o caso dos
cadastros e da regularização, que são importantes para manter a ordem, a segurança e a legalidade das
cargas que serão transportadas, com o intuito de proteger a ordem, a vida e o meio ambiente.
Os documentos de importação e exportação auxiliam no carregamento, transporte e descarregamento da
carga gerando segurança e seriedade, enquanto o cadastramento de embarcações, o cadastro portuário e a
documentação referente às mercadorias impedem que haja fraude e erros dentro dos portos. O SISCOMEX
também depende de cadastro, o que o faz ser mais seguro e e�ciente. Estes conceitos e explicações são
apresentados nesta aula a seguir.
DOCUMENTAÇÃO DO SETOR PORTUÁRIO
O Porto sem Papel (PSP) é um composto de informações que tem como principal objetivo agrupar em uma
única base de gestão as informações e as documentações necessárias para que as mercadorias tenham o
processo de análise e a liberação agilizadas na área dos portos brasileiros. A Secretaria Nacional de Portos e
Transportes Aquaviários (SNPTA) já introduziu este projeto nos 34 portos públicos brasileiros, fazendo com
que mais de 140 formulários em papel fossem convertidos em um único documento eletrônico (BRASIL, 2017).
Aula 3
DOCUMENTAÇÃO MARÍTIMA
A Documentação Marítima abrange a parte do que é tratado diariamente nos portos.
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Para colocar em prática este sistema de base única de dados, foi adotado o conceito de Janela Única, este que
vem sendo utilizado por outros países, e corresponde ao fornecimento ao usuário por meio único de
comunicação com relação a todos intervenientes em serviços de seu interesse. As informações contidas nesta
única base de dados e necessárias a cada anuente são anexadas em um Documento Único Virtual (DUV) e
transportadas de forma eletrônica ao sistema, assim eliminando mais de mil itens de informações que antes
eram efetuadas de modo contingente (MARQUES, 2015). O DUV foi elaborado por diversos acordos de
cooperação com vários órgãos anuentes, para serem identi�cados e uniformizadao informações e
documentos que são solicitados por estes às agências marítimas. Com a ajuda dos avanços tecnológicos, a
implantação deste sistema concentrador de dados (em nuvem) com a comunicação via internet foi possível
(MARQUES, 2015).
Figura 1 | Dados salvos virtualmente
Fonte: Shutterstock.
O cadastro portuário faz parte deste importante meio de documentos. Representantes de empresas que
prestam serviços portuários (podendo ser serviços como o abastecimento de navios, a remoção de resíduos, a
fumigação, entre outros) necessitam realizar um cadastramento prévio, que deve ser feito pela internet. As
empresas prestadoras que são regularmente capacitadas solicitam este cadastro anexando os documentos
relacionados com o Regulamento do Sistema de Gestão Integrada. Sendo imediato e gratuito, o cadastro vale
por 60 dias (SECRETARIA DA INFRAESTRUTURA, 2022).
As embarcações também necessitam de um cadastro, ou seja, precisam estar inscritas ou registradas
especialmente na área na qual a jurisdição seja domiciliada o proprietário. Embarcações pequenas sem
propulsão de até dez metros e da Marinha não necessitam deste registro, os respectivos representantes ou
proprietários devem comparecer a algum dos órgãos de inscrição, que são Capitania, Delegacia ou Agência,
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para solicitar este cadastro, no qual será analisado toda a documentação apresentada. Estando em harmonia
com os requisitos, é feita a emissão do respectivo Título de Inscrição. O Título de Inscrição de Embarcação
Miúda (TIEM) e o Título de Inscrição de Embarcação (TIE) têm duração de cinco anos. Para embarcações de
grande porte, o Documento Provisório de Propriedade (DPP) é válido por um ano ou até que seja feita a
entrega da Provisão de Registro da Propriedade Marítima (PRPM), tendo validade de cinco anos e precisando
ser renovado após este período (BRASIL, 2022).
DOCUMENTOS REFERENTES À IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO
Assim como outros processos, a importação e exportação necessitam de documentos para que erros sejam
evitados e equívocos solucionados. Durante as fases destes processos é importante que o exportador e
importador tenham conhecimento apropriado para a elaboração de cada documento, seja este comercial,
aduaneiro, contábil e operacional.
No processo de importação e exportação existe o Certi�cado de Origem (CO), este serve para atestar a origem
da mercadoria ou do bem exportado validado por organizações internacionais. Podendo ser digital ou em
papel físico, é providenciado pelo exportador nas entidades autorizadas pela SECEX e certi�ca os critérios de
produção das mercadorias, garantindo que sejam bene�ciadas pela preferência tarifária. A fatura comercial, a
declaração de origem e o formulário do certi�cado de origem preenchido, são documentos básicos para que o
CO esteja completo. Na América do Sul o “CO Mercosul” e o “CO Aladi” são os modelos mais utilizados. O Aladi
aceita que produtos tenham ao menos 50% de matéria nacional para os países, enquanto o Mercosul exige
pelo menos 60% (COSTA, 2021).
Figura 2 | Processo de documentação
Fonte: Shutterstock.
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O Packing List ou Romaneio de Carga é um documento que organiza as informações gerais do pedido ao
importador, sua função é especi�car as mercadorias que serão embarcadas e todas as cargas fracionadas, em
outras palavras, este documento detalha todas as informações da carga. Na declaração do parking list são
descritas informações de caixa por caixa contendo dados como o peso bruto, o peso líquido, a cubagem
(relação entre o peso do produto e o espaço que ele ocupará), o código para rastreamento, a quantidade e o
número da caixa que ocupa. Essas informações são para facilitar a localização das cargas e a separação
destas, e ajudam na organização para a alfândega. A fatura proforma tem início no processo de negociação
entre o importador e exportador, enquanto a fatura comercial é uma nota �scal com validade internacional
(ARAÚJO; LICAR; VERAS, 2021).
O Licenciamento de Carga (LI) é a base do despacho aduaneiro, um procedimento administrativo no qual o
Governo autoriza a importação e deve conter país de origem, regime tributário, cobertura cambial, entre
outros. Já a Declaração de Importação (DI) tem a função de declarar os dados de importação, em que constam
o valorda mercadoria, o valor dos impostos, a classi�cação �scal, o fabricante, etc. (COSTA, 2021).
O Registro de Exportação é um documento eletrônico emitido e preenchido pelo Siscomex, feito pelo
exportador ou seu representante. O Comprovante de Exportação (CE) é um documento o�cial emitido pela
Receita Federal do Brasil, em que é comprovado o efetivo embarque da mercadoria. Já o Contrato de Câmbio
é o documento que coleta informações, emitido pelo banco negociador de câmbio, por �m, o contrato de
câmbio de compra – tipo 01 é o documento que protocola a troca de divisa estrangeira por moeda nacional
(SEBRAE, 2013). A documentação referente aos processos de exportação e importação permite que o
transporte seja assegurado e regularizado.
EMBARCAÇÕES REGULARIZADAS
Os recintos alfandegados em que são realizados os procedimentos iguais aos portos principais são chamados
de Portos Secos. Estes realizam a movimentação, armazenagem os despachos aduaneiros de todas as
mercadorias, bens e bagagens que estão sob responsabilidade aduaneira. Os portos secos atuam sob
concessão da Receita Federal e movimentam menos cargas do que os demais portos, e por este motivo os
importadores podem encaminhar suas mercadorias. Lá existe a possibilidade de negociação de custos de
armazenagem e movimentação de carga, além do acesso rápido à �scalização exigida diante ao desembaraço
aduaneiro (RECHENMACHER; DÖRR, 2015). A documentação necessária para habilitação e cadastramento nos
Portos Secos deve conter a comprovação principal de objeto social, havendo ou não acumulação de
armazenagem, a guarda ou o transporte de mercadorias; a declaração de comprometimento em usar a área
da União apenas para atividades da Estação Aduaneira do Interior (EADI); declaração de conhecimento da área
da União; declaração em que é apresentada a concordância com o período de uso de trinta dias; entre outros
(MOURA, 2004).
A regularização e legalização de embarcações tem como procedimento e critérios o objetivo de garantir a
segurança da navegação, a proteção à vida e o aspecto ambiental. Uma parte importante deste cadastro é
veri�car se há necessidade de ser inscrito na Capitania, pois caso a embarcação seja pequena (menor que oito
metros com propulsão de popa de até 30 HP), este passo não é necessário. A inscrição ou o registro deve ser
solicitado à Capitania, Delegacia ou Agência (órgãos de inscrição). Caso a embarcação tenha sido construída
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por seu proprietário, para a legalização é necessário que seja apresentado um Termo de Responsabilidade de
construção/alteração; caso seja embarcação de porte médio ou grande é necessário que seja apresentado o
Boletim Simpli�cado de Atualização da Embarcação (BADE) e o Termo de Responsabilidade para Inscrição para
Embarcações de Médio porte. No entanto, se a embarcação já esteja construída e não seja regularizada, o
sistema de regularização será um pouco mais extenso. É necessário que seja emitida uma licença de
construção que referencia a conformidade do barco com as regras de segurança do país por uma Sociedade
Classi�cadora ou por uma organização classi�cadora reconhecida, auxiliando nas outras documentações. Para
todas embarcações é necessário a Licença de Alteração, que tem validade de dez anos ou até que seja feita
uma nova alteração, desde as características estruturais do barco até a quantidade de pessoas a bordo
(VIRGINIO, 2019).
Figura 3 | Fluxograma de exportação e comprovante de importação
Fonte: elaborada pelo autor.
Por �m, para fazer parte do SISCOMEX primeiramente é necessário realizar o cadastro no Radar, um sistema
controlado pela Receita Federal a �m de prevenir fraudes nas importações e exportações. Com isso, se tem
menos documentos para apresentar obrigatoriamente. De acordo com a necessidade de cada empresa é feito
um tipo de cadastro e documentos (BRASIL, 2014). 
VÍDEO RESUMO
O vídeo a seguir traz os conceitos de documentações necessárias durante o processo de importação e
exportação, cadastro de embarcações, cadastro portuário, a legalização ou regularização de embarcações,
assim como a de�nição do Porto Sem Papel, Portos Secos e Documento Único Virtual (DUV). Os três temas se
unem e se complementam para um melhor entendimento.
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